Hastryn: Despertar escrita por Dreamy Boy


Capítulo 22
Herecgunina


Notas iniciais do capítulo

Esse foi um dos capítulos que mais gostei de fazer! Vamos ver o que acham :)



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Charlotte

Observando os portões sendo fechados, Charlotte respirou fundo.

Aquela havia sido a sua escolha e não era mais possível voltar atrás. Deveria encarar todas as consequências que poderiam surgir. Faria exatamente o que estava planejando, sem deixar que o medo e o pavor a atrapalhassem na realização da missão.

Virou-se para frente e não olhou mais para trás.

Não colocaria em risco a vida de sua família e cometeria qualquer ato que os impedisse de ficar cara a cara com a morte. Com esse foco, dispôs-se a ir atrás da misteriosa planta, acompanhada de seus soldados.

As nuvens cobriram o sol e, aos poucos, o céu começou a relampear. Gotas de chuva começaram a cair, obrigando a monarca a utilizar o seu manto encapuzado para se proteger. As matas, no decorrer das horas, foram ficando extremamente úmidas e alagadas, justificando a necessidade de utilizar as firmes e pesadas botas escolhidas para o trajeto. Os ventos estavam sendo muito fortes, o que os obrigou a, durante a noite, procurar uma estalagem.

— Precisamos de vários quartos. O mais depressa possível. — Charlotte foi direta, sem permitir a chance de algum dos homens que comandava o recinto fazer alguma piada de mau gosto ou tentassem seduzi-la de alguma forma. Deixou uma sacola com moedas de ouro sobre uma bancada de madeira e o proprietário a apanhou. Seus olhos brilharam.

— Boa noite, Sua Majestade... — Sussurrou, sem saber como se portar diante de tamanha autoridade. Evitou que os demais o ouvissem, para que Charlie não se tornasse o assunto principal do dia e não recebesse os olhares de todos os presentes. Aparentemente, os frequentadores da taverna ainda não a tinham reconhecido. Melhor assim. — Separarei os nossos melhores aposentos. Por favor, sigam-me.

O ambiente era um pouco aconchegante e as camas tinham cobertas quentes, capazes de aquecer os hóspedes e controlar o frio que sentiam. Exausta, Charlotte Trannyth tomou um rápido banho e se deitou sobre o colchão, adormecendo instantaneamente. 

No momento em que despertou, percebeu que o céu ainda estava escuro. No entanto, tinha perdido o sono, vendo-se obrigada a se sentar encostada sobre a cabeceira e aguardar o alvorecer para poder chamar os guardas e, dessa forma, continuarem a viagem. Por sorte, a chuva tinha cessado, o que facilitaria a situação. Caso contrário, seriam obrigados a continuar a viagem mesmo assim.

 De manhã, tomaram uma refeição simples composta de pão, ovo, leite e aveia. Nutrientes necessários para continuarem fortes até o fim daquele dia e chegarem o mais depressa possível nas matas procuradas.

— Antes de partirmos, há algo que devo falar. — Fez uma pausa, tomando mais um gole do delicioso leite que lhe fora servido, enquanto pensava nas melhores palavras a serem utilizadas. — Existem chances de enfrentarmos um inimigo poderoso no meio do caminho. Conheço lendas pouco mencionadas que falam sobre um ser místico e diferente dos demais. Um ser que se manifesta apenas quando alguém deseja roubar algo que lhe pertence. Esse ser possui o nome de Herecgunina.

— O que ele é? — Um rapaz perguntou, demonstrando profundo interesse na história. Alguns do grupo não deram a devida importância ao que a monarca dizia, incrédulos com a possibilidade de que os relatos fossem reais. Sujeitos ignorantes, que Charlie fez questão de ignorar e, por alguns instantes, esquecer-se de que existiam. Decidiu prestar atenção somente nos que estavam verdadeiramente atentos. — É um monstro, como ogros e trolls?

— Como disse... um pouco diferente disso. É um espírito que vive nas matas próximas das montanhas do continente sulista. Costuma ser inofensivo, sem aparecer para os humanos, a não ser que estes possam representar alguma forma de ameaça ao lar em que ele vive. Quando digo ameaça, que fique claro que pode variar entre grandes destruições dentro de seus domínios ou o desejo de roubar algo que lhe pertence.

— No nosso caso... Estaremos roubando as ervas de Abigail e, por conta disso, despertaríamos o ódio desse espírito? — O homem seguiu seu raciocínio e estava começando a compreender a situação.

— Exatamente. Eu jamais poderia esconder essa informação. Agora que estão cientes, gostaria de sabe quem está realmente disposto a prosseguir com a missão. Não punirei nem tratarei com desprezo quem decidir retornar à cidade. É somente uma questão de escolha.

Ninguém, nem mesmo os que pouco se importaram com suas palavras, levantaram a mão, o que a surpreendeu. Estes, depois de um tempo, mudaram suas expressões e pareciam levá-la mais a sério. Entreolhando-se, assentiram, fazendo um acordo silencioso. Colocaram suas mãos sobre a mesa circular, umas sobre as outras.

— Sendo assim... Estamos juntos nessa!

...

Durante as horas claras, foi realizado um percurso ainda mais extenso do que o do dia anterior, pois todos estavam verdadeiramente dispostos a retornar a Horgeon e às suas famílias o mais depressa possível, com a cura em mãos. Muitos parentes dos soldados tinham sido afetados e corriam riscos de mortes, o que servia como motivação para lutarem contra qualquer coisa que os atrapalhasse no processo de salvar as suas vidas.

 Atravessaram um desfiladeiro e pararam em matas calmas e silenciosas. Charlotte era sempre cercada por metade dos homens, enquanto a outra parte se preocupava em seguir a trilha correta e evitar que a perdessem de vista. Mesmo estando completamente impedida de ser atacada com facilidade, a rainha tinha as suas armas preparadas, caso visse a necessidade de utilizá-las.

Não costumava utilizar espadas, mas Ulrick, durante os cinco anos em que estiveram casados, ensinara-a a manejá-las. Além disso, a jovem aprimorou as suas práticas de caça, tornando-se uma verdadeira sobrevivente em florestas perigosas. Evitava mostrar as suas habilidades físicas às pessoas, crendo que deveria participar de lutas somente quando não houvesse escolha.

Aquela seria a sua primeira batalha oficial.

...

Em um período de tempo situado entre as suas duas gestações malsucedidas, Richard e Elizabeth, acompanhados de Hazel, foram fazer uma caminhada ao ar livre pela antiga Clareira do Poço. Um cenário de diversas lembranças que Charlotte, naquela época, apagaria de sua mente, para que a soa parasse atormentá-la. A dor de ter perdido Elliot para a morte.

Por algum motivo que ainda não conseguia compreender por inteiro, os deuses ainda a queriam viva. Desejavam que superasse as dificuldades impostas pela vida e permanecesse de é, cuidando dos que dela necessitavam, como os Irmãos Yorkan. Por vezes, a princesa pensava em desistir de tudo, mas eles a faziam sentir vontade de continuar de pé. Era um misto de sensações boas e ruins que a torturavam constantemente.

Estava em uma sala vazia dentro da Mansão dos Yorkan. Uma sala exclusivamente reservada para os treinamentos físicos de pai e filho. O homem, sempre que tinha chances, conduzia o pequeno para o cômodo para praticarem juntos, enquanto a esposa ficava ao lado da enteada, realizando outras atividades. Especialmente naquele dia, Charlie pediu ao marido para ensiná-la a manejar as lâminas.

— É importante que saiba: utilizá-las não é para qualquer um. — Ulrick estava sendo sincero. Jamais cometia grosserias com a esposa, sabendo que deveria tratá-la com respeito. — É difícil e complicado, pois exige bastante das pessoas. Como você não foi alguém que cresceu com esses treinamentos, será um pouco mais trabalhoso, mas não impossível.

— Não me importo. Por mim, tudo bem. — Charlie respondeu, sem perder a concentração em seu objetivo. Fora capaz de aprender a caçar utilizando arcos e flechas, logo, acreditava também ser capaz de lutar com as espadas. A sociedade de Arroway, muitas vezes, não via mulheres como seres humanos que serviam para serem guerreiras. A princesa queria mostrar a todos que era um pensamento ultrapassado, mas também não desejava dedicar sua vida à guerra e aos conflitos. Seu foco era somente aprender como se defender. — Podemos começar?

— Sim.

Ulrick preparou bonecos feitos à base de palha para servirem como alvos. A diferença era que Charlie agora deveria golpeá-los de perto, ao invés de mirá-los e acertá-los com suas flechas.

Posicionando-se de frente para um deles, respirou fundo e permitiu que todos os seus pensamentos viessem à tona. O ódio que nutria por pessoas como Lothar Wildshade e outros, como os criminosos que constantemente assassinavam ou maltratavam inocentes em busca da satisfação de seus próprios prazeres e desejos. Canalizando inteiramente esse sentimento, Charlotte Yorkan desferiu o primeiro golpe.

...

Dias depois, a comitiva conseguia avistar as montanhas sulistas, comemorando o fato de não terem sido mortos durante o caminho e o quão perto estavam de encontrar o que os fizera partir de suas residências. Sem parar para descansar, tinham o objetivo de chegar ao local até o fim da tarde.

— Vejam. — Charlotte retirou o mapa de suas vestimentas, indicando com o dedo o lugar marcado com tinta vermelha, para que facilitasse a expedição. O mesmo dedo deslizou um pouco mais para trás, mostrando outra área. — Devemos estar por aqui. Em algumas horas, poderemos retirar as ervas e retornar a Horgeon.

Um dos guardas a chegou.

— Será mesmo possível que há alguém protegendo essas terras?

— É o que teremos que descobrir. 

As horas se passaram com lentidão, enquanto o grupo continuava a percorrer a trilha. Quando perdiam o fôlego, paravam por pequenos minutos, para recuperá-lo, e depois continuavam com o ritmo pesado. Conforme ficavam cada vez mais próximos da região selecionada no mapa, a aflição de todos aumentava.

Esteve sempre atenta às plantações, caso surgisse algo semelhante às imagens que trouxera consigo. Houve um momento em que, olhando com cuidado, encontrou o que tanto ansiavam por ter em mãos.

— Está aqui! Encontramos Abigail!

Um passo havia sido dado. Otimista de que o processo daria certo, a jovem desceu do cavalo e se agachou sobre a grama, retirando, calmamente, a plantação situada à sua frente.

Quando a fez, nada aconteceu. Um silêncio ecoou pela clareira.

Respirou fundo.

Ao se virarem para entrar em contato com os homens que a acompanharam, escutou um rugido ensurdecedor.  Todos levaram as mãos aos ouvidos, entrando em desespero.

Os guerreiros sacaram as suas espadas, mas algumas destas foram imediatamente retiradas de suas mãos, por uma força que ninguém era capaz de enxergar ou descrever. Somente sentiam a intensidade, como um vento muito mais forte do que o comum. Apavorada, Charlotte evitou que o ser tirasse a posse de sua arma, correndo na primeira direção que pensou.

— Recuar! — gritou — Não permitam que ele os mate! Pensem em suas famílias e lutem até que o derrotemos e possamos voltar para casa. Nossos parentes precisam de nós!

O poderoso Herecgunina destroçou três guardas de uma só vez, em um curto espaço de tempo entre eles. O espírito retirava o elmo daqueles homens e, de certa forma, isso os tornava algo fáceis, possibilitando que suas cabeças fossem acertadas, o que causava as suas mortes com rapidez. Em seguida, dirigiu-se aos ainda vivos, desejando exterminá-los.

Sentindo-se na obrigação de agir rápido, a rainha, utilizando o elmo de um dos mortos, retirou um pouco da água enlameada encontrada sobre o solo e a lançou na direção que julgava ser a correta, pois estava observando os movimentos de ataque do espírito contra um dos homens.

Em sua primeira tentativa, falhou.

Sem perder tempo, repetiu o gesto.

Acertou uma parte do corpo do Herecgunina, tornando-a razoavelmente visível para todos. Os aliados, enxergando um pouco de seus movimentos, conseguiram mais chances de se defenderem e escaparem com vida. Um deles estendeu a sua mão e a mulher a segurou, montando em seu cavalo. Charlie não o reconheceu de imediato, por conta do rosto oculto pelo elmo, mas se apoiou nele para não cair do animal.

Foi quando se recordou de outra parte da lenda.  Uma parte ainda menos mencionada.

— Recuem! — bradou novamente, fazendo um imenso esforço para que todos a ouvissem e prestassem atenção em suas palavras. — Vamos sair dessas áreas! O dever dessa criatura é proteger a área da floresta em que vive e não é possível que faça isso nos perseguindo por outras matas. Ele precisará escolher o que fazer!

Os que tiveram a oportunidade a obedeceram. Outros, não compartilharam da mesma sorte, ficando para trás. Foram golpeados com o que pareciam ser as garras da criatura e tiveram seus corpos sendo devorados por inteiro. O espírito a fazia se lembrar de um monstro com tentáculos que vivia dentro das florestas de Arroway. O monstro que, antigamente, era o responsável por punir os criminosos que cometessem os atos mais terríveis.

Sentindo que estavam distantes o suficiente, Charlotte Trannyth desceu do cavalo e se sentou sobre um grande tronco de árvore que se encontrava caído sobre a grama. Os demais também pararam de se locomover. Alguns se sentaram em cantos separados e outros permaneceram de pé. Ofegantes, lamentavam as perdas ocorridas naquele dia. Sentiam-se impotentes diante de uma presença tão forte.

— Há algo a mais. Quando ouvi esta história, era muito pequena, e não me recordava por inteiro de todos os fatos. — Charlie respirava fundo e fazia pausas enquanto falava, tomada pelo nervosismo. Seu corpo suava, umedecendo as vestimentas. — O Herecgunina, quando o céu escurece, torna-se visível aos olhos dos humanos que conseguiram escapar, pois isso funciona como uma prova de sua fraqueza e seu fracasso por não ter sido capaz de destruí-los, possibilitando que se torne um alvo menos difícil. Se esperássemos a noite chegar, teríamos sido atacados do mesmo jeito e continuaríamos sem vê-lo, pois teria sido a primeira fez que o faríamos. Como sobrevivemos, teremos um espaço para derrotá-lo.

— Então, retornaremos às matas ainda hoje?

— Não há outra forma. Para obtermos a cura e protegermos a quem amamos, precisamos correr o risco. Abri mão de ficar com minha família para cumprir essa missão e não aceito voltar atrás quando já estamos tão perto de conseguir o que queremos. Esperaremos o anoitecer e o atacaremos!

E assim foi feito.

Quando o dia escureceu, todos montaram em seus cavalos e foram de encontro ao Herecgunina, preparados para erguerem as suas armas assim que o vissem. 

Uma figura enorme surgiu diante de todos. Os grandes olhos eram vermelhos, a mesma cor do sangue derramado dos membros sulistas dizimados horas antes, e mostravam a sua sede de destruir aqueles que o importunavam. O corpo extenso era coberto de faixas brancas, com os longos braços repletos de garras pontudas. As pernas não eram visíveis, pois este se movia como um tornado, o que justificava a rapidez com que matava os seres humanos.

Ao vê-la, não tardou em vir ao seu encontro, sabendo que era a responsável por chefiar a busca. Ergueu as mãos para cravá-las em seu peito, mas um dos aliados se posicionou à sua frente e o seu corpo foi golpeado no lugar do dela. A armadura impediu que as garras o atingissem a fundo, mas foi bastante danificada, de modo que o próximo ataque pudesse ser fatal. Aproveitando-se da oportunidade de defesa, Charlotte se esquivou e levantou a espada, tentando cravá-la no coração do inimigo, mas seus gestos eram lentos em comparação com os dele, que a repelia com facilidade.

A presença da criatura fazia os pelos nos braços de todos se arrepiarem, de tão imponente que era. Era como se estivessem lidando com um deus, mesmo que soubessem que a sensação de estar com as divindades fosse ser ainda mais apavorante.

Em uma estratégia combinada, o grupo o cercou, impedindo a sua locomoção para muito longe. Com um giro rápido, a parte inferior do corpo do espírito tirou o equilíbrio de todos, fazendo-os se segurarem nos troncos das árvores para não serem levados pelas fortes rajadas.

Charlotte segurou com firmeza a mão do soldado mais próximo, o mesmo que se dispôs a protegê-la. Não olharam para trás, para não serem distraídos por aqueles que foram levados e poderiam estar sendo mortos. Não tinham tempo para lamentar o trágico destino dos que entregavam suas vidas em nome da causa. Sabiam que sofreriam intensamente com isso em ocasiões futuras. Disposta a impedir que mais mortes acontecessem, a rainha esperou até que, sem riscos, pudesse pisar na grama novamente.

Os cavaleiros valentes estavam prontos para lutar até o fim de suas vidas. O número era muito menor do que o que havia deixado a cidade, mas conseguiram distrair o monstro por tempo suficiente. Quando se atentou aos detalhes, Charlotte Trannyth lentamente se aproximou do inimigo. Sabia que os aliados continuariam a cobrindo e se defendendo com os seus escudos. Alguns estavam próximos demais do Herecgunina e tentavam atacá-lo. Charlotte concentrou-se em mirar em um ponto que o deixasse mais fraco.

Apanhou o arco e retirou uma das flechas, posicionando-a adequadamente. Ao realizar a mira, soltou o objeto pontudo e fechou os olhos, implorando aos deuses para que aquela fosse a chance perfeita. Ouviu um grito ensurdecedor, que conseguiu ser ainda pior do que o de antes.

Um grito de dor, de agonia.

O Herecgunina havia sido atingido, mas ainda havia golpes a serem feitos antes de ser derrotado. Charlotte o atingiu novamente e os guerreiros correram na direção do monstro, saltando sobre o seu corpo e o atingindo com suas lâminas. Com ferocidade, a monarca do sul retirou a sua própria espada e a cravou no coração da fera.

A floresta ficou em um silêncio aterrorizante.

Chocados, os guardas a fitavam. Estavam aliviados por terem sobrevivido, mesmo que uma parte considerável estivesse gravemente ferida. Todos demonstraram admiração pela rainha e se ajoelharam diante dela, realizando uma respeitosa reverência. Isso a deixou um pouco desconfortável.

Encorajada, a mulher berrou:

— Vamos apanhar o que é nosso!


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Notas finais do capítulo

E aí??? Gostaram do novo ser mitológico?



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