Redescobrindo a felicidade escrita por Lady Fos


Capítulo 11
Capítulo 11 - Hawk Moth




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Adrien deu uma risada nervosa, trocando um olhar com Marinette, que não retribuiu por estar ocupada demais olhando para o sogro de boca aberta. Nathalie estava surpresa, mas continuou quieta.

—Pai, o que o senhor está dizendo? Talvez esteja confuso porque bateu a cabeça quando desma...

—Não tem nada a ver com queda. Todo esse tempo, essas dores eram para impedir que eu me lembrasse do que aconteceu com a sua mãe. Elas me controlavam e eu também não sabia que atuava como Hawk Moth.

O silêncio reinou, até Gabriel colocar a mão na cabeça, sentindo ela latejar como nunca. Em sua cabeça, uma voz gritava.

‘’SEU IDIOTA, O QUE VOCÊ FEZ? VOCÊ CONTOU TUDO PARA ELES! SUA ESPOSA VAI SOFRER AS CONSEQUÊNCIAS DE SEUS ATOS!’’

—NÃO! Não faça nada com ela, deixe ela em paz! – Gabriel gritou, fazendo todos se assustarem. Marinette olhou preocupada para Adrien, que olhava fixamente para o pai, com os punhos cerrados.

—Pai, o que isso significa? Sinceramente, se não me der uma explicação plausível eu vou aca...

—A sua mãe foi raptada Adrien. – A dor parecia apertar o cérebro dele, mas agora que estava tudo na cabeça, ele iria falar. - Ela foi sequestrada e está no Tibet. Ela está na montanha em que ela desapareceu, junto com o homem que a raptou. Ele disse que tinha uma dívida a pagar, disse que usou o próprio Miraculous para o mal. Não sei seus motivos, mas sei que quando nos encontramos lá, ele acabou me chantageando para usar o Miraculous da borboleta. Ele ameaçou machucar sua mãe e ameaçou machucar você.

Adrien não sabia o que dizer, então ficou calado.

— Eu posso provar, eu tenho o Miraculous. - Ele estava prestes a tirar o lenço que ficava sempre bem arrumado dentro do terno, mas a dor se intensificou, o fazendo levar as duas mãos à cabeça.

"VOCÊ JÁ ESTRAGOU AS COISAS O SUFICIENTE, NÃO VOU DEIXAR ENTREGAR O MIRACULOUS PARA OUTRA PESSOA!"

A voz daquele homem continuava a gritar dentro da cabeça de Gabriel e ele se via enlouquecendo de tanta dor.

—Nathalie, chame o médico novamente. - Adrien falou e Nathalie se apressou para obedecer.

—Adrien, ele pode estar falando a verdade. -Marinette disse, tentando juntar alguns pontos.

—Eu não sei Marinette.- Adrien respondeu.

"Você estragou meus planos! Mas ainda tenho uma última chance e vou apostar tudo nela. Você vai virar o Hawk Moth mais uma vez e vai garantir os Miraculous da Ladybug e do Chat Noir dessa vez!"

A voz retornou a cabeça dele, e no mesmo instante que ele entendeu o que foi dito, ele arregalou os olhos e olhou para Adrien.

—Ele quer me controlar novamente, ele quer os...

A frase não pôde ser terminada, pois ali, sentado na cama, a transformação começou, bem diante dos olhos esbugalhados de Adrien e Marinette.

Logo ele estava transformado e os outros dois presentes estavam perdidos. Não sabiam o que fazer. No mesmo momento, Adrien viu que não que não era seu pai ali. Os olhos frios agora tinham um brilho amargo, como se para ele só houvesse dor e maldade no mundo.

Hawk Moth deu uma risada maligna, porém não os atacou. Apenas saiu pela janela do quarto, voando.

Adrien e Marinette não perderam tempo e logo se transformaram também, indo atrás dele. Ele era rápido voando, e apesar de terem dificuldade em acompanhá-lo, conseguiram manter o ritmo e chegaram pouco tempo depois dele na Torre Eiffel.

—Que bom que vieram, meus caros. É a primeira vez que nos vemos pessoalmente, e felizmente será a última, porque é aquela velha história, se quiser um trabalho bem feito, faça você mesmo. – Ele apontou o cajado que segurava na direção da multidão que circulava pelas ruas, completamente alheia ao que estava acontecendo no topo da torre.

—Não vai akumatizar mais ninguém! – Prontamente Ladybug lançou o ioiô, segurando o cajado e o puxando, mudando sua direção e fazendo o raio acertar o chão. Porém, ele não largou. Com um puxão preciso, ele fez Ladybug se desequilibrar, ficando pendurada pelo ioiô que tinha o fia enrolado no cajado dele.

—Sua vida pelos brincos. – Ele ofereceu a mão, para que ela lhe entregasse o Miraculous. Ladybug olhou nos olhos azuis do homem, sabendo que realmente Gabriel não estava mais ali. Era como uma casca, apenas.

—Deixa ela em paz! – Chat Noir empurrou Hawk Moth para o lado com o bastão, tendo o cuidado de segurar na corda do ioiô para garantir que Ladybug não caísse. Rapidamente ela soltou o cajado, traz o ioiô para sua mão.

—Precisamos pensar em algo rápido, mas minha cabeça não parece querer funcionar.

—Não se preocupe, meu cérebro fritou no momento que ele disse que era o Hawk Moth.

Hawk Moth não perdeu tempo, aproveitando o pequeno momento de distração pela conversa, ele logo mirou nas pessoas que passavam nas ruas, dessa vez conseguindo acertar sem ser impedido.

—NÃO! – Ladybug até tentou, mas quando pensou em se mexer, ele já havia atirado, fazendo cerca de cinco pessoas serem atingidas. Elas não estavam akumatizadas, continuavam com a mesma aparência e estavam escalando a torre.

—Venham meus servos, subam e me ajudem com esta tarefa! – Hawk Moth disse, mas começou a voar para longe da torre.

—Eu vou atrás dele! – Chat Noir se prontificou, já se preparando para seguir o pai, quando Ladybug o segurou pelo braço.

—Você vai acabar misturando as coisas, é melhor que eu vá e você fica aqui, cuidando dessas pessoas.

—Mas, my lady... – Ele baixou a cabeça, encabulado e irritado com a situação.

—Meu amor, é melhor assim. A situação é difícil, então é melhor que alguém ‘’de fora’’ lide com ela. Assim que conseguir se acalmar mais, e eu sei que você está nervoso, a gente se encontra. Se acabar se descontrolando, vai ser akumatizado.

—Tudo bem, entendi. Me acalmar, deter essas pessoas... Eu consigo. – Ele abriu um pequeno sorriso. – Tome cuidado, eu já corro para te ajudar. – Ela o beijou de leve nos lábios, correndo na direção de Hawk Moth. – Então parece que será um contra cinco. Isso parece um pouco injusto, mas eu dou conta. – Ele sorria, mas por dentro estava destruído. Como todo esse tempo seu pai era o homem que atuava como o maior vilão de Paris? Os fatos não entravam em sua cabeça, mas Ladybug estava certa, eles precisavam se acalmar.

—--~---

Ladybug pulava pelos prédios o mais rápido que conseguia para alcançar o vilão, que voava tranquilo como se ela não estivesse em seu encalço. Porém, seus olhos estavam atentos e Ladybug sabia o que ele estava procurando: uma vítima para akumatizar. Determinada a não deixar outra pessoa ser escravizada por ele, ela se esforçou mais ainda, correndo o mais rápido que pôde para se colocar na frente dele, em pé num telhado.

—Não vou deixar que faça outra vítima. – Ela apontou para ele, logo se encarregando de lançar o ioiô para tentar prendê-lo, mas sem sucesso.

—E o que te faz pensar que vou deixar você conseguir tão facilmente? - Ele pulou em direção ao chão, não perdendo tempo em atirar mais alguns raios, para escravizar as pessoas.

Como antes, elas não estavam akumatizadas, apenas estavam seguindo as ordens dele. E apesar de não ganharem poderes, pareciam ter todos os sentidos mais aguçados, além de ficarem mais fortes

Quando Ladybug pousou no chão, a multidão de ‘’zumbis’’ logo a arrastou para longe do vilão, que foi atrás novamente de alguém para akumatizar.

—--~---

A situação não está nada bem. Diferente dos vilões que existiram até agora, temos um homem controlando várias pessoas, que continuam em suas formas normais mas agem como zumbis. Ladybug e Chat Noir já estão em ação, e estamos esperando nossos outros heróis, Volpina, Tortue e Queen Bee.

—Alya, olha isso. – Nino gritou. Estavam sozinhos na casa dos pais dele.

—O quê? – Ela foi até a sala e viu o que se passava na televisão. – Ah meu Deus! Hawk Moth em pessoa? Mas o que aconteceu?

—Não importa o que aconteceu, temos que agir. – Nino levantou, desligando a televisão e indo procurar Wayzz, seu Kwami.

—Claro, vou avisar a Chloé. – Alya pegou o telefone para ligar para a loira.

—--~---

Chat Noir estava tendo dificuldades em lutar com aquelas pessoas. Elas não estavam akumatizadas então não podia pegar pesado, pois ainda se machucavam como pessoas normais. Porém, sua força era fora do comum, então ele já estava ficando perdido.

—Precisando de ajuda, Chat Noir? – Queen Bee apareceu encostada nas ferragens. Possuía uma pose arrogante, porém Chat Noir e todos os outros sabiam o quanto o coração da loira havia mudado com o tempo.

—Só preciso de uma mãozinha. – Logo Queen Bee se juntou a ele numa posição defensiva. Mas do nada, as pessoas voltaram ao normal, todas tontas, mas bem.

—O que aconteceu? – A loira perguntou, intrigada.

—Não importa, temos que ir ajudar a Ladybug, ela foi atrás do Hawk Moth sozinha.

—Volpina e Tortue foram atrás dela. Vai ficar tudo bem. – Ele assentiu e ambos saltaram pela cidade, à procura dos outros amigos.

—--~---

Pulando nos telhados, Ladybug conseguiu escapar dos zumbis. Embora soubesse que aquilo não fosse durar muito, pois eles estavam escalando as casas onde ela subia. Ela notou que a medida que mais gente ele escravizava, outras iam saindo do seu controle, o que significava que ele só poderia controlar uma certa quantidade de pessoas.

Conseguindo ficar lado a lado naquela corrida, sua cabeça só gritava para si mesma ‘’Pegue o Miraculous dele’’.

Ela resolveu tentar segura-lo com o ioiô novamente, mas com facilidade ele se esquivou do ataque dela.

Ele não estava interessado em lutar diretamente com ela sozinho. Ele queria uma vantagem e para isso, precisava de um akumatizado.

Porém, Ladybug não desistiu. Ela aumentou a velocidade e desapareceu numa esquina. Hawk Moth achou estranho e procurou ficar alerta, olhando para os lados e para trás frequentemente, ele percebeu tarde demais que Ladybug havia montado uma espécie de círculo ao redor dos prédios com o fio do ioiô.

Com a velocidade que voava, ele não conseguiu parar a tempo de bater contra o fio. Mas novamente Ladybug não conseguiu pega-lo, pois antes que ela conseguisse enrola-lo, como havia planejado, ele voou mais alto, logo fugindo.

Ela estava cansada daquela corrida de gato e rato, então decidiu que era a hora de usar o talismã.

—Talismã! – Ela gritou, recebendo uma pena de pombo. – Pensa Marinette, pensa! – Ladybug falou, seguindo novamente Hawk Moth.

‘’Claro! Ele é o pai do Adrien, e como o Adrien, ele também tem alergia a pombos!’’

Montou um plano na cabeça, que consistia em simplesmente chegar perto o suficiente para que provocasse um ataque de alergia nele, conseguindo pegar o Miraculous.

Ela sorriu com o pensamento, mas desejou que os outros heróis estivessem perto de chegar, para ajuda-la. A velocidade que Hawk Moth voava era quase absurda e ela custava a chegar perto dele, o que seria sua derrota, já que em 5 minutos ela voltaria novamente a ser a Marinette.

Correndo o mais rápido que podia e sentindo o suor molhar sua testa e suas costas, ela já quase podia se sentir vitoriosa, pois estava chegando perto do vilão. Percebendo a aproximação, ele procurou se afastar, mas a heroína foi mais esperta e pulou em suas costas, uma cena que seria cômica, se não fosse tão tensa.

Ela esfregou a pena no nariz do homem, que logo foi diminuindo a velocidade e baixando o voo, quase chegando ao chão. Já era perceptível certa vermelhidão no local que a pena encostava e ele começou a espirrar.

Finalmente no chão, ela continuou na mesma posição. Mas Hawk Moth não ia deixar barato e incapaz de lançar algum ataque em alguém, ele apenas fez o que seu reflexo mandou: bateu contra a cabeça de Ladybug com seu cajado.

Ela caiu com tudo no chão, uma mancha avermelhada se formando no local da pancada. Seus olhos estavam levemente abertos, ela sabia o que ele ia fazer, mas não conseguia mexer um músculo para impedir.

A pedra do cajado era mágica e feita de um material indestrutível, sendo com certeza mais forte que um diamante. Portanto, a pancada na cabeça dela não tinha sido fraca.

Logo Ladybug se rendeu ao sono que lhe dominou, perdendo consciência do que estava acontecendo ao redor dela.

Hawk Moth não perdeu tempo, tirou logo os brincos da garota, que logo se transformou em Marinette.

—Ladybug! – Um grito pôde ser ouvido e Chat Noir logo apareceu correndo com toda a velocidade. Logo atrás vinham Queen Bee, Tortue e Volpina. – Se afaste dela!

‘’Você não teria chance contra todos eles juntos sem alguém akumatizado. Então traga até mim o Miraculous da Ladybug. Eu cuidarei do resto.‘’

A voz falou na cabeça de Hawk Moth e ele voou mais rápido do que antes e nem Volpina nem Queen Bee conseguiram acompanha-lo. Tampouco queriam fazer isso: estavam ambas preocupadas com Marinette, e não fizeram muito esforço para acompanhar o vilão.

—Marinette! - Chat Noir se ajoelhou no chão, pegando o corpo desfalecido da noiva nos braços. – Marinette, amor, por favor acorda! – Ele passou a mão no rosto dela, afastando a franja molhada de suor. Viu a pancada e quase conseguiu sentir ódio pelo pai naquele momento.

—Temos que leva-la para o hospital. – Tortue falou, cauteloso. Chat Noir estava com raiva e qualquer coisa que alguém falasse poderia desencadear algo pior.

—Eu sei. Plagg, mostrar as garras. – Ele voltou a ser Adrien. Plagg, mesmo cansado, ficou calado e voou com todo o esforço do mundo para o bolso da calça de Adrien, se aconchegando ali. Adrien pegou Marinette no colo. - Eu levo ela, vocês precisam ir atrás do Mestre Fu.

Os outros três apenas assentiram, Volpina acariciou o braço da amiga antes de Adrien correr com ela. Desolados, eles saíram na direção da casa do Mestre Fu.


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Notas finais do capítulo

Muitos dos capítulos passados não estavam nos meus planos inicialmente. Eles apenas surgiram. Mas esses do Hawk Moth estavam, então eu estava bem ansiosa para posta-los. Agora o mistério vai começar a se desenrolar.

Acabamos com uma Marinette machucada e sem o Miraculous. Finalmente consegui pensar em como usar o talismã dela, mas não sei se ficou condizente com a situação em que ele é usado no desenho. Me digam o que acharam da batalha, da Mari sem os brincos e de tudo mais. Espero a opinião de vocês, nos vemos na próxima semana :3



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