Love lives by side - Em revisão escrita por Iset


Capítulo 3
O furacão Casey


Notas iniciais do capítulo

Bom dia pessoaa lindas! Agradecimento especial as lindas que favoritaram e a minha capista maravilhosa que deixou um comentário! Eis mais um capítulo.



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O furacão Casey

 

Depois que conheci Alec eu vivia com borboletas no estômago, sei que isso é meio cliché, mas acho que tudo que é real e frequente acaba ganhando esse título.

Rachel dizia que em pouco tempo eu esqueceria e Noah fazia piadinhas sobre garotas que tentam seduzir caras mais velhos, Bryan era o único que de certa forma me apoiava ou pelo menos não menospreza ou fazia piadas com o que eu sentia pelo Alec.

Os dias foram passando e na quinta quando volto da escola, o carro do papai estava parado na entrada da garagem. Como se já não fosse suficientemente estranho meu pai estar em casa naquele horário, ele não estava em nenhum dos cômodos e a porta estava destrancada. Depois do que aconteceu com minha mãe qualquer coisa fora dos padrões me deixava ansiosa e nervosa, minha cabeça já mergulhou em pensamentos perturbadores.

Eu saio de volta a rua, naquele horário quase todos os vizinhos ainda estavam trabalhando. A janela da casa de Alec está aberta e eu imediatamente me ponho a caminho. Quando me aproximo da porta eu posso ouvir a voz do meu pai, eu bato e aguardo uns instantes. Papai abre com uma cara de poucos amigos e pergunta o que eu quero, o questiono se aconteceu alguma coisa, mas ele apenas me manda pra casa. Eu decido não insistir e desisto.

Quando ele finalmente retorna para casa, não consigo controlar minha ansiedade e preocupação e lhe faço mil perguntas sobre o que ele fazia na casa do Alec, ele responde que nosso vizinho não teve um bom dia apenas me deixando ainda mais curiosa.

No dia seguinte perco meu ônibus, propositadamente, eu sabia que alec sairia trabalhar e espero o carrodele deixar a garagem pra sair na rua desesperada, correndo feito uma doida atrás do carro que para imediatamente ao me perceber.

Ele está com os olhos um pouco inchados, cabelos meio bagunçados e uma cara péssima de ressaca. Percebo também que Max não estava com ele.

— Será que pode me dar uma carona? Eu perdi meu ônibus e se chegar atrasada vou perder meu teste. - Minto descaradamente.

— Claro. - Diz abrindo a porta.

— Obrigada você salvou minha vida! - Exclamo agradecida.

Ele solta um sorriso amarelo com minha frase exagerada, mas posso perceber que ele não está bem, sua mão está enfaixada, estava curiosa demais, mas decido ser discreta.

— E o Max? - Pergunto estranhando a falta do moleque.

— Está com a mãe. Responde ele com os olhos cheios de lágrimas.

— O que aconteceu? Está tudo bem?

— Casey, a mãe do Max. Quer que ele fique em Nyc, ela entrou com um pedido de guarda, não quer botar ele no avião de volta pra casa. - Desabafa ele.

— Oh Alec, eu sinto muito. Mas ela pode fazer isso? Quer dizer, foi ela que abriu mão dele não foi?

— Foi mas na época ela queria focar no trabalho, de uns meses pra cá eu percebi que ela estava mais interessada no Max ela faz isso sabe, fica uns meses pegando ele e ligando e depois some por um bom tempo. Eu sei que ela é a mãe dele mas, droga ela não pode brincar com ele assim. E agora pedir a guarda?

— Acha que ela vai conseguir? Pergunto vendo a preocupação aparente no rosto dele.

— Bom ela é a mãe. Parece que arranjou um noivo cheio da grana ou algo assim, tem um bom emprego. Não vai ser difícil ela vencer num tribunal.

— Bom, precisa ter fé, vai dar tudo certo. - Digo sem saber o que dizer.

— Chegamos. Boa prova. Ele diz parando o carro em frente a escola.

— Obrigado pela carona. Digo e sem pensar muito tasco um beijo na bochecha dele. Ele me olha com um  sorriso curioso e faz um aceno com a cabeça enquanto eu deixo o carro.

Meus amigos estão na escada que da acesso a porta principal da escola, sou recebida com um

— HUMMMMM… - Geral

— Operação Lolita em ação! - Diz Noah com a cara fechada.

— Deixa de ser besta, ele só me deu uma carona. - Retruco.

— Agora eu entendo porque você fica suspirando pelos cantos. Sir Alec é um coroa super gato! Até eu pegava ou tentaria pegar. - Diz Bryan.

— Tenho de concordar. Mandou bem amiga, toca aqui amiga. -  Diz a Rachel.

— Esse cara deve ser só mais um daqueles tarados que ficam procurando garotas em sites de encontro. E se não for sabe a encrenca que você pode meter ele? - Diz Noah.

— Que isso Noah, estamos na Flórida não no Canadá, com mais de 16 você já é considerado adulto. Pode até ir para prisão comum. Por que acha que seus pais te mandaram pra cá. Se aprontar vai pra prisão gatinho. - Diz Bryan.

— Ah vão se danar. Eu vou pra aula. Fiquem ai suspirando pelo “Sir Alec”. - Diz Noah irritado enquanto pega a mochila e adentra a escola.

— Que deu nele? - Pergunto sem entender.

— Acho que ele está com ciúme. - Diz Rachel.

O dia segue meio estranho depois do incidente na escada, mas eu não conseguia tirar Alec um só segundo da cabeça. A tal da Casey devia ser louca!  Primeiro por perder um cara como ele, segundo por abandonar o filho e terceiro por agora tentar tirar o garoto do pai.

“Uma tremenda vaca.” Penso ao lembrar do aparente sofrimento que a situação estava causando no Alec.

Quando retorno a tarde, com sempre pego meus fones e espero Alec passar, sem perceber que hoje ele não teria filho pra buscar na escola fico esperando e custo a constatar o óbvio. Sim sou meio lerda as vezes.

Eu entro em casa preparo uns Waffles que aprendi a fazer para agradar o pai e vou até a casa de Alec. Ele me recebe com um sorriso, ta certo nao sei se foi pra mim ou pros Waffles com cobertura de chocolate, mas ele sorriu. E só pra constar obrigado vovó por me ensinar a cozinhar, ou não teria desculpas para ve-lo.

Vamos até a cozinha onde ele prepara um café, sinto um cheiro de cigarros pela casa que não havia antes, mas prefiro não comentar. Tomamos café e ele fala sobre o Max e sobre o que o advogado dele disse. As coisas não pareciam boas,  provavelmente ele perderia a guarda do menino, eu não sabia muito o que dizer então apenas escuto, ele traz um álbum de fotos e pergunta se  de cupcakes e em seguida me serve um, pelos confetes coloridos em cima imaginei que tivesse comprado pro Max.

Ele senta ao meu lado na mesa, meu coração dispara ao senti-lo tão perto. Folheamos o álbum recheado de fotografias do Max, ele fora um bebê lindo e muito gordinho, Alec tinha um olhar brilhante e um semblante alegre nas fotos, diferente do que exibia agora. Entre mordidas no cupcake e conversas sobre aa traquinagens de Max ele para e me fitou intensamente, sinto meu peito parar até que ele faz um sinal com a mão indicando que meu rosto está sujo de cobertura. Oh céus! Ele deve me ver como uma criança que faz guerra de caretas e se suja pra comeu um bolinho. Parabéns Carolina!

Peço licença e vou até o banheiro, o espelho está quebrado, assisti episódios suficientes do CSI pra saber que aquilo aliada a sua mão machucada eram resultados de um soco contra o espelho. Certamente ficou irritado quando Casey disse que não devolveria Max, o cheiro de cigarro pela casa também devia estar relacionado é isso. Minha mãe costumava fumar o dobro do normal quando ficava nervosa.

Saio do banheiro e ele está tentando organizar um pouco da sala. Que era repleta de caixas e muitos papéis e revistas.

— Eu estou tentando organizar isso a algum tempo. Mas eu geralmente prefiro ficar brincando com o Max.

— Eu posso te ajudar se quiser. Respondo prestativa.

— Eu acho melhor não, você com certeza tem coisas mais interessantes para fazer.

— Que nada, eu tenho apenas três amigos, uma faz esportes em todo o tempo livre o outro está ocupado estudando para entrar em Harvard. E o outro é um docinho, mas acho que meu pai me daria uma surra se me visse andando com ele por ai. - Digo.

— Nossa porque?

— Ele tem aquela pinta de “rebelde”, mas é um garoto legal se você esquecer de ter sido expulso de quatro escolas e ter passado por um centro de detenção juvenil.

— Tenho certeza de que ele é um “docinho”. - Diz ele.

— Então posso ajudar?

— Se não tiver medo de aranhas.

— Ei eu sou carioca! Não tenho medo de bala perdida vou ter de aranha!

Na verdade eu morro de medo de aranha, mas já bastava a cara melada por hoje. Começo a remexer a bagunça e não demoro muito pra perceber que Alec tem um sério problema  se desfazer das coisas, okay ninguém é perfeito. Mas aquilo parecia ser sério, quanto mais caixas eu abria mais preocupada eu ficava. Nao que chegasse a ser uma daquelas velhas que guardam tudo que encontram mas com certeza não era  um hábito muito saudável.

— Eu não quero ser metida, mas se quer que o juiz te dê a guarda do Max, vai precisar se livrar dessas coisas ou vão achar que você é maluco.

— São coisas importantes, eu preciso delas. - Ele responde um pouco incomodado.

— Precisa?

— Eu sofri um acidente quando tinha uns 14 anos e afetou minha memórias, afeta ainda na verdade. E guardar essas coisas e fazer fotos me fazem lembrar de tudo, mantém minha memória ativa.

— Ah eu não sabia, mas talvez você não precise lembrar de tudo o tempo todo, é muita coisa Alec.

— Ta me achando um maluco nao é? - Pergunta ele com aquele sorriso lindo que me faz tremer as pernas.

— Não, mas acho que outras pessoas podem achar.

— Você tem razão. Talvez eu deva deixar algumas coisas irem.

— Esse é o espírito. Eu posso te ajudar depois da escola.

— Acho melhor não. Não quero abusar da sua gentileza.

— Abusar nada, quando me formar quero ver se consigo descolar uns trabalhos com eventos, você pode fazer um portfólio pra mim que tal? Eu te ajudo, você me ajuda.

— Nao sabia que queria aee modelo.

— E nao quero, mas a Rachel disse que posso conseguir um bom dinheiro em eventos e até fotos pra marcas de biquíni. Disse que tem muitas brasileiras que trabalham assim por aqui.

— Ela não está errada, você é um garota bem bonita, mas melhor falar com seu pai antes. O Tom é meio “careta” pra algumas coisas.

PARA TUDO!!!! PARA O MUNDO!!!

Alec me acha bonita é sério? Não que eu me ache feia, mas agora estou me sentindo a verdadeira Gisele Bundchen!

Respiro e tento não deixar transparecer que eu tinha uma vontade louca de pular nos braços dele.

“Carolina, Carolina.” Ouço a voz da minha avó ressoar na minha mente com aquele tom de reprovação toda a vez que eu fazia algo errado.

— Bom não custa tentar. - Digo voltando a atenção pros papéis.

O telefone dele toca e vejo o rosto dele se iluminar ao atender a vídeo chamada de Max. Me afasto um pouco pra dar privacidade, mas  posso ouvir o garoto reclamar que quer voltar pra casa. Alec é um verdadeiro “gentleman” Quando diz ao garoto que ele precisa ficar um pouco mais com a mamãe, e omite que a  vaca da Casey estava tentando separar definitivamente os dois.

Okay eu não devia chamar de vaca alguém que não conheço, mas ela abandonou o filho e depois de anos decide que quer brincar de mamãe? Fazendo o Alec e o próprio Max sofrer. Alec tenta distrair o garoto da conversa e mostra a bagunça de papéis ainda pior do que quando começamos a limpeza pede pra mim dar um oi ao garoto e digo que vou fazer brigadeiros quando ele voltar. O menino se empolga com a ideia e começa a conversar comigo pela tela. Alec senta ao meu lado e trocamos algumas palavras com Max até que uma mulher surge na tela tirando o garoto de cena.

Era Casey.

O rosto dela agora está na tela e a desgraçada era uma gata! Sério mesmo o tipo de mulher que você vê naqueles filmes que mostram garotas poderosas com cabelos esvoaçantes.

Ela era loira com um corte em camadas, olhos azuis, nariz fino e lábios rosados e carnudos. Ótimo. A ex parece com uma atriz de Hollywood, tudo que eu precisava.

— Quem é ela? Pergunta antes de dizer ao menos um “Oi”

Alec levanta e sai caminhando com o celular em mãos. Ouço os dois conversarem mas depois de dois minutos já estão discutindo pela tela. Casey chama Alec de fracassado, que voltou a Jacksonville por medo de enfrentar a vida em Nyc, e Alec retruca dizendo que ela nunca foi uma boa mãe para Max. Eu fico meio perdida sem saber o que fazer, ouço um barulho no corredor e vou até lá. Alec está  debruçado sob a parede e o celular em pedaços no chão. Me aproximo e meu coração se parte ao ver ele chorando. Eu nao sei o que dizer ou o que fazer para conforta-lo, então apenas coloco a mão sobre seu ombro e digo que vai ficar tudo bem.

— Me perdoe por isso, eu acho melhor você ir pra casa. Já está ficando tarde.

— Quer que eu prepare um chá ou uma água com açúcar?

— Não  eu estou bem, eu só preciso de um banho.

— Tudo bem, eu vou pra casa. Espero que fique bem. - Digo.

Ele me leva até a porta tentando se recompor, me despeço com outro beijo na bochecha dele e vou pra casa. Santo Deus Casey era um furacão, em segundos ela conseguiu destruir o dia de Alec e pelo jeito já vinha fazendo isso a um tempo. Quando chego em casa papai está na sala e me olha com reprovação.

— Onde estava?

— Com o Alec, eu fiz waffles e levei uns pra ele. Fiz errado?

— Não. Tudo bem.

— Sabia que Alec tem problemas de memória? Bateu a cabeça quando era garoto.

— Na verdade o pai alcoólatra dele, bateu com um taco de beisebol na cabeça dele.

— Sério? Meu Deus que horror! - Digo surpresa.

— Pois é, ele nunca mais foi o mesmo depois daquilo. Ele é  uma cara legal, cresceu com os meus garotos, tenho ele como um filho postiço. Ele não tem tido muita sorte e agora…

— Eu sei, ele me contou que a mãe do Max quer que more com ela.

— Casey é uma vadia, eles se conheceram quando ele estava despontando na carreira de arquiteto, trabalhava numa grande construtora em NY, ganhava uma boa grana. Mas aí quando as coisas ficaram ruins ela saltou fora, deixou ele combo filho. Ele teve que voltar para Jacksonville não conseguiu se manter em NY.

— Hum… coitado. Ele está sofrendo muito com a falta do Max. Geralmente os caras dão graças a Deus quando a mulher decide criar a criança sozinha e ele só tem que pagar a pensao, Alec ele é um cara muito especial mesmo.  - Falo sem intenção, mas percebo o desconforto do meu pai com minhas palavras. Porém,  já é tarde demais e talvez ele precisasse ouvir aquilo.

Volto pro meu quarto e fico admirando a nossa foto na porta do closet. Amanhã é um novo dia.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do cap, deixem suas opiniões e críticas! Beijo!



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