Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 8
Eu tenho um mau pressentimento.




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Acordo por causa da animação da Eve, mais especificamente com seus gritos de alegria. Meu celular vibra e eu abro um dos olhos para ler a mensagem. Reviro meu corpo.

SMS de Antonin: “Eu irei buscá-la hoje, não o motorista oficial Oscar, pois me ofereci. E também seu pai disse que tem uma surpresa. Eu também não tenho mais informações”.

Buscar-me? Um momento... Isso não está me cheirando bem... Uma surpresa?

Parker começa a pular em cima de mim como se eu fosse uma cama elástica.

— Sai Eve! — resmungo sonolenta, me arrasto até o chão e fico de bunda para cima. — Daqui a pouco eu vou pular em cima da sua cabeça. Então quero ver se vai gostar dona Parker.

— Eu vou amar. — ela diz em tom irônico. — Agora vamos à cantina comer até ficamos com a barriga empanturrada.

Levanto-me e sento-me na beira da cama, Parker vem até mim com seu olhar pidão que eu conheço bem. Ou ela quer algo ou ela quer se desculpar.

— É... Você pode perdoar uma humana imperfeita que cometeu o erro de não acredita na sua amiga? Eu realmente só queria o melhor para nós... Na verdade acho que era besteira minha, mas não percebi o quanto estava sofrendo.

— Talvez sim. Não sei... Deixa-me pensar. — passo a mão sobre meu queixo olhando para cima.

— Aceita! — ela aperta minhas bochechas fortemente.

— Para sua cachorra! — queixo-me. — Eu aceito, mas não aperta minhas queridas bochechinhas.

Eu estou animada para passar dois dias longe desse hospício, assim não verei nenhuma pessoa desagradável. Como o tal de idiota, umas vacas, uns professores chatos.

Eu sei que em casa vai ser tão entediante como aqui, mas pelo menos não terei Reymond no meu pé, me irritando de toda maneira.

Vamos até meu lugar preferido da escola, mas ao fecha meus olhos para boceja, eu esbarro em alguém. E esse alguém é o garanhão idiota.

— Opa! Se estiver sentindo minha falta não precisa fingir que foi sem querer gatinha! Lembre-se: ”Tem Reymond para todas”. — diz ele se aproximando de mim e eu continuo com os braços em minha cintura enquanto o encaro nervosamente.

— Coitado você é a últimas pessoas que eu sentiria falta. Ou nem estaria na lista. Sorte que não verei sua cara enjoada. Quando eu fico perto de você, eu fico...

— Nervosa? — me interrompe.

— Não enjoada! — grito com a cabeça pegando fogo, depois dou meia volta e jogo meus cabelos em seu rosto.

Sei que não vale a pena ficar irritada por um ser desse, mas eu não consigo me controlar. Nada resolve... Já tentei chá de camomila, respirei fundo várias vezes, contei até dez, mas nada resolveu.

Após todas tomamos o belo café da manhã e agora estamos mais do que satisfeitas. Voltamos para o dormitório e assim que sentamos cada uma na sua cama. Vejo Parker com um sorriso malicioso nos lábios. Eu sei que esse sorrisinho não significa nada de bom.

Eve começa a relembrar sobre seu primeiro beijo perfeito e romântico, até Mona dá detalhes sobre como foi o seu.

— E você já deu o seu primeiro beijo Lisa? — Parker arqueia uma sobrancelha.

Eu paraliso diante de suas palavras. Então essas histórias todas sobre beijo só foram para chegar até em mim. Essa minha melhor amiga é esperta.

Engulo a saliva, pressiono meus dedos sobre minhas pernas.

Foi com o Carter... — olho para baixo com a voz trêmula. — Foi mágico e... — meu celular começa a tocar com um rock e atendo sem olhar o número.

— Senhorita Black Rose! Estou esperando você... Se estiver pronta podemos ir. — usa sua voz suave acalma meu coração aflito.

Além de ele ser meu segundo pai, meu mordomo perfeito é ainda um salvador dos meus momentos ruins. Esse Antonin merece muitas palmas de pé.

— Claro que posso! — levanto imediatamente e seguro minha mala. — Tchau meninas! — dou um aceno para elas e saio o mais rápido possível do quarto.

Vou até a porta da entrada da escola com passos largos, mas quando vejo a minha frente meu mordomo que tanto senti falta, eu só desço as escadas correndo, largo a mala e eu pulo em seu pescoço, na verdade agarro.

— Nunca vi a senhorita tão entusiasmada. O que houve? Estava fugindo de uma guerra ou fizeram algo para ficar tão feliz? — ele olha em meus olhos fixamente surpreso.

— Posso dizer que a opção: “Fugindo de uma guerra”, é mais adequada para a situação que eu estava... Mas obviamente que eu estou muito feliz em vê-lo. Eu senti muito sua falta!

— Eu também senhorita. A única pessoa que transmite uma “cor” para a mansão é a senhorita. Agora vamos para sua casa! — ele abriu a porta do carro.

— E minha mãe tem o “tecido”.

— A senhora como sempre bem humorada.

— Tão humorada que você nem riu. — gargalho com minha própria piada mal feita.

Percorremos o caminho todo papeando, sempre tentando encaixar um jeito de ele falar mais sobre a surpresa, porém tentativa falha.

Quando chego à frente da minha casa dos horrores, eu entro mesmo relutante. Do um passo a mais até a porta. Então quando a empurro vejo meus pais juntos. Então essa é a surpresa? Que desagradável.

— Eu senti sua falta! — Amélia me abraça sem ao menos eu dizer uma palavra.

— Me deixa abraçar minha filha também! —meu pai sorri.

— Por que estamos todos reunidos em pleno sábado? Não deveriam estar trabalhando? — indago confusa.

— Minha querida, tiramos um dia de folga para nós e incluindo os empregados. — Amélia entrelaça meus braços nos seus. — Agora vamos até seu quarto.

— Para? — digo enquanto sumimos as escadas.

Ela não me responde e abri a porta do meu quarto animadamente. Ao lado da minha cama vejo um vestido requintado aos meus olhos.

— Eu fiz esse deslumbrante vestido para irmos a festa de inauguração da nova empresa da família... — a interrompo.

— Está de brincadeira? — resmungo. — Eu não quero ir à festa alguma. E Um vestido roxo escuro misturado com roxo claro. Por mim tudo bem, mas um decote desse tamanho!

— Cala a boca e você vai ir até a festa e vai usar. Eu fiz com todo amor... — vejo meu pai atrás dela, com certeza ela sabia que ele iria aparecer e quis fazer uma cena de: “Estou fingindo estar decepcionada e triste”.

Meu pai está me olhando friamente com a porta entreaberta. Ele já me explicou para respeitar a Amélia, mas ele tem que entender que é uma missão impossível. Ethan me disse várias vezes que até gravei na mente: “Eu já expliquei para não gritar com sua mãe ou ser arrogante”.

— Estou de brincadeira... — reviro os olhos bufando. — Eu amei a roupa...  Nossa olha um salto roxo que brilha. — uso uma empolgação falsa.

— Eu sabia que só estava fazendo birra. Eu vou chamar a maquiadora e a cabeleira — ela estrala os dedos e do guarda-roupa saem duas mulheres gêmeas.

Então a surpresa era ir a uma festa obrigatoriamente e falar com pessoas de assuntos relacionados a negócios, cumprimentar e fingi ser amiga de pessoas chatas e ainda ter coisas irritantes envolvidas. E ainda vestir um trecho que vai me deixa a amostra, até demais.

Sento-me em frente da minha penteadeira virada para as duas mulheres.

— Feche os olhos e embarque nesta aventura! — pronuncia em uníssono.

— Embarque nessa babaquice! — bufo.

Passos algumas horas pelo menos sentada. Minhas nádegas já estão ficando dormente de tanto ficar parada. E o tédio pior ainda, pois Amélia fica conversando com as moças sobre moda e eu: “Não me importo”.

Olha pelo lado bom, agora eu estou com os olhos fechados descansado de alguma maneira meu corpo e minha visão.

— Ficou perfeita! — gritam as mulheres.

Eu não tenho nem o direito de me ver no espelho, elas não me deixam. Eu posso estar parecendo uma palhaça e não sei. Elas me obrigam a colocar o vestido de todas as maneiras, mas eu começo a inventar mil desculpa para não ir a tal festa. O pior que todas são não plausíveis para Amélia.

Dor de cabeça, tontura, dor no estômago, dor nas pernas, mau jeito na coluna. Para minha “querida” mãezinha é tudo balela. 

Eu coloco o vestido e olho para mim mesma com a cabeça baixa, além de ser excessivamente decotado é ainda muito aberto nas costas.

— Eu não encontro para descrever o quão maravilhosa está. Daqui a pouco papai vai chorar. Meu bebê cresceu tão rápido... Eu estou com ciúmes! — olho para trás e vejo meu pai com os olhos marejados e eu caio na risada.

— Ethan acalma-se eu só coloquei um vestido tentador. — faço uma piada.

— Agora Rose feche os olhos e vou colocar até três, então você pode olhar no espelho depois do termino da contagem. — Amélia cobre meus olhos.

— Um... Dois e três! — assim me vejo diante do espelho e arregalo meus olhos.

Eu começo a me girar para analisa cada parte do vestido, ele é realmente muito lindo, mas admito-me que tenho... Uma sensação de estar sem roupa. E a maquiagem está combinando com a peça de roupa.

— Nada mal... — não mostro reação, apenas dou de ombros.

— Nada mal? Lisa adorou seu visual. Eu nunca vi você tão animada. — ela diz seriamente e depois dá um beijo nos lábios de meu pai. — Vou me vesti para irmos. Eu amor estou deslumbrada pela a elegância e sensualidade que você está transmitido com esse terno.

— Não quanto você ficará. — ele pisca.

Meu pai espera a Amélia sair e me mira seu olhar totalmente reprovador. Aquele que ele sempre usa para falar sobre assuntos que considera delicado, mas para mim são infrutíferos, pois eu já sei de cor.

— Filha hoje vai ter uma festa muito importante para todos nós. Eu consegui uma parceria com a empresa. Eu peço que não me decepcione. — imito sua linguagem corporal conforme fala. — Você já sabe as regras de todas as festas: Seja gentil, educada, apresente-se perante as pessoas e chame de senhor ou senhora.

— Toda vez você diz essas palavras. Lembre-se que eu fiz curso de etiqueta. — entrelaço seu braço no meu e descemos as escadas. — Eu tenho que concorda com a Amélia você está maravilhoso e elegante.

Eu fiz curso de bons modos, mas parece que não funcionou em algumas ocasiões.

Aquela mulher manipuladora usa seu “charme”, ou seja, o que for para fazer meu pai de tapete. Eu sei que foi ela que impôs meu pai a falar comigo sobre: “Como ser uma pessoa superficial”. Ela não quer que eu Lisa seja eu mesma, quer que eu vire uma boneca perfeita.

As estrelas atingem todo o céu escuro. Eu tenho a sensação de que essa noite algo ruim ocorrerá, pois a última vez que vi o céu tão estrelado assim foi quando eu fui à casa de Carter entregar uma lição que ele tinha faltado, pois estava “doente”. Logo quando eu entro em seu quarto sem bater na porta, eu o encontro aos beijos com uma menina. Ele foi atrás de mim, mas tudo o que eu fiz foi apenas dizer “adeus”.

Eu entendo que era um namoro por contrato, mas iria cai à boca se falasse que queria ter um relacionamento com outra?

Como não sou idiota contei sobre a traição ao meu pai que logo persuadiu minha mãe a acabar o namoro falso. Essa significou a última e primeira vez que foi contra as ordens de Amélia.

— Estou pronta. A limusine nos espera! — olhamos a manipuladora descer as escadas como se tivesse na passarela. Ela está usando um vestido vermelho com borda de vinho para completar um corpete que percebe de longe. Aquela cinturinha é irreal.

— Filha cumprimente a todos e tire quantas fotos os fotógrafos quiserem. Ficou claro?  — ela usa seu tom ameaçador e eu caio na risada.

— Claro como as luzes ofuscantes dos flashes dos paparazzi.

Eu prevejo de imediato antes mesmo de entrar no local eu sei que vai ter músicas clássicas, comidas bem pequeninas, várias pessoas superficiais aglomeradas, várias mentiras sendo contadas sobre como sua vida é perfeita.

Chegamos a um casarão com grades em volta, vejo vários fotógrafos em volta da limusine de meu pai. Assim saímos e eles se aproximam de nós com suas câmeras. Até uma jornalista surge.

— Senhorita e senhor Black Rose como se sentem sendo tão ricos?

— Não me considero rico. As únicas riquezas são essas duas preciosas princesas. — Ethan segura nossas cinturas e sorri diante da câmera apontada.

— E a sua nova coleção senhorita Black Rose? — indaga a jornalista com o microfone a frente dos lábios de Amélia. Percebo que ela sorri vitoriosamente.

— Ela será magnífica. O vestido da minha filha é só uma amostra do que terá nesta coleção. Prometerá muito charme e delicadeza as nossas clientes.

O homem que segura à câmera vira a direção em mim e eu gargalho como se ela tivesse contado algo realmente muito engraçado. Agora eu entro em ação com minhas habilidades teatrais.

— Você sempre faz as melhores peças “mãe” — enfatizo a palavra. — Parece que tem mágica nos dedos.

Viro meu vestido enquanto ela fala sobre cada detalhe, após isso, só tiramos várias fotos para demonstrar com um sorriso falso a farsa de família “perfeita” que somos.

Depois de terminamos de tirar várias fotos e após diversas entrevistas envolvendo minha vida. Quando meus pais se aproximam dos seguranças, eles se curvam e dão espaço.

Quando entramos no salão, todos, literalmente todos param de dançar e seus olhares caem sobre mim. Eu realmente não me sinto bem quando viro o centro das atenções. Deve ser esse vestido o problema. Os cochichos começam a me incomodar.

Um senhor de terno verde escuro com um olhar caloroso, mas um andar de esnobe vem em nossa direção. Ele tem uma pinta de galanteador.

— Está formidável senhorita Black Rose. — ele beija minhas mãos e eu sorrio enquanto seguro as pontas do meu vestido fazendo reverência.

— Obrigado senhor.

 — Cada vez mais encantadora senhorita Black Rose! — logo beija docemente a mão de Amélia.

Sinto que está rolando um clima entres esses dois. Uma risadinha, uma olhadinha com segundas intenções. A manipuladora tem que agradecer meu pai de ser bocó que não percebe nada.

— Boa noite! Como estão os negócios? Estou ansioso com nossos planos daqui para frente. — Ethan aperta a mão dele.

— Senhores e senhora eu vou dirigi-me até o banquete. — me curvo e ela balança a cabeça positivamente.

Muitas pessoas começam a vir até mim e a me elogiar, agradeceu com um sorriso. E a música calma em meus ouvidos mal eu cheguei à festa já estou bocejando. Se me deixasse ser a administradora da festa eu iria realmente mostra uma festa divertida com rock.

Fico emocionada com o banquete até que valeu a pena vim por um motivo: Wrap Romeu e Julieta, quando vou pegar a comida, alguém me cutuca nas costas e assim ocorre um arrepio sobre meu corpo. Eu me viro e a minha frente está um homem. Ao julgar pelo porte físico é mais velho que eu.

— Senhorita Black Rose como sempre chamando a atenção de todos e como nas revistas sempre está formidável. — ele fez curva sorrindo.

— Olá? Quem seria o senhor? — afasto-me pelo susto de sua atitude.

— Oh! Perdoe-me minha inconveniência! Como você já sabe meu segundo nome. Eu vou falar o primeiro... Eu me chamo Chase. — ele beija minha mão sem ao menos eu autorizar.

Na verdade não sei por qual seria obrigada a saber sobrenome desse tal, mas deve ser alguém muito importante e fútil para se achar tanto.

— Eu vou anotar na minha agenda de: “Nomes que nunca pronunciar”.

— A senhorita é tão bem humorada. — Chase gargalha encosta segura meu ombro.

— Vou retira-me para cumprimentar as pessoas que estão nas mesas.

Antes que eu pudesse andar, o estranho se aproxima de meus ouvidos. Quando ele levanta a mão percebo uma aliança de noivado.

— É tão fácil se apaixonar pela senhorita.

— Interessante! Mas me diga senhor com sobrenome importante o que sua noiva fará após descobrir que fica paquerando outras moças? — puxo sua orelha e ele engole o grito de dor.

Começo a ri da sua expressão facial de comprimir a dor. Analisando minuciosamente você pode encontrar traço de Reymond nesse Chase. Os olhos são bens parecidos, os detalhes do formato do rosto.  Ele parece ser literalmente ser o Reymond em uma versão piorada eu diria.

Eu pensando nesse idiota sem nenhum motivo. Vamos parar, pois eles não são como irmãos separados na maternidade, ou melhor, não tem nenhum laço visto que não vi nenhum idiota por aqui. Eu poderia até perguntar o seu sobrenome, mas tenho medo da resposta. Seria muito mais sensato e produtivo eu esquecer tudo que seja relacionado Reymond. Ficar gastando meu tempo precioso em algo infrutífero é perda de momentos. Como: comer vários doces bons que estão a minha disposição.


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