Love lives by side - Em revisão escrita por Iset


Capítulo 10
A caminho da Big Apple


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, mais um capítulo...



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A caminho da Big Apple

 

Silencioso foi o caminho de volta para casa e eu entendia perfeitamente a recusa de Alec em aceitar o que claramente estava acontecendo entre nós, não seria o meu Alec se ele não tentasse resistir a aquele sentimento que parecia crescer, não só em mim, disso eu tinha certeza. Afinal, eu teria que ser muito tola para acreditar que o resto do mundo nos veria como eu me vejo, não faltariam pessoas para apontar os dedos e dizer as coisas mais cruéis ao nosso respeito. Eu estava disposta a enfrentar, mas não podia exigir o mesmo dele.

—  Eu acho melhor não nos vermos mais, isso precisa parar. Eu tenho 39 anos. É mais que o dobro da sua idade. - Diz ele ao encostar o carro na frente da minha casa.

— Isso não importa pra mim, eu gosto de você eu não consigo evitar, me desculpa.

— Você é muito nova, isso vai passar. Mas é melhor a gente não se ver mais.

— E se não passar? Eu sei que parece loucura, mas a primeira coisa que faço de manhã é sentir sua falta. Pode rir, pode me chamar de tola ou dizer que eu estou lendo romances demais, mas eu sei o que eu sinto. E eu sei que não vai passar.

— Chega Carol, desde anda.

— Vai passar pra você? Eu amo você... De verdade…

—  O que você sabe sobre amor Carol? Você ainda é uma garota, não viveu nada… Agora desce do meu carro por favor… - Ele diz irritado.

— Ainda podemos ser amigos?

— Não, é melhor não. Não é apropriado, foi loucura minha achar que podia ter o mesmo tipo de relação que tenho com seus irmãos. Você é uma garota, não cresceu aqui. Eu não deveria ter deixado você criar essas idéias…

— Você não deixou, não é sua culpa e nem minha… Aconteceu… Sinto muito. - Digo saindo do carro.

A vida é uma verdadeira madrasta, aquelas dos contos de fada que puxam os tapetes das enteadas, rasgam seus lindos vestidos e as deixam trancadas em casa enquanto a festa acontece… Ela muitas vezes, parece zombar da nossa cara, afinal dentre sete bilhões de pessoas Alec era quem morava ao lado. E dentre tantos desencontros de amores sem essência que eu poderia viver até me tornar uma adulta. Madura o suficiente  pra Alec não achar que meus sentimentos não passam de delírios adolescentes, eu tive de encontrar o amor da minha vida, com meus míseros 17 anos, alguns beijos e um ex namorado pelo qual eu nunca senti mais do que carinho e empatia. Como Alec me levaria a sério? Uma garota virgem que chora ao ler os livros de John Green? Entro em casa e esqueço da presença de Trevor, e entre soluços, tirei meus tênis molhados

— Hey está tudo bem? - Pergunta Trevor.

— Sim tá  tudo bem. - Respondo passando por ele rapidamente.

A semana passou voando, eu ainda não conseguia ter uma opinião sobre o Trevor, horas ele era divertido e simpático e em outras era um porco recheado de piadinhas machistas, mas no fim das contas, foi o único dos meus irmãos que se deu ao trabalho de vir até aqui, verificar a saúde do papai.

Na sexta à noite as minhas malas estavam prontas, seriam apenas três dias mas meu pai disse que em NY era muito mais frio que a Flórida no outono, ele me deu um casaco de lã novinho e algum dinheiro.

Decidi deixar as malas na sala, sairíamos cedo e não queria acordar ninguém, Alec estava lá, encostado a porta conversando com meu irmão enquanto sorria.

Ele tinha o sorriso mais lindo do mundo e fazia dias que eu não o via, afinal comecei a evitar a varanda, pra tentar tira - lo da minha cabeça.

Ele volta a atenção a mim quando me vê e ficamos nos fitando por algum tempo, até que meu irmão corta o silêncio.

— Calma aí cara tô quase pronto. -  Diz enquanto calça os sapatos.

— Oi Carol. - Ele diz com aquela voz meio rouca.

— Oi. - Digo enquanto acomodo as minhas malas num canto da sala.

— E essas malas? - Ele pergunta visivelmente curioso.

— Sabe não? Minha irmãzinha vai pra Nova York com o namorado. No meu tempo o pai jamais deixaria um negócio desses.

— Ele não é meu namorado, é só um amigo. - Respondo rapidamente.

Alec levanta as sobrancelhas, e me olha com uma cara de como se dissesse:

“ Que porra é essa?”

— Papazila me disse que era seu namorado. Ah você conhece ele Alec, o garoto do cabelo maneiro, que veio aqui outro dia.

— Você vai pra NY com aquele cara? Você mal conhece aquele garoto. - Diz Alec

— Nossa Alec, baixou o Papazila em você? - Pergunta Trevor intrigado, enquanto eu apenas observo sem ter muito o que dizer.

— Não é que eu… Só acho perigoso. Nyc não é Jacksonville é uma cidade enorme perigosa, ainda mais pra dois adolescentes … - Diz ele um pouco constrangido.

— Não estaremos sozinhos, os pais do Noah estarão lá. - Digo um pouco envergonhada, o que estaria passando na cabeça dele? Na certa agora estava confirmado que eu só era mais uma cabecinha de vento que numa semana declarava amor a um cara e na outra estava de namorando com outro.

“Ótimo Carolina, você destruir qualquer resquício de oportunidade de viver o amor da sua vida. IDIOTA”

— Bom maninha então, boa viagem, eu volto pra Celebration no domingo então acho que não nos veremos mais. Eu venho pro dia de ação de graças. - Diz Trevor me dando um beijo na testa.

— Se cuide. - Fala Alec com uma cara de quem não gostou nada do que ouviu.

De qualquer forma era tarde demais para desistir, e porque desistiria? Pra levar outro fora do Sir Alec amanhã ou depois? Sem falar que ele estava saindo pra se divertir com meu irmão! Provavelmente iam beber, dar risada, iam ficar com mulheres… Só de pensar nisso sinto meu peito apertar.

Termino de arrumar as coisas e tento dormir,  eu queria poder dizer que a insônia era causada pela viagem, mas a quem quero enganar? Minha cabeça só sabia pesar no Alec, no que ele estaria fazendo, com quem estaria? Ele beijaria alguém essa noite? Beijaria, que pensamento inocente… Esta com certeza é a parte mais amarga de amar alguém, e este lhe ser proibido. Você pode sentir, mas não pode viver, não pode tocar, sentir o cheiro, beijar a boca… Na certa é muito melhor perder um grande amor do qual você pode guardar boas lembranças, do que viver na ânsia de vivê - las. Eis aí mais um começo complicado, minha vida amorosa.

Mal ou bem no dia seguinte as 4h da manhã eu estava em pé, e pontualmente às 4:25 am Noah e seu tio estacionaram o carro na frente da minha casa. Meu pai relembra as regras e deseja boa viagem.

Depois do check - in entramos no avião, e quando decolou enterrei meus dedos na poltrona e vi Noah sorrir e balançar a cabeça.

— O que foi, se não nascemos com asas não

deveriamos voar. É contra as regras da natureza. - Digo

— Concordo. Diz ele tirando a jaqueta e em seguida abre os botões da camisa.

— Hey está maluco?

— Eu não nasci vestido, nasci? Comece a tirar a roupa também senhora naturalista. Diz ele rindo.

— Você é um bobo. - Digo jogando a pequena almofada da poltrona. _ Mas me diga, o que devo saber sobre os seus pais antes de conhecê - los, você quase nunca fala deles.

— Bom eles são corretores, tem uma imobiliária, eles competem um com o outro o tempo todo, estão sempre ocupados e eles me devolveriam pro laboratório se pudessem.

— Laboratório?

— Ah eu fui feito num tubo, acho que estavam ocupados demais para transar.

— Ta de zoaçao né?

— Não é sério, minha mãe tinha 36 anos quando resolveu ser mãe, ops ter um filho. Ela engravidou e o bebê tinha down, ela abortou e não quis correr o risco de novo e encomendou essa perfeição aqui. Gastou 63,457,00 doletas. Eu fui caro. - Ele diz.

— Nossa. - Digo sem saber o que dizer._ Ela te contou quanto pagou?

— Não, foi o meu pai, quando fui parar no reformatório e somando as fraldas, leite, educação e todo o resto dei um déficit de quase um milhão de dólares.

—  Perai seu pai é corretor ou contador? - Digo tentando aliviar o tom da conversa, eu sempre soube que os pais de Noah não eram sinônimo de parentalidade, mas jamais imaginei que chegaram ao ponto de jogar na cara dele tudo que gastaram com ele. Naquele momento me senti feliz por ter uma mãe diarista e um pai segurança de loja.

— Eles vão  gostar de você relaxa, meu pai principalmente, na última vez que eu falei com ele pelo Skype, antes de você estudar na escola. Bryan estava lá em casa tentando me ensinar química e eu os apresentei, eu quase matei o velho deixando ele pensar que eu era gay… Foi divertido. Mas eu quero minha mesada de volta.

— Ah… então eu estou aqui pra você ganhar sua mesada de volta?

— Ué você não me fez prometer que eu ia parar de distribuir baseados na escola? Você acabou com meu negócio.

— Já ouviu falar num negócio chamado, trabalho honesto? É meio antiquado, mas ainda te mantém com a barriga cheia e longe da cadeia… - Digo irritada.

— Já disse que adoro essa sua cara de brava? Não é pela mesada, eu não me imaginaria querendo passar o fim de semana e o feriado com outra pessoa. - Diz ele colocando a mão sobre a minha.

— Hum… sei…

— É sério eu até já arranjei um trabalho, não é bem um trabalho, é um estágio num escritório, entregar correspondências essas coisas, com a namorada do meu tio. Ela é advogada.

— É verdade?

— Claro que é verdade, eu nunca mentiria pra você.

— Será que seus pais vão estar nos esperando com aquelas placas com nomes, igual nos filmes? Fiquei tão decepcionada quando cheguei e meu pai não tinha uma placa.

— Olha se chegarmos lá sem uma mensagem dizendo que estão ocupados e devo encontrá los em tal lugar eu já estarei lucrando.

— Que pessimismo.

— Não é péssimo, é controle de danos, se você não tem grandes expectativas nada pode te decepcionar, você fica de boa, mesmo quando uma certa garota que você gosta prefere ficar correndo atrás de um idoso.

— Noah... Desculpa.

— Carolina você não me deve desculpas, eu entendo... Sério. Seria burrice minha se não entendesse. Ninguém é obrigado corresponder outra pessoa. Mesmo que seja um carinha legal e simpático.

— Como o Bryan? - Digo rindo.

— Também, mas diferente do Bryan que vai ter que esperar eu nascer gay numa próxima vida… Eu posso esperar isso que sente pelo quase idoso passar ou você quebrar a cara, ou ele ter disfunção erétil… E se não acontecer eu tenho 18 anos ele tem o dobro, vai morrer antes de mim de qualquer jeito. Aí daremos uma de velhinhos tarados igual ao seu pai.

Eu tento me controlar, mas solto uma gargalhada.

— Você é doido.

— Não eu só não crio expectativas, dou valor as pequenas coisas sem esperar muito, deveria tentar é libertador. Eu queria te beijar agora, mas você vai dizer não então eu vou pedir o que eles estão servindo na primeira classe para aquela aeromoça bonita, ela vai dizer que não pode e eu vou contar que acabei de sair de uma Uti depois de ser espancado e quase morto e nem assim meus pais foram me ver, vou fazer uma cara triste, ela vai ficar com pena vamos ter comida boa por toda a viagem. E eu vou ficar quase tão feliz quando se tivesse te beijado.

Sinto minhas bochechas corarem e meu rosto aquecer.

— Será  que chove?


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Notas finais do capítulo

Então o que esperam dessa estada em NY? Como Alec vai reagir a isso?



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