Love lives by side - Em revisão escrita por Iset


Capítulo 7
Parecia um péssimo dia pra dizer eu te amo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado a Rezanae.
Boa leitura a todos!



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Parecia um péssimo dia pra dizer eu te amo

 

Eu nem preciso comentar que passei o domingo suspirando e cantarolando pela casa, talvez eu não devesse tê-lo beijado, mas não estava nenhum pouco arrependida. Aqueles poucos segundos que durou foram extremamente mágicos e ficariam eternizados em minha mente talvez por toda a minha vida.

Por mais que tenha feito esforço, não vi Alec o dia todo e nem a janelas foram abertas, então imaginei que tivesse saído cedo, pra onde, eu não tenho idéia. Ele não parecia ter muitos amigos e pelo que pude perceber sua vida girava em torno do seu emprego e do pequeno Max, que agora estava longe.

No Jantar meu pai trás uma senhora para casa, uma mulher rechouchuda de grandes olhos azuis, cabelos grisalhos, muito bem arrumada e perfumada até demais. Ela parecia ser um pouco mais jovem que ele, mas nem tanto, devia ter por volta de 50 ou 55 anos. Decidi não perguntar para não ser indelicada. Depois do jantar deixo os dois sozinhos e fico no computador, segundos depois que entro, tenho uma chamada de vídeo do Noah.

— Boa noite. Ele diz com um sorriso.

— Oi e então vai receber alta amanhã? - Pergunto com certa ansiedade.

— Já recebi na verdade, mas não podem liberar pacientes sozinhos. Não aguento mais esse lugar.

— Imagino.

— É  a tela do computador ou você tá com os olhos ainda mais brilhantes? - Ele diz.

— Deve ser a tela. - Digo

— Olha só, meus pais vão vir pros Usa, daqui a umas semanas.

— Que bom, viu e você dizendo que eles nao estavam preocupados!

— Bom na verdade eles vêm pra uma convenção de empreendimentos imobiliários, Estão pensando em abrir uma filial em Nyc.

— Oh. - Digo decepcionada e penso que merda de pais, poderiam ao menos fingir que estavam aqui por ele.

— Eles querem que eu vá até NY, para me darem uma bronca pessoalmente, ai eu pensei se derrepente você não quer ir comigo?

— Ah eu ia adorar, mas… meu pai nunca vai deixar… Alias o safado tá com uma namoradinha aqui em casa no quarto nesse exato momento.

— Seu pai nao tem tipo uns 60 anos? - Diz fazendo uma cara curiosa.

— 65!

— Nossa que nojo, gente velha não devia tranzar, credo… - Ele diz dando risada.

— Seu bobo, vai ter essa idade um dia sabia?

— E eu vou estar de boa lendo jornal e tocando o terror na garotada que vier atrapalhar o meu sossego. Mas e ai vai pedir pra ele?

— Ele nao vai deixar…

— É só dizer que é pra conhecer os pais do seu namorado. - Ele fala em tom sério.

— Eu vou matar a Rachel, eu não acredito que ela te contou. Desculpa tá, foi o que eu pensei na hora...

— Tá tudo bem, eu sei que você só tem olhos pro “Sir Alec”, mas já você me usou, tá me devendo uma. Por favor a bronca vai ser bem menor se eu levar uma garota bacana comigo.

— Eu não sei…   E mesmo que o pai deixasse, não tenho grana pra isso e nem ele…

—  Já falei com meus pais eles vão pagar as passagens e sua estadia. Nova York Caroline! Times Square, Manhattan, Central Park…

— Não é só isso… é que… e o Alec?

— Que tem o Sir Alec a ver com isso? - Fala sem esconder a cara de decepção.

— É que, nós nos beijamos ontem….  

Ele se afasta da tela se recostando na cabeceira da cama meio que em choque.

— Não quero que fique chateado.

— E porque eu ficaria? Somos só amigos não é? Bom, você sabe o que eu penso disso, mas a vida é sua… Vocês estão namorando ou algo parecido?

— Não foi só um beijo, mas sei lá vai ficar meio estranho se eu ir pra NY com você não acha? Podia levar a Rachel…

— Eu quero agradar os meus pais e não ser deserdado… Então você acha que vai rolar mais alguma coisa?

— Eu não sei, mas bom eu não sei mesmo… Ah que merda… deixa eu achar os meus fones será que ele esqueceu que não mora mais sozinho?

Vejo Noah se contorcer de rir do outro lado da tela, enquanto eu coloco meus fones para parar de ouvir os barulhos nada ortodoxos do quarto ao lado.

— Olha só, mesmo que sei lá role algo mais, se o tal Sir Alec é tão maneiro como você diz, não vai se importar de você ir pra NY com um

amigo. Se bem que ah merda Carol, desculpa tá, mas o que você pensa que pode rolar? Me desculpa a sinceridade mas o máximo que esses coroas querem é se divertir um pouco com garotas novas.

— Como se os garotos não fizessem mesmo não é? E o Alec, ele é diferente. Ele é sensível, educado, amoroso, não é um cafajeste…

—  Se você diz, bom meu tio acabou de mandar uma mensagem e tá  chegando… Espero que consiga dormir, com o garanhão da terceira idade ai no quarto ao lado. Boa noite até amanhã na escola.

No dia seguinte acordo com um humor do cão, estar naqueles dias e ainda ter seu pai  com uma namorada que passou metade da noite dando risadas e gritinhos, usando o único banheiro que funciona da casa com certeza não é o que você espera de uma segunda feira.

Me arrumo do jeito que posso, pego um sanduíche e saio atrasada, quase perco o ônibus e quando desço na frente da escola levo uma espirrada de água de um carro.

Parece que o dia ia ser perfeito!

Nossa escada estava lotada de estranhos, na maioria garotas. De uma hora pra outra o “Baby Johnny Depp” virou a sensação da escola, ou melhor das meninas da escola. Isso não deveria me incomodar, mas me incomodou e muito em especial pela loira de cabelos longos e lisos que usava uma roupa de líder de torcida.

Sarah Parker. Sabe aquela pessoa que você cria antipatia sem nunca ter trocado uma só palavra?

Lembram da Regina George de garotas malvadas? Bom Sarah Parker fazia a Regina parecer uma mocinha de bem. Embora ela nunca tenha falado nada a minha pessoa, toda a vez que cruzamos pelos corredores, ela trocava risadinhas e cochichos no ouvido das amigas. Eu sou carioca e  de onde eu venho isso já  é suficiente para se levar uns belos tapas na cara ou até um tiro. Ela tem sorte de ser eu e não uma de minhas primas, por muito menos já teriam arrastado a cara dela pelo pátio da escola.

Eu respiro fundo e vou até a escada.

— Ai se você quiser passar na minha casa pegar a matéria, pode ir, meus pais chegaram bem tarde. - Ela diz com aquela cara de vocês sabem o que, passando a mão pela tipoia que ele usa no braço.

— Carol, nossa que aconteceu? - Diz Noah ao ver meu estado. Roupa amassada e molhada, cabelos alvoroçados e cara de quem ficou a noite acordada.

— Não está tendo um bom dia latina? De onde você é mesmo venezuela? - Diz ela em tom de desprezo.

— Brasil. Respondo tentando não perder o controle e enfiar a cara dela na lata de lixo.

— Aé Brasil, aquele país enorme de terceiro mundo, foi difícil cruzar a fronteira? - Ela fala enquanto as amigas, ou melhor dizendo seguidoras da sua seita diabólica do bullying soltavam risadinhas.

— Você deve ter faltado às aulas de economia, Brasil é um país emergente, assim como o Canadá, aliás o Pib deles é maior que o de muitos países considerados ricos da europa, tem muitos mais recursos naturais que este país e é sem sombra de dúvidas onde as garotas são mais bonitas. - Diz Noah caminhando na minha direção e passando o braço bom pelos meus ombros, enquanto Sarah me olha como se quisesse me devorar viva.

— E aí já decidiu se vai pra Nova York comigo? - Pergunta ele.

— Com licença. - Diz Sarah, com o nariz empinado.

Vejo ela se afastar irritada, não que eu não possa me defender desse tipo de situação, mas foi incrível o que o Noah fez.

— Sabe que acabou de jogar a sua chance de ficar com a garota mais bonita e popular do colégio pelo janela nao sabe?

— Ela pode até ser popular, mas não é a mais bonita. E além do mais eu respeito as regras fundamentais do ensino médio.

— E que regras são essas?

— Ora, os nerds ficam com as nerds, os metaleiros com as princesas góticas, a galera do gramado fica com as garotas que abraçam árvores…

— E caras como você?

— Eu ainda nao sei, mas garotas como a Parker, ficam os caras burros do time e eu não sou do time e nem sou tão burro assim…. Olha a merda que fizeram com meu armário. - Ele diz fitando o monte de adesivos e bilhetinhos colados a sua porta.

— Bom...Isso mostra como você é importante.

— Metade desses nomes eu não conheço. E a outra metade vai me pedir um baseado ainda hoje.

— Vai parar com isso não é? Você prometeu.

— Vou, eu tô limpo quer me revistar?

— Não, eu confio em você. Bom minha aula vai começar. Até o intervalo.

Como se anunciou o dia foi péssimo, teste surpresa na aula de geometria, um D em biologia. No fim do dia não via a hora de ir pra casa tomar um banho, um chá e desaparecer do mundo.

Mas num dia ruim, nada segue seus planos e quando saio da escola Alec está parado encostado no seu carro com o celular novo na mão. Ele abre um sorriso disfarçado ao me ver e meu coração parece querer saltar do peito. Me despeço de Rachel e Noah que me olha com aquela cara de poucos amigos que ele faz quando não gosta de alguma coisa e entra no ônibus.

Caminho até Alec e minhas pernas tremem só de lembrar do beijo de sábado. Respiro fundo tentando me controlar.

— Eu saí do trabalho e pensei que a gente podia conversar um pouco. Tem um café aqui perto que costumo ir… Pode ser?

— Claro eu ia adorar.

Ele dirige até o café, um lugarzinho aconchegante com decoração francesa ele pede dois capuccinos com creme e croissants.

— Bom eu, te trouxe aqui porque… O que aconteceu sábado….

— Eu sei o que vai dizer, que foi impulso, que não devia ter acontecido, que você é mais velho e amigo da minha família certo?

— Exatamente. Carol você é uma menina linda e inteligente eu realmente adorei as tardes que passamos juntos, as nossa conversas, às vezes eu até esqueço que você tem só 17 anos. E me desculpa se de alguma maneira eu te fiz pensar que estava acontecendo algo mais do que uma amizade, assim como a que eu tenho com seus irmãos.

Devo admitir que foi o fora mas educado que alguém levou na vida, mas mesmo com todo o cuidado e a educação dele foi impossível não sentir meu coração se partindo, eu podia ouvir o barulho dos cacos se quebrando enquanto ele continuava a falar de como minha família era importante pra ele e de como se sentia péssimo por ter me beijado, já que ele sempre viu os filhos do Tom como irmãos, desde o que o dele morreu.

Eu certamente poderia acreditar nas palavras dele, se o beijo do outro dia não tivesse sido tão intenso, não é o tipo de beijo que se dá em alguém que você vê como uma “irmãzinha” a não ser que você seja o Jaime Lannister, mas de Jaime, Alec não tinha nada.

Eu não consigo dizer absolutamente nada tamanho o nó que se formou na minha garganta, apenas concordo com as coisas sensatas que ele diz,  que de fato seria o que todo o adulto consciente devia falar a uma adolescente apaixonada. Mas, certamente não eram o que eu queria ouvir.

Mais tarde ele me deixa em casa, ainda estou no carro quando ele diz.

— Ainda podemos ser amigos não podemos?

— Claro, me desculpa eu não devia ter te beijado e te colocado nessa situação, eu  sou uma idiota. - Digo sem coragem de encara-lo. Ele segura meu queixo e gentilmente me faz olhar pra ele.

— Não Carolina você não é. É uma garota incrível. E o garoto que te conquistar será um tremendo sortudo. - Ele fala.

— Ta bem, quer saber de uma coisa? Você precisa ser mais idiota quando for dar o fora em alguém, quer dizer, quando quer se livrar de uma pessoa não pode agir de uma forma com que faça ela continuar te achando uma das pessoas mais incríveis que ela já conheceu. Até outra hora Alec. -  Digo dando um beijo na sua bochecha e quando me afasto lentamente os olhos dele estão presos aos meus, ficamos parados com os rostos a poucos centímetros, não sou nenhuma psicóloga, mas posso perceber que não sou a única que queria sentir nossos lábios juntos de novo. E inevitavelmente acontece.

Quando nossos lábios se tocam eu sinto um calor dominar meu peito, é um momento repleto daquela magia romântica, ternura, pureza com uma certa dose de malícia, a qual me entrego de corpo e alma. O beijo dele me faz perder a noção do tempo, o juízo.

Ele me afasta, mas seus olhos não negam o quanto ele queria mais, assim como eu.

— Eu te amo. - Deixo escapar. Quase como um sussuro.

— Carol você é uma menina. Sabe quantos anos eu tenho?

— Não importa.

— É claro que importa, quando você nasceu eu já estava na faculdade, Carolina, eu não posso deixar isso continuar, o seu pai ele…

— Xihh.. Digo colocando meu dedo em seus lábios e depois sigo acariciando sua barba.

— Eu sei, desculpe. Só queria que você soubesse.

 

Saio do carro e enquanto procuro a chave na bolsa, vejo ele bater os punhos contra o volante, na certa o ato foi aconpanhado de algum palavrão irritado por ter se esquecido de toda que sensatez que teve no café e se rendido a outro beijo. Eu ainda não sabia se isso nos aproximaria ou nos afastaria pra sempre, mas de qualquer forma, não há arco - íris  sem chuva. 


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Notas finais do capítulo

Então gostaram do capiítulo bônus, a fic não é movida a comentários, mas nao sou hipócrita em dizer que eles não inspiram e fazem o autor ter ainda mais ânimo de escrever... provavelmente voltamos na quarta... Obrigado a todos pelo carinho ;)



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