Love lives by side - Em revisão escrita por Iset


Capítulo 12
O outro lado da Big Apple


Notas iniciais do capítulo

Bom gente eis um capítulo bem tenso, hahah. Espero que gostem, fiquem maus, tenham nó na garganta e deixem um review, pode ser até chingando hahah, mas deixem o mundo sobrenatural... hahah



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O outro lado da grande maçã

 

O dia amanheceu branco, a neve caia tão suave no lado de fora da janela, que parecia um sonho. Tomamos um café delicioso e pela primeira vez vejo Noah e o pai conversando sem aquele tom de bronca. Eu ainda estava um pouco envergonhada pela noite passada e mal conseguia olhar o sr Johnson nos olhos, mas a mãe do Noah parecia bem curiosa sobre mim e enchia de perguntas sobre o passado e o futuro.

Depois do café os pais dele saem para um compromisso e nós também  resolvemos dar uma volta. Conhecemos a estátua da liberdade, a Times Square, vamos a um museu de arte moderna, almoçamos nos famosos food trucks e continuamos caminhando e caminhando até nossas pernas doerem e decidirmos voltar para casa.

Os pais de Noah já estão prontos para o jantar, o casal incrivelmente elegante nos esperavam visivelmente entediados. Eu tomo um banho e me arrumo da melhor maneira que posso, nunca fui muito boa com maquiagem, mas gostei do resultado. Quando chego na sala vejo Noah num terno azul escuro muito bem alinhado com o cabelo amarrado para trás, ele sorri e caminha na minha direção, diz que estou linda e me dá um selinho rápido.

"Talvez ele fosse o cara certo, quem sabe esta noite?" Penso.

 

— Vamos logo! Reclama o sr Johnson impaciente.

Chegamos a festa e há um imenso tapete vermelho descendo pelas escadas e no enorme salão muito bem decorado, dezenas de mesas com toalhas douradas e louça branca impecavelmente dispostas.

Depois de algum tempo mais pessoas se juntam a nós, eu não fazia idéia de quem eram, mas seus sobrenomes com pronúncias difíceis mostravam que eram pessoas importantes.

— Então este é seu herdeiro Johnson, já começou  a trabalhar com seu pai meu jovem? - Pergunta um dos homens.

— Não na verdade eu não me interesso muito pelo ramo imobiliário. - Responde Noah.

— Não? Ora seu pai é um dos maiores empresários do ramo do Canadá.

— Os pais dele, Paul não construiu tudo sozinho não é mesmo querido? - Corrige a mãe de Noah.

— Perdoe-me Sra Johnson eu realmente sei dos seus talentos, duas vezes indicada pela Forbes como ícone feminino no mercado de trabalho não é pra qualquer uma. Mas me diga meu jovem se não vai cuidar dos negócios da família o que pensa em fazer?

— Bom eu…

— Ele quer fazer engenharia mecânica vejam só. Interrompe o pai.

— Não pai, eu nem sei se quero fazer faculdade, sabe sr Rockefeller eu gosto muito de motos e carros antigos, pretendo ter uma mecânica especializada um dia. - Diz Noah.

— Ah você quer ser mecânico? Não é  ramo que dê lucros muito altos. - Diz o homem com desdém.

— É eu sei, mas meus pais já perderam o tempo deles ganhando dinheiro e esquecendo que tem vida, filho. Eu não vou fazer o mesmo. - Diz Noah na maior cara de pau.

— Noah querido o que é isso? Esses jovens não é? Saem com cada uma. - Diz a mãe dele enquanto o pai parecia querer comê-lo com os olhos.

— Ah sim eu já tive a idade dele, já achei que seria feliz tendo uma vida comum em algum subúrbio do Canadá. - Diz o Sr Johnson e todos riem.

— Bom eu morava em Padre Miguel é uma comunidade pobre do Rio de Janeiro e sempre fui muito feliz lá. - Digo em defesa da vida suburbana.

— Ah desiste Carol pessoas como estes senhores só conseguem ver prazer numa conta rechouchuda crescendo em algum banco, muitas vezes em cima do trabalho duro e mal remunerado de alguns ou de impostos sonegados. Depois fazem jantares benificientes como este para alívio de consciência. - Diz Noah na maior naturalidade. O grupo se entreolha e ignora comentário.

A festa continuou sem mais incidentes, Noah e eu dançamos e descobrimos que as celebridades daquele evento eram velhas demais para que a gente reconhecesse.

Assim que chegamos ao estacionamento o pai do Noah o empurra furioso contra o carro.

— O que deu em você? Falar daquele jeito com o sr Rockefeller a família dele é dona da metade deste país! O que você quer? Acabar com o nosso negócio?  - Diz ele prensando Noah contra o carro.

— Paul chega, acalme-se. - Diz Susan tentando afasta-lo de perto do filho, mas ele empurra a mulher.

— Eu não disse nada demais, e pouco me importa o que aquele porco capitalista pensa! - Grita Noah dando um empurrão no pai que revide acertando um soco no rosto dele que o faz cair no chão. Ele levanta e avança no pai dando-lhe um golpe no estômago.

— Não chega! Já chega. - Diz Susan se metendo no meio dos dois.

— É por isso que esse garoto não cresce! A culpa é sua Susan! Viu o que você fez? Você criou um monstro! Um garoto mimado, um  viciado! Ele não nos repeita!

— Chega Paul! Não fala assim do nosso filho! Você o atacou primeiro!

— Ele não é meu filho! Foi só um brinquedo que eu te dei pra curar a depressão por não aguentar ter decidido matar o nosso filho! Ele não é nada!

— O que você tâ falando? O que ele tá dizendo mãe?   - Pergunta Noah confuso.

Nunca houve uma inseminação Noah, eu comprei você, sua mãe te vendeu como uma roupa velha! Eu devia saber, como ia sair algo que prestasse de uma vagabunda viciada! Você cresceu e honrou suas origens!

— Mãe? Mãe é verdade?

— Meu querido eu… eu ia te contar…

Eu fico apática sem saber o que fazer ou o que dizer, Noah está a minha frente fazendo um esforço gigantesco para não chorar ele da alguns passos pra trás e sai em disparada, eu tento barrá lo, mas ele me empurra e continua se afastando.

A sra Johnson começa a chorar e o pai de Noah entra no carro batendo a porta com força, acelerando e deixando a esposa em pranto.

— Sra Johnson. Se acalme. Temos que ir atrás do Noah, ele precisa da senhora. - Digo tentando acalmar a mulher.

O procuramos pelos arredores sem nenhum sinal, Susan decide que devemos pegar um táxi e voltar pra casa.  Reluto um pouco, mas não tinha muita escolha, talvez ele vá pra casa quando esfriar a cabeça.

No apartamento ouço os Johnsons discutirem, Paul diz que não suporta Noah desde que ele tinha oito anos, que sempre o desafiou e nunca se comportou como um filho de verdade. Que ele só trouxe discussões e brigas pra casa deles. Minha vontade era entrar lá e dizer o que mereciam ouvir, Noah não era nenhum santo, mas eles também não foram nenhum exemplo de pais, deixaram que ele crescesse sozinho, fazendo o que queria sem o apoio e amor deles o que esperavam? Que ele fosse dócil como um cachorrinho?

Tento ligar pela milésima vez no celular de Noah e nada. Nosso vôo saía amanhã no início da tarde, talvez ele estivesse lá, eu vou até o quarto dele arrumo as suas coisas na mochila e faço uma prece para que esteja bem.

No dia seguinte Susan e eu saímos cedo, damos voltas e voltas no bairro do evento e não havia sequer um sinal dele, no início da tarde vou para o aeroporto espero e nada. Susan diz que eu devia embarcar, mas como posso voltar pra casa sem ter idéia de onde Noah se meteu?

Cogito dar queixa de desaparecimento, mas Susan diz que ele já é considerado adulto e nao vao procurar antes de 48 horas. A essa altura eu já estou desesperada, susan também. Tento ligar mais algumas vezes, sem sucesso.

— Aconteceu alguma coisa, ele me atenderia, eu tenho certeza que atenderia! Sra Johnson temos que chamar a polícia.

— Não, ele já fez isso várias vezes antes… Ah meu Deus como eu pude esquecer? O meu irmão pediu pra instalar um aplicativo de rastreamento no celular dele, depois do que aconteceu na Flórida. Eu vou ligar pra ele.

Susan se afasta e faz a ligação, minutos depois ela retorna até mim.

— Consegui o endereço ele está na Precinct 41 no Bronx. É um dos lugares mais perigosos de Ny, deve ter ido se drogar.

— Não... Ele me prometeu…

— Ele vem me prometendo que vai deixar os baseados desde os doze anos, eu não me importava muito com isso já fui adolescente um dia e na minha época era tão comum, talvez até mais do que é hoje, mas eu sei que não é mais só isso. Eu não sei o que fazer. Não quero que ele acabe na cadeia ou morto. Eu sei que não sou um exemplo de maternidade, mas eu amo aquele menino. Do meu jeito, mas eu o amo.

— Diz isso pra ele, Noah não precisa ouvir bronca o tempo todo. É melhor a gente ir logo.

Entramos no carro e a sra Johnson dirige até o endereço, realmente aquela parte da cidade era completamente diferente de Manhattan, prédios baixos, mal cuidados e pichados, ruas sujas com pessoas que encaravam o carro preto que passava. Tirando a falta de morros e puxadinhos, me senti em padre miguel, já a sra Johnson parecia muito assustada.

Chegamos ao endereço, era um prédio de tijolos a vista, uns quatro rapazes vestidos como rappers estavam sentados à frente da escada conversando.

— Talvez seja melhor chamarmos a polícia. - Diz Susan.

— Eu vim de um lugar parecido e chamar a polícia nunca dá em algo bom. Pode esperar aqui se quiser eu falo com eles.

Saio do carro e caminho até os rapazes, as pessoas costumam ter muitos preconceitos sobre pessoas de comunidades pobres, mas a maioria são boas pessoas.

— Oi, com licença.

— Diga gracinha. - Diz um rapaz negro com um pirulito no canto da boca.

— Eu estou procurando um amigo, o nome dele é Noah. Tem um cabelo comprido é magrinho…

— Ah o branquelo.

— Não é branquelo cara ele é pele vermelha não viu o cabelo dele, igual no filme do cavalo louco. - Diz o outro.

Eu pego o celular e mostro uma foto pra eles.

— É ele mesmo, teve aqui ontem. Diz o cara com o pirulito.

— Ele não tá mais?

— Não... ele comprou uns bagulhos fortes, deve tá doidão por aí. Deixou o celular para pagar a conta.

— Droga! - Exclamo decepcionada.

— Virão para que lado ele foi?

— Ah ele arranjou uns amigos por aqui, devem ter levado ele pro covil, fica há umas três quadras daqui, na st john 73, mas na boa, se fosse você não entrava lá não. - Diz o rapaz que agora eu sabia se tratar de um traficante.

— Ah tudo bem… Muito obrigada pela informação.

Volto pro carro e falo com Susan. Ela dirige até o endereço que nos deram e o cenário é um pouco pior, o prédio parece uma fábrica abandonada, alguns moradores de ruas, prostitutas e viciados estão sentados pela calçada, eu saio do carro, mas  Susan permanece imóvel. Realmente o instinto materno dela não era muito aguçado. Se minha mãe soubesse que eu estava num lugar daquele entraria lá, bateria em todo o mundo e me tiraria a tapas. Respiro fundo e adentro o local, no interior da fábrica era muito escuro, havia um cheiro horrível de urina, suor e maconha pairando no ar, sinto meu estômago embrulhar. Há pessoas por todos os lados, e aquilo me lembrou as cenas da cracolândia de são paulo.

— Ei gatinha quer ficar doidona? Tenho uma coisa especial aqui. - Oferece um cara que parece ser o único que não está na terra dos unicórnios dourados.

— Oi eu estou procurando o meu amigo. Magro, cabelo comprido...Você o viu?

— Ah ele tá lá em cima,  com a Katie e o Brandon. Na área vip. - Ironiza o homem. _ Então vai querer o quê?

— Só o meu amigo.

Subo as escadas, eu entendi a “área vip” apesar do cenário ser quase o mesmo lá embaixo, havia alguns sofás e colchonetes velhos pelo chão, uma música tocando e o cheiro não era tão  ruim, de longe eu avisto Noah no meio de um dos grupos, cabelo bagunçado conversava com um cara que tinha uma garota semi nua no colo, enquanto preparava alguma coisa numa seringa. Sinto uma raiva subir pelo meu corpo e caminho rápido até  eles.

— Seu idiota! - Grito enfurecida.

Ele me olha e parece não me reconhecer nos primeiros segundos, estava pálido com o rosto suado e lábios ressecados, estava sem camisa, sujo e com alguns machucados, na certa havia se metido em briga.

— Vai embora. - Ele me diz com a língua enrolada voltando a atenção a seringa.

Eu me aproximo e arranco aquilo sas mãos dele, a garota me olha e me chama de vadia.

— Vai se ferrar sua puta! - Retruco _ Anda Noah vamos embora. - Digo.

— Eu não vou, vai Flórida...volta pro seu Alec perfeito. - Ele fala, se levantando meio cambaleante, visivelmente chapado.

— Você tinha prometido! Você me prometeu! Que droga Noah, você estragou tudo! - Grito irritada me afastando.

Ele caminha na minha direção.

— Me devolve isso.

— Você tá me ouvindo? Sua mãe e eu estamos doidas atrás de você, que merda Noah!

— Ela não é minha mãe, vai pra casa, pra Flórida suspirar por um cara que não tá nem aí pra você. Agora me dá isso. Me dá. - Ele grita.

Viro as costas e saio em direção a escada, ele não estava raciocinando, nada do que eu falasse iria tirar daquele estado. Ele me puxa pelo braço e tenta arrancar a seringa das minhas mãos, eu o empurro e acerto alguns tapas no rosto dele.

— Para! Me dá isso. - Ele grita tentando segurar os meus braços, mas está descordenado demais e eu facilmente o empurro. 

— Seu idiota, sabe de uma coisa, você ia ser o “cara”, mas você é um tremendo egoísta Noah! Eu conheço gente que passou por coisas bem piores do que você e nem por isso ficaram fazendo merdas, eles foram lá e mostraram pro mundo que não eram um nada. Mas você tá fazendo o contrário. Você não pode mudar o passado Noah, mas você faz o seu futuro e você tem razão é muito melhor eu voltar pra casa e passar a vida suspirando por um cara que não me ama do que passar a noite chorando por idiota feito você! - Grito entre lágrimas.

Ele fica parado me olhando e eu jogo a seringa no chão. Viro as costas e saio correndo desci alguns degraus da escada e sinto meu pé travar, não consigo evitar o tombo sinto meu corpo bater e rolar escada abaixo sem que eu possa controlar, por fim uma dor forte na cabeça, ouço barulhos, o grito abafado de Noah, meus olhos estão embaçados e perco totalmente a consciência.

 


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Notas finais do capítulo

Bom minhas lindas e lindos! Vi que tenho leitor menino também, bom a partir do próximo capítulo entraremos numa nova fase da história narrada sob o olhar do Alec.. Tarantantan, vamos poder conhecer melhor o personagem e mergilhar nos seus anseios mais profundos! Deixem opinião se gostaram da idéia ou não... beijo da tia luh! O ultimo cap já teve 25 visualizações, podiam assombrar um pouco e deixar alguns fenômenos paranormais nos comentários, adoro manifestação sobrenatural hahah serio sou praticamente o Dean winchester de saias! Hahah até o proximo capítulo que será um encontro com o sir Alec!



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