Marinette estava na cozinha com a moça das flores quando escutou um choramingo. Pediu licença e foi até o quarto do filho para o ver no berço, coçando os olhinhos vermelhos e com algumas lágrimas.

Ela o pegou no colo, sentindo o peso do garotinho de dois anos. Ele abraçou o pescoço dela, apoiou a cabecinha no ombro e fechou os olhos novamente.

—Desculpe, ele tinha dormido cedo. – Marinette deu um sorriso para a mulher que esperava pacientemente no sofá do apartamento.

—Está tudo bem. – Ela devolveu o sorriso. – Se quiser, posso voltar outro dia.

—Não precisa, ele vai ficar quietinho, não é Louis? – O bebê nem se mexeu quando Marinette falou com ele. A moça riu.

—Tudo bem, podemos resolver logo então.

—--~---

Quando Adrien chegou em casa, uma música infantil tocava a todo vapor na TV da sala. O pequeno loirinho de olhos azuis mal desviou os olhos quando a porta abriu, mas assim que o pai chegou perto, ele correu para abraça-lo.

O loiro mais velho o abraçou com toda força, sorrindo com a felicidade que a criança gritava ‘’papai’’.

—Como foi seu dia? Tomou conta da mamãe? – Adrien falou depois que colocou o menino no chão.

—Tomei sim, ela se compotou dileitinho.

—Eu ouvi, mocinho. – Marinette surgiu do quarto, já estava de camisola. Ela deu um beijo em Adrien e Louis voltou a assistir o desenho. – Você vai fazer o jantar maravilhoso que você faz ou quer que eu peça uma pizza?

—Estou com preguiça, vamos comer pizza mesmo.

—Você tem uma coragem... – Ela falou, indo em direção ao telefone.

Adrien ficou brincando com Louis enquanto Marinette ficou reclamando do barulho, porém se juntou as brincadeiras dos dois quando encerrou a ligação.

Depois de colocar o filho para dormir e depois de organizarem algumas coisas, foram se deitar.

—Escolhi as flores hoje. Tudo está se encaminhando. – Ela apagou a luz e deitou ao lado dele.

—Pois é. Finalmente você vai virar a senhora Agreste também. – Adrien a abraçou por trás, dando vários beijos desde a nuca até a boca.

—Senhora Agreste é a sua mãe. Jamais vou ser reconhecida assim. – Ela riu, acariciando o rosto dele.

—Talvez seja verdade. Apesar da gente já morar junto, já ter o Louis e tudo mais... Eu estou ansioso. Não sei. Pensar que daqui a algumas semanas vamos realmente casar. Parece até que algo a mais vai acontecer. – Ele mordeu o lábio, como que com vergonha pelo que disse. Marinette riu, abraçando o tronco do rapaz.

—Ah, é. Quem sabe algo realmente não aconteça? – Ela riu, fechando os olhos por fim para dormir.

—--~---                                             

Semanas depois

—Marinette faz isso de propósito, ela sabia que eu ficaria preocupado e ansioso.

—Cara, ela não disse que estava bem? – O loiro assentiu. – Então sossega aí. É teu casamento, tu tem que aproveitar mais que qualquer um. Ela só deve tá querendo te dar um presente ou algo assim.

Nino e Adrien discutiam sobre Marinette ter mandado uma mensagem para Adrien dizendo que tinha uma notícia boa e outra ruim. A boa ela só contaria mais tarde, depois da festa e tudo mais e a ruim era que iria atrasar o casamento em uma hora, porque havia passado mal por provavelmente algo que comeu na despedida de solteira na noite passada.

Louis estava com os ‘’homens’’, que no momento era só o pai e o padrinho, já que os outros haviam ido embora. Como ele iria entrar como pajem, tinha que estar na igreja antes da noiva, portanto, iria mais cedo com o pai.

—Louis, pimentinha, não mexe nisso não. – Nino correu até o garotinho, que mexia nos enfeites da igreja. Adrien foi até os dois e pegou o filho no colo.

Os convidados iam chegando e todos babavam em cima do loirinho, que adorava a atenção. Adrien também foi explicando a todos que a cerimônia iria atrasar um pouco pelo mal estar da noiva.

Embora fosse Adrien que estivesse se sentindo a noiva com aquele nervosismo todo.

—--~---

—Mari, tem certeza que você tá bem o suficiente pra casar? – Alya perguntou, indo para o lado da amiga.

—Claro que estou. – A maquiagem estava sendo concertada depois dela ter passado mal. – Relaxa que vai dar tudo certo, com certeza foi aquela comida de ontem.

—É, talvez... – A morena se distanciou desconfiada, mas não contestou.

Alya foi então colocar os brincos para completar o look de madrinha, que consistia num vestido bordô com um toque roxo. As outras madrinhas – Chloé e uma prima de Marinette – usariam modelos diferentes, mas da mesma cor. No momento, elas já estavam na igreja, para garantir que tudo estaria no lugar.

—Alya, me ajuda com o vestido? – A mestiça falou, se levantando da cadeira onde estava. – Meninas, muito obrigada pela paciência, por tudo, de verdade. – Ela agradeceu as meninas que fizeram o cabelo e a maquiagem, dando um abraço em cada uma delas.

—Aqui. – Ela passou a peça branca para Marinette, que foi vesti-lo. – Te ajudo a fechar. - Com um pouco de dificuldade, ela conseguiu fechar.

—Desculpe, acho que engordei um pouco desde a última prova. Você sabe, nervosismo me faz comer que nem louca.

—Eu sei, mas você deveria ter se controlado. Mais um pouco e o vestido não iria fechar. – Alya bronqueou, mas logo depois sorriu. – Você está linda Mari. Eu quero chorar. – As duas se abraçaram.

—Você fala como se esse fosse o primeiro casamento das nossas vidas. Até parece que não passou por tudo isso já. – Marinette falou, sorrindo para a amiga.

—Nah, não tenho culpa se agora os hormônios estão me afetando da forma mais maluca possível. – Alya se referia a gravidez de poucas semanas. Ela havia descoberto somente uma semana antes do casamento de Marinette.

—Eu imagino mesmo. – A mestiça colocou levemente a mão na barriga da amiga, sorrindo. As duas novamente se abraçaram, mas dessa vez foi mais demorado.

—Tá bom, já chega. Assim vamos borrar a maquiagem e vai atrasar ainda mais o casamento. Vamos, Adrien já deve estar maluco.

—Ah, com certeza. Ele ficou mais nervoso que eu nessa história. Nem parecia o homem calmo no parto do Louis .

—É, pois é. Homens, sabe que eles não fazem sentido nenhum. – Alya ajudou Marinette a subir no carro que a levaria para a igreja, entrando logo depois.

—--~---

Adrien só conseguia se distrair da ansiedade por causa do filho, que corria para lá e para cá. Porém, quando escutou da moça que cuidava da organização que a noiva havia chegado, parecia que o mundo havia parado.

A partir do momento, ele quase entrou num transe, que continuou enquanto ele olhava para Marinette andando até ele. Deslumbrado, admirado, mais apaixonado... Era assim que se sentia.

Somente quando Tom lhe entregou a filha foi que ele voltou a realidade.

—Você está maravilhosa. – Ele quase a beijou naquele momento, quase. Não fosse sua consciência controlando seu impulso, ele a pegaria dali junto com o filho para viverem longe de tudo e todos, numa bolha de felicidade só deles.

—Você também não está de se jogar fora. – Ela deu uma risadinha discreta, assim como ele.

Muitas fotos, muitas palavras... A cerimônia foi se desenrolando de forma tranquila, embora o pequeno Louis constantemente quisesse ir ficar com os pais, pulando de braços entre os avós para segura-lo e distraí-lo.

—Pode beijar a noiva. – A frase tão esperada foi dita. Então sem hesitação nenhuma, ele a beijou como se o mundo estivesse preste a acabar.

Quando se separaram, ambos estavam de bochechas vermelhas e com sorrisos sinceros escancarados no rosto. Finalmente estavam casados.

—--~---

A festa foi num salão pertinho da igreja. Muita comida e bebida e muita diversão. A decoração foi simples, assim como na igreja, assim como as roupas... Marinette e Adrien não quiseram nada extravagante.

Depois de horas de festa, os noivos foram passar juntos a primeira noite como casados num hotel e só viajariam no dia seguinte. Louis ficaria com os avós.

Quando trancaram a porta do quarto, Adrien pegou Marinette no colo, depositando muitos beijos em seu rosto. Caminhou até a cama, deitando-se com ela.

—Adrien, tenho algo importante pra te falar. – Ela disse quando se separaram.

—Pode esperar até amanhã? – Ele desceu os beijos para o pescoço.

—Não, não pode. – Ela riu, pois estava sentindo um pouco de cócegas. – É o seu presente de casamento.

—A gente não tem que dar presente um pro outro, amor. – Ele olhou intrigado pra ela.

—Você vai gostar desse. – Ela segurou a mão dele, pousando na barriga dela. – Da primeira vez, todo mundo ficou sabendo. Dessa vez, queria que fosse realmente o primeiro a saber, já que esse momento é só nosso.

—Você está grávida de novo? – Ele perguntou, olhando nos olhos dela a procura de qualquer vestígio de brincadeira.

—Sim, estou. – Ela sorriu para ele. Os olhos do loiro se encheram de lágrimas e ele logo a abraçou.

—Não acredito que vamos passar nossa lua de mel grávidos. – Ele sorriu, mesmo chorando, com a piadinha.

—E eu não acredito que você vai se acabar de chorar agora. – Ela riu, o abraçando com força. Louis não iria na viagem de lua de mel, mas eles já não iriam a dois.

A família estava aumentando.