Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 6
Recebi uma confissão de amor.


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo saindo quentinho do forno.



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Pov. Scott Reymond (ponto de vista)

Na aula de matemática Rose estava tão diferente, de um jeito bom. Seu olhar está bem marcado e sexy. E sua roupa tem um jeito de ser uma pessoa decidida.

Eu percebi que durante a aula, ela olha para mim constantemente rindo sutilmente. Eu acertei na roupa hoje. Aposto que quer me beijar. Com essa roupa nova e aparência desta quem não quer. Scott arrasa os corações das garotas. Agora sei que se eu passar uma cantada para Lisa hoje, ela vai retribuir na mesma hora.

Eu necessito passar uma cantada a ela. Levanto do meu lugar, mas antes dou um sinal para meu amigo e uma piscadela. Eu o vejo bater na testa com um olhar: “Não vai dar certo”. Mesmo assim, vou em direção da Lisa, fico bem na sua frente, jogo o cabelo, depois olho bem nos seus olhos azuis e dou meu sorriso sedutor. Ela franze o cenho se perguntando o que está acontecendo. Arranho a garganta e confiantemente solto umas das minhas cantadas que são apenas para conquistar a menina, já que eu talvez nem ache que ela seja aquilo tudo. Eu minto em nome da paqueração.

— Eu não acreditava em amor à primeira vista, mas quando vi você mudei de ideia!

Ela se debruça na mesa, olha diretamente aos meus olhos e me empurra.

— Que coincidência! Eu não acreditava em assombração!

—Primeiro fora do Reymond! — grita uma pessoa no fundo da sala.

Assim a sala toda começa a gargalha muito alto. Eu a olho muito bravo cerro meus punhos por sua atitude malvada, vou até meu lugar e me jogo na cadeira. Alguns vão até no meu lugar e dão empurrão no meu ombro, dizendo: “Primeiro fora cara”.

— Ordem! — a professora exclama enquanto bate na mesa. — Aqui não é uma balada.

Alguns de meus amigos populares estão na sala e parecem decepcionados com minha atitude. E vejo no grupo que eles mandaram: “Nós falamos que ela era uma gata, muito, muito difícil para domar”.

Em um ano que estudo nessa escola nunca tinha passado um mico na frente de ninguém. E hoje pela primeira vez, não passei mico na frente de uma pessoa, foi na frente da sala toda. Para disfarçar, ignoro os comentários e estufo o peito tentando parecer ainda confiante, mas no fundo eu estou mais envergonhado do que uma pessoa tímida apresentando um trabalho na frente da sala.

Pov. Lisa Black Rose (ponto de vista)

Eve e Parker cochicharam para mim: “Coitado”. Eu não fiquei com um pingo de pena. Reymond acha que pode tudo, ele pensa que na hora que quiser qualquer pessoa vai cair aos seus pés, se acha o rei da escola. E eu vou mostrar para ele que não é assim que as coisas funcionam, eu tenho o direito de rejeitar e ignorar ele se caso não gostar da cantada ou do que for. Ainda mais que essa cantada foi no tempo da minha bisavó. O idiota está achando que vai falar um: “Vamos?”. E vai me conquistar? Agora eu realmente digo: “Coitado”.

A professora de matemática terminar de passar uns exercícios malucos e depois que todos copiaram, ela libera, visto que o sinal tocou.

— Alunos até a próxima aula... Bom final de semana. Mentira é amanhã.

— Ela tenta fazer uma piada, mas quando ela vai perceber que não tem graça nenhuma essas piadas más feitas? — digo retoricamente apenas para mim.

As pessoas que dizem serem minhas amigas não me esperaram, saíram correndo da sala para fazer sei lá o quê. Eu arrumo meu material calmante, levanto da mesa, mas antes que eu pegasse meu caderno, vejo Becker na minha frente e sem mais nem menos, ela segura no meu braço com força.

Senta que lá vem história. Ou melhor, senta que lá que vem conversa fiada.

— Queridinha — ela aponta o dedo na minha cara. — Quem você pensa que é para rejeitar a cantada do meu charmoso, incrível, lindo Scott? Ele fez o favor de menti e você ainda pisou na sua cabeça.

Seguro seu dedo e abaixo ele, ri diante do seu comentário.

— Agora tem uma lei que fala: “Não rejeitar cantadas de um suposto menino charmoso”. Eu acredito que não. Eu rejeitei porque eu quis, não sou obrigada a aceitar nada que não queira. Eu penso que sou Black Rose, sou uma pessoa que não se importa com a sua opinião.

— Cala a boca. — ela dá um grito. — Você não sabe do que eu sou capaz querida. Eu já fiz muitas meninas sofrerem na minha mão. Pergunte para elas se é engraçado. Eu faço meu pai expulsar você em um simples estalar de dedos.

— Eu considero algo engraçado. Sabe o motivo? É... —

Eu avanço em direção de Samanta, agora estamos de frente uma para outra, mas antes que concluísse minhas palavras, Parker aparece e pega meu braço, depois minha mochila.

— Desculpa Becker é apenas uma brincadeira... — ela sorri e eu fico sem entender nada. — Eu desafiei ela rejeita uma cantada do Scott. Se quiser desconta em mim, não nela. — Eve abaixa a cabeça e começa a me arrastar.

— O que pensa que está fazendo? —indago no meio do caminho.

Parker para no meio do caminho e vira em minha direção, totalmente vermelha.

— O que está pensando? Samanta é a filha do diretor, sendo assim ela pode tudo. Eu vi Lisa você quase levantando a mão para bater no rosto dela. — ela tenta controlar a voz.

— E daí?

 —Lisa eu vou te bater. Veja eu estava andando junto com a Mona e percebi que você não estava atrás de nós, então vim te buscar para ver o treino dos meninos do basquete. E quando chego te vejo quase batendo na Becker.

— Deixa eu te explicar uma coisa. Eu não me importo que ela seja a filha do diretor, pode ser até filha de um alienígena que eu não vou me importar e mais uma coisa, onde estava com a cabeça quando achou que eu iria aceitar ir ao treino de meninos idiotas. Eu não estou com vontade de ver suas barrigas de chope. —provoco.

— São barrigas de tanquinho. Mona diria: “Dá para lavar roupa nessa barriguinha”.

Começo a refletir por alguns segundo, então caiu à ficha. Eu estava ignorando totalmente Eve por ela ter me colocado em uma lista de dieta.

— Ei! Eu estava te ignorando! — viro o rosto, colocando a mão na cintura.

— O motivo foi tão bobo. Eu só estou fazendo o favor para você. Agora está comendo comida saudável. Então pare de reclamar!

— Um favor? — gargalho. — Muito obrigada. Eu não tenho palavras para descrever, na verdade tenho. Obrigado por me deixa fraca e a qualquer momento eu posso desmaiar. —uso um tom áspero.

— Tá, tá. — ela segura meu braço. — Vamos olha os gatinhos.

Parker não quer me escutar. Eu realmente estou me sentindo tonta e muito fraca, ela apenas me arrastar até o ginásio para observar meninos suados jogando basquete. Que interessante tão interessante que eu preferiria discutir com uma parede.

Quando entramos a primeira coisa que aconteceu foi que todos os garotos pararam de jogar e começam a bater palmas e assobiam. Eu fico confusa, mas me sento. Um até me mandou um coração, mas eu mostro língua.

Vejo idiota todo sorridente. Ele não se afetou em nada por eu ter rejeitado sua cantada, em razão de que várias meninas estão ao seu redor. Uma ou outra não faz diferença.

— Vamos mostrar do que o time dos populares é capaz. — Scott tira sua camisa, após isso todos o imitam e as giram no ar.

Entre todos, eu só observo minuciosamente seu tanquinho. Eu tento me controlar, mas não consigo. Sinto minhas bochechas ficando quentes e viro o olhar, mesmo relutante. Sinto o olhar do idiota em mim enquanto ri.

— O que está acontecendo? — solto um grito. — Eu estou no inferno e não fiquei sabendo? — antes de eu levantar para ir embora, Mona me segura.

— Quieta.

Dou mais uma olhada no Scott. Está bem, admito que sua barriga não seja tão de chope assim, mas ele realmente deve ficar na academia da escola dia e noite só para ter chegado a esse resultado.

— Estamos no paraíso! — diz as duas em uníssono batendo palmas e assobiando junto com outras meninas que estão presentes.

— Estamos no inferno! —faço um barulho de ânsia de vomito.

É bem irônico fazer esse barulho, já que eu não estou comendo nada. Se realmente vomitasse o que seria? Talvez vento.

Começo a prestar atenção no jogo e como em todo lugar ele parece ser o líder do time. Todos passam a bola para ele. Eu vejo que ele tem talento para ser jogador de basquete, mesmo sendo não tão alto. Ele faz uma cesta certeira. O time do idiota, incluindo ele, faz uma dança. Eles estão se achando que está maravilhosa a sua apresentação, mas para mim parece que eu estou em um show de horrores.

— Esta cesta foi para você gata! — ele manda beijo olhando em minha direção e eu mostro língua, mesmo que não era para mim.

Todas as garotas começam a gritar pelo seu simples comentário e gesto. Elas começam a brigar para ver quem realmente é a garota que ele tinha dedicado a cesta.

Eu não vejo nada de especial nesses tais populares. Reymond é um garanhão assumido e conquistador barato, White só faz coisas inusitadas para tentar conquistar as garotas, King é o mais inteligente do grupo, Bennet é um bipolar e Adams é o mais santo do grupo por já ter namorada.

— Lisa, eu estou falando com você. Pode me ouvir? Ei! Terra chamando Lisa! — Eve estrala os dedos várias vezes na minha frente e desperto.

— É... Oi? Vai time! — disfarço, gritando animada.

O pior que eu só falei: “Vai time!”. Parker fica me olhando confusa, se perguntando para qual time estou torcendo.

— Não fica tão animada. Não sei se eu te contei, mas iria ter uma festa no dormitório do Reymond. O diretor iria sair para uma reunião, sendo assim deixaria a escola nas mãos de Becker, mas Saltzman cancelou por estar doente. Agora só vai ter a festa Segunda-feira... Vai demorar.

— Como é? Você não tinha me avisado. E quem disse que eu vou nessa festa de pessoas idiotas? E aposto que você nem foram convidadas. Vão de penetra senhoritas? — gargalho alto por ver as duas com bochechas vermelhas, confirmando minha teoria.

— Querida somos as populares em pessoa. —as duas dão uma piscadinha rindo.

— Eu vou fingi que acredito. — mostro língua. — Agora vou buscar uma garrafa de água. Vou aproveitar que está no intervalo de treino.

— E se não voltar vamos atrás de você e nós duas vamos bater na senhorita. —Parker tenta me ameaçar, mas sua tentativa foi falha.

— Estou morrendo de medo. — uso meus dons de atuação e estremeço ambas mostram língua para mim.

Eu realmente não estou pegando em fugir, mas elas me deram essa ideia, mas por respeito a elas não vou.

Pela primeira vez acho algo que custa um dólar nessa escola. Uma garrafa de água. Pela razão de que eu não estou comendo nada, pelo menos tenho que me hidratar.

Uso meu um dólar na máquina e me abaixo para pegar a bebida. Quando vou abrir a garrafa, alguém me cutuca pelas costas, assustada, eu me viro rapidamente e vejo um menino desconhecido na minha frente, totalmente vermelho. Ele dá um olá com a mão, mas não olha diretamente em meus olhos.

— Oi... É... E-eu... Queria conversar com v-você — sua voz sai tremida como seu corpo está.

— Olá. O que se trata? —indago confusa, me aproximo para dar um aperto de mão e ele retribui, depois respira fundo e parece ser uma tontura olhar em meus olhos.

— Prazer eu me chamo Lucas Green. Eu sou um tímido, mas sua amiga me falou para eu ser uma pessoa corajosa, pois o tempo para ficar desperdiçando à toa. Eu só queria tirar esse s-sentimento de mim. E ela ainda me disse para eu te contar para aliviar meu coração ou apenas enfrentar esse sentimento. — diz de modo educado e calmo.

Eu fico tocada por ter ainda garotos que são tão gentis e educados, continuo ouvindo atentamente suas palavras, mas confesso que não estou entendo nada. Só sei que tem o dedo podre da Parker envolvido nisso.

— Eu... — o tal Lucas faz uma pausa. — Estou apaixonado... Por você! — ele grita com os olhos fechados e cerrando os punhos.

Franzo o cenho, totalmente desorientada por me dizer tais palavras tão fortes. Eu fico assim sempre que recebo uma confissão. Eu não sei o que fazer, muito menos como agir, como responder sem ser rude ou machucar de alguma maneira a pessoa.

Desde pequena recebo confissões de amor de meninos que nunca me conheceram a Lisa de verdade. Eles se apaixonam pela Lisa inventada na televisão e nas revistas. Mesmo eles não conhecendo. Eles preparam seu psicológico e seu interior para vim até mim. Algo me diz que não é nada fácil está na frente da sua pessoa “amada” e abrir seu coração, por isso eu respeito esse tipo de pessoa que tem coragem de se confessar.

— Green certo? É... Eu considero sua atitude muito corajosa. Você teve garra de abrir seu coração, mas infelizmente... Eu Lisa não consigo retribuir trais sentimentos. Perdoe-me. Cara como você não aparece todo dia, obrigada. — vejo ele chora então por espontânea vontade eu o abraço fortemente enquanto aperto meus olhos.

— Black Rose... Você é tão linda, tanto interiormente como fisicamente. Eu sei que não é uma menina malvada, mas algumas questões a fazem ficar nervosa. Eu espero que algum dia encontre alguém que compartilhe o mesmo sentimento que eu tenho por você. E mais que ele seja um cara incrível, que te faça muito feliz.

— Nossa... Essas palavras são realmente fortes. Eu nunca tinha ouvido algo assim. Muitos meninos se confessam dizendo que se apaixonou pelos meus olhos, pelas minhas pernas e até minha boca, mas você se confessou de alma. Também espero que tudo isso aconteça contigo. —me afasto dele, mas ele fica me segurando.

— Espera um momento, não quero que me veja assim. Antes quero dizer adeus... Não podemos ser amigo... É doloroso demais para mim.

Eu não pude ver seu rosto, antes dele partir, pois Lucas colocou a mão no rosto e saiu correndo.

Minha consciência pela primeira vez ficou pesada por rejeitar uma pessoa...

— Lisa você não tem culpa de não possui os mesmos sentimentos... —toco em meu coração.

Aperto a garrafinha de água. Nem estou mais com sede, então me viro para o corredor que fica o ginásio, mas encostado na parede vejo Reymond sorrindo. Eu arregalo meus olhos por ver que ele escutou toda a conversa.

— Não acredito! — dou um empurrão nele.

— Relaxa meu amor.

— Não me chama assim!

— Eu fiquei com ciúmes... Você o elogiou tanto, mas você não me elogia Lisa. E olha que eu sou uma beldade radiante. — começo a ri da sua atitude narcisista.

— Vamos ser realista onde raios você é uma beldade radiante? — analiso com meu olhar irônico.

— Querida olha essa cara de bebê e esse corpinho sarado e sexy. — Scott faz uns movimentos que fazem seus músculos se contraírem.

—  Nada emocionante. — mostro língua.

— Vai ver o que é emocionante. — ele remexe na sua bolsa que estava no chão. — Você rejeitou aquele garoto de maneira errada. Presta atenção como eu faço. Eu dou esse kit chamado: “kit tristeza”. Ele contém uma foto minha na camiseta rosa e uma xícara com um adesivo do meu rosto, um lenço de papel escrito: “Beldade” e um gravador com minha própria voz dizendo: “Não chore gatinha eu era demais para você”. E outra falando: “Gatinha eu estou muito areia para seu caminhãzinho”.

Esbugalho meus olhos por ver como ele é tão, tão egocêntrico. Realmente é inacreditável que ele feito um kit para fazerem as garotas chorarem ainda mais. Ele não tem coração.

— Que cruel! Eu não acredito que exista um ser tão superficial e metido. Eu só posso estar sonhando! — bato na minha cabeça.

— Gatinha se quiser declarar seu amor por mim, você ganhará dois kits, mas é oferta do dia, só vale hoje. — o idiota sorri todo orgulho e eu me aproximo dele apontando o dedo na sua cara.

— Sabe quando eu vou me declarar para você?

— Quando? — indaga brincalhão.

— Nunca. Eu nunca vou gostar de uma pessoa como você. Tão arrogante! — bato no seu peitoral, mas de repente começo a me senti fraca.

Sinto minha visão fica embaçada e meu corpo molenga, assim tudo fica preto. Tudo fica escuro e caio, mas sinto mãos quentes primeiros na minha cintura, depois nas minhas costas.


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