Família De Marttino Sacrifício de amor(Degustação) escrita por moni


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Para Kamila Grey pela linda recomendação. a primeira da nova série, obrigada pelo carinho e confiança. Uma fantasminha linda que adorei conhecer. OBRIGADA!!!!



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   Pov – Enzo

   ―Giovanne acordou? – É a primeira pergunta que faço a Kiara assim que entro em casa. Ela nega sem desviar os olhos da televisão. Me sento ao seu lado. O dia foi tão incrível que nem a energia pesada dessa casa consegue apagar meu sorriso. – E você?

   ―O que tem eu?

   ―Como está? Como foi seu dia? – Ganho sua atenção. Ela desvia os olhos da televisão e me observa.

   ―Tudo bem, fui para aula e depois só fiquei aqui. – Ela responde sem ânimo.

   ―Acha que ele está dormindo ou só trancado para não me enfrentar? Ninguém dorme tanto assim.

   ―Não saiu ainda, bati mais cedo, mas ele ignorou.

   ―Enrico?

   ―Eu não tenho ideia do que aconteceu com ele. Não vejo desde ontem.

   ―Ele passa muito tempo fora agora.

   ―Melhor assim. – Seus olhos cintilam. Ainda não entendo o que aconteceu, minha irmã adorava Enrico, sempre o tratou como pai, achava até que era provocação, mas desde a morte de minha mãe ela começou a mudar de ideia. Agora vejo desprezo e raiva.

   ―Vou ver se o Giiovanne está acordado e pensei que depois podíamos sair e tomar um Gelato. Quer?

   ―Eu e você?

   ―Os três se ele quiser ir.

   ―Ele não vai. Está com raiva de mim e de você.

   ―Giovanne está sempre com raiva. Não tem novidade nisso.

   Ela cruza as pernas, prende os cabelos num coque, uns poucos fios escorrem pela nuca tampando a tatuagem que ela fez escondido. O tatuador foi seu namorado por três semanas, talvez menos, fiquei furioso, mas não pude fazer muito. O cara é vinte anos mais velho. Beberão e viciado, um tipinho mal caráter que só queria se dar bem com uma garota jovem. Felizmente ele a deixou.

   ―Você está sorrindo à toa. O que foi? – Ela pergunta e meu sorriso se alarga no minuto que o rosto de Bianca surge em meu rosto.

   ―Bianca. – Digo rindo só de ver a reação dela.

   ―Que?

   ―Estudante de administração, loira, bonita, tímida, interessante, sensível.

   ―O que tem ela? Está apaixonado?

   ―Perdidamente. Acha que faço um pedido oficial ou ela vai me achar um bobão? Como as garotas gostam?

   ―Vai te achar um bobão. Eu acho pelo menos.

   ―Passamos o dia juntos hoje. Nos beijamos.

   ―Só isso? Beijou e já acha que está amando a garota?

   ―Por que você finge que é assim? Eu sei que não é. Sei que acha tudo isso importante. Que é romântica.

   ―Não, eu não sou. Você não sabe nada sobre mim. – Ela se irrita, fica de pé. – Eu sei como a vida é agora e não ligo a mínima para romance, amor não existe. O que existe é interesse.

   ―O que aconteceu com você? Eu não entendo. Kiara eu estou aqui. Fala comigo.

   ―Finge que está, mas não está, nunca está. Não quero gelato nenhum. Boa sorte com sua princesa.

   Kiara me deixa sozinho e fico pensando se algum idiota magoou seu coração, se é sobre a morte da nossa mãe, ou por que ela não se entende com Vittorio, se quem sabe é tudo isso ou nada disso. Me decepciona esse sentimento de impotência que tenho com eles.

   Me arrasto atrás de Giovanne, entro no quarto e ele fecha os olhos assim que me vê.

   ―Não quer conversar mesmo?

   ―Não. Quero que me deixe em paz. Não é meu pai, quero que pare de me seguir.

   ―Também quero, mas não posso ignorar você. É meu irmão e não vai a escola tem uma semana.

   ―Ou me deixa aqui quieto ou vou sair.

   ―Vou te deixar, mas amanhã vai voltar para escola. – Ele se cala, bom sinal, significa que não está disposto a me enfrentar. – Quer dar uma volta comigo?

   ―Não. Quero dormir.

   ―Ok.

   Acho que se tem alguém que vai ficar feliz e me ouvir é minha avó. Deixo o quarto e me sento na escada, pego o celular, ela sempre está disposta a ouvir e aconselhar.

   ―Vó!

   ―Meu menino. Como está?

   ―Bem.

   ―E seus irmãos? Como estão as coisas aí na sua casa?

   ―Tudo bem.

   ―Kiara está se comportando?

   ―Está sim vovó. – Minto, não quero preocupa-la. – E você?

   ―Eu estou bem, seu irmão também, mergulhado no trabalho, deve gostar de saber que ele tem feito ótimos negócios, mesmo tão jovem ele está se saindo muito bem. Melhor que o seu pai eu diria.

   ―Bom. – Não sei mais o que dizer, não ligo para esse dinheiro, um dia vou ter meu próprio dinheiro, fruto do meu trabalho e não vou mais depender da mesada dele. – Vó.

   ―Sim.

   ―Me apaixonei. – Silencio um momento. – Ouviu?

   ―Ouvi. – A voz sai embargada e me faz sorrir. – Que bonito. Conte tudo. Quem ela é? Como aconteceu?

   ―Bianca o nome dela, se mudou faz pouco e a conheci na universidade, estuda administração, é linda, sensível e muito doce, passamos o dia juntos, nos beijamos, eu só consigo pensar nela. Acho que é ela vovó. A garota certa, aquela que disse que um dia eu encontraria e nunca mais me afastaria. Acha bobagem ter tanta certeza?

   ―Acho bonito. Fico esperançosa e torço para que de certo. Estão namorando?

   ―Não. Acha cedo? Acha que tenho que pedir? Eu não sei bem como agir. Nunca tive uma namorada, alguém sério sabe vovó. Só coisa de adolescente mesmo, sair umas vezes, nada que tivesse a ver com o coração.

   ―Isso depende. É bom ter certeza Enzo, se for só empolgação e encher a menina de esperanças? E se ela não corresponder?

   ―Devo ir levando mais um pouco? Acha isso?

   ―Bom, acho que precisam sair, conversar, se conhecer melhor antes de decidir ter um relacionamento.

   ―Ela pode me achar meio louco não é mesmo? Tem razão.

   ―Quando vou conhece-la?

   ―Quando ela for minha namorada, aí levo ela para passar um fim de semana na Vila.

   ―Vou esperar ansiosa. Estou emocionada querido. Você merece. É um bom menino. Sempre foi. – Gosto dos elogios, não fosse a força que ela me dá eu nem sei como estaria suportando esses dois últimos anos.

   ―Vó. Você vem para o aniversário da Paola?

   ―Esse aniversário está agitando a Toscana. – Ela ri do outro lado da linha. O pai de Paola é rico e influente, todo mundo está falando dessa festa. – Não vou querido, não tenho mais paciência para essas festas. Vittorio vai, ele disse que precisa ir, mesmo sem querer. Por que você sabe, tem negócios com o pai dela ou com gente das relações dele, eu não sei bem.

   ―Eu não tinha pensado nisso. – Me desanimo um pouco, meu irmão e eu vivemos bem quando distantes, mas Kiara não é assim e se ela decidir ir vai ser vexame na certa.

   ―Estive pensando no carro vovó. Eu não queria antes, mas acho que agora eu preciso de um. Não dá para ficar por aí de carona com o Filippo se estiver namorando.

   ―Finalmente. Será seu presente de aniversário. Quer escolher? Cor, modelo?

   ―Não vó. Só quero que compre para mim e quando eu tiver dinheiro, no futuro...

   ―Enzo, você tem dinheiro, é seu, sabe disso. Não gosto quando se exclui. Isso me magoa. Magoa seu irmão também, ele trabalha duro por todos vocês.

   Ela quer muito acreditar nisso e fico calado, não acho que Vittorio faça por ninguém além dele, talvez minha avó, não, estou sendo leviano, Vittorio ama vó Pietra como uma mãe, mais do que isso, ela é o centro de sua vida, sempre foi. Ele precisa dela e se nos suporta ainda é pelo amor que sente por ela.

   ―Obrigado vó. Eu vou desligar agora. Vou levar a Kiara para um gelato e depois preciso estudar. Te amo.

   ―Também te amo meu neto. Beije seus irmãos por mim e não demore a vir. Sinto sua falta.

   ―Também sinto. Te amo vovó. – Desligo sorrindo. Um carro para levar e buscar Bianca, irmos ao cinema, viajar para a Vila nos fins de semana. Não pensar em problemas. Gosto desse plano. Espero que ela goste também.

   Penso nos olhos dela e acho que não estou sendo um sonhador, acho que sou completamente correspondido. Fio uma conexão maluca, aconteceu de modo simples, nos olhamos e sentimos, foi assim, no primeiro momento, isso é coisa que temos que levar em conta. Não posso deixar passar algo assim. Perder a garota só por que sou jovem ou estou vivendo um momento difícil. Pior, ficar pensando se é cedo firmar um relacionamento. Filippo namora Paola há quatro anos, começaram com dezesseis anos e estão felizes até hoje.

   Ele tem uma vida e ela também. Não tem pressão, briga por bobagem, eles se gostam e estão juntos. Isso é tudo. Por que comigo vai ser diferente?

   Só vai ser ruim se não for correspondido, mas acho que sou, ou sou um grande sonhador que está vendo e sentindo demais. Que droga, não aguento esperar como todo mundo diz. Eu nem sou bom nisso. Quero sempre tudo logo.

   Procuro minha irmã para o gelato que combinamos, ela não está. Saiu sem aviso, eles sempre fazem isso. Já que não tem gelato em família eu vou estudar e ligar para dar boa noite a Bianca.

   Começo pelo boa noite. Sinto saudade dela e nem me importo se é cedo ou tarde.

   ―Oi. – A voz suave dela me dá paz.

   ―Liguei para dar boa noite. Foi um dia incrível.

   ―Também adorei Enzo.

   ―Amanhã tenho que assistir aula, mas depois das aulas podemos dar uma volta. Quem sabe ir ao cinema?

   ―Eu quero. – Ela diz num tom decidido que eu gosto. – Vai ser bom. O dia hoje... foi bonito.

   ―Não paro de pensar em você Bianca. – Posso ver seu rosto corar, tenho a impressão de ouvir um suspiro e sinto meu coração bater mais rápido. Fico esperando uma resposta.

   ―Enzo... me sinto... me sinto assim também, pensando em voz alta e falando sozinha. Me acha louca?

   ―Não. Acho que tem que chegar logo amanhã para nos vermos de novo.

   ―Então talvez seja melhor dormir cedo.

   ―Para chegar logo? Não tinha pensado por esse lado. É boa ideia, mas eu tenho que terminar uns trabalhos, acho que vou varar a noite.

   ―Também tenho cinco capítulos de um livro chato para ler, preciso estar pronta para amanhã.

   ―Não quero desligar. – Aviso, honestidade em primeiro lugar.

   ―Amanhã falamos Enzo, não quero desligar, mas preciso. Minha mãe e meu pai estão me chamando. Prometi passar um tempinho com eles. Assistir um programa de televisão.

   ―Está certo. Boa noite Bianca.

   ―Boa noite Enzo. Um beijo.

   ―Outro. – Que difícil desligar, mas o fato é que preciso mesmo estudar e mergulho nos estudos assim que desligo.

   Filippo estaciona na porta e salto para dentro do carro, ele usa óculos escuros e nem mesmo sorri.

   ―Eu sei que fui chato. Não quero me atrasar hoje.

   ―Enzo, você me ligou cinco vezes, me mandou dez mensagens.

   ―Por que você sempre se atrasa e como vou ver a Bianca antes das aulas se chegar atrasado?

   ―Você está bem apaixonado, eu não me lembro de vê-lo assim das outras vezes que se apaixonou, acho que isso é sério.

   ―Que outras vezes? Nunca me apaixonei. Que tipo de amigo é você? Não me conhece?

   ―Claro que já se apaixonou! – Ele diz indignado enquanto dirige para a faculdade.

   ―Nunca!

   ―Espera. Tenho certeza, me deixa pensar. – Filippo dirige em silencio, depois sorri. – Professora Filomena. Terceiro ano, era louco por ela, corria para entregar o dever primeiro e sentava na primeira fila.

   ―Eu tinha nove anos! – Ele ri.

   ―Você a amava. Eu me lembro.

   ―Idiota.

   ―Tá lembrando que temos reunião para finalizar o trabalho?

   ―Estou. Cara chato.

   ―Eu? Eu que fico incomodando as pessoas as seis da manhã? Sabe que passei a noite terminando minhas séries e quase não dormi? Pensou nisso? Pensou em quanto mais cinco preciosos minutos na cama mudam o dia de um ser humano? Não, por que é um amigo egoísta que fica bem esquisito quando se apaixona e vou ter uma conversa séria com essa nossa nova gata.

   ―Não tem nada nosso Filippo, não me perturba com isso.

   ―Ciuminho. Que fofo.

   ―Cala a boca. – Ele ri, adora me levar ao limite e depois apenas ri. Quando chegamos Bianca está sentada num banco, os cabelos dourados brilham sob os raios de sol da manhã e ela me sorri. Meu coração dispara. Parece uma visão. É linda, me esqueço de Filippo e apresso meu passo.

   Quando me aproximo ela fica de pé e eu queria cumprimentar e sondar o terreno antes de tomar uma atitude, mas me esqueço disso quando ficamos frente a frente e eu tomo sua cintura e beijo seus lábios, não um toque leve de bom dia, mas um beijo, um longo beijo.

   ―Quem beija assim as sete da manhã? Vocês me dão agonia! – A voz de Filippo nos separa e quando olho para ela o rosto está corado e os olhos brilhantes. – Casem!

   ―Bom dia. – Ela diz a ele ou a mim, está meio confusa e acabo rindo.

   ―Vou para aula. Tchau novo casal.

   Ficamos só nós dois. Eu atrasado para minha primeira aula e ela também, seguro sua mão.

   ―Sai que horas hoje?

   ―Duas da tarde.

   ―Consigo estar aqui. Vamos ao cinema, conseguimos pegar a seção das três. Pode ser? – Ela concorda. Nos beijamos na porta do seu prédio e ela acena. Espero que suma pelo corredor para depois correr feito um desembestado para aula.

    Não é como se fossemos capazes de contar qualquer coisa sobre o filme, vamos mesmo ao cinema, o filme até se desenrola e escutamos qualquer coisa, mas assistir não seria uma boa definição para nossa atitude. Passamos o tempo todo trocando beijos, sussurrando na última fila e concorrendo com casaizinhos de quinze anos. Me sinto feliz e meio infantil, mas é divertido, depois voltamos para casa de mãos dadas.

   ―As provas vão começar e tenho muito o que estudar Enzo, isso de perder aulas e passar a tarde em cinemas não dá para mim no momento.

   ―Nem para mim. São duas semanas intensas, mas podemos arrumar um tempinho nos fins de semana. Ou podemos estudar juntos. Quem sabe na minha casa? – Não é o melhor ambiente do mundo, mas quero ela na minha vida. Então tenho que mostrar a ela de que vida estou falando. – E quando as provas acabarem vamos juntos a festa da namorada do Filippo. É a grande festa do ano.

   ―Melhor saber logo. – Ela diz parando de caminhar e soltando minha mão, meu coração para de bater um segundo. É agora que ela vai dizer que tem namorado? Que não gostou de ficar comigo ou que vai se mudar para a China?

   ―O que? Melhor não me deixar adivinhar, estou num momento bem dramático.

   ―Meus pais... Enzo eu queria viver como toda garota de vinte anos, mas meus pais são muito conservadores. Isso é sério. Não dá para ficar saindo por aí. Menti para eles ontem, menti hoje. Não gosto disso.

   ―Eu não imaginava. – Fico surpreso, acho que tudo bem, estamos na Itália e ainda existem famílias bem conservadoras.

   ―Eles nunca permitiriam que eu fosse a uma festa como essa, para passar a noite fora, entende que para eles isso seria... um escândalo para uma moça solteira e sem um par e eu podia desafia-los, tenho idade para decidir, sei disso, não sou uma tola cega que pensa em seguir os passos dos pais, mas a verdade é que não quero fazer isso. Não quero magoa-los.

   ―Isso é legal. – Ela se espanta. – Legal pensar neles assim. Acho bonito eles serem protetores também. Diferente.

   ―Acha? – O olhar de surpresa dela me encanta. – Não me acha meio infantil?

   ―Não. Acho que podemos resolver isso. Pode me apresentar a eles e podemos ir juntos? Se me conhecerem e gostarem de mim. O que acha?

   ―Fala sério?

   ―Eu estava aqui achando que iria me dizer que tem um namorado, saber que seus pais são linha dura é tipo uma noticia boa. – Ela ri.

   ―Enzo... está disposto a responder sobre suas intenções? Por que eles vão perguntar. Vão interrogar para ser mais honesta. E vão marcar em cima, eu vou ter horário para voltar para casa e eles vão querer você na sala de casa assistindo televisão e jantar em família. Olha, eu vou entender se preferir...

   ―Eu quero. – Interrompo Bianca. – Quero conhecer eles, quero apresentar você a minha avó e meus irmãos. Quero que seja tudo direitinho. Não quero que minta para me ver. Não sabia que estava fazendo isso.

   Ela fica na ponta dos pés e me beija. Sorri de um jeito lindo, toca meus cabelos bagunçados e fica me olhando um momento.

   ―Isso vai ser estranho e meio assustador. Tem mesmo certeza? Por que depois que eu contar a eles... se mudar de ideia...

   ―Não vou. Quer ir agora?

   Tento puxa-la, mas ela me para rindo. Eu a abraço, gosto do riso dela, parece preencher a alma, é como se raios de luz invadissem minha vida a cada vez que ri assim, despreocupada.

   ―Espera. Não é assim. Tenho que conversar com eles. Dizer que conheci alguém, dar uns dias a eles. Para se acostumarem.

    ―Tudo bem, posso ser um pouco paciente, mas depois vai me apresentar sua família?

   ―Vou. Somos só eu e meus pais. Minha avó faleceu ano passado e tenho dois tios que moram na Espanha e não vejo há anos. Irmão da minha mãe e a esposa.

   ―Família pequena. – Eu constato. – A minha é maior.

   ―Avó e dois irmãos. – Ela diz e sorrio, Bianca presta atenção em mim, acho isso especial, acho tudo nela especial, mas ela está errada.

   ―Três irmãos, um deles, o mais velho, ele mora com a minha avó, não somos muito próximos. Os mais jovens são problema, meu padrasto é um idiota e minha avó é uma mulher incrível que vai amar, esse é o pacote. O que acha?

   ―Que tudo bem. Não existe família perfeita. Agora vamos, minha mãe acha que estou fazendo um trabalho na biblioteca, já me ligou duas vezes. – Ela toca a bolsa lembrando o celular.

   ―Vamos pensar numa desculpa melhor até tudo se resolver.

   ―Está certo. Vai me dar uns dias para contar? – Afirmo. – E vai lá em casa conhece-los se convidarem?

   ―E se não convidarem também. Vai brigar por mim se eles ficarem contra?

   ―Vou. – Ela diz corajosa.

   ―Acha que vão gostar de mim? Quer dizer, os outros, os caras ou cara que apresentou, como foi?

   ―Enzo eu nunca apresentei nenhum homem a eles, nunca aconteceu de pensar nisso eu nunca namorei. Não estou dizendo que vamos namorar, não é bem isso. Só que, na verdade, talvez meus pais cobrem um namoro, mas podemos dizer que...

   ―Que sim. Que vamos namorar, é isso? Eu penso nisso, meu amigo namora tem anos e não tem nada demais, mesmo tendo só vinte anos. Namorar sério eu digo, não tenho medo das perguntas e vou dizer a eles que quero namorar você.

   ―Para engana-los? – Ela parece mesmo confusa, nego meio rindo, não me daria a esse trabalho. Beijo seu pescoço e depois seus lábios, ela me envolve o pescoço, estamos a duas quadras da casa dela e agora que sei que andou mentindo começo a me preocupar. – É sério Enzo.

   ―Vou pedir a eles para namorar com você, como se fazia em mil e quinhentos. – Ela revira os olhos. – É sério. Fazer tudo direitinho.

   ―Não tem que pedir a eles. Eu que tenho que decidir. Se aceitar, no caso de você pedir então aí, temos que comunicar meus pais.

   ―Então eu estou diante de uma mulher moderna?

   ―Está! – Ela se apruma.

   ―Vamos ver o que vamos fazer sobre isso, faça sua parte, conte a seus pais que conheceu um ótimo rapaz e me conta o que acharam disso. – Vou pensar em um jeito bonitinho de pedir Bianca em namoro. Filippo vai me ajudar, não, minha avó, ele é muito idiota e vai me dar uma ideia ruim e vou embarcar. – Vou levar você para casa, vamos.

   Seguimos nosso caminho, eu e ela de mãos dadas até a porta, nos beijamos muito rápido e depois sigo para casa. No domingo vou ver minha avó e combinar tudo com ela. Quem sabe ela tem uma boa ideia de como ser romântico sem parecer bobo.


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Notas finais do capítulo

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSS



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