Redescobrindo a felicidade escrita por Lady Fos


Capítulo 8
Capítulo 8 – O Tempo Voa


Notas iniciais do capítulo

Vamos ter uma passagem de tempo nesse capítulo. Se vocês estranharem alguma coisa, leiam as notas finais que eu vou tá explicado a idade deles direitinho, tudo bem? No mais, boa leitura pessoas ♥



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Marinette estava deitada ainda. Era domingo de manhã e ela se recusava a levantar cedo nos domingos. Por não estar acordada ainda, acabou levando um susto quando Adrien do nada subiu em cima dela, cutucando a sua bochecha igual aquelas crianças importunas fazem.

—Por que está tentando me acordar em plena madrugada Adrien? – Marinette estava toda descabelada e com uma cara de ódio mortal.

—Não estamos mais na madrugada, já passou das 11:00 Mari. – Ele até quis disfarçar o riso, mas não conseguiu. Sua namorada ficava muito engraçada quando fica brava.

—Não importa, hoje é domingo e eu quero dormir. – Ela falou, voltando a cobrir o corpo inteiro com o lençol.

—Não, não e não, nada de voltar a dormir, já tá muito tarde e hoje nós vamos aproveitar. – Adrien, que estava deitado ao lado dela na cama, puxou o lençol o que a fez se encolher.

—Se for pra aproveitar meu aniversário como no ano passado eu prefiro morrer. – Ela cobriu a cabeça com o travesseiro.

Ela se referia a ideia de Alya de leva-los num bar para comemorar. Marinette bebeu muito e quase se transformou em Ladybug na frente de todos. Só serviu para ela não lembrar de nada e acordar com uma baita ressaca no dia seguinte.             

—Tudo bem, eu não devia ter deixado você beber tanto naquela noite, mas hoje vai ser diferente, eu prometo. Pra começar, vamos ser só você e eu. Então levanta logo pra se arrumar, vou fazer alguma coisa pra gente comer. – Ele deu um beijo carinhoso na testa dela. – E vê se tem cuidado no banheiro, hein?

—No banheiro? Por que? – Ela perguntou curiosa, sentando na cama e se espreguiçando.

—Porque você já está quase uma vovó de idade, pode acabar escorregando e acidentes em banheiros são frequentes em ido ... – Ela jogou uma almofada na cara dele, impedindo-o de completar a frase.

—Você só tá com inveja porque eu faço aniversário primeiro que você. Tá com inveja porque agora eu tenho 23 e você só 22.* – Ela se levantou com um sorrisinho de contentamento no rosto.

—Nah, só se for mesmo. – Ele colocou a almofada na cama e depois foi até ela, abraçando-a por trás e dando um beijo no pescoço dela. Ela apenas fechou os olhos e fez carinho no cabelo dele. Depois de dois anos de namoro ela já não ficava com vergonha das carícias dele.

Ele fez uma trilha de beijos desde a base do pescoço até o cantinho da boca. Subiu até a orelha, onde deu uma mordida de leve.

—Feliz aniversário, princesa. – Ele sussurrou, dando uma sensação de arrepio pelo corpo dela, quase como uma corrente elétrica passando. Ele voltou a fazer a trilha de beijos, dessa vez desde a orelha até a bochecha, parando em frente a boca, onde ela já sentia a respiração dele.

Ela fechou os olhos, esperando o beijo que não veio. Demorou para processar que as mãos que lhe abraçavam já não estavam em seu corpo, e quando ela abriu os olhos, encontrou Adrien com uma expressão de risada contida.

—Você fica uma gracinha com um biquinho, esperando que eu fosse te beijar. Acho que vou fazer isso mais vezes. – Dessa vez ela jogou um pente no rosto dele, que o atingiu em cheio, o fazendo se retirar reclamando que ela ia começar a pagar as idas dele ao hospital por causa das coisas que sempre jogava nele.

—--~---

Marinette encontrou Adrien na cozinha do apartamento, já comendo os ovos que havia preparado com algumas torradas.

—Eu tinha planejado um café na cama para hoje, mas quando vi que você ia demorar para acordar, eu desisti. Ah, seus pais ligaram, vão fazer um almoço para o seu aniversário e pediram pra gente tá lá na casa deles de 12:00.

—12:00? Por que não me acordou? – Ela colocou uma torrada na boca enquanto pegava da mesa o que estava sujo e vazio já para colocar na pia.

—Hey, calma. Você é a Marinette, filha deles. Eles sabem que você acorda tarde dia de domingo. – Ele ria do desespero dela em juntar logo as coisas. – Eu disse que só iriamos mais tarde porque você ainda nem tinha acordado.

—Sério? – Ela revirou os olhos, vendo que toda a correria dela parecia não ter servido para nada.

—Sério, você sabe que eu sou um cara prevenido. – Ele respondeu, vendo-a se acalmar e sentar à mesa para comer outra torrada. Ele deu um gole no café. – Depois do almoço, o que acha da gente ir no cinema? Ou no parque? Você escolhe. Mas a noite, nós já temos compromisso marcado.

—Que compromisso?

—Fiz uma reserva pra gente naquele restaurante novo. A gente ainda não foi lá então achei que seria uma boa. Sem falar que eu soube que servem umas comidas exóticas que a gente podia provar.

—Você falando isso parece até o Plagg. Por falar nisso, não o vi e nem a Tikki, onde estão?

—Da última vez que os vi, estavam brigando por alguma coisa no seu banheiro. – Ele riu.

—Sei. Bom, eu vou lavar os pratos e depois vou me arrumar, por que você não...

—Não, não senhorita, hoje você não vai lavar um prato sequer. Você vai se arrumar e eu ajeito tudo pra você aqui.

—Toda vez que você vem pra cá você lava os pratos. – Ela fez um bico de descontentamento.

—E o que tem? Quando a gente tiver a nossa casa, vamos dividir as tarefas. E hoje é seu aniversário, você não vai fazer nada. Agora vai lá. – Ele começou a juntar o que havia restado na mesa enquanto ela se dirigia ao quarto para se arrumar.

—--~---

Depois do almoço e do cinema, eles voltaram para casa para tomar outro banho e se arrumarem melhor para o jantar. Alya e Nino ligaram para dar os parabéns, pois eles estavam numa viagem curta a trabalho, já que Nino havia recebido um convite para tocar fora do país.

Ele vinha se destacando na internet, onde fazia vídeos, sem falar que agora trabalhava em duas boates. Alya estava trabalhando como repórter investigativa na TV e além que tinha uma coluna no jornal local. Eles atualmente estavam morando juntos, mas só conseguiram a dádiva quando Alya começou a trabalhar, o que tinha sido no começo do ano. Apesar de estarem noivos, estavam sem pressa para pensar no casamento.

Marinette quase quis matar os amigos por estarem longe dela nessa data, mas ela só os perdoava porque a chance era realmente imperdível.  Depois de conversarem um pouco, depois de gritos dos meninos querendo um falar com o outro e até parabéns dos kwamis deles, a ligação finalmente foi encerrada e Marinette foi terminar de se arrumar.

Segundo Adrien, o restaurante era maravilhoso, parecia coisa de filme, então Marinette quis se arrumar o melhor que pôde. Ela agora estava trabalhando juntamente com Gabriel, e apesar de que pretendia ter sua própria marca um dia, ela gostava da rotina que levava trabalhando com o sogro. Ela trabalhava diretamente como uma espécie de co-criadora da marca. Por causa do emprego, conseguiu comprar um apartamento ótimo para ela e vivia muito bem.

Embora não conhecesse Gabriel Agreste muito bem antes de namorar com Adrien, Marinette conseguiu construir alguma intimidade com ele, apesar de concordar com o namorado que as vezes ele apresentava um comportamento estranho e que com o tempo, foi ficando cada vez mais frequente, principalmente quando Adrien comprou o próprio apartamento e o pai ficou sozinho na mansão.

—No que está pensando? Está tão calada. – Adrien falou, observando que Marinette do nada havia se calado e parado de se maquiar.

—Pensei no seu pai. Ele não melhorou?

—Não, em nada. Eu meio que tô ligando uns pontos sobre o que tá acontecendo e acho que sei o que tá causando tudo isso. Mas agora não é o momento para conversarmos sobre isso.

—Tudo bem. – Ela concordou porque viu a cara séria que ele fez. Insistir só iria deixa-lo chateado, já que o assunto era delicado demais. – Só vou pôr os sapatos e nós poderemos ir.

—--~---

O restaurante realmente parecia coisa de outro mundo. Literalmente. A começar que não era um restaurante, era uma lanchonete. Isso fez Marinette se enfurecer ao notar a ‘’trollagem’’ do namorado. A lanchonete era grande e inspirada no espaço e várias coisas consideradas alienígenas. Ela queria enforcar Adrien ali mesmo, entendendo porque ele não quis botar o terno que ela tanto pediu para que vestisse, optando no lugar dele por uma camisa branca, uma calça preta e tênis comuns.

—Adrien? Marinette? – O casal se virou em direção a voz, encontrando Chloé sentada com o pai numa das mesas do canto. O ex-prefeito fora acometido por um câncer na garganta, que estava em sua fase inicial. Por conta disso, passou por muitos tratamentos e agora estava bem de saúde novamente. Nesse meio tempo, Chloé ficou muito afetada, tendo mudado drasticamente suas atitudes com todos e ainda mais depois de receber o Miraculous e trabalhar diretamente com as pessoas que um dia ela zombou.

No conceito de Marinette, ela subiu 100%, pois agora estava outra pessoa. Humilde, gentil, amigável e fiel eram características que Marinette lhe atribuiria rapidamente e hoje agradecia pelo fato de conhecer aquele lado da loira.

—Oi Chloé. Olá senhor Bourgeois. – Marinette acenou para os dois e Adrien também os cumprimentou. Depois de algumas palavras trocadas, foram se sentar, Marinette colocando uma cara feia novamente, devido a sua situação de estar com um vestido vermelho longo numa lanchonete.

—Quando chegar em casa, vou te matar.

—Acho que não, meu amor. Não se preocupe, eu planejei nossa noite e no final você vai estar com um sorriso no rosto. – Ele estava com um sorrisinho quase bobo no rosto, o que despertou a curiosidade da mestiça.

—Do que está rindo? Da minha cara por que estou com essa roupa num lugar feito esse?

—Na verdade, é disso mesmo. – Ele falou, colocando o cardápio na frente do rosto para esconder o riso.

—Idiota, você me enganou. – Ela fez um bico e virou o rosto.

—Nah, foi por um bom motivo.

—Ah é, qual? Por que eu só vejo as pessoas olhando para mim como se eu fosse uma doida.

—Você não é uma doida, você está linda. – Ele fez questão de olhar nos olhos dela ao dizer isso, fazendo-a corar de leve e apenas baixar os olhos como resposta. – Vai querer um cheeseburger?

—Por que não né? – Ela suspirou, mas estava morrendo de fome.

Jantaram e no final Marinette acabou esquecendo a raiva da brincadeira do namorado. Quando estavam saindo, Chloé e o pai saíram juntos e os quatro foram conversando até o carro.

Marinette achou que ele fosse deixa-la no apartamento dela e que fosse seguir para o dele, mas estava enganada, pois ele seguia para a Tore Eiffel.

—O que vamos fazer aqui?

—Vim te dar o seu presente.

—Achei que o nosso jantar no ‘’restaurante de filme’’ fosse o meu presente. – Ela fez aspas com os dedos.

—Você acha mesmo que eu ia te dar de presente uma ida numa lanchonete espacial? Isso só serviria se tivéssemos 15 anos. – Ele deu uma risada, logo voltando ao sorriso discreto que manteve durante todo o dia.

—Você tá com um sorriso estranho. O que tá aprontando, Adrien Agreste?

—Só tô presenteando minha namorada, não posso? – Ele estacionou, saindo do carro e indo ajudar Marinette a andar pelo gramado com aqueles saltos.

—Sei. – Ela estava desconfiada.

O lugar estava lindo, com a Torre toda iluminada. Eles andaram um pouco e sentaram num banquinho.

—Deveríamos algum dia vir aqui transformados, para olharmos lá de cima a vista. Deve ser lindo demais. – Marinette falou, olhando para o alto da torre.

—Err, Marinette... – Ele falou, aparentando nervosismo na voz.

—Oi?

—Queria te dizer que o jantar na lanchonete não foi planejado, eu realmente queria ter te levado num restaurante legal, mas eu não consegui vaga. Sabe como é, dia de domingo é cheio. Espero que não tenha ficado com raiva disso.

—Ah, tudo bem, eu acho. Mas por que me deixou sair com essa roupa? – Ela não estava reclamando nem nada, mas a testa franzida indicava uma intriga com a explicação de Adrien.

—Bem, eu... – Ele apalpou os bolsos do jeans que usava, pegando algo. – Você sempre me disse que se eu fosse te pedir em casamento, você queria tá vestida muito bem e queria que tudo fosse fotografado e tudo mais, por que queria que fosse especial. – Ele se ajoelhou na frente dela, enquanto ela esbugalhava os olhos, sem saber se ria ou chorava. – Eu queria ter feito isso mais cedo, mas como nossos fotógrafos precisavam chegar de viagem, inventei o restaurante que no final nem consegui te levar. – Ele apontou com a cabeça para uma árvore, de onde ela pôde ver Nino e Alya, ambos com câmeras nas mãos. Ela estava tão sem reação que não conseguiu acenar como queria.

—Eu... eu... – Adrien a calou, colando o dedo na boca dela.

—Eu sei que não sou perfeito e sei que demoramos muito pra perceber certas coisas . – Algumas pessoas se juntaram ao redor do casal para olhar. – Mas quando você entrou na minha vida, ao mesmo tempo que tudo mudou, tudo pareceu ficar mais encaixado, tudo pareceu funcionar. E hoje eu já não posso mais viver sem você. – Ele suspirou, por um segundo o medo atravessou os olhos verdes e ele baixou o olhar, mas logo se recompôs, olhando determinado para ela. – E eu só queria te perguntar se você aceita trocar seu sobrenome pra Agreste, Marinette Dupain-Cheng?                

Marinette ficou surpresa. Claro que depois dele ter se ajoelhado ela sabia o que ele ia fazer, mas ela parecia ter parado no tempo, acordando só quando ele voltou a falar:

—Você aceita casar comigo, Mari?

—Mas é claro que eu aceito. – Ela se jogou nos braços dele, os dois caíram no chão desse jeito, mas não poderiam estar mais felizes. Ela tinha algumas lágrimas nos olhos, mas tratou logo de seca-las e colocar um sorriso no rosto.

Com ela sentada no chão, ele colocou o anel no dedo anelar direito dela. Ela em retribuição, pegou a mão dele e a beijou, como por muito tempo ele fez com ela. Ele se surpreendeu com o gesto, mas quando ela o olhou, só viu amor e carinho naqueles olhos azuis que tanto amava, não resistindo a um beijo no meio de todas aquelas pessoas, que aplaudiram o ato.

Aos poucos todos foram se dispersando, restando apenas Alya e Nino, que registraram a última foto daquela noite: Marinette e Adrien com as testas coladas, com os olhos fechados e dizendo algumas palavras que eles não escutavam, mas provavelmente um ‘’eu te amo’’ bem na frente da Torre Eiffel.


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Notas finais do capítulo

*Aí vocês vão falar: mas eles não estavam com 19 anos? Então, na one-shot, se eu não me engano, tem isso explicado, que eles tem 19 naquele momento, mas vão completar 20 no mesmo ano. Ou seja, passaram-se 3 anos, então nesse ano ambos fazem 23, embora no momento do capítulo, Adrien esteja com 22, porque eu gostei da ideia dela ser alguns meses mais velha que ele.

Ah, casamentos. Eu adoro casamentos. Então, gostaram do pedido? Gostaram da ''trollagem'' do Adrien, mesmo que tenha sido sem querer? Não sei se ficou romântico como eu queria que ficasse, mas espero muito que vocês tenham gostado. Nos vemos no próximo sábado, comentem, me digam o que acharam do capítulo. Beijos :3



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