Lar escrita por MJthequeen


Capítulo 5
Robin


Notas iniciais do capítulo

Hey gente! ;]

O capítulo veio mais cedo, né hahaah esse tá bem longo também, mas duvido que o outro seja. Provavelmente será curtinho.

Enfim, vocês perceberam a capa nova?? E as capas nos capítulos! Agora que estou de férias, eu tirei um tempinho pra editar essas fotos e mudei o uniforme da Estelar nelas, pra vcs terem mais facilidade de visualizar durante o capítulo haha pra ser sincera, eu mesma quando escrevo vejo ela de saia ainda, então editei as imagens em boa hora kk

Lembrando que nenhum desses desenhos é meu, ok? Eu só editei pra usar como capa e não quero nenhum crédito sobre eles, queria eu desenhar assim kkk :[ o link pras imagens sem edição tá nas notas finais ♥

Eu disse no primeiro cap que a fic teria uns 10 caps, mas acho que pode aumentar pra 20 hahah mas, sinceramente, não sei. Depende muito do que eu resolver e, pra ser sincera, está tudo saindo na hora que escrevo msm kk

*a Estelar nesse cap tá bem parecida com a das Hqs antigas, não foi proposital, mas eu resolvi deixar assim*

Good Night Gotham!



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Lar

Barbara não tem nada em sua mão. No rosto só um sorriso sério demais, olhos focados, sem nunca subestimar o inimigo. Ela chuta seu peito, mergulha na noite e some por um segundo. Vejo seus cabelos ruivos voltando ao foco ao mesmo tempo em que ela soca o rosto do homem; é ele quem desaparece no véu do beco agora. Simpática.

 — Você é tipo, o quinto cara que paramos essa noite – Ela faz um cinco com a mão, sua luva amarela quase brilhando. Está da altura do cara, que está jogado no fim do beco e já não tem uma expressão tão corajosa. – Honestamente, eu esperava mais dos bandidos de Jumpy. – Revira os olhos em um tom engraçado, me olhando enquanto saca meu comunicador, sem aviso prévio, e aciona a policia.

Cruzo os braços, arqueando a sobrancelha. Mesmo estando tão escuro, sei que Batgirl pode me ver. 

—Tão engraçadinha.

Barbs dá de ombros e pisca para mim.

— Talvez eu seja o Robin do seu Batman.

Não tenho tempo de responder; ouvimos a sirene da policia e as luzes azuis e vermelhas que vem virando a esquina. Rápido como sempre. Automaticamente, eu e Barbs pegamos nossas pistolas de corda e atiramos para o alto, sem nos dar o trabalho de olhar para onde estamos indo exatamente. Se não nos perdemos em Gotham, que deve ser quase três vezes maior que Jump, não nos perderíamos ali.

Acabamos parando na sacada vazia de um prédio comercial e eu tomo um minuto para ver se a policia encontrou o bandido que ela desacordara antes de irmos embora. Tudo parece bem. Barbs estica os braços e olha para mim animada, sorrindo, como se a noite fosse uma criança. Me esqueci de que ela e Batman só agem de noite; meu corpo se desacostumou com esse horário e, sinceramente, me sinto meio cansado. É claro que não digo isso para ela.

— E ai, passarinho, o que vamos fazer agora?

Olho para a hora no comunicador, que ela acaba de devolver. Já passa das 2hrs da madrugada. Eu e Barbs ficamos pulando entre edifícios, parando em becos e conversando sobre bobagens – fazendo piadas de tudo. Vê-la lutando é refrescante. Nós não falamos de Gotham nenhuma vez, mas o jeito como ela pula, e atira, e procura criminosos noturnos, que Jump tem muito pouco, me faz pensar automaticamente na cidade. Em Batman.

Eu dissipo esses pensamentos aproveitando para apresentar tudo o que conheço; o shopping onde Estelar adora ir, a biblioteca preferida da Ravena, a estação de jogos no meio do calçadão, de onde mal podemos tirar Cy e BB. Levei-a perto do parque de diversões, onde Estelar provou algodão doce pela primeira vez. O parque onde costumamos jogar basquete e ficar tranquilos por um minuto ou outro. Suspiro. Eu estava com Barbs e adorava isso, mas nenhum momento da noite deixei de pensar nos Titãs. Deixei de pensar nela. Encaro Barbara, que ainda me olha ansiosa.

— Barbs, eu preciso voltar para Torre.

O sorriso some automaticamente do seu rosto, mas ela tenta disfarçar o rosto desanimado.

— Ah, é claro... Olha, Jump te deixou mais mole, você mal aguenta meia madrugada! – Brinca, mas seu tom não é nem um pouco bem humorado. Dá de ombros.

Eu forço um sorriso e dou uma “ombrada” nela.

— Hey, o Robin pode falar assim com o Batman? – Rio e ela sorri de verdade agora. – Você tem um lugar para ficar?

Barbs tira a máscara e seu rosto está vermelho de cansaço. Ela passa os dedos pelo cabelo levemente desarrumado.

— Barbara Gordon tem uma reserva num hotel perto do centro comercial de Jumpcity – diz, ainda sorrindo. – Disse para o papai que iria para a casa de campo de uma amiga, sabe, comemorar nosso último ano na escola. Fazer coisas de garotas que ele “não entende muito bem” – nessa última parte ela imita a voz dele.

Também solto um sorriso ao me lembrar de Jim. Ele conhecia Dick por que eu e Barbara costumávamos ser da mesma escola, antes de eu vir para Jump e terminar os estudos à distância. Para ser sincero, acho que gostava mais de Jim quando ele estava de Comissário e eu de Robin. Era engraçado.

— A Torre tem muitos quartos, você pode vir se quiser. – Ok, estou com um pouco de medo que ela aceite isso. Mutano com certeza daria uma de fã. E não quero que nenhum dos Titãs, principalmente Estelar, tenha ideias erradas. Acho que já basta o show que demos no teto da Torre mais cedo.  

Barbara faz uma careta que parece transparecer meus pensamentos.

— Seria divertido, eu aposto. – Nós dois rimos do jeito como ela diz isso. – Mas eu passo dessa vez.

Eu tiro a pistola do cinto e me viro para dar um tchau. Antes que eu possa fazer isso, Barbara segura meu braço onde a luva não alcança. Ela me impede de ir, olhando dentro dos meus olhos, por cima da máscara.

— Dick, eu vou no domingo de noite, daqui dois dias. Eu estava com muitas saudades suas, sim, mas não vim só para te ver... Eu vim para te levar para Gotham. Para que você converse com Bruce de uma vez por todas. Apesar disso, eu não posso te obrigar, então eu estou te esperando. Eu vou ficar na Bowling Green até às 22hrs. Você não precisa me avisar que vem, eu vou te esperar. Vou mesmo, Dick.

E me solta.

E eu vou embora sem olhá-la.  

 

 

A brisa despenteia meu cabelo quando chego à Torre. As noites frias de Jump nos dizem que o sol vai brilhar duas vezes mais forte amanhã. Todos devem estar dormindo, as luzes apagadas da sala me dizem isso. Eu abro a porta das escadas e desço depois de passar os dedos pelo cabelo, depois de tirar minhas luvas e enganchar no meu cinto. Preciso de um banho.

Mas não tenho tempo para isso. Uma sombra alta me encara perto do sofá. Seu corpo, de costas para a janela e a luz da lua, parece um só conjunto negro de curvas e cabelo longo. Eu mal posso ver seus olhos brilhantes, mas eu a reconheceria em mil anos. Reconheceria esse sorriso em mil anos.

— Estelar – chamo, também sorrindo como ela faz. É cativante. Só vê-la me deixa bem.

— Dick – me chama, do fundo de seus pulmões, numa agonia que nunca tinha visto nela.

A sala fica tão silenciosa quanto escura. Eu pisco. Ela acabou de dizer meu nome. Não é “Robin”; ela me chamou de Dick. Estelar parece perceber o que fez e leva as duas mãos até a boca, tampando-as imediatamente e dando um passo para trás. Eu dou um para frente.

— R-Robin, eu não... – diz, num fio de voz que sai entre seus dedos. Ela continua indo para trás. Eu continuo indo para frente. Star para quando seus ombros tocam o vidro da janela. Não sei de onde essa coragem vem, mas eu caminho até ela. – Me desculpa, eu não... eu não deveria... – tenta formular, sem parecer em nada a princesa guerreira que quase me derrotou quando nos encontramos pela primeira vez.

E, finalmente, eu chego perto dela. Devem ser centímetros que nos separam. Ela deveria estar dormindo; eu preciso de um banho, preciso pensar sobre Barbara. Não parece que nenhum de nós dois se importa com isso. Ela realmente acabou de me chamar pelo nome. Aqui de perto posso ver seus olhos, mas que estão tão apagados que me assustam. Ela move suas íris, quase invisíveis por causa de suas escleras de mesmo tom, de um lado para o outro no meu rosto. Queria ler seus pensamentos agora.

Respiro fundo, sentindo como se a sala fosse um forno agora mesmo.

— Richard.

Star deixa que seus braços caiam do lado do corpo. Se eu me aproximar mais, nossos narizes se tocariam.

— O que? – murmura, mas não parece tão confusa assim. Só precisa confirmar o que eu disse.

— Richard. Meu nome é Richard.

Star abre sua boca e fecha; respira fundo e continua me encarando. Não sei reconhecer todos esses sentimentos em seu rosto. É confusão, felicidade, um choro no canto dos seus lábios.

— Richard – sussurra, provando meu nome. Desliza cuidadosamente na sua voz. Eu sorrio e ela sorri comigo. – Richard – diz outra vez, agora mais alto. E está sorrindo, e dizendo meu nome como se eu tivesse lhe dado um presente.

 Star ergue suas mãos e percebo como seus dedos estão tremendo. Ela segura meu rosto. Seus polegares debaixo das minhas olheiras; ela acaricia minhas bochechas e passa a ponta dos dedos nas laterais do meu nariz. E diz meu nome num outro sussurro quase emocionado. Eu não tenho reação. Estou sob suas mãos quentes. Então seus dedos escorregam até a lateral do meu rosto e sobem, sobem até minha máscara, que ela dedilha com cuidado. Seus olhos nunca saem dos meus.

Automaticamente levo minhas mãos e cubro as dela. Algo no fundo da minha mente diz que devo afastá-la, a voz de Batman outra vez, me assombrando. Eu faço o que outra voz me diz, aquela que vem do meu peito e canta como minha mãe, eu aperto seus dedos nos meus e tiro, eu puxo a máscara de uma vez só. E ela cai e some no chão, pois nem eu, nem Estelar temos vontade de segurá-la.

E é como se algo mágico acontecesse. Estelar flutua. Ela literalmente voa, seus pés deixam o chão e ela está quase deitada no ar, sou eu quem a segura ali perto, por causa de minhas mãos sobre as suas no meu rosto. Seus doces olhos apagados se transformam em fogo verde e a sala de estar toda se ilumina em laranja, por conta de cabelo brilhante. Acho que ela só estava assim tão linda no dia em que quase me matou lançando um carro na minha direção.

Suas mãos ficam mais quentes, mas não me preocupo. Não consigo deixar de olhá-la, nem quando ela volta ao chão, ainda iluminada. Queria beijá-la. Só uma vez.

— São azuis. Seus olhos são azuis, Richard – ela ri como bolhas e sinos e todas essas coisas gostosas de serem ouvidas. Meu sorriso aumenta mais e eu entrelaço nossos dedos. O toque é ainda mais reconfortante quando estou sem luvas. – X’hal, eu estou tão feliz! Eu achei que você iria para Gotham. Achei que você nos deixaria e... Eu não deveria pensar nada disso – e se solta dos meus dedos e me abraça, jogando seus braços sobre meus ombros. Eu poso sentir o cheiro suave do seu shampoo e o calor do seu corpo no meu. Ela é quente como o inferno. A última parte do que diz me corta e tenho que lutar muito contra mim mesmo para afastá-la delicadamente, pela cintura. Ainda estamos pertos, só não abraçados.

— Star, eu preciso falar com você sobre isso – murmuro, por causa da escuridão da sala. Sei que os outros titãs não podem nos ouvir, é o costume falando. Será que Ravena está acordada? Os olhos de Estelar semicerram e o brilho verde de seus olhos vai desaparecendo lentamente.

— Sobre isso? – pergunta.

Eu a trago para o sofá comigo e me sento do seu lado, joelhos se tocando. Em nenhum momento ela deixa de olhar meu rosto, mais especificamente a área onde deveria estar minha máscara. Sei que deveria, mas não vou aguentar até que amanheça. Preciso falar com ela agora.

— Star, o que eles te contaram sobre mim? – pergunto, sabendo que para ela estar ali, acordada, sozinha e dizendo aquelas coisas, os titãs com certeza disseram algo. Algo que eu não tinha comentado com nenhum deles, coisas que eles devem ter visto na TV. Sei que Ravena não revelaria as coisas que viu na minha mente; não assim.

Estelar fica séria. Está apertando meus dedos, mas eu não me importo.

—Me disseram sobre você e Batman, em Gotham. E eu entendi que ele era seu K'Norfka, como Galfore era o meu. Vocês brigaram por alguma razão desconhecida, foi quando você veio para Jump e nos conheceu; os Titãs surgiram – ela termina de dizer, sem nem piscar. Então vira os olhos de um lado para o outro. – E que você e a Batgirl eram vistos juntos em muitas ocasiões.  

 Deus, espero que Mutano não tenha sugerido nada idiota. Qualquer coisa além de amizade quer surgiu entre mim e Barbara não me interessa agora. Balanço a cabeça para ela.

— Eles estão certos – confirmo, me referindo sobre a primeira parte, mas acho que Estelar entendeu. – Eu fui treinado pelo Batman e, sim, ele se tornou meu K’Norfka. Ele me adotou depois que meus pais morreram, Star, então ele foi como um pai para mim e, de certa forma, ainda é – explico, também sério. Essas palavras tem gosto amargo. Ela volta apertar meus dedos. – Eu cresci em Gotham e, apesar de tudo, eu amo muito àquela cidade. – Eu acaricio sua mão para que ela se acalme. – Como você ama Tamaran.

— Como eu amo Tamaran – repete ela, me olhando como se entendesse. Sei que Star ama a Terra, mas pensa em Tamaran todos os dias, até quando não percebe que está pensando. Quando compara as coisas de lá e daqui. 

Estreito meus olhos, minha boca está seca.

— Estelar, é por isso... – Eu mordo meu lábio inferior. Isso é mais difícil do que enfrentar qualquer vilão. Eu não posso usar máscaras com ela; estou sem a principal agora mesmo. Ela aperta minha mão. Seus lábios entreabertos estão tensos. Ela está toda tensa. – Star, eu preciso ir para Gotham. – E ela solta minha mão como se estivesse pegando fogo, como se fossem espinhos ou algum bicho venenoso. Sua expressão fica tão triste que eu quase retiro o que acabei de dizer. – Star, não é o que você está pensando. Eu não vou deixar os Titãs.

Ela se levanta e fica de costas para mim. Posso vê-la abraçando seus próprios ombros, procurando conforto.

— Você diz isso, Robin... – murmura e sua voz não é chorosa como eu pensei que seria, é mais... magoada. Isso me deixa pior. – Richard, você diz isso agora. Gotham é importante para você ao ponto de você não dividir isso com nenhum Titã... comigo... É tão importante que é algo só seu. Como fazemos com segredos obscuros ou sentimentos que não queremos que os outros descubram.

Eu me levanto também.

— Você não está sendo justa. Quando Tamaran te chamou para um ridículo casamento arranjado, você não pensou em nós ou em mim. Arrumou suas coisas sem nem avisar nada antes! – acuso, bravo. Me arrependo no mesmo momento. Droga, eu não deveria estar jogando nada na cara dela. Deveria confortá-la ou algo assim.

Ela se vira para mim e seus olhos estão brilhantes de novo. Isso não me anima; estão ardendo de raiva – acho que Star chamaria isso de ultraje.

— Ridículo?! – repete, mas quase cuspindo a palavra. – Talvez você não tenha percebido, mas eu iria me casar para salvar meu povo. Dick, eu sou uma princesa! – Agora posso ver lágrimas nos seus olhos

— E eu sou um herói! – rebato no mesmo instante, gritando no mesmo tom que ela. – Eu também tenho responsabilidades com outras pessoas. 

E o silêncio cai sobre nós dois. Estelar é um misto de indignação e lágrimas. Eu queria poder engolir o que falei. Tenho tantas coisas na cabeça agora; Bruce, Batman, Barbara, os outros Titãs. O que meus pais achariam disso tudo. Como fazer as coisas sem deixar alguém machucado no final?

Eu não aguento mais essa quietude entre nós. Um segundo atrás, estávamos sorrindo um para o outro. Um segundo atrás, eu quase a beijei. Um segundo atrás, eu não era Robin.

Me aproximo dela e a abraço pelo quadril. Somos quase da mesma altura; Star ganhando de mim de modo quase imperceptível. Ela me abraça de volta, me apertando forte. Passo os dedos no seu cabelo macio, como se pedisse desculpas. Ela está respirando no meu ouvido.

— Star, eu preciso resolver as coisas com Batman. Eu não vou deixar os Titãs, nem te deixar. – Me lembro das palavras de Barbara, sobre eu ter medo de voltar e não querer mais ir embora. Não, não tem como eu deixar Star para trás. Eu não a deixaria. Não, não.

Ela me aperta um pouco mais.

Então me solta e sou obrigado a deixá-la ir por um momento, vendo o brilho das lágrimas em suas bochechas. Ela se abaixa um pouco a frente de nós e quando se levanta tem minha máscara na mão. Olha para o item e então o estende para mim.

— X’hal. – Me encara desolada, a voz mal sai de sua garganta. - Richard, acho que prefiro o Robin – confessa agoniada.

Não, Barbara está enganada. Jumpcity parece com Gotham, sim. As noites são tão longas quanto.

 

Acordo cedo demais, mesmo indo para a cama tarde. Me espreguiço e encaro o quarto. Memórias da noite anterior continuam aparecendo aleatoriamente na minha mente; eu e Barbara pulando sobre os edifícios, Estelar flutuando na minha frente após me ver sem a máscara. Suas lágrimas enquanto me entregava de volta – como se pedisse para eu colocar e não tirar nunca mais. Suspiro. Ela foi para seu quarto depois disso; não tive coragem de impedi-la.

Eu tomei um banho antes de dormir e cai direto na cama, sem vontade ou energia para conferir qualquer coisa. Eu coço os olhos e procuro meu celular na cômoda, ele está do outro lado e o que acabo pegando é meu mp3. Eu não tenho muito tempo para ouvir música, mas ele foi um presente de Alfred e por isso sempre que escuto, escuto lá. Eu não me lembro de tê-lo deixado na cômoda. Semicerro os olhos por um segundo.

Encaro o quarto. Não parece ter nenhuma mudança nele. Olho para meu quadro de investigação, minha estante, passo pela cômoda, o notebook e os dois porta retratos. Um dos Titãs e outro de Bruce e eu, que mantenho virado para baixo. É então que eu pisco duas vezes.

Ele está lá, virado para baixo como sempre, mas a parte de trás deveria estar virada para a direita. Eu sempre deixo virada para a direita. Levanto-me num pulo, indo até o painel e conferindo a última vez que entrei no quarto; ótimo, noite anterior. Tem meu nome lá. Todos os painéis guardam o nome de quem passou, para que tenhamos certa segurança ou saibamos quem foi que esteve na cozinha por último e roubou o pedaço de pizza.

Ah, ótimo. Suspiro. Star descobriu que tem acesso ao meu quarto. Encaro o cômodo silencioso. Me pergunto o que ela viu e o que pensou. Será que ela teria me dito que entrou se não tivéssemos brigado àquela hora? Ou esconderia isso de um jeito ou de outro?

Eu lavo o rosto e escovo os dentes pensando nisso. Visto meu uniforme sem tirá-la da cabeça. Quando chego na sala de estar, ainda estou conferindo minha capa. Na sexta-feira nos costumamos fazer noite de filmes, mas acho que tenho coisas para resolver antes que alguém tenha vontade de assistir algum filme. A porta da sala se abre e ela está como sempre está.

A primeira coisa que vejo é Ravena flutuando sobre a mesa de centro. Sua capa a acompanha como se fizesse parte dela; ondas leves que levam seu cabelo. Ela não recita seu mantra. Vira-se para mim lentamente após alguns segundos e eu vejo olheiras sob seus olhos cinzentos. Ravena pisa no chão com uma delicadeza única e a capa finalmente cai sobre seu corpo.

Me encara por segundos. Muitos segundos. Minha boca é uma linha reta.

— Bom dia – murmura e se vira, indo até a cozinha. Eu levanto minha sobrancelha, confuso. Uma xícara já vazia vai seguindo-a pelo ar e eu faço o mesmo.

— Bom dia...? – repito, vendo-a abrir mão de seus poderes e lavar a louça como qualquer um de nós faria. Estou procurando minha caneca para tomar um café. Felizmente, eu fico descansado com poucas horas de sono. Foi o que Gotham me deixou. – Só isso? – questiono, ouvindo o som das gaivotas no horizonte. Daqui podemos até mesmo ouvir o mar.

Ela me olha sem expressão nenhuma.

— O que esperava? – pergunta, mas não parece interessada na resposta. Bem, essa é a Ravena.

Eu mexo os ombros.

— Não sei. Uma bronca. Um “eu te disse” – digo num suspiro cansado.

— Você não deveria ter falado daquele jeito com a Estelar no telhado, ontem. Nem gritado com ela quando chegou. – Diz, secando a xícara. – Quando chegar a Gotham, Batman não vai gostar de saber que abriu mão de sua identidade para algum membro.

— Não vou contá-lo.

— Você vai, nós dois sabemos – responde simplesmente e eu fico em silêncio. – E eu te disse. O passado é como um fantasma. – E guarda a xícara ficando na ponta dos pés, mesmo sabendo que era só flutuar ela até lá. Estou em silêncio, sem conseguir respondê-la. – Então, satisfeito?  – pergunta, mas não tem deboche na sua voz. Ela fez simplesmente o que eu a disse para fazer.

Eu dou de ombros. É claro que Rae percebeu nossa briga – talvez tenha realmente ouvido. Não estou surpreso.

— Eu acho – murmuro, dando de ombros. Rae suspira e eu assisto o café chegando até a caneca.

— Se você quer minha opinião, – ela coloca uma mecha do cabelo para trás da orelha. – eu apoio sua ida à Gotham.

Eu me viro de costas e me encosto-me ao balcão, provando o líquido.

— Você conhece minha mente melhor do que eu mesmo, eu acho – sussurro, quase querendo voltar atrás no que vou dizer. Não posso. Ravena espera minha conclusão com um olhar monótono. Ela parece cansada. – Você sabe que eu sinto falta de lá, da cidade que me criou, das pessoas e até do cheiro... – a frase é mais amarga que o café e eu recuo. – Ravena, eu não penso em abandonar os Titãs. Nunca. Mas e se quando eu chegar lá... e se as coisas se tornarem diferentes? – pergunto tão baixo que é quase um pensamento.

O que Barbara me disse continua retumbando aqui. Estelar tem esse mesmo medo, é por isso que ela não quer que eu vá.

Ravena segura meu antebraço. O mesmo lugar onde Barbara tocou na noite anterior. Mas seu toque é frio e leve.

— Eu te disse que seu passado é importante, Dick, mas não é quem você é agora. Você não é Gotham ou Batgirl. Você não é o Batman. – Sua voz é firme e ecoa pela minha cabeça. – Você é um Titã.

 E me solta. Nesse momento as portas se abrem e entram Ciborgue e Mutano, conversando animadamente sobre algo. No momento em que me veem ficam em silêncio. Ravena volta a flutuar para o meio da sala. Mutano está coçando a nuca e só se aproxima por que Ciborgue faz isso primeiro.

Ele me olha sério. Eu devolvo o mesmo olhar, mas estou tenso.

— Cara, nós ficamos preocupados – solta, mais leve do que tudo, apesar do tom ainda sério. Eu suspiro de alivio. Estava esperando bronca, sim, como esperava de Ravena. Meus amigos continuam me impressionando. – Você está bem? – Ciborgue não pergunta nada além disso, pois sabe que vou falar quando tiver que falar.

— É... A Batgirl apareceu tão de repente e te levou, assim, do nada... – Mutano vai dizendo, meio constrangido. Hm... acho que sei o que ele está pensando.

— Nós precisávamos conversar. Sabe, coisas de Gotham – desconverso, engolindo outro gole do meu café. – Mas eu estou bem.

Ciborgue suspira, parecendo desconfortável.

— Robin, eu sei que você é o líder e eu não questiono isso, mas acho que a segurança da Torre é algo de comum interesse pro time. Batgirl teve acesso ao teto e nenhum alarme disparou. Isso é, bem...

Eu deixo a caneca de lado e olho para os dois garotos e para Ravena, que ignora nossa conversa, ainda meditando.

— Sim, eu queria falar sobre isso. Eu tenho que pedir desculpas para vocês – digo, olhando mais diretamente para Cy, que acena com a cabeça, mostrando que não está realmente bravo. É só que é ele quem cuida da parte tecnológica da Torre e eu alterei algo sem falar com ele antes. – Mas isso foi uma exigência da Liga. A grande parte dos heróis cadastrados tem acesso à Torre, eu sou o único que recebe uma notificação no comunicador por ser o líder – explico. – Eu não pensei em avisá-los, porque, bem, eu não achei que alguém realmente viria sem avisar antes.

Cy arqueia as sobrancelhas.

— Mesmo? Uma exigência da Liga? Eles exageram. – Move a cabeça de um lado para o outro e eu concordo. – Se um de nós aparecesse na Torre de Vigilância do nada, com certeza algum laser gigante nos incapacitaria – e assobia, rindo. Eu rio junto só de pensar nisso. A Torre de Vigilância é, na verdade, muito tranquila.

Mutano olha de Cy para mim e então balança as mãos.

— Ah, agora que já resolvemos isso... – vai dizendo, como se ele tivesse acabado de participar da conversa. Eu e Ciborgue o olhamos de maneira engraçada. – Sabe, Robin, eu fiquei pensando se...

— A Batgirl não vai te dar um autógrafo – corto na hora, botando mais café na minha caneca.

A boca de Mutano cai no chão.

— Ah, qual é, Robin! – diz, juntando as mãos. – O que custa você pedir?! Um só – vai pedindo com falsas lágrimas nos olhos e eu ignoro, tomando meu café. Cy está rindo enquanto pega ovos para preparar alguma comida, depois de ligar a TV.

— Hm... Acho que Mutano não é o único que vai querer um autógrafo da Batgirl. – A voz de Ravena soa no ar e nós três olhamos para ela. Ela aponta para a TV com o queixo. Eu me aproximo e pego o controle para aumentar o volume.

É um talkshow da parte da manhã, daqueles que mescla noticias, receitas e fofocas de artistas. A apresentadora está sentada em uma poltrona e olha sugestivamente para a grande tela atrás dela, que tem uma foto gigante... minha e da Barbara. Automaticamente estalo a língua. É no momento em que ela começa a falar que ouço a porta da sala abrindo e sei que Estelar está parada bem ali – não tenho tempo de desligar a TV sem que pareça estranho.

— E olha só, parece que acordamos com algo muito interessante... Vejam só se a nossa morceguinha preferida não deixou a grande e perigosa Gotham para encontrar o namorado no outro lado da cidade... — Vai dizendo, enquanto a minha foto com Barbara passa a estampar a TV toda, com a legenda “Batgirl e Robin, o casal dinâmico?!”. O trocadilho é horrível, mas mal reparo nisso. A foto é do momento que estou indo embora e Barbs segura meu antebraço. A qualidade é péssima, mas estamos próximos e as cores nos denunciam. Droga. Eu tinha prestado atenção a noite toda. – Alicia, é isso mesmo que estamos vendo?

A câmera foca numa outra apresentadora, que parece uma comentarista especialmente para fofocas. Ela está, ironicamente, usando uma camiseta com a estampa do Batman.

 Ellen, você não ama um amor proibido?! Bem, espectadores, nossa querida Batgirl deixou Gotham por tempo indeterminado e, na madrugada passada, foi avistada rondando Jumpcity com a sensação Teen, Robin. Lembrando que se especula um namoro deles de anos atrás, mas que teria terminado na mesma época em que Robin deixou Gotham. E eles não estavam com os Titãs...  

— Ninguém pode dizer que Batgirl é boba, certo? Eu é que não arriscaria uma briga com a Estelar.

— Ah, Ellen, eu não sei. Quem sabe no planeta da Estelar elas não dividem os homens ou coisa assim? — todo mundo da produção ri. Estou encarando a TV como se pudesse explodi-la. Isso é quase xenofóbico. Antes que eu possa desligar, alguém tira o controle da minha mão e a transmissão acaba.

 – Saudações, amigos – Estelar diz, mas seu tom é frio e sério. Ela deixa o controle no sofá e passa direto para a cozinha. Sei que os outros Titãs se encaram e eu não olho para ninguém, nem para ela.

Mutano abre a boca para falar algo e é nesse momento que o alarme da Torre dispara, piscando vermelho rapidamente. Eu volto a ligar a TV, mas dessa vez conectada com a central de segurança.

— Titãs, Dr. Luz está atacando o centro comercial – digito a senha e as coordenada mostram uma câmera de segurança, apontada para Dr. Luz que tenta roubar um banco. Jumpcity não é como Gotham, mas em todos os lugares nós achamos policiais corruptos e é por isso que ele está na rua.

— Quem raios tenta roubar um banco às nove da manhã?! – Mutano questiona, bravo.

— Vilões não curtem café da manhã – Raven comenta, piadista, e cria uma grande bola negra de energia. É um convite para eu e Cy irmos com ela. Mutano se transforma numa águia que guincha como se risse.

— Vamos apostar, BB. Se eu acertar mais golpes nele, você vai me pagar um rodízio numa churrascaria – brinca Ciborgue e águia vem com as garras atacá-lo. Eu olho para Estelar, que está de costas para o balcão.

— Star? – chamo e ela se vira, me olhando. Tem tantas olheiras quanto Rae. Respira fundo e fecha os olhos. – Você está bem? – pergunto, preocupado.

Ela balança a cabeça, ainda de olhos fechados, e parece estar se concentrando. Um sorriso doce aparece no seu rosto e finalmente ela deixa o chão, flutuando com delicadeza. Ela força as mãos para trás e, quando volta, tem duas grandes e verdes starbolts, super carregadas.

— Estou. Agora estou.

 

 

 Dr. Luz está com algemas nos pulsos e murmura alguns xingamentos nada bonitos. Eu reduzo o bastão e passos informações gerais para um policial. Ravena está escondida sob o capuz e Mutano e Ciborgue contam quantos golpes teriam acertado, tentando consultar Rae para saber se um deles está roubando. Star ri, dizendo que não prestou atenção nos outros durante a luta. Eu me aproximo de sua rodinha.

— Então, o que vai ter para o almoço? Rodízio de churrasco ou de salada? – Olho divertido para os outros dois garotos.

— Robin, você viu quando eu dei um coice no Dr. Luz, não viu?! – pergunta BB, e eu tento me lembrar. Sei que havia uma zebra verde em algum momento da luta, mas os golpes do Dr. Luz são justamente para nos deixar cegos.

— BB, ninguém viu esse coice. Mas ele vai se lembrar para sempre dessa belezinha aqui – Ciborgue beija o canhão e finalmente o desativa. – Booyah!

— Eu sugiro que comamos a massa fina pouco saudável e pouco temperada, às vezes queimada, com bordas crocantes, cortada em formato de círculo e recheada conforme nossa vontade. Geralmente vegetais, legumes e folhas de um lado, e a coagulação do leite e embutidos no outro – Star diz, rápido demais, como se focada em outra coisa. Mutano pisca para ela e olha para nossa cara, sem entender.

Eu sorrio para ela, mas ela desvia o olhar parecendo pensativa de repente.

— É, eu acho que a pizza é uma boa.

 

 

— Cy, que dia é hoje? – Mutano pergunta, quando vem subindo com duas pizzas que pedimos por telefone. Me pergunto o que o entregador pensa toda vez que vem aqui na Torre. BB está olhando para o recibo de forma curiosa.

— 16 de Junho – Cy responde, largando o controle de videogame. Estamos nós dois jogando. Estelar está encolhida do lado de Ciborgue. Eu queria falar com ela, sinto que está me evitando, mas não sei se devo. Ela parece chateada ainda. Foi por isso que escolhi ficar na sala e não ir para a sala de investigação, achei que assim talvez ela ficasse menos chateada comigo. Vou tentar passar o maior tempo possível com os Titãs antes de ter que ir para Gotham. – Por quê?

— Não sei, cara, acho que estou esquecendo alguma coisa... – murmura, deixando as pizzas em cima do balcão. Quando ele diz isso eu estreito os olhos e percebo que Cy faz o mesmo. Bem, agora que BB falou, realmente. Star está nos olhando curiosa. Ainda hoje ela diz que tem um problema com o calendário humano e por isso não deve estar associando Junho à nada.

É então que eu me lembro. 17 de Junho. Foi quando tive a briga final com Bruce. Dia 18 eu já estava em Jump e, pela noite, foi quando eu os conheci. Quando eu a conheci.

— 18! É o aniversário dos Titãs! – diz Cy, animado, ao mesmo tempo em que penso o mesmo. BB sorri na hora.

— Sim, é isso! – Ele se senta no sofá, já com um pedaço de pizza na mão. – Cara, é ótimo quando você descobre aquilo que tava tentando lembrar – diz, animado. Então olha para nós. – A gente tem que fazer uma festa!

— Acho que tá meio em cima para avisar os Titãs da Costa Leste... – Cy olha para cima, pensativo. Eu concordo, demoramos para lembrar da data. – Mas a gente pode comemorar aqui. Bolo e decoração.

— Seria legal – admito, me levantando com Cy para pegar um pedaço de pizza. Estou pensando que é o mesmo dia que Barbs disse que iria embora. Estelar nem se move, eu a encaro, mas só posso ver a lateral do seu rosto. – Não seria, Star? – Os outros dois também a olham. Devem ter percebido que Star está esquisita.

Eu sirvo um outro pedaço num prato e pego o meu próprio na mão. Volto a sentar no sofá, dessa vez do lado dela, sem deixar que Cy fique no meio de nós dois.

Ela pisca para o prato que acabei de estender, como se nunca tivesse visto um prato na vida, e me olha, parecendo confusa. Então pega o prato devagar e deixar o cabelo cair pela lateral do seu rosto. Eu não gosto disso.

— Ah, sim, seria. Seria legal, sim. Obrigada – Mutano e Cy se olham meio duvidosos com a resposta vaga dela.  Ela nem sequer toca na pizza. – Em Tamaran, nós não comemoramos aniversários – Diz, agora mais sério do que antes. Mais... sombria.

O barulho da porta se abrindo chama nossa atenção e nós três tiramos nosso olhar de estranhamento de Star. Ela está brava comigo, mas BB e Cy não tem ideia disso.

— Em Azarath, nós acenderíamos incensos – Ravena diz, se dirigindo diretamente para a caixa de pizza. Seus olhos não saem de Star, apesar disso. O pedaço flutua na sua frente, cercado por uma energia negra, conforme ela se aproxima de nós. – Mas não sou contra a ideia de comer bolo.

— Está decidido, então! – Mutano bate as mãos, animado. – Eu vou criar uma playlist de aniversário muito louca. Star, você pode me ajuda a pensar em alguns jogos, eu sei que você adora pregar o rabo no burro! – e ele se transforma num burro verde, balançando o rabo sobre o olhar de desaprovação de Ravena.

Star olha para ele sem parecer focalizá-lo. Um sorriso amarelo surge no seu rosto. Não é a reação que Mutano esperava, pois Star sempre ri alto das bobagens que ele faz.

— Sim, BB, seria ótimo – concorda vagamente outra vez e deixa seu prato de lado. O pedaço está inteiro. – Amigos, eu preciso tomar um ar. Logo estou de volta – e se levanta, pronta para ir.

Eu deixo meu prato de lado também, já me levantando.

— Eu posso ir com voc...

— Não é necessário – me interrompe num só movimento e eu me calo na hora. Cy e BB arqueiam as sobrancelhas, surpresos. Ela não fala assim comigo. Acho que mereço. Mais uma vez, seus olhos estão apagados. Star se vira. – Quero ficar sozinha.

E segue andando até as escadas, mesmo que pudesse sair voando por alguma janela. Eu a assisto ir. Quanto mais longe de mim, menor ficar. Ela termina de subir as escadas e desaparece. Quero ir atrás dela, mas algo me dizer que é melhor que eu fique. Gotham parece mais distante. Jump parece menos acolhedora.

Meu comunicador vibra e eu o tiro do bolso, para ver uma mensagem de Barbs. Como eu ando pouco com o celular, achei que era melhor que pudéssemos nos comunicar assim.

“Acha q Bruce vai ficar bravo qnd me ver em tds esses jornais?”

E, em baixo, uma foto do Jump Morning, o jornal principal da cidade, cuja manchete faz outra referência para mim e Barbs. Não consigo ler, mas sei que o nome de Estelar deve estar lá com outras opiniões idiotas como a da mulher da TV. Eu guardo o comunicador.

Quero subir e dizer que não vou sair de Jump. Que vou resolver as coisas com um telefonema, um email. Mas eu não mentiria desse jeito para ela. Eu não diria que não tenho vontade de fazer algo que quero fazer. Eu quero ver Gotham, tanto quanto a quero agora. Eu quero ir para Gotham, não para fugir dos Titãs, não para deixar isso para trás, mas para ter a certeza que meus pés estão firmes aqui.

E só quando meus pés estiverem firmes nesse chão, só quando eu tiver deixado as sombras do passado para trás, só assim eu posso voar com ela. 


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Notas finais do capítulo

Capa dos Capítulos: http://invisibleninja12.deviantart.com/art/Kaju-550569271
Capa da fic: http://invisibleninja12.deviantart.com/art/Day-and-Night-547040495

Ah, eu queria agradecer todos os lindos que estão acompanhando, mt obg mesmo ♥
Como sempre, eu n reviso, então perdão qualquer erro aí kkk
Me deixem saber se vcs estão curtindo ;] voltando a falar que muitos trechos podem ser poéticos demais, mas a fanfic foi feita pra ser desenvolvida assim e é um jeito que eu curto bastante.
Sobre cenas da ação: terão, sim, mas só quando eu achar necessário. Aqui só encheria linguiça, né kkk
É isso, obrigada mesmo, um grande beijo!



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