Love lives by side - Em revisão escrita por Iset


Capítulo 16
Como nos contos da disney


Notas iniciais do capítulo

Bom gente ela acordouuuuu!!!!!



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Como nos contos da Disney

 

Minha cabeça doí e quando abro os olhos tudo está meio confuso, não consigo reconhecer aquele lugar, mas a julgar pela decoração e o acesso no meu braço imaginei ser um hospital. Faço um esforço e me sento na cama e é quando tenho minha maior surpresa.

Alec está adormecido numa poltrona branca, com um livro aberto sobre o peito e um pouco de cabelo cobrindo os olhos, ele estava lindo, mas o que fazia ali?

Tento tirar minhas pernas pra fora da cama, mas elas parecem dormentes, sinto um princípio de um infarto, quando percebo que não consigo sequer sentir a pressão da minha mão sobre minha coxa. Que droga era aquela?

— Ai meu Deus… - Digo já entrando em pânico.

Alec acorda e me fita com aquele ar de sorriso que geralmente me faria suspirar, mas não dessa vez. Ele percebe meu pavor e se aproxima da cama com um semblante preocupado.

— Eu não estou sentindo minhas pernas o que está acontecendo? O que aconteceu?

— Hey, calma. Você acabou de acordar de um coma. O médico disse que talvez você demorasse a sentir algumas partes do seu corpo, precisa ficar calma okay? Eu vou chamar a enfermeira.

Minutos depois uma enfermeira veio até o quarto, me examinou e pareceu muito segura em dizer que eu ainda estava sob efeito dos medicamentos e que tudo que eu devia e podia fazer era esperar.

Alec arruma meus travesseiros e me acomoda melhor depois que ela sai.

— Eu pensei em ligar pro seu pai, avisar que acordou, mas não sei se é uma boa deixar o Tom andar por NYC durante a madrugada.

— Definitivamente não é uma boa. Mas o que você está fazendo aqui?

— Bom, não achei que o Tom devia vir sozinho pra cá e fiquei muito preocupado com você. O que aconteceu?

— Noah não disse?

— Noah, não apareceu aqui. O pai dele disse que ele teve uma “crise nervosa” e está numa clínica de repouso e que você caiu de uma escada numa festa. Mas você chegou no hospital no carro da esposa dele. O que houve?

— Bom eu cai, de uma escada… Numa… Festa. Foi isso.

— Carolina, não precisa mentir pra mim.

— Eu não estou mentindo. A gente foi numa festa, eu bebi um pouco, tropecei e caí. Foi só isso.

— Okay, Carolina eu sei que não é da minha conta, mas esse garoto, primeiro ele quase foi morto na Flórida e agora isso. Você não acha que talvez você não deva tentar proteger ele.

— Primeiro o Noah não me machucou e segundo você tem razão, não é da sua conta. Aliás você nem devia estar aqui, não foi você mesmo que me mandou ficar longe de você?

— Carolina eu só estou querendo ajudar o seu pai e você. Você teve um traumatismo, podia ter morrido, e porque? Por causa de um garoto surtado? E vai deixar ele sair dessa sem culpa alguma?

— Eu caí. O que você acha? Que o Noah bateu na minha cabeça com um taco? - Digo sem pensar e me arrependo no segundo em que percebo que minhas palavras são recebidas como um tapa na cara.

— Ai droga eu… Eu não quis dizer isso. Desculpa Alec, eu juro que, não foi por querer.

— Tom te contou é?

— Contou. Desculpa eu não queria ter falado isso.

— Não, você queria sim, mas eu entendo. Eu vou pegar um café. Com licença.

— Alec. Desculpa.

Ele apenas assente com a cabeça e sai em direção a porta.  

Ótimo Carolina, bela maneira de acordar. Alguns minutos mais tarde Alec volta com dois copos de café e me alcança um.

— Eles não tinham mentolado, peguei um mocaccino, espero que goste.

— Obrigado e desculpa, eu fui uma idiota.

— Ta tudo bem Carolina, você acabou de acordar de um coma. Eu não devia ter acusado o ... seu namorado.

— Ele não é meu namorado. Eu disse isso pro papai parar de encher meu saco e o Noah acabou gostando da ideia e fez o mesmo com os pais dele.

— Oh… Eu achei que. Ah isso é bom. Não é bom por não ter um namorado, é que bom ele provavelmente tá com problemas então é bom pra você… Ah droga. Carolina eu. Eu fiquei maluco quando soube do seu acidente, eu fiquei com muito medo. De perder você. Não tenho conseguido tirar você da cabeça e eu sei que é uma loucura. - Ele diz enquanto caminha de um lado pro outro inquieto e eu sinto meu peito disparar quase que instantaneamente e ele continua.

— Eu já me perguntei milhões de vezes se eu não estou ficando maluco, porque eu acho que gosto de você. E você é uma menina, é filha do Tom, droga!

— É talvez você esteja certo, afinal que horrível seria não é? Gostar de alguém que gosta das mesmas coisas que você e que ama você? Já pensou que coisa horrorosa! - Digo irônica.

— Carol você está bem? - Pergunta assustado com minha agressividade.

— Não Alec eu estou num hospital, eu andei pela cidade toda, caí de uma escada e fiquei cinco dias em coma, eu não tenho ideia de onde o meu melhor amigo se meteu, que aliás é um tremendo idiota egoísta, mas tudo bem ele acabou de descobrir que é adotado e tem pais horríveis, o que não faz ele deixar de ser um imbecil, mas mesmo assim você está mais preocupada com ele do que com as suas pernas que não mexem! Mas com certeza Alec nada disso é mais importante do que um cara de 40 anos que ainda tá preocupado com que os outros vão pensar dele, que ainda condiciona o que ele quer, a felicidade dele com o que a maldita sociedade espera dele! Você disse que eu era nova demais pra entender de amor, talvez você esteja certo, mas sabe de uma coisa eu não me importo porque é você quem precisa crescer Alec! - Desabafo irritada e ele permanece estático me olhando incrédulo.

Ele se aproxima de mim me olhando confuso, ele podia não gostar do que eu disse, mas tenho certeza que sabia que era verdade.

Sinto a mão dele se enredar na minha nuca e num movimento rápido nossos lábios se colam. Eu queria poder resistir, dizer não, afinal eu já vivi esse filme e sei como ele termina. Alec se arrepende segundos depois, me afasta, me chama de criança, manda eu ficar longe e eu choro três dias até que do nada ele resurge devido a qualquer bobagem do destino. Era um ciclo vicioso.

Eu o afasto.

— Desculpa, mas eu sei como isso termina. Eu cansei.

— Eu te amo. - Ele diz com aquele olhar doce que só ele tem e dessa vez sou eu que encontro seus lábios.

Não me pergunte por quanto tempo nos beijamos, porque foi como se o mundo tivesse parado naquele momento. Sim eu sei, é muito clichê, mas acho que todo mundo quer ter aquele momento clichê dos sonhos. Que atire a primeira pedra quem nunca se imaginou ganhando aquele beijo na chuva, ou ficando com as pernas bambas ao ver seu ídolo, ou se achou a própria Anastácia Stelle ao tropeçar na frente do seu "crush". Eu lamento pessoas, mas sim, todos amamos um bom clichê.

— Você tem razão, eu tenho medo, medo do que vão pensar e dizer, medo da reação do Max, medo do que eu vou pensar sobre mim, mas o que eu tenho mais medo é que um dia você olhe pra mim e se arrependa, veja que perdeu seu tempo, sua juventude. Eu posso viver com alguns idiotas falando sobre o que não sabem, mas eu odiaria viver sabendo que eu deixei uma garota tão bacana perder o tempo dela.

— Eu tenho 17 anos, mesmo que não dê certo, eu preciso de histórias melhores que “acordei achando que estava tetraplégica” pros meus netos. - Digo com um sorriso.

— Sabe que não será fácil não é?

— Olha depois que eu consegui um A em cálculo estequiométrico nada me parece realmente tão difícil.

— Conseguiu um A em química?

— A menos, mas não vamos nos ater aos detalhes. Ainda é um “A”.

Passamos o resto da noite conversando bobagens até o Alec não resistir e acabar adormecendo na poltrona. Eu já conseguia mexer meus dedos, o que era ótimo porque eu estava ficando realmente preocupada com aquela possível paralisia.

Minha primeira visita é do papai ele trás chocolates, Alec fica um pouco sem graça e diz que precisa resolver uns assuntos com o advogado sobre a guarda do Max, e que voltaria mais tarde. Meu pai trouxe meu celular e eu hesito um pouco, mas  não resisto ligar pra Noah assim que o pai me deixa por um tempo, mas ele não atende. Decido ligar para Susan que atende depois de alguma insistência.

— Susan? Sou eu a Carolina. Eu só liguei pra saber do Noah. Como ele está?

— Carolina! Ainda bem que você está bem, nossa ficamos muito preocupados, você não falou nada sobre onde estavam falou?

— Não. Mas onde está o Noah?

— Ele está numa clínica de reabilitação, ele está bem.

— Numa clínica? Desculpa, mas como acha que isso vai ajuda - lo?

— Bom o que queria que deixássemos ele solto por aí?

— Que tal se fossem pais um pouco? Se pedissem desculpas pra ele. Noah está confuso e com muita raiva e vocês trancam ele como se fosse um bandido?

— Desculpa Carolina, mas guarde seus vastos conhecimentos maternos pros seus filhos certo? Agora melhoras. Eu preciso desligar. - Ouço antes do barulho do telefone sendo desligado.

— Desligou na minha cara? Que vaca!

O dia passa sem grandes acontecimentos, sou examinada, coleto material para exames, etc… Meu pai ainda estava um pouco preocupado, mas no momento eu só conseguia pensar no Noah e é claro que tudo que tinha rolado na madrugada com Alec. Ainda estava com um frio na barriga, morrendo de medo dele chegar hoje e já ter se arrependido se novo e voltarmos a estaca zero.

Bom, mas não foi isso que aconteceu aquela noite, depois de uma breve discussão com meu pai, que me levou a constatar que meu pai confiava mais no vizinho perto da filha desacordada do que na própria filha consciente perto do nosso vizinho, finalmente ele desistiu e deixou que Alec passasse a noite comigo. O que foi realmente mágico. Depois de um jantar contrabandeado de um restaurante chinês, assistimos a um filme no computador acho que falava sobre um soldado que voltava do afeganistão, realmente eu não prestei a atenção em algo mais do que o Alec alí do meu lado, me tratando com todo o cuidado e carinho do mundo, entre uma palavra e outra um beijo ou uma troca de carinho. Era perfeito e cada a vez que fechava os olhos tinha medo de acordar e ser apenas um sonho, um devaneio de alguém saindo de um coma. Mas enquanto isso não acontecia, eu era a garota com traumatismo craniano mais feliz que o mundo já viu.  Finalmente meu conto de fadas era real, e eu perderia um segundo sequer dele.

 


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