Poder e Controle [revisão] escrita por Anne


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Oii!
As atualizações geralmente são no dia 15 mas por motivos de férias resolvi adiantar o 10 ;)
xx



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Mesmo o fiasco de Fudge com a fuga de Azkaban não foi capaz de amansar Umbridge. Ela estava ainda mais afiada e pronta para demonstrar serviço, sua presença ilustre em cada aula de Adivinhação ou Trato das Criaturas Mágicas já mostrava que ela estava mais arrogante do que nunca.
A moeda em seu bolso esquentou algumas vezes, mas Annelise não se sentia confiante o suficiente para ir nas reuniões secretas, principalmente porque sempre estava acompanhada de Blásio ou Draco, ou fazendo um dos enormes trabalhos que voltaram a ser dobrados para ela, os professores a testando para os exames no fim do ano.
Finalmente, o fim de semana de semana chegou. Só se lembrou que era o dia dos namorados pois Blásio a lembrou na noite anterior, então se sentiu inspirada na manhã de sábado para se arrumar. Com uma última conferida no espelho e aprovando seu reflexo, ela correu para baixo, chamando atenção de alguns garotos, e para sua tristeza, Pansy Parkinson.
— Nossa, que linda! — Comentou falsamente, parando em frente a ela. Pansy cruzou os braços e analisou Annelise de cima a baixo. — Até parece que tem um namorado.
— Você também está linda, Pansy. Se dedicou bastante. Bom, eu até entendo. — Annelise riu sarcasticamente. — Afinal, vai ter que se dividir entre Draco e aquele garoto da Corvinal, não é? — Os olhos de Pansy se arregalaram no mesmo instante. Anne esfregou o queixo teatralmente. — Eu imagino como você vai fazer para aproveitar o dia com os dois ao mesmo tempo, mas acho que isso não é da minha conta, certo? Te vejo mais tarde! — Soprou beijos no ar e caminhou em direção à Blásio, que estava parado na porta da sala comunal dando risadinhas de satisfação.
— Uau, você está linda!
Draco se virou para trás e a mediu com os olhos.
— Vai se encontrar com quem? — Perguntou rispidamente, os olhos cinzas faiscando.
— Com Blásio! — Exclamou Annelise, entrelançando seu braço no do amigo e abrindo um sorriso largo. Malfoy olhou de um para o outro, bufando, e saiu com Crabbe e Goyle em seu encalço sem dizer nada.
Annelise e Blásio seguiram o fluxo de alunos da Sonserina até se misturarem com as outras casas. Passaram por Filch com sua lista de autorização e foram até Hogsmeade fazendo piada de algumas pessoas mal vestidas. Estava alguns passos atrás de Cho e Harry, Annelise observando-os como presas. Os dois conversaram e pareciam se dar bem, o que a deixava com um gosto azedo na boca. Aquela menina tinha tudo para atrapalhar os planos de Anne.
— Potter e Chang! — Pansy guinchou bem atrás dela, puxando um grupo de garotas consigo dando risadinhas. Elas passaram ao lado deles. — Eca, Chang, que mau gosto! Pelo menos o Diggory era bonito!
Annelise detestava Pansy tanto quanto começara a detestar Cho, mas naquele momento ela poderia abraçar Parkinson e lhe agradecer mil vezes, visto que seu comentário e as risadinhas deixaram o casal num silêncio constrangedor, o que poderia se transformar num desastroso encontro, sem que Annelise literalmente se mexesse para isso.
Blásio dava gargalhadas do que havia acabado de acontecer e acenou para Pansy amigavelmente, enlaçando o braço em Anne assim que entraram em Hogsmeade.
— Onde vamos?
— Hum, só um momento. — Ela se ergueu na ponta dos pés e olhou entre os estudantes que lotavam a rua principal, vendo que Harry e Chang pareciam estar no mesmo dilema. É claro que ela iria onde eles fossem.
Ao ver os dois passando devagar pelas vitrines, olhando e comentando sobre os produtos expostos, Annelise puxou um Blásio tagarela e se manteve a uma distância segura dos dois. Eles ficaram bons minutos seguindo os dois e finalmente uma chuva grossa começara a cair, o que faria com que eles se mexessem para um encontro de verdade.
— Estamos seguindo Potter. — Blásio afirmou, sem parecer irritado.
— Sim.
— Não que eu esteja reclamando de passar um tempo investigativo com você, mas eu não tenho certeza se quero passar o dia dos namorados assistindo esse encontro ruim.
Annelise riu, os olhos ainda focados na direção que Potter e Chang tomavam.
— Só mais um pouquinho, e você estará livre.
Mas ele não a respondeu. Os dois observaram Cho apontar com o dedo para a frente e se virar para Harry, animada. Eles começaram a descer e viraram numa rua lateral, entrando dentro da pequena casa de chá Madame Puddifoot.
Annelise e Blásio, rindo de se acabar, esperaram alguns minutos na garoa e então entraram. Imediatamente ela se arrependeu de decidir segui-los. Era um lugarzinho apertado e tinha rosa para todos os lados, além do vapor das chaleiras, laços e babadinhos de decoração, querubins dourados pairando sobre as mesinhas circulares e ocasionalmente soltando confetes nas cabeças das pessoas. Annelise acenou para Harry enquanto Blásio começava um pequeno teatro, segurando a mão dela e se sentando numa mesa a meio metro dos dois.
— Que posso servir a vocês, queridos? — Perguntou Madame Puddifoot, uma mulher corpulenta com um coque negro no topo da cabeça, se espremendo no meio da mesa deles e de Potter.
— Amor, o que você quer? — Blásio deu um sorriso muito largo, os olhos pretos brilhando travessos por cima do açucareiro.
— Chá de gengibre. — Annelise pisou no pé dele com força, sorrindo docemente para a mulher.
— Com cravo e canela, por favor. — Completou Blásio, chutando-a de leve por baixo da mesa.
Os dois aguardaram, trocando risadas baixas e dando uma olhada geral. A maioria dos casais estavam de mãos dadas ou se beijando, mas o clima entre Harry e Cho parecia meio frio. Annelise se recostou bem no banco para poder ouvir o máximo que pudesse. Não havia nada para escutar já que mal conversavam, porém, quando Madame Puddifoot colocou os chás que pediram na mesa, Cho mencionou Umbridge e eles ficaram um tempo zombando dela. Não conversaram sobre mais nada depois disso e uma calmaria se instalou em Annelise, sabendo que aquele fiasco não duraria muito mais tempo, portanto não precisava se preocupar.
— Blásio, pode ir se quiser. Eu pago aqui e logo vou dar uma volta por aí.
— Ah! — O amigo sorriu, dando um último gole em sua xícara. — Dessa vez vou deixar. Estou com dinheiro contado aqui para a Zonko's. Minha mãe e meu padrasto me puseram numa espécie de castigo onde regulam meu dinheiro. É um absurdo. — Ele puxou a mão dela por cima da mesa e beijou-a galantemente. — Mademoiselle. Obrigado pela companhia.
Annelise riu enquanto Blásio saiu sozinho pela porta, sumindo ao virar a rua. Ela estava quase terminando o chá quando algo lhe chamou a atenção.
— Você precisa se encontrar com Hermione Granger? Hoje? — Cho parecia levemente irritada.
— É. Bom, ela me pediu, então achei que tudo bem. Você quer ir comigo? Ela disse que tudo bem se você fosse.
— Ah...bom, que simpática! — Respondeu com um tom de voz frio, um tanto hostil, fazendo Annelise mais uma vez abrir um sorriso de satisfação ao perceber onde aquilo iria. — Ele me convidou para sair, sabe. Há umas duas semanas, o Rogério. Mas eu não aceitei.
A boca de Anne se abriu um pouco e ela sufocou uma gargalhada. Cruzou as pernas e colocou mais chá em sua xícara, adicionando dois cubos de açúcar e mexendo a colher lentamente. Rogério estava a algumas mesas de distância, beijando de maneira estusiasmada uma garota da Lufa-Lufa. Harry ficou em silencio por vários minutos, até ela falar de novo, dessa vez mais alto.
— Vim aqui com Cedrico ano passado. — Annelise engasgou, os olhos queimando com as lágrimas paradas nos olhos. Disfarçadamente, ela começou a tossir, tentando não chamar a atenção. Sabia que Harry, atrás dela, devia estar ainda mais chocado. — Há um tempão que estou querendo perguntar a você... o Cedrico... ele f-f-falou de mim antes de morrer?
— Bom... não. — Harry respondeu depois de alguns segundos, a voz calma. — Não... não houve tempo para ele dizer nada. Então...hum, você...assiste a muitas partidas de quadribol durante as férias? Você torce pelos Tornados, certo? — Ele fazia tanta força para parecer tranquilo e feliz que Annelise começou a sentir pena. Aquela menina era uma completa sem noção. Houve uma fungada vinda da mesa deles e ela soube que Cho estava prestes a se derramar em lágrimas. — Olhe, não vamos mais falar de Cedrico agora... vamos falar de outra coisa... — Harry começou a soar desesperado.
— Pensei — Chang começou, a voz trêmula. — Pensei que você en-en-entederia! Preciso falar disso! Com certeza você também p-precisa falar! Quero dizer, você viu acontecer, não v-viu?
— Bom, eu falei disso... com Rony e Hermione, mas...
— Ah, você fala com Hermione Granger! — Cho soltou com a voz aguda. Metade das pessoas haviam parado para assistir a cena e Annelise se sentiu a vontade para virar um pouco para trás. — Mas não quer falar comigo! T-talvez fosse melhor se a gente simplesmente p-pagasse a conta e você fosse se encontrar com Hermione G-Granger, como é óbvio que quer fazer!
Annelise mordeu o lábio inferior, fazendo um esforço gigante para não soltar um feitiço de silêncio em Chang. Com as mãos, fez um sinal para a bruxa do chá e pago a conta. Se levantou e lançou um olhar piedoso para Potter antes de sair pela porta em direção ao Três Vassouras.


Annelise não pôde evitar as gargalhadas.
Sentia pena de Harry mas estava rindo tanto que era como se fosse o dia mais feliz da vida dela. Cho Chang era sua nova pessoa favorita no mundo. Annelise não tivera trabalho nenhum com ela: a própria menina tinha acabado com tudo sozinha. Era como se o universo todo conspirasse a seu favor e até o céu cinza com a chuva forte a deixando quase ensopada era lindo aos olhos dela. Cada vez que parava de rir, lembrava de como se sentiu em pânico ao ouvir os dois combinando de sair e começava a gargalhar outra vez, atraindo olhares para ela. Não precisou enfeitiçar Cho nem nada do tipo, ela havia surtado sozinha. E Annelise estava extremamente satisfeita com isso, uma vez que o Lorde das Trevas queria que Potter saísse com ela.
Com mais alguns risinhos, ela parou na porta do Três Vassouras e usou um feitiço para se secar. Quando terminou, entrou no pub e procurou uma mesa vazia. Mal havia se acomodado e Harry entrou pela porta, as bochechas muito vermelhas e os cabelos ainda mais bagunçados. Pareceu perdido por um tempo e então veio até ela e se sentou em sua frente. Annelise o olhou com a melhor cara de compaixão que tinha.
— Que fiasco, não é? — Disse ele.
Ela sentia mesmo pena dele. Não achava que qualquer pessoa no mundo merecesse aquilo, exceto Pansy. O pensamento a fez dar uma olhada geral nas mesas, tentando ver com quem ela se encontrava no momento, mas não viu ninguém.
— Ah, me desculpe por ouvir. Foi meio impossível. — Annelise deu de ombros e pediu duas cervejas amanteigadas para Madame Rosmerta. — É por minha conta. — Ela umedeceu os lábios. — Olha, Harry, sei que foi meio chato o que aconteceu, mas não se engane, pois eu escuto tudo o que dizem. As meninas te acham lindo e interessante, então... Chang foi uma idiota.
— Por que ela saiu comigo só pra.. só pra ouvir sobre ele? — Parecia uma pergunta retórica, mas Annelise decidiu responder mesmo assim.
— Ela foi idiota em todos os sentidos. Não se culpe por isso. Sei que ela está passando por um momento difícil, mas arrastar você pro meio da confusão dela? Quero dizer, você já tem o suficiente para lidar sozinho.
— Foi horrível. — Disse, olhando para o nada. — Horrível. Será que eu devia falar com ela?
— Ah, não, não, não! — Annelise empurrou o copo de vidro que Madame Rosmerta havia acabado de colocar na mesa na frente dele. — Harry, ela está perseguindo um fantasma através de você. Deixa essa garota pra lá. — A porta se abriu fazendo um sininho tocar. Rita Skeeter entrava por ela juntamente com Luna Lovegood e Hermione Granger. Era um trio bastante esquisito e que Annelise não esperava ver, mas sabia a fama de Skeeter e não ficaria ali para dar motivos de ser incluída em suas fofocas descabidas. — Ahn, me desculpe Harry, mas preciso ir. — Ela jogou um galeão na mesa, sem nem mesmo ter tocado em sua própria bebida. — Até mais!
Anne cumprimentou Hermione com um aceno quando passou por elas e notou os olhos curiosos de Rita a medirem de cima a baixo, então apertou o passo e voltou para a garoa do lado de fora. Olhou para os lados sem saber onde ir e abraçou-se, se protegendo do vento gelado que parecia atravessar sua jaqueta jeans. Naquele momento desejou estar usando uma calça. Suspirou, e com um feitiço para repelir a água em cima dela, correu para a Dedos de Mel e entrou o mais rápido possível na loja, que estava abarrotada de gente. Junto a uma estante de sapos de chocolate estava Blásio, que olhava cada caixinha com atenção.
— Oi. — Annelise disse ao se aproximar, olhando do amigo para as embalagens. — O que está procurando?
— Será que dão alguma pista da figurinha que tem dentro? — Franziu o cenho. — Enfim, deixa pra lá. Olhe, estou querendo presentear Lucy Nott. O que você acha que devo comprar?
— Um sapo de chocolate não é muito romântico. — Draco apareceu, segurando alguns doces nas mãos. Ele olhou para Annelise mas não disse nada. — Leve chocobolas, caramelos, penas de algodão doce... essas coisas.
— É, acho que penas de algodão doce são uma boa. — Blásio disse distraidamente, correndo os olhos pela loja.
— Então... — Começou Draco, assim que Blásio sumiu entre as prateleiras. — seu encontro já acabou?
— Não estava num encontro. — Annelise respondeu, pegando um sapo de chocolate e o segurando nas mãos.
— É, eu sei. — Draco sorriu.
— E você?
— Ah, eu não.
— Pensei que estaria com Pansy. — Ela sorriu sarcásticamente.
— Pansy está com Frederick, então... — Draco deu de ombros, apagando o sorrinho do rosto de Annelise.
— Frederick? — Franziu o cenho, já que era a primeira vez que ouvira o nome do garoto. — Você sabe sobre ele?
— Qual a surpresa? — Riu. — Ela não é tão boa em esconder as coisas.
— E você não se importa?
— Não. Deveria?
Annelise ficou quieta e sorriu para ele, rindo baixo em seguida.
— Acho que não.
Os dois ficaram quietos, olhando para qualquer coisa menos um para o outro. Alguns minutos de silêncio depois, Draco voltou a falar.
— Quer, hum, beber alguma coisa?
Annelise ajeitou a postura, pronta para concordar, mas uma lembrança a atingiu em cheio na mesma hora.
''Agora, além da profecia, eu quero que você faça com que Potter se apaixone por você...''
— Desculpe, Draco. Eu aceitaria, mas já estou voltando para o castelo. — Ela tentou abrir um sorriso simpático.
— Tudo bem. — Ele respondeu, parecendo ao mesmo tempo decepcionado e irritado. — Te vejo depois.
Draco se virou e saiu, esbarrando em algumas pessoas pelo caminho. Annelise mordeu os lábios e largou o sapo de chocolate na prateleira outra vez, saindo da loja e voltando para o castelo sozinha.


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Notas finais do capítulo

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