Love lives by side - Em revisão escrita por Iset


Capítulo 20
Nem tudo são flores


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... eu voltei! Desculpem a demora para atualizar... Espero que gostem do capítulo!



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Nem tudo são flores

 

Aquele dia foi realmente mágico e nem mesmo a discussão entre ele e Casey, enquanto pegava Max e as suas malas, serviu para tirar o sorriso pregado em seu rosto.

Almoçamos numa lanchonete e o cardápio foi hamburguer com fritas, para a alegria do Max. Em seguida fomos ao aeroporto e rumamos para casa, na viagem me ocupei em conversar e distrair o Max enquanto Alec tentava terminar o seu projeto que precisaria entregar na segunda. Posso parecer uma boba, mas naquele momento nos senti como uma família.

Além disso, eu estava presa num misto de excitação e medo, feliz por Alec querer assumir nosso relacionamento assim que chegássemos na Flórida, mas apavorada com a possível reação do meu pai. Que eu tinha certeza que não seria das melhores, mas o lado bom era que Alec também sabia disso, então talvez o choque ao ouvir as palavras duras do papai não fosse tão grande a ponto dele desistir de nós. Esperava eu.

Chegamos no aeroporto de Jackson já eram quase oito da noite, pegamos um taxí e fomos para casa. Alec me deixa em casa com minhas malas e diz pro meu pai que gostaria de conversar com ele. Um arrepio frio percorreu minha coluna naquele momento. Mas meu pai apenas diz que fez dois turnos de 12 horas nos últimos dois dias e pede a Alec que deixe a conversa para amanhã e em seguida o convida pro almoço de domingo.

Eu passo a noite pensando em como seria aquele almoço, no que Alec diria, e principalmente no que meu pai falaria. Eu sabia que não seriam palavras de apoio, mas temia que elas fossem duras ao ponto de destruir a amizade e a relação tipo pai e filho que os dois mantinham. Sei que seria difícil pro papai e mais ainda pro Alec.

Quando consigo fechar os olhos já são quase cinco da manhã e as oito, ouço as batidas apressadas do pai na porta de meu quarto me mandando ir ao mercado comprar algumas coisas pro almoço. Acompanho Marylou no supermercado e como era a única mulher adulta próxima desde que vim pros Eua resolvo pedir sua opnião.

— Mary posso te fazer uma pergunta? - Falo.

— Claro querida, pode falar. -Ela diz gentilmente.

—O que você pensaria se a sua filha estivesse apaixonada por um cara mais velho, e ele por ela. E eles quisessem ficar juntos?

— Isso tem a ver com você e o Alec? - Ela pergunta sem rodeios.

— Não é…

— Carolina acha que eu já não percebi, e aliando isso as preocupações do seu pai. É meio óbvio né.

— Eu o amo.

— Tem certeza? Tipo o Alec é um cara legal, bonito. É fácil criar ilusões sobre ele, mas amor é algo muito forte.

— Eu sei, mas o que acha sobre isso?

— Sobre sobre vocês ficarem juntos, sinceramente não acho que vai durar, vocês estão em fases completamente diferentes, tem amizades distintas e querida por mais que esteja apaixonada, amor não é só flores, vai ter dias difíceis pra vocês dois. Muitos casais com as mesmas expectativas acabam se divorciando.

— Eu não quero pensar em como seremos daqui a dez,vinte anos, não que eu não pense em me casar e ter filhos com ele, mas eu quero viver agora...

— Mas você tem 17 anos, você tem todo o tempo do mundo Carolina, já o Alec, tem quase 40, um emprego, uma reputação, filho… Não estou dizendo que vocês não podem se amar ou que isto seja errado, apenas que nada vai ser simples nunca pra vocês e no meio disso ainda tem o seu pai. Pense bem. Pese as consequências se ainda assim valer a pena, eu juro que vou te ajudar no que eu puder.

— Obrigada Mary.

— Agora, vamos terminar essas compras logo antes que seu pai ligue.

Terminamos as compras e fomos pra casa, foi maravilhoso ter conversado com a Marylou sobre isso, e era ainda melhor saber que teria o apoio dela. Alec chega por volta das onze com Max gritando e pulando por cima do sofá com o avião nas mãos.

— Max! Sua mãe estava te dando pilhas pra comer? - Reeprende Alec.

— Deixa o garoto, deve ter ficado entediado. Criança e apartamento não combinam. - Defende papai.

Eu dou um sorriso disfarçado para Alec que assente com a  cabeça em resposta, o cumprimento e volto a cozinha ajudar a Marylou com a salada de batatas.

Papai assa o churrasco, e todos comemos no jardim dos fundos, tudo estava tranquilo até papai perguntar sobre o que fizemos em New York e eu quase me engasgar com um pedaço de frango. Eu conhecia aquele olhar do Tom, ele podia não ser o pai do ano, mas certamente nada escapava de seu olhar atento e aquela altura do almoço já tinha percebido que  Alec não estava mais me evitando ou me olhando como antes. Ele pousa os garfos sobre a mesa e me fita e depois volta o olhar para Alec.

— Que merda aconteceu em NY? - Pergunta sem rodeios.

— Max vai pra casa assistir desenho animado.

— Mas pai, eu nem comi a sobremesa - Protesta o garoto.

— Vem querido eu arrumo um potinho pra você. - Diz Marylou gentilmente pegando Max pela mão. Eles saem e todos os pelos do meu corpo se arrepiam.

— Tom, antes de qualquer coisa eu quero que saiba que eu tenho muito respeito por você, pela sua família e…

— Pare de rodeios Alec, fala logo.

— Eu e a Carolina, nós estamos juntos, estamos apaixonados e eu sei o que isso parece um absurdo, acredite eu mesmo me pego pensando isso, mas eu realmente gosto dela e quero ficar com ela. - Diz ele pousando a sua mão sobre a minha.

Vejo o rosto do meu pai corar, ele nos olha visivelmente irritado.

— Carolina, pro seu quarto.

— Pai…

— Pro seu quarto! Agora! - Ele grita.

Decido obedecer, quer dizer, obedeço parcialmente, adentro a casa e não vou pro meu quarto e sim colo minhas orelhas na porta dos fundos.

— Eu sei o que está pensando e acredite, eu lutei o quanto pude contra o que sinto por ela, eu sei o que parece mas…

— Alec cala a boca, eu falei pra você sobre os delírios dela, eu confiei em você! Mesmo contra todos os meus sentidos eu deixei ela nas suas mãos em Ny! Pelo amor de Deus Alec! Ela é quase uma criança! Você enlouqueceu? - Grita ele.

— Não Tom eu estou lúcido, como nunca estive, pela primeira vez na minha vida eu estou realmente disposto a lutar por alguma coisa que eu realmente quero. Eu entendo você, eu sou pai e se estivesse no seu lugar eu também estaria muito irritado, mas eu amo a sua filha Tom, eu queria te dizer que eu queria que fosse diferente, mas cada minuto que passo com ela eu me sinto mais feliz, mais apaixonado e pode me chamar de egoísta, mas não estou disposto a abrir mão disso. A menos que ela queira.

— Você está velho demais pra discursos como esse. Sai da minha casa.

— Tom, por favor me escute.

— Quer saber Alec, eu já tive a idade da Carolina, e sei quanto duram essas “paixões”, também já tive a sua idade e sei como garotas jovens e bonitas como a Carol mexem com a cabeça de homens, nessa fase em que tudo parece decepcionante. Eu posso entender isso Alec, mas o que não posso admitir é que você a pessoa que eu mais confiei na vida, tenha me traído dessa maneira, ela é minha filha! Eu não esperava isso de você, sai da minha casa agora!

— Tom, eu vou, você precisa esfriar a cabeça. Eu te respeito, não planejei isso e não estaria aqui te falando isso se eu não tivesse plena certeza de que a amo. Espero que um dia possa me perdoar. - Ele diz.

Sinto meu coração disparar e subo correndo as escadas, okay talvez eu seja a “doida dos romances” mas aquela discussão com papai foi a declaração de amor mais linda que eu já havia recebido.

Vou até a janela do meu quarto e observo Alec adentrar o seu quintal, antes do papai abrir a porta do meu quarto com força, ele tinha um cinto na mão. Aquilo era sério? Eu ia levar uma surra? Fico estática.

— Pai…

— Eu achei que tivéssemos conversado. Que droga Carolina!

— Eu amo ele pai.

— Ama? Eu conheço o Alec a vida inteira, eu não sei o que você fez pra virar a cabeça dele desse jeito, mas isso acaba aqui entendeu? É divertido seduzir um homem mais velho carolina? Venceu o joguinho?

— Do que você tá falando? Você não sabe de nada, você não me conhece! Eu não seduzi o Alec, nós estamos apaixonados! Sabe o que é isso? Não né pai? Você não sabe, porque você é um desses idiotas que acham que amor é uma desculpa pra ter quem faça sua comida, pague suas contas ou transe com você! Você critica o Trevor, mas sabe eu acho que é porque você se vê nele.

— Cala a boca Carolina!

— Não! Você e a minha mãe me fizeram, mas foi ela que ficou com a “bronca”, ela que teve que enfrentar os julgamentos, você fingiu que a gente não existia por anos! E quando a sua mulher descobriu aposto que foi isso que disse pra ela não foi? Que foi seduzido pela brasileira gostosa! Novidade pra você pai, graças a Deus, por mais que o Alec te admire, ele não se parece em nada com você. E é por isso que eu amo ele. - Falo entre soluços e lágrimas.

Ele levanta o punho e eu permaneço parada o encarando.

— Vai pai bate! Bate em mim, eu não vou esquecer ele, não vou desistir dele! Vai pai me bate!

Ele desarma o golpe com a respiração entrecortada.

— Faz o que quiser. Eu não me importo. - Ele diz se voltando a porta, aquele “não me importo doeu mais do que qualquer golpe de cinta.

Os dias passam, papai e eu nem sequer trocamos um bom dia, na escola eu tento recuperar as matérias perdidas enquanto lido com a curiosidade de todos sobre Noah.

Rachel teve a péssima ideia de contar pra uma colega de treino sobre a internação e em poucos dias toda a escola já comentava e criava suas próprias versões do ocorrido.

Quanto a Alec, nos víamos todos os dias depois das aulas, as vezes ele vinha me buscar no colégio, outras eu ia até a casa dele. Óbvio que ele estava triste com toda aquela situação com meu pai, mas achava melhor darmos um tempo pra ele digerir tudo aquilo. Nossos encontros eram recheados com muitas guloseimas e café mentolado, discussões sobre livros, séries, e é claro muito carinho e  cuidados.

Naquele dia ele me surpreendeu com um convite pra jantar, dessa vez sem o Max, oficialmente nosso primeiro jantar romântico como um casal. Aviso o papai, mas ele parece não ligar, desde aquele domingo ele finge que não me escuta, depois eu que sou infantil.

Alec me pega às oito e vamos pro restaurante no centro da cidade. Um restaurante francês visivelmente caro. Nos sentamos numa mesa muito bem organizada, no menu, tudo estava escrito em francês eu não tenho idéia do que era aqueles pratos, então espero ele escolher e peço o mesmo para evitar passar vergonha.

Comemos, conversamos e eu percebo a mulher da mesa ao lado nos olhando insistentemente, ou melhor olhando pra Alec.

— Conhece?

— Quem?

— A mulher daquela mesa está te comendo com os olhos.

— Não reparei.

— Ainda bem que você é lerdo pra perceber quando alguém tá afim de você, se não eu estaria encrencada. - Digo tomando mais um gole do vinho e eIe ri.

— Já chega de vinho pra você mocinha. Ou vou acabar sendo preso. - Ele diz tirando a taça das minhas mãos.

— Eu fazia caipirinha pro meu avô desde os sete anos. Não é vinho caro que vai me deixar bêbada. Vou no banheiro.

Vou até o “toalete” e era lindo de morrer, com espelhos enormes, aí já viu né. Hora de atualizar o instagram, devo ter gastado algum tempo ali e quando volto a mulher da mesa ao lado está de pé a frente da nossa mesa conversando com Alec, meu sangue sobe à cabeça e esqueço do lugar chique e “baixa a carioca barraqueira”
Vou até a mesa em passos rápidos e a encaro firmemente

— Oi, não vai me apresentar a sua amiga? - Digo em tom irônico.

— Ah não, não somos amigos, meu nome é Janet Kitting, sou uma entusiasta de arquitetura e reconheci seu pai, eu vi o projeto dele na Archie, desculpa estragar o jantar de vocês. - Fala a mulher com um sorriso, enquanto Alec levanta as sobrancelhas incomodado com o “pai”.

— Ele não é meu pai. -  Digo me aproximando dele e o beijando

—Oh desculpa eu, me perdoem eu vou voltar pra minha mesa. -  Diz eIa constrangida.

Volto pro meu lugar e vejo o rosto vermelho de AIec.

— Que foi?

— Não conhecia esse seu lado. - Ele diz bebendo um gole de vinho.

— Desculpa, foi infantil eu sei. - Digo envergonhada.

— Tudo bem, bom já que eIa estragou a surpresa. - Ele diz tirando uma revista da pasta, Abre na página marcada.

Abro a revista e vejo um anúncio de indicados a um prémio de arquitetura moderna e sustentabilidade, AIec é um dos cinco indicados peIo projet que vinha trabalhando.

— Ai meu Deus, parabéns isso é incrível.

— Eu ainda não ganhei, é só uma indicação.

— É cIaro que vai ganhar, você é o mais bonito. - Digo quase que instantaneamente, e ele solta uma risada.

— Mesmo que isso fosse verdade, o que conta é o projeto e esses caras são muito bons.

— E você também.

— Há controvérsias, sobre isso.

— Cruzes AIec precisa melhorar essa sua auto estima,essa revista é nacional significa que seu projeto é um dos cinco melhores que o país viu esse ano.

— Foi sorte.

— Sorte? E não teve nada a ver com tudo que tem trabalhado? Okay. Vamos pedir a sobremesa? To morrendo de fome, porque servem tão pouca comida nesses restaurantes chiques?

— Acho que bebeu mais do que devia.

— Eu tô ótima e muito feliz por você e esse restaurante é incrível, mas...

— Mas? prefere um Hambúrguer suculento?

— Não, é que….

— Eu acho que eu também prefiro, e faz muito tempo desde a última vez que tentei impressionar uma garota  e naquela época restaurantes caros funcionavam.

— Fazia tanto tempo que não levava alguém pra jantar? Duvido.

— Eu tenho um emprego, um filho de oito anos e uma gramado gigante, sorte eu ter tempo pra tomar banho.

— Que bom, mas pra te atualizar agora a moda é lanchonetes gourmet e Starbucks.

— Vou anotar aqui, vamos?

— Ja?

— Achei que queria um hambúrguer.

Saimos do restaurante e vamos até o Kfc, escolhemos duas ofertas e caminhamos pelo centro enquanto comemos nosso lanche.

— Isso é uma delícia.

— Tem molho no seu rosto. - Ele diz se aproximando e me dando um beijo. Quero te dar uma coisa, diz tirando uma caixinha azul do bolso e eu congelo.

— Não se preocupe que não é um anel, não pediria alguém que ainda nem entrou na faculdade em casamento, é contra minha ética.

— Que preconceituoso!

— Considere um estímulo, abre.

— Abro a caixinha e tem uma linda pulseira de ouro, muito delicada com pequenas flores e alguns brilhantes.

— AIec é linda. - Digo maravilhada com o presente.

— Era da minha mãe.

— Eu não posso aceitar.

— Pode sim, eIa ia gostar que você usasse, você me Iembra eIa as vezes, ela era doce, gentil, adorava romances e odiava porções pequenas de comida. - Diz ele com aquele sorriso pelo qual me apaixonei no primeiro dia que o ví.

— Obrigada, é o presente mais lindo que eu já recebi. Eu te amo.

— Eu também te amo. - Ele me envolve num abraço e o sela com um beijo, eu queria que aquela noite não acabasse mas acabou, voltei pra casa tentando não chamar a atenção do papai, pego o celular que ficou desligado a noite toda e tenho uma mensagem nova, o número é do Noah e ele diz:

Oi carol, não sei se te interessa, mas, me liberaram, volto pra escola na segunda.Espero que esteja bem. Beijo.

Sinto meu peito apertar.




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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! O que esperam do retorno de Noah?



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