Love lives by side - Em revisão escrita por Iset


Capítulo 21
Literatura, dona flor e Deus me ajude!


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap, espero que gostem! Estamos entrando na reta final da fic.



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Literatura, dona flor e Deus me ajude!

Sim, a segunda feira chegou e meu coração disparou enlouquecidamente quando percebi quem todos os alunos encaravam.

Noah Johnson com um novo corte de cabelo, mochila pendurada no ombro esquerdo, olhando curioso para todos, que não disfarçavam ao fita - lo. De fato ninguém esperava que ele retornasse para a escola, já estávamos próximos ao fim do semestre e para todos o ano do baby Jhonny Deep estava perdido.  Eu não conseguia entender porque estava me sentindo daquele jeito, afinal eu amo o Alec e finalmente estamos oficialmente juntos e felizes dentro do possível, porque cargas d’agua eu tinha que me sentir assim?

Disfarço e volto a atenção ao meu armário enquanto ele se aproxima e sinto os cutucões da Rachel chamando  minha atenção.

— Oi. - Diz ele com um sorriso amarelo, chamando nossa atenção.

— Noah, que bom ter você de volta! - Fala Rachel enredando - o num abraço.

— E ai cara? Você tá legal? Gostei do cabelo - Fala Bryan com um aperto de mão e alguns tapinhas nas costas.

— Oi Noah. - Digo apenas.

— Isso foi condição da minha mãe pra não me deixar preso. - Diz apontando pro cabelo. _ Mas não é por isso que todos estão me olhando como se eu fosse um ET não é mesmo? - Diz ele me encarando com aqueles olhos castanhos.

— Desculpa, a culpa foi minha. Eu contei pra uma colega que você estava numa clínica e ela contou pra outra amiga e…

— Tá, tudo bem, eu já não tinha uma reputação a zelar mesmo. - Ele diz.

— Foi mal, me perdoa mesmo? - Implora Rachel com cara de cão abandonado.

— Fizemos cópias das matérias pra você, perdeu muito conteúdo e provas. - Diz Bryan entregando a pasta cheia de folhas.

— Uhuuu! Diversão pro fim de semana. - Fala Noah em tom de deboche.

— Bom ou estuda e recupera o tempo perdido ou repete o ano todo de novo, a escolha é sua gatinho, mas veja o lado bom de eu ter vazado sobre a clínica. Você pode chantagear os professores com isso.

— Então tenho que te agradecer pela escola estar pensando que sou um viciado?

— É. - Responde Rachel na cara de pau.

— Bom, eu vou pra aula. Até o intervalo, vamos Carol, temos literatura.

— Vai indo eu tenho que fechar meu armário. - Digo.

Ele toma a frente rumo a sala e eu respiro fundo e o sigo bem devagar pra evitar aquela conversa, mas ele para e me espera.

— Eu sei que dei uma mancada terrível, e entendo estar chateada, mas ainda somos amigos não somos? - Ele me pergunta levantando as sobrancelhas.

— Somos, eu não estou chateada é só… - Faço uma pausa, como contar pro garoto que disse que te amava a poucos dias que Alec e eu estávamos namorando oficialmente?

— Você está chateada sim, e tem razão de estar eu fui um tremendo idiota, você podia ter morrido, ficado com sequelas e eu jamais me perdoaria.

— Eu estou bem, eu poderia ter caído em qualquer lugar. Não foi sua culpa.

— Foi sim… E obrigado por não falar sobre os meus pais, eu me acertei com a minha mãe, conversamos bastante. Mal ou bem os Johnsons me criaram, me educaram ou pagaram babás pra me educar, mas de qualquer forma são os meus pais.

— Que bom, se te conforta também estou no time dos que têm problemas com os pais.

— Que houve?

— Outra hora te conto, vamos para a aula logo, já estamos atrasados.

— Senti sua falta. - Ele diz segurando minha mão e entrelaçando os nossos dedos.

— Também senti a sua, mas vamos pra aula. - Falo soltando a minha mão e dando passos apressados para sala.

A aula de literatura acabou se tornando uma discussão sobre como dizer não às drogas,  depois de um comentário maldoso de um colega sobre jovens viciados e clínicas de reabilitação. Noah pareceu não se importar muito com as coisas que diziam, continuou sentado na classe recostado a cadeira mordendo a ponta da caneta, enquanto o bando de hipócritas que por muitas vezes ví o procurarem para comprar baseados e até coisas mais pesadas discursavam sobre o quão nocivo era o mundo das drogas.

Ele me lança uma bola de papel, eu pego e abro.

“Eu fui ao parque onde fizemos os anjos de neve, eles não estavam mais lá, mas já decidi que aquele é meu lugar favorito”

Ele escreve com aquela letra de médico que tenho de fazer uma certa força para entender. E em seguida respondo embaixo.

“ Foi um dia inesquecível, é um lugar lindo, mas ainda vai ter muitos outros lugares pra conhecer.

Ps: Me fala quem foi seu terapeuta porque a sala pegando fogo e você pensando em parques e neve?”

Lanço a bola de volta ele abre, lê e sorri. Escreve algo e lança novamente quando o professor pega o papel no ar.

— Vamos voltar pra aula agora. Abram o livro na página trezentos e dois.

A aula termina e eu sigo pra minha aula de culinária e ele pra de mecânica básica. A manhã passa lentamente, eu fico tentando entender o porque do Noah estar mexendo tanto comigo, aquilo não era possível, não mesmo, afinal eu tenho certeza de que sou loucamente apaixonada pelo Alec.

No intervalo nos encontramos os quatro no refeitório, Bryan está com um sorriso vibrante por ter conseguido uma carta de recomendação do diretor da escola para inserir no seu pedido de vaga para Harvard.

— Parabéns pelo menos alguém de nós será bem sucedido! - Digo dando um beijo na buchecha de Bryan.

— Hey eu também serei bem sucedida, quando meus pais morrerem vou trocar o nome da academia pra Rachel Fitness. E você Carolina que vai fazer quando terminar a escola?

—  Se eu conseguir uma bolsa acho que nutrição.

— Esse país é cheio de gente obesa, vai ficar rica. E você Noah? - Diz Bryan.

— Ainda estou pensando.

— Carolina vai fazer Nutrição para manter o coroa saudável.

— Rachel! - Repreendo.

— Não vai contar pra ele?

— Rachel não se meta nos assuntos da amiguinha. - Fala Bryan.

— Contar o que?

— Ela e o Sir Alec, estão namorando. Até o pai dela já sabe.

— É sério? - Diz Noah com a cara de quem levou um soco no estômago.

— É sim estamos juntos. - Confirmo um pouco envergonhada.

— Desde quando? - Questiona ele.

— Ele foi pra Ny quando sofri o acidente, meu pai teve que voltar e ele cuidou de mim, conversamos e resolvemos tentar.

— Em New york? Ah okay. - Ele fala com os olhos marejados e eu me sinto a cruella Deville. _ Eu vou pra biblioteca, tenho que pegar um livro. - Ele diz se levantando.

— Noah, espera. - Digo e sou ignorada. Volto a me sentar na mesa e tenho vontade de quebrar o pescoço da Rachel.

— Porque você fez isso? - Digo irritada.

— Porque você não iria contar tão cedo, ele gosta de você Carolina e a pior coisa que alguém pode fazer é cultivar um amor que não quer ou não pode corresponder.

— Eu ia contar pra ele, mas não desse jeito. Você foi muito idiota. - Falo irritada.

— Desculpa senhorita perfeitinha se frustrei seus planos de ficar com os dois.

— Que deu em você? Que eu te fiz?

— Nada Carolina, eu só acho que você tem que pensar bem no que faz e parar de brincar com os sentimentos dos outros okay?

— Hey Rachel, vai com calma. Somos todos amigos certo? - Fala Bryan tentando acalmar as coisas.

Pego minha bandeja e vou me sentar em outra mesa, sinceramente eu não consegui entender a irritação da Rachel, eu sabia que ela não aprovava meu relacionamento com o Alec, mas aquilo foi demais. Como ela podia pensar que eu iria ficar dando esperanças ao Noah estando comprometida com o Alec, afinal o lance com o Noah só aconteceu por que eu tinha perdido totalmente as esperanças de acontecer algo nessa vida com o meu cavaleiro branco. Eu nunca tive vocação para “Dona flor” se bem que desde a viagem para Ny meu coração estava muito balançado pelo canadense.

DEUS ME AJUDE!, o que está acontecendo?

Evito me encontrar com Noah e Rachel o resto do dia, quando a aula termina saio em passos largos em direção ao pátio. De longe avisto o carro do Alec e ele recostado, mexendo no celular com os cabelos caindo sobre os olhos, camisa branca, gravata um pouco desalinhada. Ele abre um sorriso quando me aproximo e retira um pequeno cravo de trás da minha orelha.

— Você é mágico também?

— A não mas o Max teve a fase Chris Angel, quando tinha seis anos, me fez comprar um kit que ensinava truques. Ele desencantou três dias depois, mas como eu tinha pago $300, alguém precisava usar aquilo. - Ele explica.

Tento beija-lo e ele me afasta e eu o fito intrigada.

— Estamos num distrito escolar, não quero que alguém acabe chamando a polícia. Mas eu chamei a babá e trouxe a câmera, vai precisar de fotos pro seu portfólio como modelo fotográfica.

— Nossa você ainda lembra disso, foi só uma ideia idiota. Não vai dar certo.

— Não vai dar se você não tentar, vamos o dia está perfeito pra fotos, sim?

— Só porque tenho um certa queda pelo fotógrafo. - Digo enquanto ele abre a porta e entro no carro.

Chegamos a praia cerca de meia hora depois, apesar do inverno bem quente da Flórida numa segunda a tarde a praia estava praticamente deserta e era realmente linda, a areia era um pouco mais escura e granulosa do que a do rio, mas a água era incrivelmente limpa recheada de pequenas ondas. Como todo o bom carioca eu adorava o mar, a areia entre os dedos, aquela brisa salgada que você não encontra em outro lugar. Solto um suspiro nostálgico e sinto os braços de Alec se enredam na minha cintura e seu queixo pousar sobre meu ombro.

— É lindo não é mesmo? - Ele fala mirando a imensidão azul.

— Não faz o tipo de quem gosta de praia.

— Eu gosto, mas fazia uns cinco anos que não pisava na areia. Eu costuma vir muito aqui quando tinha a sua idade, quase toda a semana, às vezes mais de uma vez por semana. Mas eu sempre gostei da praia vazia, de ouvir o mar, sentir o vento.

— Somos dois, mas sabe no Rio, dificilmente as praias não estão lotadas.

— Sente falta do Brasil?

— Bastante. Principalmente dos meus avós. Mas eu gosto daqui. Você teve avós?

— Eles morreram quando eu era pequeno, não lembro deles.

— E o seu pai? Como estão as coisas?

— Como sempre foram, Carolina do meu pai eu já tenho o sangue e é só o que eu preciso dele.

— Devia tentar conversar com ele, deixar o passado pra trás. Eu sei que ele deve ter te machucado demais, mas guardar rancor não te trás nada de bom.

— Eu vou pensar nisso, vamos fazer as fotos?

— Eu tenho uma ideia melhor. -Digo tirando a blusa.

— HEY que isso Carolina? - Fala olhando espantado.

— A única diferença entre roupa íntima e biquíni, é que um é aceito socialmente e outro não. Porque cobrem a mesma coisa. - Retiro o Jeans enquanto vejo a cara de espanto dele e corro para a água dando um mergulho logo em seguida.

— Vem! - Grito da água.

— Nem pensar. - Diz pegando a câmera e batendo uma foto.

— Não faz isso!

— Tarde demais, seus netos saberão do seu atentado ao pudor mocinha.

—  A água tá uma delícia. Não vai entrar?

— Não eu vou ficar por aqui. - Diz ele sentando na areia.

— Anda Alec, deixa de ser bobo!

Ele olha pros lados, meio desconfiado, tira a câmera do pescoço e depois a camisa e vem na minha direção, andando meio desajeitado pela água.

— Mergulha Alec Mcalister.

— Essa água está congelando, vamos sair antes de pegar uma pneumonia.

Enredo meus braços no pescoço dele e ele os seus na minha cintura.

— Melhor agora?

— Muito.

— Devia ter tirado as calças.

— Não, vamos deixar que só você seja presa por atentado ao pudor. As leis são mais brandas com garotas.

— Preciso te contar uma coisa.

— O que?

— Noah voltou pra cidade.

— E porque especificamente isso me interessa?

— É que, eu não fui muito sincera sobre ele. Bom nós não estávamos namorando, mas eu não posso dizer que era só amizade.

Ele levanta as sobrancelhas e faz uma cara enigmática.

— Não tá zangado né?

— E porque eu estaria? Você ainda gosta dele?

— Não, quer dizer eu gosto, mas não tanto quanto gosto de você. Ele é meu amigo, gosto de conversar e estar com ele. Só isso.

— Bom se você veio com essa conversa pensando que eu não vou gostar que tenha amizade com garotos, está enganada. Eu sou velho, mas nem tanto. - Diz ele com um sorriso. _ Mas toma cuidado não por ser o Noah, mas porque esse garoto no pouco que sei dele, já percebi que ele vive metido em confusão.

— Ele vai ficar bem agora.

— Que bom. - Ele diz enquanto me afasto pra parte mais funda e o chamo.

Ele mergulha e nos encontramos num beijo, enquanto o pôr do sol manchava as águas de um dourado-avermelhado magnífico.

 


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Notas finais do capítulo

Alec é um fofo né pessoas, mas todo mundo tem seus defeitos e todas as relações por mais belas e cósmicas que sejam suas desavenças. Como disse faltam cerca de seis capítulos para o final dessa história, façam suas apostas!



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