Maternidade escrita por Sarah


Capítulo 1
Maternidade




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Maternidade

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Quando Molly abriu os olhos, encontrou-se de pé no meio da cozinha. Os raios de sol que entravam pela janela tingiam tudo de dourado, e havia cheiro de café no ar, embora ela não se lembrasse de ter preparado café. Pelo silêncio, devia ser muito cedo. Olhou para o relógio pendurado na parede e os ponteiros de todos os Weasley’s e de todos os Potters’s indicavam cama.

Diante disso, ela sentiu a leveza de uma paz enorme preencher-lhe o peito. Esse era o seu céu. Puxou uma cadeira e sentou, esperando. 

Nem era uma surpresa. Vinha pressentindo o momento há alguns dias, e estava tudo bem. Tinha lutado em duas guerras e sido tão, tão feliz, e tão triste. Seus filhos, e mesmo os filhos dos seus filhos, já estavam suficientemente crescidos. Tinha visto Gina casar. E Artur, um cavalheiro até o final, tinha deixado que ela fosse primeiro. Ele consolaria as crianças e mandaria que elas parassem de chorar quando já fosse o bastante. Estava tudo bem, de verdade.

De repente, percebeu os olhos verdes a encarando. Uma moça bonita, com olhos iguais aos de Harry Potter, estava sentada na outra ponta da mesa.

— Olá, Lílian — Molly a cumprimentou com um sorriso.

Lílian Potter sorriu também, em seguida apoiou os cotovelos sobre o tampo da mesa e entrelaçou os dedos à frente do corpo, parecendo um pouco constrangida.

— Você deve estar surpresa por ser eu, não? Sei que existem muitas pessoas que você gostaria de ver, mas falta pouco agora.

Molly negou com um aceno, dispensando as desculpas.

— É uma honra, Lílian.

— Eu quis vir, sabe? Para agradecer. Por tudo, por ter dado ao Harry uma família. Por ter sido mãe dele também.      

Ao ouvir essas palavras, Molly deixou escapar um risinho, meio abafado com as costas das mãos, como uma menina. Suas faces tornaram-se vermelhas, e ela pareceu verdadeiramente contente.

— Foram bons meninos, não foram? Todos eles. Deixaram-nos orgulhosas. Acho que, afinal, fizemos um bom trabalho.

Ambas sorriram de um jeito muito cúmplice. Sem que nada precisasse ser tido, sabiam que se fosse preciso uma teria tomado o lugar da outra sem hesitar: vivendo ou morrendo por aquelas crianças. Era o suficiente para as duas, e os agradecimentos foram substituídos por um silêncio cheio de compreensão e lembranças felizes.

E, então, pareceu ter chegado a hora.

— Suponho que você vai seguir — Lily falou num tom muito gentil.

Molly espreguiçou-se ligeiramente e, apoiando as mãos na mesa com um suspiro, se levantou. Não deixou transparecer desconforto com a idéia, embora sentisse um pálido reflexo de medo se agitando em suas entranhas agora que o momento chegara. No entanto, sempre tinha sido uma mulher corajosa. E Fred estava do outro lado, e todos os que ela amava também estariam um dia... Estava tudo bem.

— Vou seguir — respondeu, por fim, sem qualquer hesitação. 

Lílian fez um aceno satisfeito e se levantou também. Num movimento sincronizado as duas deram-se as mãos e saíram pela porta que dava para o jardim.

Partir não doía como tinha esperado. Por cima do ombro, Molly lançou um último olhar para sua cozinha, detendo-se no relógio de parede. Todos estavam na cama


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