Hastryn: Despertar escrita por Dreamy Boy


Capítulo 25
A Espada e a Lança


Notas iniciais do capítulo

Tô vindo pra finalizar a parte 1 e, infelizmente, não tenho quase nada da segunda pronta :(



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Katherine

A cada tempo que passava e os produtos demoravam a vir do sul, a monarca se afligia mais, temendo que os afetados voltassem a se rebelar contra o reino e, com isso, se originasse um novo conflito. O número de mortes causadas pela praga crescia cada vez mais, mesmo que alguns dos viajantes possuíssem organismos capazes de resistir aos seus efeitos, como era possível de se acontecer com aqueles que conviviam com os adoecidos, ficando em constante contato com eles.

No interior da sala das reuniões, observava uma papelada de documentos que envolviam assuntos como as competições, que foram propositalmente adiadas até aquele momento, por conta da movimentação e das desordens recentes. Escutou uma leve batida de porta.

— Entre!

Thomas Earn adentrou o recinto, com um sorriso no rosto.

— Eles chegaram! Os viajantes com os medicamentos necessários!

— Oh! Obrigada, meus deuses! — Kath olhou para o céu exibido na pequena vista de uma janela distante, como se estivesse dialogando diretamente com as divindades elementares de Grimwerd.

A dupla se retirou da sala e desceu apressadamente as escadarias, pronta para entrar em contato com os funcionários das enfermarias, possibilitando o tratamento dos adoecidos através dos antídotos e a integração destes à sociedade do norte.  Kath pôde, finalmente, sentir-se aliviada, pois o risco de morte que aquelas pessoas corriam estava para chegar ao fim, juntamente com a possibilidade de uma nova revolta. Estava emocionada, sabendo que poderia fazer com que todos estivessem cientes da notícia e comemorassem o fim da terrível ameaça.

Dias depois, quando se finalizou o processo de dura, os sobreviventes foram divididos organizadamente entre as cidades nortenhas, com a finalidade de serem abrigados e se abastecerem da forma devida, recebendo oportunidades de trabalho segundo suas práticas e experiências adquiridas durante a vida de escravizados. Poderiam estar envolvidos em áreas com as quais encontrassem alguma forma de identificação.

...

Recordou-se do momento em que, aos quinze anos, adentrou aquele lugar pela primeira vez, cruzando os portais de pedra e se deparando com uma imensa área circular, dentro da qual as pessoas se mostravam tremendamente bárbaras e cruéis.

Nos dias atuais, ocupava o assento no qual o Rei Lothar se situava na época. Consumia o mesmo vinho, que era cuidadosamente servido pelos criados, que tinham medo de enfurecê-la. As lembranças ocupavam seus pensamentos por inteiro, fazendo-a sentir como se o fantasma de Evelyn estivesse sobre os assentos de uma arquibancada lotada. Pensou na possibilidade de a irmã estar lá, observando por ela, contemplando sua ascensão social e econômica e a mudança de vida da família.

Os anos haviam se passado com uma rapidez impressionante.

Houve datas em que Katherine sentiu uma profunda demora até que chegassem ao fim, mas, nesse momento, ao pensar nelas, parecia que estava em outra vida, sendo outra pessoa. Sabia que seu raciocínio era verdadeiro. A cada dia que passava, uma nova Katherine era constituída, conhecendo cada vez mais o mundo e a si mesma.

Ao dar o primeiro sinal de muitos, as duas mulheres iniciaram a luta. Katherine, Thomas e todos os demais membros da nação do norte que se encontravam presentes na arena-anfiteatro assistiam com atenção, vibrando-se com a força e a coragem das participantes. O desejo da monarca era o de reunir todas e formar um exército somente com elas, mas sabia que deveria honrar a sua palavra inicial e fazer jus ao processo seletivo imposto.

Os guardas responsabilizados pela segurança do evento foram ordenados a não permitirem que o duelo fosse até a morte de qualquer uma. Uma vez derrotada, a participante em questão seria simplesmente convidada a se retirar das arenas e seria conduzida, se necessário, a um local confortável para descansar e recuperar as suas energias.

Katherine sabia que estava quebrando um tabu, mostrando, de uma vez por todas, que mulheres saberiam lutar da mesma forma que homens – ou até melhor do que muitos – desde que fossem adequadamente treinadas para isso, assim como estes foram desde pequenos. As famílias tradicionais assistiam chocadas aos gestos, saltos, desvios, golpes... Às danças, manipulações de armas, derrubadas... As crianças trazidas por seus pais gritavam de euforia, sem ainda terem absorvido e enraizado em suas mentes a malícia e o preconceito provocados pelos ensinamentos das gerações anteriores.

De todas as envolvidas na competição, as que Katherine mais tivera a oportunidade de se afeiçoar foram Willow e Demetria. Adquirira formas de sentimento diferenciadas por ambas, de acordo com suas histórias de vida e as convivências mantidas com cada uma desde que as conhecera. Contudo, naqueles dias, era obrigada a se manter imparcial durante as atividades, sem demonstrar preferências. Deveria ser justa e, se houvesse a necessidade de reprová-las, assim o faria, mesmo que seu coração fosse motivá-la a abrir uma oportunidade especial — que não envolvesse o torneio — para as duas. Para a sua surpresa, não por não acreditar na capacidade de ambas, mas justamente pelo vínculo construído, elas foram as que derrotaram as demais oponentes e se tornaram as finalistas.

No último dia, a arena-anfiteatro se encontrava abarrotada de indivíduos de todas as classes possíveis. Estes já estavam acostumados com o sistema da competição e esperavam ansiosamente para saberem com os próprios olhos qual seria o resultado final de algo que estava ocorrendo há semanas e que havia se tornado parte dos assuntos principais discutidos em seus cotidianos.

Foram espalhadas bandeiras e cartazes ilustrando as duas participantes da final, havendo uma maior divulgação do evento, chamando a atenção dos habitantes que ainda não tinham ido a nenhum dia e também a dos que foram nos outros, fazendo-os virem aquilo como a principal tarefa a ser realizada.

Demetria utilizava uma armadura prateada reluzente, carregando uma lança, sua arma principal. Não possuída escudo e se sentira melhor sem ele, o que, de início, foi considerado algo de imenso risco por seus espectadores, mas sua estratégia adotada conseguiu levá-la até a posição em que se encontrava naquele instante, fazendo com que os comentários negativos a seu respeito se encerrassem. Os detalhes ornamentados, simbolizando animais ferozes e bravos, eram dourados, entrando em contraste com a primeira cor. A armadura de Willow era o oposto, sendo extremamente dourada e possuindo uma ornamentação de detalhes inteiramente prateada. Essa diferenciação era feita com o objetivo de, por mais que os olhos da população que assistia o embate conseguissem distingui-las, fossem reconhecidas através de um símbolo que lhes traria uma maior atenção.  Willow tinha um escudo e uma espada larga.

As duas se posicionaram corretamente, uma de frente para a outra, aguardando até que fosse iniciado o confronto. Subitamente, todos os espectadores se silenciaram. Katherine respirou fundo, antes de erguer a mão direita, e, em seguida, abaixá-la com rapidez, proferindo:

— Que se inicie a final!

Segurando firmemente suas respectivas armas, Demetria e Willow se encararam e partiram furiosamente uma na direção da outra. A primeira investida da lança quase acertou o rosto de Willow, que gritou e se esquivou com rapidez. Utilizando o braço esquerdo, esta tentou manipular a rival, que já estava preparada para o gesto e se abaixou, erguendo seu corpo. Willow saltou por cima de Demetria e as armas de ambas se chocaram. Katherine visualizava a cena de uma lonjura considerável, mas era capaz de imaginar as sensações dentro de cada uma das oponentes.

O cruzar da espada e da lança fazia a rainha e os demais se arrepiarem, sem saberem qual das duas resistiria até o fim e imobilizaria a adversária. Demetria era ágil. Willow, resistente. Até mesmo Katherine tinha dificuldades para imaginar qual seria o futuro daquela competição.

Sempre que uma era derrubada, conseguia se levantar com uma rapidez incrível, sendo quase que impossível de ser imobilizada ou acertada pela concorrente, que não tinha tempo suficiente para aproveitar tal oportunidade. Por vezes, Demetria conseguia usar a lança para tirar o equilíbrio de Willow, mas a espada de Willow cortava o ar após as incessantes investidas de Demetria.

Sendo perseguida, a nortenha correu até um dos muros próximos e o utilizou como apoio para realizar um salto e posar atrás da sulista, que estava em seu encalço, pronta para realizar um bote. Demetria se virou depressa e as lâminas voltaram a se chocar, quase que como se estivessem seguindo um ritmo musical.

A espada de Willow foi arremessada para longe, o que a fez, imediatamente, correr atrás do objeto, antes de correr o risco de perder a luta. Demetria aproveitou o momento para respirar e se posicionar para o próximo ataque.

Erguendo o escudo, Willow se defendeu dos fortes golpes provocados pela lança, ficando, aos poucos, de pé novamente. Com um pulo seguido de um chute, obteve um espaço considerável o bastante para recuperar a vantagem. Evitando correr o risco de ficar em uma distância na qual a ponta da lança da adversária poderia encontrar seu alvo com facilidade, Willow soube que precisaria estar mais próxima, buscando formas de impedir a movimentação da arma e desconcertar a pessoa que a manuseava.

Utilizou-se de sua força para obter a posse da lança e deixou Demetria sem armas, tirando, pelo menos por aquele instante, a sua chance de vencer através de uma. Fincou a lâmina sobre o chão de areia e, utilizando-a como um verdadeiro apoio, segurou-se e utilizou os pés para golpear a jovem. Demetria, com as mãos, repelia os pés que vinham em sua direção, impedindo-os de a acertarem com força. Amortecia os ataques, mesmo que com dificuldades.

Willow lançou seu corpo contra o dela, tornando o combate uma luta corporal, sem a presença de armas que facilitassem o processo. Ambas se enfrentaram somente com os membros do corpo, empurrando rostos, imobilizando braços, realizando chutes e manobras e segurando as pernas uma da outra. O elmo de Demetria foi acidentalmente retirado no meio do processo, revelando uma jovem com cabelos despenteados. Enfurecida, a mesma fez de tudo para que o de Willow também saísse, e conseguiu.

— Mais vinho, por favor. — Katherine pediu, sem tirar os olhos da cena, temendo perder qualquer movimento que fosse um fator decisivo para o resultado. Sentiu-se imersa, como se fosse uma das participantes. As dores sentidas e os golpes sofridos provocavam nela um forte impacto, quase que como se estivesse compartilhando dos sentimentos.

O povo, em êxtase, erguia as mãos, gritava e aplaudia. A rainha havia visto mulheres que se soltavam cada vez mais na plateia, demonstrando forte interesse no assunto das lutas. Seus maridos tentavam contê-las, mas algumas os desafiavam e continuavam reagindo da forma que desejavam. Por vezes, eram acompanhadas também de suas filhas, que cresceriam em uma vivência na qual seria comum alguém do gênero feminino se envolver com lutas, podendo ser algo a ser cogitado em suas vidas. Kath sorriu, orgulhosa.

Willow, aproveitando-se da distração de Demetria, conseguiu imobilizá-la de bruços, com o rosto quase que encostado ao chão, mas apresentava dificuldades para mantê-la paralisada. Utilizando-se de um dos joelhos, a oponente ergueu uma parte do corpo e, em seguida, fez com que suas mãos mantivessem seu equilíbrio e distanciassem a sua face do solo. Com o pé direito, acertou Willow, que foi lançada para trás. Livre, Demetria correu para longe e alcançou a espada da oponente, que foi para a direção oposta e apanhou o escudo. A lança estava fincada sob a terra, e o pouco tempo que tinha para retirá-la a impediu de correr o perigo.

Houve uma mudança total no esquema. Ao ter a vantagem de volta, Demetria era a responsável por atacar e Willow se defendia com o pesado objeto que estava em seu domínio. Empurrou-o com força no sentido frontal e tentou utilizá-lo com uma arma de ataque também, de modo que o mesmo se chocasse com a lâmina diversas vezes.

 — Elas estão dando todo o melhor de si... — Thomas constatava, admirado com todo o esforço, o empenho e a dedicação das duelistas. — De uma maneira que nunca fizeram nas outras atividades. Superaram a si mesmas!

Katherine assentiu.

— A pressão de chegarem até aqui e continuarem mantendo o posto as obriga a fazer isso... A essa altura, continuar com o título e a oportunidade de ser gloriosa é o único foco em suas mentes. Elas se esquecem de quem são, direcionando todos os pensamentos somente para o momento em que atualmente estão envolvidas.

Olhando de volta para a arena, o coração da rainha tremeu. A surpresa foi tanta que ela, quase que automaticamente, se levantou e colocou as mãos sobre a divisória de pedra.

Willow havia recuperado a vantagem.

Demetria estava presa ao chão outra vez. Desta vez, sem chances de sair. Os responsáveis por cuidar do evento ergueram as mãos, contaram o tempo e a decretaram vencedora. Após isso, Willow a largou e direcionou o olhar ao público que a contemplava, emocionada. Katherine, mesmo não estando próxima, conseguiu compartilhar do sentimento. Foi uma sensação parecida no momento em que Gregory parecia estar sendo derrotado e, subitamente, venceu Arthur, seu adversário, tornando-se o ganhador.

Willow levantou Demetria e as duas se cumprimentaram respeitosamente, demonstrando que qualquer uma que vencesse seria digna daquilo e tratada como tal pela adversária. Demetria apertou a sua mão, parabenizando-a, e Willow ergueu os braços, entrando em contato com os seus torcedores.

...

Após o encerramento das lutas, Katherine Wildshade segurava uma prancheta e um pergaminho repleto de informações envolvendo os nomes de cada participante, com todas as que considerou extremamente importantes durante o processo e necessárias para o plano que estava para ser concretizado. Com a ajuda de Thomas e dos demais guardas, as convocou, criando uma barreira inteiramente formada por mulheres, o que a fazia se sentir mais representada, pois, devido ao regime machista e predominantemente formado por homens, era a única do gênero feminino ocupando um cargo político e de guerra.

— Desde o início, fundei o novo campeonato com um objetivo diferente dos que ocorriam antes. Isso se popularizou ainda mais quando decretei que seria terminantemente proibido o ato de matar uma oponente. — Katherine caminhava de um lado para o outro, fitando o olhar de cada uma, tentando estabelecer um contato visual e fazê-las se sentirem acolhidas. — A ideia era a de, após um treinamento adequado, ver as que mais se destacavam e se esforçavam, não somente as que venceram. Todas sabem que, depois dos últimos conflitos, grande parte de nossos soldados foi morta, sendo necessário repor essa quantidade. É importante deixar explícito que qualquer uma aqui presente mostrou ser corajosa e brava, independendo da posição que assumiram no decorrer das atividades. Meu desejo era o de chamar a todas, mas creio que algumas ainda precisem de um treinamento mais adequado antes de receberem a missão que estou planejando, e conversarei com estas em um momento mais oportuno. A partir de hoje, vocês se tornarão ainda mais parte da nossa cidade. Vocês serão As Amazonas de Arroway.

...

O céu estava escurecendo. O dia, aos poucos, chegando ao seu fim.

Após a reunião na qual compareceram a rainha, seus guardas e as amazonas, Willow se dirigiu ao aposento em que passaria a ficar a partir daquele momento, com o intuito de se acostumar com o novo ambiente e com a mudança de rotinas pela qual passaria. Quando Katherine bateu à porta, a mulher imediatamente a atendeu, utilizando vestimentas mais confortáveis, depois de horas consecutivas nas quais seu corpo contou com a presença de uma pesada armadura.

— Entre, por favor.

A monarca se sentou sobre uma poltrona, observando a amiga fazer o mesmo.

— Estou tão feliz por ter me tornado a vencedora do campeonato, mas ainda sinto como se um vazio ocupasse o meu coração. — Willow confessava, demonstrando cansaço. — Tenho medo de isso ser uma forma de ingratidão com todas as coisas que têm acontecido.

— Não é. De jeito nenhum. — Kath, carinhosamente, segurou as suas mãos. — Creio que estou compreendendo o que está sentindo, mas preciso que fale mais a respeito para me certificar.

— As lembranças do passado não param de me perseguir... É como se a vida dentro do Rosa Indomável fosse continuar existindo em um mundo paralelo. Como se eu ainda fosse obrigada a oferecer o meu corpo em troca de moedas ou riquezas... Parece que é um sonho que acabará a qualquer instante.

— Por vários meses, senti o mesmo. — Kath revelou, sem ter medo de se abrir ou de olhar a amiga nos olhos. — Saiba que não está sozinha. Sinto-me grata aos deuses por terem me trazido uma pessoa que me sinta mais próxima de minha própria essência do passado e, além disso, que me propiciasse salvar mais uma vida.

— Depois que a conheci, realmente me senti sendo protegida e salva. — Em meio a toda a dor e ao sofrimento, Willow Bertrand conseguiu encontrar uma brecha para sorrir. — Toda minha esperança já estava inteiramente morta.

— Tudo foi feito de coração. Mas não fui a única a contribuir. — A monarca piscou um dos olhos, satisfeita. — Se não fosse pela sua habilidade e pelo seu potencial, não teria sido aplaudida por todos lá fora. Não teria obtido o título de vencedora.

Inesperadamente, Willow a puxou para um forte abraço, mostrando a dependência que sentia de alguém que se importasse tanto com ela do jeito que Katherine o fez. Da mesma maneira, Katherine sentia a necessidade de uma companhia que a acrescentasse sentimentos ainda não descobertos. Desde que conheceu a história de Willow e a pessoa que a mulher era, passou a ter sentimentos por ela. Sentimentos ainda incompreendidos, mas fortes, que foram reprimidos por um tempo.

Kath, lentamente, deixando-se levar pelo impulso, colocou as mãos sobre o pescoço da amiga e uniu seus lábios aos dela. Um beijo leve e inocente, pois jamais tivera a oportunidade de vivenciar algo tão puro com qualquer ser humano antes. Willow correspondeu.

As duas não pensaram em mais nada que envolvia suas vidas, entregando-se ao delicioso momento. Ao mesmo tempo em que se sentia um pouco nervosa por ser a primeira experiência com uma pessoa do mesmo sexo, Katherine sentia um prazer diferente e confiava na amiga.

Acreditava que a vida ainda teria muito a mostrar a respeito de si mesma.


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