Hastryn: Despertar escrita por Dreamy Boy


Capítulo 2
I - O Canto da Criança


Notas iniciais do capítulo

--- IDADES ---
Charlotte: 18 anos
Katherine: 21 anos.
Elliot: 19 anos.
Hazel: 47 anos.
Richard: 11 anos.
Elizabeth: 9 anos.
Willow: 20 anos
Aaron: 6 anos.
Freya: 6 anos
Cedric: 5 anos.
Daevon: 5 anos.
Thorfin: 45 anos.
Aubrey: 43 anos.
Arianna: 40 anos.

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A responsável por redigir este bilhete se chama Charlotte, a antiga Princesa de Arroway.
Quando meu pai foi morto, acreditávamos que todo o mal tinha se cessado e que, finalmente, iniciaríamos um período de paz que duraria muito tempo.
Estávamos enganados.
Nossa crença em um futuro próspero é capaz de, por vezes, nos cegar, nos tornando vítimas de algo ainda maior e incontrolável.
Venha conosco e compreenda nossa nova jornada.



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Parte I

Dez Anos Antes do Retorno de Alyssa...

 

Charlotte

Duas carruagens foram cuidadosamente preparadas para a longa viagem.

Dentro de uma delas, estavam Katherine, Hazel, Cedric e Daevon. Na outra, Charlotte, Elliot, Richard e Elizabeth. Os oito estavam se dirigindo a Horgeon e grande parte dos soldados sobreviventes do Norte e do Sul os acompanhava a cavalo, para assegurarem a sua proteção e estarem presentes durante a oficialização do acordo de paz dos dois reinos. A outra metade dos guerreiros nortenhos permaneceu em Arroway, com o objetivo de proteger a cidade de possíveis ataques maldosos e evitar a ocorrência de grandes crimes.

Charlotte pensava em seu novo lar. Seriam novas histórias a serem vividas e poderia dar adeus para sempre a uma terra em que teve inúmeras lembranças ruins. Renasceria como uma nova pessoa e poderia deixar para trás um passado sombrio. O mesmo se aplicaria a Richard e Elizabeth, duas crianças que, desde jovens, sofreram grandes perdas dentro de sua família. Charlotte e Elliot eram os únicos que os irmãos teriam como parentes agora, e a jovem faria o que estivesse ao seu alcance para mostrar que não estavam sozinhos e que sempre a teriam por perto para protegê-los.

— Vocês terão novos aposentos! — Tentava distraí-los, falando de coisas simples que pudessem ser interessantes e atrativas. — Aposentos especiais, eu diria. Se desejarem, será um para cada, com decorações especiais de acordo com os seus gostos.

— A cultura do sul é bastante diferente daquela com que estão acostumados. — Elliot explicou, com um sorriso contagiante. O sorriso do amado fazia Charlotte imediatamente se sentir confortada, mesmo que não estivesse ao seu lado. A pequena Elizabeth sentava próxima do homem, enquanto Richard dividia o assento com a mulher. — A decoração dos cômodos traz uma variedade maior, sem se limitar às cores vivas e ardentes como as que fazem parte de Arroway e das outras cidades do norte.

— Os alimentos também são outros, pelo que sei. — Charlie complementou, recordando-se de uma das conversas que tivera com Elliot na última semana. Desde o incidente envolvendo Lothar e Katherine, os dois se mantiveram mais unidos e conversavam constantemente sobre a vida em Horgeon. — Nossas refeições serão inteiramente novas, mesmo que grande parte delas ainda possa ser preparada exatamente da mesma forma.

— Eu amo a sua comida... — Revelou Richard, sem direcionar o seu olhar a ela. Aquilo partiu o coração da Princesa de Arroway, pois sabia que o menino estava traumatizado com a morte de Ulrick.

— Cozinharei para vocês sempre que quiserem.

— Nós vamos mesmo ficar em quartos separados? — Elizabeth perguntou, com um tom triste. Aparentemente, não estava preparada para se afastar do irmão, principalmente nas noites em que se sentiria sozinha e não teria os pais biológicos para a acalentarem.

— Não se não sentirem vontade, meu amor. — Charlotte falou, de forma doce. O seu maior desejo era o de aninhar a menina em seu colo e acariciar os seus cabelos até que adormecesse e descansasse por toda a viagem, mas sabia que não era o momento certo para tal atitude. — Eu nunca a obrigaria a isso. Está bem?

Lizzie assentiu.

— Vocês irão conhecer o Aaron! — lembrou-se Elliot. — Ele ficará feliz ao saber que vai fazer novos amigos.

— Também quero muito conhecê-lo! — Charlie sorriu. — Você falava tanto dele quando Aubrey ainda estava grávida... Aaron deve ser um menino muito forte e bonito.

...

Horgeon os recebeu de braços abertos.

Quando as carruagens atravessaram o portão de entrada, altas trombetas foram sopradas para alertar ao restante da população de que o rei havia chegado à cidade. Membros de todas as classes interrompiam os seus afazeres e tarefas para se dirigirem a locais em que era possível observar o movimento e ficar por dentro do acontecimento em tempo real. Um caminho foi aberto em meio à multidão que se formou, para que os veículos conseguissem se dirigir ao palácio.

Os sentimentos formavam um misto de alegria e tristeza. Alegria por terem de volta o seu rei, que para eles ainda permanecia sob a máscara de Wolfric Luckov, mas tristeza por terem perdido a sua rainha. Bandeiras brancas e negras foram erguidas em prol dessas sensações, deixando mais do que explícito o que se passava no coração do povo.

Os criados se prontificaram a aguardá-los de frente para a entrada do castelo. Quando as carruagens pararam e os cocheiros abriram as portas, os servos imediatamente se dirigiram a receber os seus hóspedes, guiando-os por onde deveriam seguir até que chegassem aos aposentos em que seriam instalados.

Por opção de Katherine, os gêmeos Cedric e Daevon foram colocados em quartos separados. Dessa forma, evitaria que desentendimentos e problemas de espaço ocorressem entre os dois. Os irmãos de Charlotte tinham o hábito de discordar um do outro, e isso era algo que se tornava cada vez mais frequente. Hazel ganhou um aposento próprio, semelhante ao que tinha dentro da Mansão dos Yorkan. Charlotte também ficaria em um somente para si, até que chegasse o dia do casamento.

...

Era a primeira vez que se unia a alguém por amor. Uma sensação inteiramente nova, que arrebatava o seu coração de uma maneira única. Ao mesmo tempo em que se sentia completamente feliz, era tomada pelo medo e de uma terrível insegurança. Sentia-se de volta à menina apaixonada e sonhadora de anos antes.

— Esse era o seu maior desejo, desde o começo. — disse Hazel, carinhosamente. Charlotte não precisou dizer nada à mãe para que ela percebesse o que se passava em sua mente. — Não permita que sensações ruins estraguem esse delicioso momento. Esperamos muitos anos por isso. Para o dia em que você se sentiria feliz.

— Ela está certa. — Katherine estava em um dos cantos do aposento, cabisbaixa, mas se viu na necessidade de concordar com a ama. A monarca do norte se levantou e se aproximou das duas. — Não há nada melhor do que estarmos com quem amamos, mesmo que o mundo ao redor pareça desmoronar...

Charlotte se levantou e a abraçou com força. O laço de amizade entre as duas crescia mais a cada minuto que passavam juntas, mas sabia que isso seria um pouco difícil de se manter à distância.

— Não estou pronta para nos despedirmos, Kath...

— Nem eu. Mas não ouse chorar nesse momento! — O tom de voz da mulher se alterou por completo. Em meio à dor e ao sofrimento que guardava consigo, conseguiu sorrir. — Irá borrar toda a maquiagem que as damas prepararam.

As damas de companhia foram as responsáveis pela arrumação do visual da noiva. Quando Charlotte Yorkan olhou o próprio reflexo no espelho, não se reconheceu. Não se sentia mais a mesma menina feia de antes, mas não era capaz de pensar que, um dia, ficaria tão bela quanto à imagem que via. Ficou deslumbrada com a própria aparência. Os cabelos louros quase brancos foram presos com uma fita branca em formato de laço, enquanto um véu transparente cobria o seu rosto. O vestido branco refinado fluía de cima para baixo e tinha um decote discreto. Uma fita da mesma coloração fora utilizada para amarrar firmemente o tecido na cintura. As mangas desciam até um pouco acima dos pulsos e Charlie tinha um buquê de rosas vermelhas em suas mãos.

A cerimônia seria realizada ao ar livre.

Inúmeros criados foram designados para preparar os campos, montar o altar e organizar a decoração, as cadeiras e as mesas, além da preparação de todos os pratos que seriam servidos durante o banquete que sucederia o casamento.

A futura rainha atravessou o portal de braços dados com o sogro Thorfin Trannyth, adentrando a área decorada e passando pelo imenso tapete que se iniciava naquela entrada e tinha fim somente nos pequenos degraus que levavam ao altar. A antiga princesa de Arroway encontrou sorrisos no rosto de toda a população, que demonstrava aceitá-la de bom grado. Não sabia quem eles eram, pois eram habitantes de uma nação ainda desconhecida. Poderia recomeçar a sua vida, tendo a chande de se tornar outro ser. Um ser ainda melhor do que o de antes.

Sobre o altar, havia duas pessoas. Uma delas era o sacerdote religioso, o responsável pelas reuniões sagradas dos fiéis dentro do Templo de Horgeon e por unir casais diante das bênçãos das divindades de Grimwerd. A segunda, Elliot Trannyth, que não escondia o choro e a emoção diante da chegada de sua noiva. Ao ver o rapaz naquele estado, Charlotte não resistiu e seus olhos lacrimejaram. 

— Você está... maravilhosa! — Elliot gaguejava, impressionado com tamanha beleza. As suas vestes eram pretas, com detalhes dourados presentes em seu peitoral, ao qual estava presa uma capa. Capa que, em um lado, era preta como a noite e, em outro, reluzente como o ouro. Suas botas feitas de couro eram simples, porém capazes de resistir fortemente à lama caso fosse necessário. Charlie não o respondeu, mas compartilhava do mesmo sentimento. Após um esboçar um sorriso tímido, direcionou o olhar ao sacerdote, ansiando pelo início do discurso.

— Após um terrível momento de guerra vivenciado por nós, estamos aqui presenciando a realização de uma aliança entre os dois continentes. Uma união que terá a benção de nossas forças divinas. Esse casal, composto por Charlotte e Elliot, estará um passo a frente para o caminho da felicidade. Por favor, ergamos as nossas mãos e façamos uma breve e silenciosa oração aos nossos noivos.

Todos o obedeceram. Após alguns minutos em contato com os deuses, a reza se encerrou e os cidadãos voltaram a abrir os olhos. O homem, aguardando até que todos os fizessem, pronunciou-se em alto tom.

— Senhora Charlotte Yorkan, aceita Elliot Trannyth como o seu legítimo esposo, prometendo amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

— Aceito. 

— Senhor Elliot Trannyth, aceita Charlotte Yorkan como a sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte os separe?

— Eu aceito. — Ele estava mais calmo, pois sabia que deveria ter o controle daquela situação, por mais que ambos estivessem vivenciando um momento único e insubstituível.

— Sendo assim... Que os noivos selem seu amor. — Após aquelas palavras, Charlie percebeu que a união realmente havia sido feita. Era real. Foi tomada por uma súbita e surpreendente sensação de calma.

O casal uniu seus lábios em um beijo extremamente carinhoso e apaixonado, provando que amores verdadeiros realmente existiam e poderiam ser vividos. Charlotte e Elliot se casariam mesmo que fossem pessoas pobres que não comandassem reinos e nações, pois o sentimento que nutriam um pelo outro era forte o bastante para que nada pudesse derrubá-los. Era épico.

De mãos dadas, seguiram pelo tapete, enquanto os convidados os lançavam pétalas de flores. O pequeno Aaron caminhou ao lado de Freya, uma amiga, ambos formando o casal de pajem e dama. Elizabeth foi a criança que lançou as pétalas no caminho seguido pela noiva e Richard, aquele que os trouxe as alianças.

Dentro do salão, as mesas já estavam preparadas para receberem os convidados. A maior de todas foi reservada especialmente para a nova família real e os seus respectivos hóspedes e amigos próximos.

— Está tudo sendo tão bonito! — Elliot exclamou, agradecido aos deuses e às pessoas que tanto amava. — Ter todos vocês ao nosso lado, desfrutando desse momento, é um verdadeiro presente. Não há nada que eu possa fazer para agradecer a isso.

— Somos muito gratos pelas suas presenças. Principalmente as de Katherine, Cedric e Daevon, que residem em outro continente e deixaram seus lares para viajarem conosco. Meus queridos, sentirei muitas saudades quando partirem de volta!

— Tive a oportunidade de conhecer a tão importante filha de Gregory. — disse Arianna, esboçando um sorriso ao se lembrar de seu velho amigo. O mesmo que foi o responsável pela fuga de Elliot e Peter para Horgeon. — Seu pai estaria muito orgulhoso de você, Katherine.

Kath assentiu, esboçando um pequeno sorriso. O assunto ainda a machucava, mas Charlie sabia que a amiga era grata pelas palavras da mulher. À mesa também estavam Aubrey e Thorfin, acompanhados do pequeno Aaron. Estavam tendo outra conversa com Hazel, enquanto os filhos de Ulrick Yorkan desfrutavam da refeição em silêncio.

Foi servido um grande banquete. As refeições do dia consistiam principalmente em carnes de javali, faisão, peixe, peru, arroz, batatas e castanhas. Como sobremesa principal, um bolo de chocolate, além de frutas frescas e doces tradicionais do continente sul. Quando chegou a devida hora de partir o bolo e dividir para os convidados, Charlotte e Elliot se levantaram e, juntos, ergueram a espátula para fazerem o primeiro corte.

A população se fartou como nunca. Eventos como aqueles eram feitos para que os estômagos fossem realmente saciados. Membros das classes mais pobres eram os que mais se aproveitavam da situação, devido aos períodos do ano em que tinham problemas com a plantação, a colheita e o comércio de seus produtos, alguns deles chegando a passar fome.

Charlotte se retirou de seu assento e caminhou ao redor da mesa, até ficar próxima de seus enteados. Os cabelos de Richard Yorkan foram cortados baixinho, seguindo o padrão curto de alguns meninos da cidade, conforme fora o desejo do próprio menino. Não por se sentir diferente deles, mas porque sentiu vontade de mudar por completo o seu estilo. Elizabeth, ao contrário do irmão, tinha os seus cachos cada vez maiores e mais cheios, agora caindo até abaixo da metade das costas. Ambos utilizavam vestimentas elegantes. O vestido dela, vermelho e adornado, com detalhes em coloração dourada brilhante. As saias longas escondiam os calçados. Ele era um legítimo príncipe, com um pequeno casaco vermelho sobreposto à camisa branca. A calça marrom-escura era feita à base de couro, o mesmo material utilizado para confecção de suas botas. O cinto era prateado. Houve um momento em que os dois se sentiram desconfortáveis com as novas roupas e acessórios, mas foram se habituando a usá-las e gostaram das novas aparências.

A rainha se ajoelhou ao lado de Lizzie.

— Querida, lembra-se do que conversamos e combinamos há bastante tempo? — Charlie perguntou, acariciando os cachos que tanto apreciava. A criança deitou a cabeça em seu pescoço, esperando-a terminar de falar. — Acredito que seja a hora ideal para ouvirmos sua canção. A minha favorita!

— A senhora tem certeza? — A insegurança era grande e acompanhada pelo medo de descobrir o que Horgeon inteira pensaria a respeito de sua voz. Elizabeth Yorkan costumava cantar e tocar sozinha nas madrugadas da mansão, até o dia em que Charlotte a ouviu e decidiu espionar até um determinado momento. Quando se revelou, tornou-se alguém que motivava a filha a cada instante que podia, sempre disposta a fazê-la se lembrar de seu dom. — Não sei se estou preparada... Devo mesmo fazer isso?

— Sem dúvidas! — A rainha segurou as suas mãos e a direcionou um olhar sério, porém compreensivo e tranquilizador. — Pensa mesmo que eu a faria se mostrar em público se a sua canção não fosse perfeita? Sei que está pronta para isso, meu amor. Já confio em você. Agora, precisamos que acredite em si mesma!

As duas se levantaram e se dirigiram à frente da mesa, atraindo os olhares de todos os presentes.

— Caros cidadãos de Horgeon, esta é Elizabeth, minha filha. Juntas, nós planejamos e organizamos uma atração especial esse dia, que será conduzida por ela mesma. Venha, querida, e faça Horgeon conhecê-la como deve!

Lizzie se posicionou no centro e se preparou para iniciar o canto.

Em meio às chamas do dragão,

quando havia apenas escuridão,

o brilho de uma espada clareou

o caminho já esquecido.

Eis aqui a esperança

de um reino perdido.

Em meio às ruínas infernais,

o sol ilumina as almas

daqueles que gritaram jamais

em meio à guerra, que parecia perdida.

Dias ensolarados surgirão,

um novo rei se sobressairá.

Das cinzas, um povo esperançoso renascerá.

Os campos antes devastados pelo ódio

agora possuem lindas flores

que cantam o início de uma nova era.

A paz se selou e o sol nasceu novamente

para as belas manhãs

por muito tempo guardadas.

Os ouvintes choraram de emoção. A doce voz da menininha invadiu as suas almas, fazendo-os mostrarem os seus lados mais sensíveis, sem se se sentirem constrangidos ou se importarem com quem estivesse olhando. As letras inseridas na canção eram tão verdadeiras, tão reais, que tocaram até mesmo a madrasta, que já as havia escutado inúmeras vezes e auxiliado a filha a aperfeiçoar os versos. Todos, sem relutar, se levantaram e aplaudiram Elizabeth Yorkan.

— Estou orgulhosa de você. — Charlie a abraçou e beijou o seu rosto.

...

Quando a cerimônia se deu por fim, uma carruagem diferente estava à espera dos dois. Os convidados saíram de onde estavam e foram para a parte externa do local, deixando o salão para observar a partida dos recentemente casados. Abriram um espaço para que estes passassem e, em seguida, tornaram a fechar o caminho. Uns empurravam os outros para que todos conseguissem enxergá-los. O veículo era bege e tinha detalhes amarelos ao redor das janelas e da porta lateral. Cocheiros elegantes cuidavam dos cavalos que seriam responsáveis por guiá-los até a lua de mel.

Antes de entrar na carruagem, Charlotte olhou uma última vez para trás e observou Katherine e Hazel acenando para ela. Retribuiu ao aceno e se juntou a Elliot no interior do veículo.

Foram conduzidos a um pequeno castelo, construído pelo Rei Vincent Prince, com o intuito de oferecer à sua esposa para quando desejassem passear e se sentir distantes dos problemas e questões que envolviam a realeza. Desde então, mesmo que fosse utilizado por pouco, o patrimônio era mantido intacto, contando sempre com criados que o mantinham limpo e reformas e pinturas, quando necessárias.

O aposento em que se hospedariam era grande e espaçoso, com decoração simples e sem extravagâncias. Pinturas leves simbolizavam a fauna e a flora de Hastryn do Sul e ficava em uma das paredes. Na outra, uma estante antiga repleta de livros, como o normal de cômodos reais.

Charlotte abriu as cortinas, observando as paisagens através daquele campo de visão. Uma parte mais vazia e desabitada de Horgeon, longe das construções urbanas e do barulho que estavam acostumados a ouvir. Animais pequenos corriam de um lado para outro. Alguns, se divertindo. Outros, à procura de alimentos.

Se fosse possível, moraria ali. Contudo, sabia que, em breve, estaria diretamente envolvida com grandes responsabilidades. Responsabilidades que a desgastariam muito e ocupariam grande parte de seu tempo durante os dias. Desejava ser uma rainha exemplar e presente na vida de seu povo, como Lucy e Katherine. Espelhava-se nas duas mulheres, com o intuito de realizar boas ações e conquistar ainda mais o amor da população.

Elliot a abraçou por trás. Charlotte explorou mais daquele carinho, inclinando a cabeça e descansando com esta em seu ombro. Permitiu que o marido acariciasse os seus cabelos, que foram soltos. Ficaram em silêncio e trocando carícias por minutos que pareciam longos.

— Eu prometo que serei o melhor marido desse mundo.

— E eu prometo que te amarei para sempre, Elliot Trannyth.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando da introdução da trama? Expectativas? Desejos? Quero saber TUDINHO! Hahahah.