Redescobrindo a felicidade escrita por Lady Fos


Capítulo 10
Capítulo 10 – O ''Mal'' se apresenta


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, esse é O capítulo! Espero muito que gostem, boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/730645/chapter/10

Para Gabriel, só havia escuridão. E sempre fora assim, desde o fatídico dia que a notícia que sua esposa desapareceu foi dada. Ele sabia da missão, sabia da história do Miraculous, por isso foi até a montanha onde Mestre Fu se comunicou com ela pela última vez.

Foi sozinho, ninguém mais podia saber daquele segredo. Rondou o lugar, sempre com a joia em forma de cauda de pavão na mão, como se segurar aquilo fosse ajudar de alguma forma a trazê-la de volta. Obviamente, não achou nada, mas a partir daí, sua mente mudou.

Não conseguia lembrar com coerência de alguns acontecimentos depois de ter visitado a montanha. Associou a idade, mesmo não sendo velho, mas devido ao estresse de toda àquela situação juntamente com o trabalho e um filho para criar sozinho, ele achou que fosse um efeito colateral normal.

Até que as dores começaram. Sempre que lembrava da esposa, no seu desaparecimento, a dor surgia, como uma forma de levar os pensamentos de Louise para longe. Era quase como se sua mente evitasse pensar nela, era como um tipo anticorpo. Ele não entendia, mas não fazia questão de entender. O tempo se passava, o filho estava devidamente bem e ele também, então não havia com o que se preocupar.

Chegou a visitar alguns médicos, mas o resultado era sempre o mesmo: Gabriel Agreste estava completamente saudável. A dor de cabeça provavelmente viria do estresse e do cansaço e seria evitada com simples comprimidos.

 E com o tempo, o comportamento mais reservado e distante foi ficando constante na vida do homem. Ele nunca fora do tipo muito extrovertido, mas sempre foi muito carinhoso e animado com o filho e a esposa, e com as pessoas em geral. A felicidade reinava naquela mansão, de modo que era impossível não se contagiar.

Porém, depois do desaparecimento de Louise a frieza com que tratava as pessoas era de certa forma... reconfortante. Se distanciar o fazia não pensar em muita coisa, e só lamentava por Adrien, que sofria com isso. De resto, estava tudo bem.

—--~---

Ainda estava escuro. Ele se perguntava porquê. Por que estava naquele lugar? Será que havia morrido? Acreditava que não, se estivesse morto, possivelmente sua pobre alma saberia. Ele ainda se sentia vivo. Mas sua mente viajava para muito longe. Pensava, como em todas as noites, no Tibet.

Ele estava no escritório de casa, já era noite e ele não havia aparecido no jantar, pois estava passando por um bom momento de inspiração. Ignorou até uma chamada no celular, coisa que não costumava fazer, mas estava tão envolvido com as criações que sequer escutou o toque da ligação.

Quando terminou, já era de madrugada, mas um sorriso estampava seu rosto. Certamente aquela seria sua coleção de primavera/verão mais bonita e ele estava mais que satisfeito com a conclusão de suas criações naquele dia. Antes de se deitar, deu uma olhada em Adrien, que estava dormindo pesado. Foi até ele e deu um beijo em sua testa, pedindo desculpa baixinho.

Seguiu para a sua suíte, tomou um banho e foi se deitar. Mas checou o celular antes de dormir, vendo que a ligação era de sua esposa. Se arrependia de não ter atendido, mas devia ser somente para avisar que havia chegado bem no Tibet, de modo que assim que acordasse, ligaria para sua amada mulher.

Mal sabia ele que para Louise, o dia seguinte não chegaria.

Ele acordou e fez tudo que normalmente fazia: escovou os dentes e tomou um banho antes de descer para tomar café com o filho antes de ir trabalhar.

—Bom dia Adrien. – Ele sentou na mesa, sendo logo servido por uma empregada. Ele agradeceu e ela se afastou um pouco.

—Bom dia pai. Teve notícias da mamãe? Ela ligou pra mim ontem, dizendo que havia chegado bem e que não conseguiu falar com o senhor, mas disse que hoje de manhã ligava. Ela ligou? – Adrien deu um gole no suco. O pai o achava um menino preocupado para os 14 anos que tinha. Mas isso se devia ao grande apego que tinha com a mãe.

—Eu estava tão focado no trabalho que nem percebi a ligação dela. E ela não ligou agora de manhã, mas deixe que eu mesmo ligo assim que voltar para o quarto e antes de sair te digo alguma coisa, certo? – Gabriel sorriu para o filho. Ele sorriu de volta para o pai se concentrando em seu café.

Como havia prometido, assim que voltou para o quarto para terminar de se arrumar, ele ligou para a esposa. Uma vez, duas vezes, três... Acabou desistindo, talvez a diferença de horário tivesse algo a ver com a falta de resposta por parte dela, então resolveu que ligaria mais tarde.

Foi até a sala onde Adrien teria aula, o avisando que não conseguiu falar com ela, mas que mais tarde tentaria. Perguntou por Nathalie, que no momento deveria estar ministrando a aula, mas Adrien disse que ela foi receber alguém. Desejou um bom dia ao filho e saiu, sem se preocupar muito com quem fosse.

Porém, quando chegou no salão de entrada da casa, um homem baixinho estava conversando com Nathalie. Assim que ela notou a presença de Gabriel, logo tratou de falar:

—Este é o senhor Agreste, o marido dela.

—Olá Gabriel. Podemos conversar? – Gabriel assentiu, indicando o caminho do escritório. Não chegaram nem a sentar, Gabriel logo perguntou, preocupado:

—Aconteceu algo a Louise? Ela não retorna minhas ligações.

—Bem... Talvez eu esteja me precipitando, mas ontem eles tentaram se comunicar e ligação foi interrompida, provavelmente pela pessoa que eles estavam procurando. Não recebo notícias desde então, portanto vim te orientar caso o pior tenha acontecido.

—Não... ela não...

—Se em 24 horas ela não der nenhum sinal, você deve ligar para a polícia, dizendo que sua esposa viajou e que não está conseguindo ter contato com ela desde ontem, assim eles poderão investigar. Gabriel, você me escutou?

—Sim... – Ele olhou para o chão. Aquilo não podia estar acontecendo, não com ele.

—Ela é forte e o parceiro dela também. Tenho certeza que apenas deve ser uma falha na comunicação. Caso ela ligue, me avise também.

—Claro, mestre Fu. – Gabriel estava arrasado.

—--~---

Os dias se passaram e nada de Louise ou de seu parceiro. Assim como fora instruído, Gabriel acionou a polícia depois de 24 horas. Resolveu não contar nada ao filho enquanto não houvesse nenhuma resposta concreta das autoridades, mas o garoto estava estranhando e inteligente como era, não demoraria para descobrir sozinho.

E deixando um Adrien intrigado e preocupado para trás, Gabriel foi ele próprio procurar por sua esposa no Tibet. Ele foi diretamente para a montanha indicado por Mestre Fu e rodou por toda sua extensão, visitando cada caverna que encontrava.

Porém, uma era diferente das demais. Ela parecia não ter fim, fazendo Gabriel caminhar, pelo que pareceu, horas. Chegou num lugar estranho para uma montanha. Era como um salão. Não havia nada, era apenas como uma sala que ainda ia ser decorada. A única coisa existente de fato era um círculo com um pentagrama desenhado no chão. Havia alguns símbolos e algumas palavras, mas nenhuma daquelas coisas ele entendia.

Só havia um caminho, o que ele veio. Portanto, não havia mais nada para explorar e com esse pensamento, rodou os olhos mais uma vez pelo enorme (e estranho) salão, dando de cara com uma figura encapuzada vindo em sua direção pelo mesmo caminho que veio. Assustado, colocou a mão na cintura, onde um revólver estava guardado por precaução.

—Não se assuste, Gabriel.

—Como sabe o meu nome!?

—Eu sei de tudo. – Ele tirou o capuz, revelando um homem idoso e careca.

—Quem é você? – Sua mão continuava na cintura, preparado para a qualquer momento sacar a arma e atirar.

—Você não precisa saber o meu nome. – Ele deu um sorriso cínico, mostrando que tinha poucos dentes na boca. – Só precisa saber o que eu quero.

—Eu vou embora, não tenho nada para tratar com você. – Com receio, passou ao lado do homem.

—Achei que quisesse saber onde sua esposa está. – Gabriel olhou para o homem com dúvidas.

—Como sabe da minha esposa?

—Oras, porque eu estou com ela. – Novamente ele sorriu. Gabriel chegou a abrir a boca para responder, mas ele continuou. – E caso queira ela de volta e viva, você vai fazer o que eu mandar.

—Você é um velho doente, onde está a minha esposa? – Gabriel gritou com o homem, tirando a arma da cintura e apontando para ele. – Se não falar, vou atirar.

— E perder a chance de encontrar Louise? E acha mesmo que acredito que você seja capaz de atirar? – Ele riu e foi chegando perto de Gabriel, tirando a arma da mão dos homens, que de fato não teve coragem de atirar, e tampouco se afastou, estava paralisado.

—Não consigo me mexer! O que você fez comigo?

—Isso se chama magia. Magia negra. – Ele parou de sorrir. – O acordo é simples Gabriel: você me faz um pequeno favor que eu devolvo sua mulher e de bônus você leva o parceiro dela.

—Assim que eu chamar a polícia você vai para um hospício, seu maluco. – Ele continuava paralisado. O idoso apenas ignorou Gabriel.

—Eu preciso do Miraculous do gato e do Miraculous da joaninha. Sabe, há muito tempo eu fiz um pacto com quem não devia. Eu queria poder, e usei magia negra no meu próprio Miraculous, o Miraculous Moth. Como? Bem, eu costumava ser um homem bom, mas a ganância e as influências do mal me fizeram o que sou hoje: um homem sem nada. Eu costumava ser o antigo Hawk Moth, mas tudo foi tirado de mim. Meu plano não deu certo, mas mesmo assim preciso pagar pelo serviço, por isso, você vai conseguir essas joias para mim.

—Não vou fazer o trabalho sujo de ninguém. Eu não sei o que fez comigo, mas assim que me soltar, você vai pagar por ter raptado minha mulher e vai apodrecer numa cadeia.

—Oh, por favor, você não sabe o que diz. De qualquer forma, você precisa aceitar me ajudar, caso queira sua mulher de volta.

—Já falei, não vou colaborar com você!

—É mesmo? – O homem parecia calmo. Num estalar de dedos por sua parte, eles já estavam no que aparentava em outra caverna. No fundo, havia uma grade, onde era possível ver duas pessoas presas ali.

—Gabriel!? O que faz aqui?

—Louise? Meu amor, você está bem? Não se preocupe, eu vou te tirar deste lugar. – Porém, ele continuava paralisado. O homem ainda o controlava.

—Para ter sua mulher de volta, você se tornará o novo Hawk Moth, sendo que esse Miraculous lhe dá o poder de controlar as pessoas. Mas agora ele não será usado para o bem. Enquanto estiver transformado, sua mente vai te enganar, pensando que na verdade está apenas trabalhando. Se aceitar, você vai voltar para casa e não vai lembrar de nada. Caso eu perceba que está conseguindo relembrar algo, sua própria mente irá se voltar contra você, o fazendo se esquecer. Você se distanciará das pessoas, quanto menos contato melhor, para que não consiga lembrar do que aconteceu.

—Gabriel, não aceite nada do que vier dele!

—Se não aceitar, sua mulher vai sofrer. – Ele direcionou a mão na direção da loira, fazendo-a gritar e tremer, contorcendo-se de dor.

—Pare! Pare com isso! Solte-a, eu imploro!

—Vai aceitar?

—Eu... – Gabriel hesitou, então ele fez Louise ser novamente atingida pela magia.

—Talvez sua esposa sentindo dor não seja suficiente. Talvez mexer com o seu filho também o faça aceitar meu acordo. – Uma fumaça surgiu, mostrando Adrien sentado em seu quarto, aparentemente estudando. – Quer que algo aconteça com ele também?

—Gabriel, ele está mentindo, ele não pode alcançar o Adrien! – Louise falou em meio aos gritos. Ela estava sendo amparada pelo seu parceiro.

—Você quer mesmo testar se eu estou mentindo?

—Não machuque meu filho nem a minha mulher, por favor!

—Já sabe o que precisa fazer. Não terá Louise de volta se não aceitar.

—--~---

Num piscar de olhos, Gabriel estava em casa. Não lembrava como havia chegado lá, só sabia que estava cansado. Eles estavam no sótão da mansão, um lugar vazio, com apenas uma janela. Como era um lugar calmo, Gabriel muitas vezes ia até lá para criar, por isso havia um corredor escondido do seu escritório que ia diretamente para lá. Como ele não era usado, a passagem que dava acesso a casa foi fechada, restando somente a passagem do escritório. Isso aconteceu antes de Adrien nascer, sendo que ele nem sabia da existência daquele sótão.

—Estamos no seu lugar favorito da casa, o lugar ideal para firmamos um acordo, não acha?

—Onde Louise está? – Sua cabeça doía. Colocou a mão na cabeça, vendo que conseguia novamente se mexer.

—Ela está no Tibet ainda. Mas agora estamos aqui e seu filho está no quarto dele, estudando, não é? – Gabriel olhou temeroso para os próprios pés, pensando no seu filho.

—Eu...

—Você só precisa dizer sim para mim e nenhum dos dois vai se machucar. E depois do serviço pronto, te darei sua esposa de volta. – Ele foi até Gabriel, colocando o broche do Miraculous Moth em sua mão. Nooro logo apareceu, ao mesmo tempo que o velho sumiu.

Gabriel estava revoltado: não havia escolha, ele tinha sido fraco e não pôde proteger sua esposa e agora seu filho também corria perigo. Ele sabia que era errado aceitar, mas não via outro meio de salvar Louise e manter Adrien a salvo.

Ele pediu explicações sobre o poder do Miraculous da Ladybug e do Chat Noir, para tentar entender o porquê deles serem tão importantes e especais. Prontamente Nooro respondeu, lhe falando tudo o que sabia.

—Eu quero esse poder absoluto Nooro. Eu tenho que ter esse Miraculous. – Ele de fato precisava tê-los. A segurança da sua família dependia daquilo. O broche que fora entregue pelo homem continha a foto de Louise, o que havia deixado Gabriel com mais raiva ainda.

—Mas ninguém sabe onde esses Miraculous estão! – Nooro falou, preocupado.

—Mas eu achei você meu pequeno Nooro. O seu Miraculous, lembre-me do poder dele de novo. – Ele fechou o broche, passando os dedos pela pedra roxa.

—Esse broche permite conceder a alguém super poderes, e torna essa pessoa uma seguidora devota.

—E quando se trata de atrair super heróis, o que poderia ser melhor do que criar super vilões?

—Mas mestre, os Miraculous não foram feitos para propósitos malignos. – Nooro falou, pensando tristemente que mais uma vez o Miraculous dele ia ser usado para o mal.

—Eu tenho que ter esse poder absoluto! – Ele bateu o pé, fazendo as borboletas brancas que haviam surgido com Nooro, voassem. – O seu Miraculous está sobre o meu controle, eu sou seu mestre agora! Você tem que me obedecer. – Nooro o olhou assustado e por um minuto Gabriel pensou em desistir daquela ideia maluca. Mas logo pensou em sua Adrien e Louise, pensando que não mediria esforços para ter sua família segura.

—Sim, mestre. – Nooro se curvou diante de Gabriel. O loiro colocou o broche por dentro do terno, de modo que outras pessoas não pudessem nota-lo.

—Nooro... Asas negras, cresçam! – Nooro foi puxado para dentro do Miraculous.- De agora em diante eu serei conhecido como Hawk Moth! – Uma risada cruel pôde ser escutada. Em sua mente, Gabriel estava dizendo ‘’sim’’ para a proposta feita a ele.

 ''Você não vai lembrar que sua esposa está presa, vai pensar que ela simplesmente desapareceu. Isso servirá para te manter controlado, Gabriel.’’ A voz sussurrou na mente de Gabriel, e a partir daí, ele mudou completamente.

—--~---

Gabriel abriu os olhos. Marinette, Adrien e Nathalie estavam ao seu redor, e todos abriram sorrisos quando ele acordou.

—Pai, como o senhor se sen...

—Adrien... – Ele pegou o filho pelos ombros com força, já que ele estava sentado na cama, ao lado dele. – Eu sou o Hawk Moth.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

‘’O mal só se apossa de você caso você permita.’’ Por isso que o ‘’Mal’’ não poderia simplesmente controlar o Gabriel, ele tinha que aceitar para poder depois ser dominado por ele. Isso será ressaltado em um capítulo futuro.

Então, gostaram? Está aí a explicação para as dores do Gabriel. Existe um ''Mal'' maior, que controlou Gabriel esse tempo todo.

Eu estava ansiosa por esse capítulo, espero que tenham gostado e que eu tenha conseguido explicar tudo direitinho. Nos vemos na próxima semana, até mais :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Redescobrindo a felicidade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.