Love lives by side - Em revisão escrita por Iset


Capítulo 8
Nada como um dia após o outro


Notas iniciais do capítulo

Boaaaa tarde! Atualização surpresa! Hahah sei que tinha dito que iria postar duas vezes na semana, mas creio que serão mais hahah pra alegria ou desespero de voces! Hehe!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/730305/chapter/8

Nada como um dia após o outro

 

Os dias voaram e eu não falei com Alec, em nenhum deles. Porém como contei a vocês no início de toda essa maluquice que virou a minha estada da terrinha do Tio Sam, talvez haja realmente um fio vermelho que conecta as almas destinadas a se encontrar e a cada dia que passava o destino parecia insistir em me colocar frente a frente com o Alec. Não só nos esbarrões óbvios na nossa rua, mas no supermercado quando nossos carrinhos se chocaram, enquanto eu andava distraída tentando convencer o meu pai que bacon defumado não se torna saudável por não ter condicionantes artificiais, na loja de departamentos enquanto namorava os novos modelos de celulares e ele reclamava dos problemas do que comprou a poucos dias e finalmente no churrasco que os moradores do organizavam para angariar fundos pro bairro, quando nos venderam um número duplicado da rifa.

Bom para mim era apenas o destino se encarregando de dar uma encurtada no emaranhado dos fios de nossas almas, mas creio que para ele eu mais parecia aquelas stalkers malucas de filmes B que o próximo passo poderia ser aparecer pelada com uma faca na casa dele.

Okay talvez eu tenha exagerado um pouco, mas foi numa quarta feira que Alec quebrou meu coração e dessa vez não foi com palavras doces de um "fora" educado. Mas sim com o puro e velho veneno humano que até então eu pensava não fazer parte do meu amado Alec Mcallister.

Eu estava na varanda, assim como todos os dias, esperando os poucos segundos em que eu podia ve-lo, enquanto chegava do trabalho e tirava o lixo para fora.

Naquele dia o carro não entrou na garagem ficou parado em frente a casa e depois de longos minutos ele saiu, com um sorriso largo no rosto, me fez um aceno enquanto contornava o carro e abria a porta do carona e dela saiu uma bela mulata das pernas mais longas que já vi, usando uma linda saia lápis e um cardigan azul escuro sobre uma blusinha vermelha. Definitivamente ele queria que eu visse a mulher que devia ter uns 35 anos, mas tinha um corpo de dar inveja a qualquer garota, um cabelo estiloso, com um degradê de cores acobreadas entre os volumosos cachos  a altura dos ombros.

Meu mundo caiu.

Senti meu peito partir em dois, me levantei rápido  e dei uma última olhadela ao casal bonito, que sorria e conversava alto.

Golpe baixo Sir Alec, muito baixo.

Entro na casa e faço a coisa mais adulta que poderia fazer nessa situação; Grito de raiva enquanto jogo minhas almofadas e reviro minha cama, eu precisava quebrar alguma coisa pra extravasar, mas certamente não seria meu celular ou meu notebook, afinal eu não ganharia outro tão cedo. E nesse momento vejo o livro Forest Gump, sim eu desconto toda a minha frustração nele e quando termino o coitado está em pedaços e eu num choro desconsolado.

Como parte do ritual das rejeitadas, ligo pra Rachel que não atende pois provavelmente está num dos seus treinos loucos ou nas horas de lazer com a família fitness dela, o que significa correr juntos ou escalar.  Vou até  a janela e vejo os dois agora saindo, Alec está bem vestido com um desses trajes socia-casual que os homens ficam sexys e chiques ao mesmo tempo, o cabelo bem penteado para trás, percebo que ele volta o olhar para a minha varanda por alguns segundos, antes de entrar no carro com aquele sorriso maravilhoso que eu tanto desejava pra mim.

Choro mais um pouco até soluçar.

No dia seguinte chego na escola com a cara inchada, Noah tenta guardar alguns livros no seu armário com apenas uma mão  e eu o ajudo.

— Eu vou com você pra Nova York, isso é se você convencer o meu pai. - Ele abre um sorriso lindo.

Okay eu sou uma péssima garota!  Aceitar o convite do Noah porque eu estava furiosa com o Alec, na certa não foi uma das decisões mais ajustadas que tive na vida, afinal eu teria que ser muito burra pra não perceber que Noah estava cheio de segundas intenções com a viagem. De qualquer forma, quais eram as chances do conservador Thomas Smith aceitar eu fazer aquela viagem com o Noah?

Mas por incrível que pareça ele não disse um sonoro não de imediato e sim que teria de conhecer o Noah primeiro e no sábado a noite ele preparou assado para conhecê-lo.

Eu não tinha muitas esperanças de ir pra NYC, principalmente depois que o pai conhecesse o Noah, certamente ele não  gostaria nem um pouco do seu estilo e menos ainda das idéias democratas dele.

Para minha surpresa, Noah estava maravilhoso aquela noite, com um jeans preto novinho, camisa branca e um blazer, usava sapatos ao invés do seu tradicional allstar marrom que um dia deve ter sido branco. Meu pai o cumprimentou com a cara de poucos amigos e o convidou para entrar. Marylou a “namoradinha” do meu pai também foi convidada para jantar, o que não foi ruim, porque meu pai fingia não ter escapado da idade média quando ela estava por perto. A noite foi ótima e descobri que Noah tinha o mesmo péssimo gosto pra carros antigos do meu pai, os dois passaram a maior parte do tempo olhando as miniaturas e falando sobre Shelbys, Gran torinos e Pontiacs. A alegria do meu pai se completou quando o tio militar do Noah veio busca-lo no fim da noite, meu pai assim como a maioria dos americanos tinha um respeito enorme por seus soldados e eu tinha a séria impressão de que este foi o sonho frustrado do meu pai.

De qualquer forma, contra todas as estatísticas ele permitiu que eu fosse com Noah, desde que obedecesse às regras que se resumiam em três coisas.

Não ser presa. Pois ele não iria me buscar na cadeia e ficaria lá até fazer 18.

Não usar drogas. Pois ele me daria uma surra e me mandaria de volta pro Brasil.

Não voltar grávida pra casa. Pois ele mataria o Noah.

Achei até razoáveis, Noah se despediu com um selinho, segundo  ele na mensagem que mandou no whatsapp para manter as aparências. Nos falamos mais um pouco pelo celular e eu estava verdadeiramente empolgada com a idéia de conhecer nyc, que demorei horas pra pegar no sono.

Cerca de duas horas depois, em torno das 4h da manhã acordo com o os gritos desesperados da Marylou. Corro em direção ao corredor o meu pai está  caido e parece convulsionar, Mary chama o resgate enquanto eu tento o segurar contra o chão e virar sua cabeça para o lado, como aprendi nas aulas de primeiro socorros. Alguns minutos mais tarde a ambulância chega, os paramédicos o colocam na maca e quando saímos pra fora já há alguns vizinhos observando preocupados. Vejo Alec sair na porta e correr em nossa direção saltando pela cerca viva.

— O que aconteceu? - Ele me perguntou visivelmente preocupado enquanto colocam o pai na ambulância.

— Eu não sei ele, estava no chão.

— Carolina, eu vou com ele na ambulância certo? Só pode ir um e vc é menor, arrume os documentos e umas roupas pra ele okay? Tem dinheiro pro taxi? Vamos pro hospital Health Jackson certo? - Diz Marylou entrando rapidamente na ambulância.

Eu fico estática, sem saber por onde começar enquanto a ambulância se afasta pela rua e aos poucos os vizinhos vão entrando pra dentro de suas casas. Sinto no meu peito aquele aperto dolorido, não podia ser verdade, eu não poderia perder meu pai também. Me entrego às lágrimas quando sinto a mão de Alec sobre meu ombro.

— Hey, ele vai ficar bem. Acalme-se. - Ele diz me enredando num abraço.

— E se ele morrer? - Pergunto entre soluços.

— Ele nao vai morrer okay? Entra vista algo mais quente, pega o que tiver que pegar e eu te levo pro hospital certo? Volto em dez minutos. Ele diz se afastando em direção a sua casa.

Eu pego a carteira com os documentos do meu pai e coloco um conjunto de moletom por cima do pijama mesmo, calço um tênis e espero Alec, que minutos depois está com o carro a frente a minha casa.

Ele dirige até o hospital, não trocamos uma só palavra pelo caminho, no hospital recebemos a informação que meu pai está estável, mas que precisa realizar uns exames pra constatar a causa do ataque. Eu digo pra Alec ir embora se quiser, mas ele insiste em ficar. Sentados lado a lado nas cadeiras desconfortáveis da sala de espera permanecemos em silêncio até quase seis da manhã.

— Me desculpa por ter te dito aquilo, aquele dia. Deve me achar uma maluca. E eu não estou te seguindo por ai, na verdade eu tenho tentado te evitar, mas não tem funcionado....- Digo

— Não acho que esteja me seguindo.

— Então porque fica me olhando com uma cara de quem viu o jack estripador toda vez que nos esbarramos por aí?

— Jack estripador?... Desculpa é que você me pegou de surpresa com aquilo. Sabe Carol, eu já tive a sua idade e sei como é uma fase difícil e de como estamos ansiosos por viver algo especial… Mas bom eu…

— Eu sei você vai dizer que eu sou muito nova e que ainda não tenho idéia do que estou falando….

— Não… Eu só ia dizer que, eu não devia ter deixado você pensar essas coisas, a culpa não é sua…

— Culpa? Talvez eu tenha sido idiota e precipitada em ter dizer aquilo mas, se nós simplesmente saíssemos por aí expondo tudo o que sentimos pelas pessoas que gostamos, nós terminaríamos… felizes.

— As coisas não são tão simples assim Carolina, não é simplesmente se deixar ou assumir ter sentimentos por alguém, a vida é muito mais complicada, complexa, cheia de variáveis e...

— Senhorita Smith? Se quiser entrar agora, seu pai pode recebê - la por uns minutos.- Diz a enfermeira, eu olho para Alec, ele dá um sorriso.

— Disse que ele ficaria bem, vai lá, depois nós conversamos. - Ele diz.

Enquanto sigo a enfermeira, fico pensando no Alec iria me dizer, ou melhor, ele falava sobre minha imprudência em dizer que o amava ou na dificuldade dele em fazer o mesmo. Na verdade eu não sei, talvez sejam apenas devaneios de uma adolescente, talvez ele só esteja sendo educado… Talvez...Talvez…

A enfermeira me encaminha até o leito, meu pai já está consciente e parece bem, posso respirar aliviada.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem suas opiniões! Bjinhus!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love lives by side - Em revisão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.