Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 28
Libertação do meu VERDADEIRO EU.


Notas iniciais do capítulo

Hoje é o último capítulo da minha história. Eu estou muito animada, pois conclui uma meta. Esse ano eu disse a mim mesma: “eu vou escrever uma história e vou terminá-la”. Assim estou honrada por conseguir, pois dei o meu máximo para alcançar esse objetivo. Eu fiquei horas e horas sentada, reescrevendo, mudando palavras, pensando em como podia melhorar. Mas valeu a pena. Eu aprendi muita coisa ao longo da escrita dessa história, melhorei em muitos aspectos: tanto da escrita, como a mim mesma.

Agradeço imensamente a todos que leram até o final, pois isso foi muito importante para mim, agradeço aqueles que também pararam, pois pelo menos conheceram um pouquinho da história.

Esse capítulo foi o maior que já postei, pois ele é o último, então foi como o mais especial; podemos dizer que tem dois capítulos dentro de um.

Espero que tenham gostado dessa história. Realmente, tentei demostrar que pessoas mudam pessoas. Pois, ao longo do tempo, uma pessoa pode te mudar tanto para melhor, tanto para pior, eu já presenciei muitos exemplos disso.


Agora aproveitem a leitura e até a próxima!   

Beijão ♥ 



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Volto para o meu quarto, gargalhando ainda da cena do abraço. Ao chegar nele, me sento sem acender as luzes e instantaneamente sinto minhas mãos sendo seguradas. De uma maneira inexplicável sinto a presença de minha mãe.

 — Amélia eu espero que você esteja feliz, onde quer que permaneça. — meu coração se sente acolhido. —  Eu não chorarei mais por ti, pois descobri que você fica triste. Apenas saiba que eu me lembrarei dos belos momentos que tivemos. Além disso, guardarei cada palavra, cada ensinamento, que me passou.

...

Eu e Reymond tivemos uma longa conversa de noite em relação aos nossos pais e parece que estamos mais próximo. Parece que tudo isso nos uniu mais já que ele esteve ao meu lado nessa horrível descoberta.

Domingo de manhã, ouço o barulho do carro do vizinho, então finalmente Parker voltou da sua viagem para a Flórida. E como eu não sou nada normal, de vez tocar a campainha e entrar pela porta da frente da casa dela, eu entro pela janela.

Ao entrar, Eve está de costa arrumando sua mala, dou um grito e ela se virá, com os olhos cheios de lágrimas. Imediatamente minha alegria acaba e eu corro para abraçá-la.

— Parker, perdão... Por te assustar. O que houve? — uso um tom de voz preocupado.

— Nem me assustou... — diz com uma voz de choro falhada — Eu estou assim porque eu... — ela se separa do meu abraço segurando minhas mãos fortemente. — Eu... Na Flórida... Quando minha mãe estava fazendo a cirurgia, eu estava sentada na sala de espera, vi um garoto segurando uns papeis, então imediatamente me levantei assustada... — ela abre um sorriso. — Por reencontrar meu amigo de infância, o Leo. — meus olhos e minha boca se abrem. — Eu só puxei seu braço e o abracei, ele me reconheceu também. Depois de tanto chororó, perguntei o motivo dele estar ali e ele me disse que seu pai é dono da clinica e está o ajudando esses dias. 

— Eu estou tão feliz por você! — meu tom é animador.

— Eu também estou feliz por mim! — Parker pula de alegria.

— Oh! Sinceramente Eve eu pensava que esses reencontros só aconteciam nos filmes. Porém, você nunca desistiu, sempre teve esperanças, então parabéns.

— Eu estou chorando ainda mais de alegria, por descobrir que Leo virá mora aqui em Los Angeles para fazer faculdade. Já que acabou o ensino médio esse ano. — nós duas começamos a gritar de modo histérico..

— Parker eu odiava ver você triste por causa desse menino. Eu só tenho que agradecer por você estar com esse sorriso maravilhoso, além disso, sinto que seu coração está leve e calmo. — empurro seu ombro. — Está toda apaixonada.

— Meu amorzinho... Meu coração pode estar leve, porém calmo não. Ele está rápido, muito mesmo! — ela faz uma pausa. — Seus olhos estão inchados! Agora que eu percebi! Lisa o que houve? Enquanto eu estou aqui chorando de alegria, você acabou chorando de tristeza?

Sento-me em sua cama juntamente com ela, seguramos a mão uma da outra, antes começar a longa história, respiro profundamente. Tudo se inicia na sexta-feira á noite. Enquanto vou contando Parker reage de várias formas: arregala seus olhos, coloca a mão na boca, berra e até chora. Suas emoções estão uma bagunça enquanto eu estou dizendo tudo calmamente.

— Lisa... Eu sou uma amiga tão horrível... Agora pouco contei sobre minha vida e eu nem deixei você falar!  — ela abaixa sua cabeça.

— Ei! Não diga isso. — bufo. — Eu não estou mais triste, pois houve pessoas que me apoiaram e eu percebi que essa tristeza só vai fazer mal a mim. Então eu vou continuar vivendo minha vida... Eu tenho melhores amigas do mundo... — a abraço. — Um namorado “perfeito”, entre aspas, porque ele ainda é irritante e ninguém é perfeito. — rio. — E agora possuo um pai sorridente, eu nunca o vi tão alegre como hoje, seu sorriso está resplandecente. — levanto da cama. — Eve eu sei que não acreditará, porém eu não quero mais usar as roupas sem graça que Amélie produziu, desse modo, teremos que ir a um lugar que eu odeio! — dou uma piscadela com um sorriso e Parker coloca a mão na boca, totalmente incrédula.

— Não estou acreditando! —  ela berra dando pulinhos. —  Só se for agora! —  Parker puxa meu braço. —  Vamos antes que mude de ideia! — saímos correndo do seu quarto.

Antes que pudéssemos sair ouvimos a mãe de Eve a chamá-la, eu a vi, sentada na poltrona, descansando.

Ela nos olha com uma cara de duvida, pois sua filha acabou de chegar de viagem e já vai sair.

— Ei! Onde vocês duas estão indo?

— Até o shopping mãe! — Parker usa um tom animador, com uma cara de felicidade.

Senhora Parker no mesmo momento arregala os olhos por ouvir essa informação. Está na cara que ninguém acreditaria que um dia voltaria ao shopping visto que odeio esse lugar. Ou odiava? Já que irei lá para comprar roupas do meu estilo.

O tempo todo, as pessoas estão controlando minha vida. Elas dizem: “Vista isso, faça aquilo, mude, cumprimente a todos, ande de tal modo, se comporte dessa maneira, finja, sempre sorria, minta e nunca chore”. Porém, agora tudo isso mudou, pois eu sou uma nova Lisa. E eu não permitirei mais que me controlem como se eu fosse um robô, uma marionete ou uma boneca. A partir de agora eu vestirei as roupas que eu tenho vontade, sorrirei quando estiver com vontade, chorarei se estiver mau, gritarei se eu explodir. Não aceitarei ser controlada por mais ninguém. Essa será a nova Black Rose, a verdadeira, a que sempre esteve escondida aqui dentro o tempo todo.

Pegamos um táxi para ir ao shopping preferido de Parker, dentro do carro, o motorista me reconheceu e me pediu um autógrafo, Eve riu da situação, dizendo que eu sou famosinha. O homem apenas me reconheceu da série que eu estou a protagonista.

Estamos na porta do centro comercial, eu nem posso acreditar que eu estou realmente nesse lugar.

— Parker me belisca! — olho, incrédula para o lugar. —  Eu não estou crendo que estou aqui... —  ela me belisca de verdade. —  Aí! Era para dar ênfase na frase, não para fazer isso de verdade!

— Perdão... — Eve mostra sua linguinha. —  Eu apenas estou com vontade de chorar, pois estou com êxtase de ter ver aqui junto comigo!

— Pode apostar que não é a última vez, pois iremos a vários lugares diferentes e divertidos! — sorrio.

Procuramos diversas lojas e nenhuma me agradava, porém finalmente, achamos uma que contém roupas do meu estilo. Parker me ajudou a escolher, mas eu mantive a minha opinião acima de tudo, pois algumas peças eram estranhas ou não combinavam totalmente comigo.

Passamos pelo menos duas horas selecionando as melhores roupas para eu comprar, no meio disso, eu experimentava também. Pois, quero sair daqui com diversas peças novas para doar minhas antigas.

Entre diversas vestimentas que comprei, uma em especial, eu escolhi para sair já usando: uma camiseta manga longa preta, no meio está escrito dor real com letras brancas, uma legging com estampa galáxia e uma bota preta.

Eu nem consigo descrever a emoção de Eve a me ver saindo do provador, ela levantou da poltrona na mesma hora, seus olhos se encheram de lágrimas, até tremia.

— Lisa... Lisa... Você está um arraso! — ela bate palmas. — Agora você é a verdadeira Black Rose!

— Ei! —  a abraço. —  Eve ainda não acabou, vamos até a loja de bijuteria.

Após eu pagar tudo, fomos para a loja já com várias sacolas nos braços. As pessoas nos olham estranhamente, pois não paramos de rir, estamos muito felizes.

Dentro da loja de bijuteria, eu escolhi vários colares, anéis e brincos, porém o que mais chamou minha atenção e resolvi já usá-lo foi o colar de uma asa de anjo prata e um anel de caveira cinza escuro e brincos de cruz.

— Agora está perfeito o meu visual! — mostro língua para o espelho enquanto sorrio resplandecente.

— Quase perfeito meu amorzinho! Falta a maquiagem e o cabelo arrasante! — Parker amarra seus braços no meu. — Salão de beleza agora!

Eu concordei um pouco desanimada, antes de sair, resolvi pagar no dinheiro, para não estoura o cartão de crédito do meu pai. Assim, Parker me arrasta até lá.

Vimos um álbum com fotos de modelos com maquiagem, então depois de tanta dúvida, eu pedi para fazer uma maquiagem leve: uma sombra marrom na pálpebra e no côncavo um marrom mais clarinho, um batom três tons mais escuro que cor dos lábios. Além disso, as cabeleireiras fizeram um bem bolado no meu cabelo, como diria Parker. O nome do penteado é trança cascata.

Olho-me no espelho, incrédula, por minha mudança de aparência, de patricinha para a verdadeira Lisa.

— Black Rose a rockeirinha! — Parker me dá um empurrão de leve enquanto gargalha.

— Podemos dizer que sim! — dou uma piscadela.

— Você está maravilhosa, espetacular... Eu nem sei achar a palavra!

— Não exagere Parker! — rio. — Obrigado por estar sempre ao meu lado, partir de agora, você será a melhor amiga da Lisa Black Rose, a sem máscaras.

— Com prazer! Eu só estou imaginando na minha mente a cara que Reymond vai fazer quando te vê. Ele vai literalmente pirar por completo!

— Esse idiota vive me elogiando com qualquer roupa! — gargalho me lembrando dele.

— Porém lembre-se que essa roupa é especial meu amorzinho, pois é a primeira vestimenta da mudança! — ela me dá uma piscadela. — Agora vamos comer, pois estou morrendo de fome!

— Comer? — me levanto da cadeira. — Só se for agora! — sorrio.

Pov. Scott Reymond (ponto de vista)

Rose de todas as maneiras me deu forças para eu finalmente enfrentar meu pai. Pois, ela me fez perceber que não está tudo bem fingir que estou feliz e ao mesmo tempo aceitar tudo calado. Então o que realmente importa é ser feliz para isso eu não posso me importar com o que meu pai diz. O meu sonho é ser um cirurgião geral, pois eu sinto a necessidade de salvar vidas.

Hoje Lisa disse que iria mudar completamente seu visual, então eu resolvi me mudar também, não minha aparência, mas sim o meu modo de agir. Hoje irei até a empresa de meu pai, pois ele pediu para eu ajudar ele com as papeladas e algumas chatices, porém direi várias verdades, não farei nenhuma tarefa.

— Quero falar com meu pai secretária! — uso um tom bravo enquanto arrumo a gravata.

— Senhor Scott Reymond no momento ele encontrasse ocupado. — ela se levanta para me impedir, pois sabe que mesmo assim entrarei, ao julgar meu estado alterado.

— Eu não perguntei, falarei agora com esse velho! — a empurro levemente.

Dou um chute na porta antes de abri-la, a moça segura meu braço com uma cara de preocupação. Meu pai me olha rindo.

— Chefe eu não tenho culpa! Seu filho simplesmente me empurrou e já foi entrando mesmo eu tentando impedir! — os olhos da mulher se esbugalham.

— Sente-se filho! — ele ignora o comentário da mulher, deixando o papel que estava lendo na mesa enquanto gesticula com a mão. — De noite conversamos Katharine Silverstone, agora saia.

— Com sua licença... — ela reverência e sai.

— Eu não estou com vontade de me sentar! — me aproximo de sua mesa. — Eu vim conversar seriamente com você. Eu sei que estou aqui para te ajudar, porém eu não quero trabalhar nessa empresa de jeito nenhum. Eu não quero ser um político ou um administrador de empresas. — bato na mesa com as duas mãos. — Eu não ligo se não me der nenhum dólar, pois eu seguirei meu sonho com meus próprios recursos. E você não irá mais me impedir de ser feliz! — berro.

No mesmo momento meu pai se ajeita na cadeira, se inclinando para mim, gargalhando alto. Esse gesto me irrita ainda mais.

— Moleque você acha que vai conseguir ir muito longe sem mim? — ele bate palmas de um jeito irônico. — Pare de ser idiota! Pare de me enfrentar! Seja mais obediente como seu irmão, ele fez a escolha certa ao se juntar a mim. Eu já disse quando era pequeno para você parar de brincar de ser médico, agora estou repetindo. — Robert usa um sorriso de lado. — Vamos ser realistas Scott, você nunca foi bom em nada, apenas sabe jogar basquete e ser um garanhão de primeira, isso você faz muito bem. 

— Cala a boca! — berro. — Eu não contei nenhuma piada! — devo estar vermelho de raiva. — Eu não quero virar um político corrupto igual a você, virarei um médico! — arqueio minhas sobrancelhas. — Mesmo que eu quebre minha cara no final, eu seguirei meu sonho! Mostrarei para você do que eu sou capaz!

— Você... — Robert se levanta da cadeira, aparentemente nervoso. — Vai ter a coragem de sair da minha mansão e começar a trabalhar para pagar sua própria casa? Eu não darei nenhum dólar para a sua maluquice. Sinceramente você me decepcionou... — ele vai à minha direção, ficamos frente a frente. — A partir de agora eu desconsidero oficialmente você como meu filho. — demorou um tempo para perceber, porém eu levei uma forte mãozada na bochecha.

— Desconsiderar?! — grito enquanto passo a mão na minha bochecha quente. — Você algum dia me considerou como seu filho? Acho que não. Eu não me importo! Eu nunca te vi como um pai! Você sempre foi um monstro disfarçado de gente! — vou em direção da porta do escritório e sem olhar para trás, continuo: — Hoje contarei que você trai Eliza com várias mulheres!

— Scott você não terá coragem! — há um grito ameaçador antes de eu bater à porta fortemente.

Eliza, minha madrasta não merece continuar casada com este lixo. Pois, ela é o oposto de meu pai, Eliza é tão doce e amável.

Agora ela e meu irmão mais novo, Mason, estão se dando bem, ele finalmente começou a gostar dela, então agora posso ficar em paz, pois Eliza cuidará bem do pequeno.

Entro no meu carro e mesmo alterado, dirijo com a velocidade permitida, para não ser parado por nenhum guarda de trânsito. Ao chegar a casa, sou recebido pelos empregados, então vou direto para a sala, ao ouvir as vozes deles. Ao entrar, vejo que Eliza faz cócegas em Mason.

— Para mãe! — ele ri euforicamente. 

Arranho a garganta enquanto cruzo os braços e ambos olham para mim, paralisados. Minha expressão de raiva é inevitável.

— Irmão e mãe... Temos que conversar seriamente! — meus olhos se enchem de lágrimas. — O que eu contarei agora é algo que desestruturará toda a nossa família para sempre... Porém é a pura verdade e é algo que está entalado em meu peito. — ambos me olham confusos.

Minha madrasta se levanta assustada enquanto meu irmão se ajeita no sofá. Eu fico em silêncio procurando a melhor maneira de falar, porém não consigo.

...

— Pode falar! — diz os dois em uníssono. 

— Droga! — resmungo passando as mãos no cabelo. — Seu marido, no caso meu pai, está traindo você já faz mais ou menos dois anos. Ele trai você com várias mulheres, uma especial é a secretária Silverstone que sempre está com ele.  Desde o casamento sempre foi assim... Eu queria dizer isso antes de ir embora dessa casa! — berro.

Eliza paralisa, tentando dizer algumas palavras, porém nada sai. Percebo que ela também começa a tremer. Enquanto eu seguro suas mãos fortemente.

— Mas cadê a novidade? — Mason bufa desinteressado. — Eu sempre soube! — ele dá de ombros. 

— Scott... Eu... Eu... Não posso acreditar... — sua voz é baixa. — Os rumores sempre foram verdade! — seus olhos fixam o chão. — Todos me falavam, mas eu nunca acreditava, pois eu fingi não escutar! Eu era cega de amor!  — Eliza me abraça chorando.

— Mãe... — uso um tom calmo. — Eu não pedirei para você ter calma, pois não tem como nessa situação. Porém é inevitável afirmar que você é uma mulher muito especial, sendo assim, esse cara não te merece. Trate de separar dele.

— Filho... — Mason vem até nos, segurando nossas mãos com um sorriso doce. — Filhos... Vocês ficaram bem após eu me separar de seu pai? Vocês ficarão com ele ou comigo? Pois, eu não sou a verdadeira mãe de vocês, então...

— Com você! Nós te amamos! — dizemos em uníssono sorrindo. 

— O juiz perguntará para nós com quem queremos morar então diremos: com Eliza! — dou uma piscadela.

— Isso mesmo! Filhos eu estava pesquisando casas para comprar, pois eu queria me mudar junto com todo mundo, pois está casa não está me fazendo bem. — ela dá uma piscadela. — Então de vez seu pai mudar com a gente, apenas nó iremos. Além disso, o pai de Lisa me indicou uma casa... E adivinha? A casa que está à venda fica da mansão da família Black Rose. O dono da moradia colocou esses dias em anúncio, então ainda temos tempo de comprar. Então vamos morar ao lado de Lisa?

Eu e Mason nós olhamos, incrédulos. Pois é algo inacreditável.

— O que?! — grito instantaneamente.  — Não é brincadeira? Vamos, agora mesmo!

— O que digo eu! — Mason pula de alegria. — Eu vou ficar perto da minha outra mãe!

— Então... Eu já conversei com o dono, alguns dias atrás e ele disse que a casa ficará com os móveis. Pois, ele comprava outros quando chegar a Miami. Isso quer dizer, que se eu falar com esse senhor hoje, podemos nos mudar semana que vem. Então podem pegar suas roupas e enfiarem na mala. Pois, nessa casa eu não fico mais nenhum segundo, vamos ficar no hotel, até eu resolver a papelada. Irei falar pessoalmente com um corretor de imóveis enquanto isso vocês arrumem suas coisas — seus olhos estão saindo fogo. — Ligarei para seu pai imediatamente, para contar a novidade.

— Isto mesmo! — dizemos em uníssono, animados.

Eu e Mason nos abraçamos já que tudo isso parece um sonho. Quando ouvir a voz de nosso pai, inclinamos para ouvir a conversa.

— Oi amor! — meu pai usa um tom culpado.

— Alô? — ela responde calmamente. — Então eu não sou seu amor. A partir de hoje eu sou sua ex-esposa.

— Como assim? — Robert grita. — Você não pode fazer isso comigo, você sabe que eu te amo.

— Ama tanto que me trai! — ela revira os olhos. — Prepare a papelada para o divórcio e tenha uma ótima noite de sono junto com sua secretaria bonitona e as outras mulheres.

— O que está havendo? — ele se faz de cínico.

— O que está acontecendo você pergunta? Vou deixar claro: eu vou me separa de você e vou levar o Mason e Scott comigo, visto que você é um pai desnaturado que não liga para eles. Passar bem imbecil! — ela desliga a ligação antes dele poder dizer algo a mais.

Eu nunca vi Eliza tão estressada como agora. Porém, tudo isso será recompensado. Ela será feliz.

— Tem mais? — Mason pergunta após ver nossa mãe discando outro número.

—Sim! Ligarei para o meu amigo advogado para ele me defender de seu pai, visto que ele não aceitará facilmente. Pode demorar anos para oficializar, mas eu não quero mais ficar perto desse homem nojento.

— Nosso pai... — Mason usa um tom triste. — Nesse momento deve estar tomando um copo de champanhe com a secretaria e agradecendo de pés juntos a nossa ida, já que ele nunca deu atenção a nós... Sempre usou seus filhos como bonecos. 

— Seu pai Mason também nunca me deu uma atenção total... Eu sempre sentia que ele olhava mais para outras mulheres do que para mim e sempre disse que não tinha tempo para mim, porém nas redes sociais sempre postava foto jantando com uma empresária diferente a cada dia. — Eliza se abaixa para encarar o pequeno. — Eu sempre tentei em focar em vocês, pois desde que vi ambos, senti a necessidade de cuidar. — suas lágrimas caem no seu rosto. — Eu estou tão feliz por saber que você Mason está me vendo como sua mãe, está finalmente gostando de mim. — ela o abraça fortemente e eu também entro no meio disso.

Pov. Lisa Black Rose (ponto de vista)

À noite eu e Scott decidimos nos encontrar em uma cafeteria famosa na cidade. Eu estou muito ansiosa para ver o que ele me contará e também sobre o que ele achará do meu novo visual, na verdade, da nova Lisa.

Ele já está dentro da cafeteria, sentando, com os olhos pairados na xícara de café. Então eu entro cumprimento com um tom baixo o atendente e aponto para Reymond dando uma piscadela, então ele entendeu o recado e me deixou sozinha.

Vou até o idiota e o abraço fortemente por trás. Ele tenta virá sua cabeça.

— Lisa, meu amor?

— Lisa, sim, seu amor não. — debocho.

Scott se vira para mim, ele se assusta inicialmente, porém logo esboça um sorriso travesso.

— Rose? — ele se levanta. — Você... Você... Está tão... Uau! Nem tenho palavras! —  ele fica de boquiaberta. — Você quer me matar do coração? —  Scott puxa meu braço.

— Te matar do coração? —  faço uma pausa. —  Isso está nos meus planos. — debocho. — Na verdade, está sou eu de verdade! 

— Então eu amo ela! — Reymond me dá um selinho, então eu sento do seu lado e ficamos em um silêncio constrangedor.

Temos tanto a falar, mas ao mesmo tempo, não sabemos por onde começar. Pois, são tantas coisas para contar.

...

Olhamos fixamente um para o outro.

— Meus pais se separaram! — dizemos em uníssono e rimos.

— Sério? — gargalho. — Além disso, idiota, Amélie, a gêmea da minha mãe, encerou sua carreira de estilista oficialmente, pois soube que ela nunca criou suas peças verdadeiramente, mas sim eram outras pessoas que ela pagava para fazer. A gêmea não queria se separar do meu pai, pois ele é rico e ela não queria perder dinheiro algum.

— Rose... —  ele segura minhas mãos. — Meu pai também não quer aceitar a separação, disse que iria mudar por mensagem, já que Eliza não atende mais suas ligações. Agora, Eliza, eu e Mason vamos embora daquela mansão e iremos morar em outro lugar. Assim, meu pai pagará pensão alimentícia para nós. — ele gargalha.

Lembro-me de algo ruim que aconteceu com meu pai. Abaixo minha cabeça, mas então o idiota segura meu queixo.

— A policia vinha investigando Amélie faz tempo e descobriram sobre seus falsos documentos e também que se passou por outra pessoa. — respiro profundamente para não chorar. — Meu pai e Amélie irão ser presos por falsidade identidade e ideológica. Mas meu pai vai pagar fiança, pois ele foi cúmplice e já Amélie pode ficar uns alguns meses ou anos na cadeia. 

— Que vida turbulenta! Na verdade a de ambos. — o idiota gargalha enquanto dá um tapa na sua testa.

— Ainda bem que você me tem na sua vida idiota! — debocho enquanto sorrio ironicamente. 

— Ei! — ele resmunga. — Eu iria dizer está frase para você!

— Coitado! — rio. — Eu não preciso de nenhum homem na minha vida! — dou uma piscadela.

— Claro que precisa de mim. — ele se aproxima do meu rosto. — Lisa... Por incrível que pareça, nós somos parecidos em alguns aspectos, porém... Não importa o que aconteça, eu amo você do jeito que é!  

Eu começo a ficar vermelha por suas últimas palavras, elas me pegaram de surpresa como sempre. E isso faz meu coração acelerar ainda mais. Eu preciso urgentemente me acostuma com Scott dizendo que me ama.

— Eu... Eu... — reviro os olhos. — Também amo do jeito que é! Apenas não seja mais garanhão... Porque senão eu termino esse namoro.

Esperei Scott me contar sobre tudo que houve hoje com sua família e descobri que houve êxito em enfrentar seu pai. Assim, para comemorar comprar cappuccino e tomamos enquanto eu contava os meus acontecimentos.

O idiota e eu estamos cada vez mais próximos e meu amor por ele só tende a crescer. Isso para mim é perigoso, mas é inevitável, é algo que não consigo controlar, está além das minhas capacidades.

Uma semana se passou e Samanta não foi há escola nenhum dia, então para comemorar, eu e Parker estamos aproveitando o dia de sol, dentro da minha piscina... Estávamos... Porém, ouvimos um barulho de um caminhão e depois algumas pedrinhas foram jogadas na área de lazer. Eu estava deitada na espreguiçadeira com Eve ao meu lado, então na primeira jogada eu não liguei, porém uma quase acertou minha cabeça, então eu retirei meus óculos escuros e me levantei brava.

— Deixa para lá Lisa! — Eve usa um tom preocupado.

— Não! Eu não estou achando graça, está atrapalhando meu descanso! — respondo com fogo nos olhos.

Vou em direção da saída, nem sequer coloquei o roupão antes de ir para fora, apenas coloquei meu chinelo e com fui mesmo de biquíni com os punhos cerrados. 

Eu vou matar esse ser que está atrapalhando meu dia de beleza/descanso com minha amiga.

Antes de abrir a porta, já começo a insulta-lo e ouço a pessoa rindo do lado de fora.

Assim, imediatamente abro a porta com muita raiva e cruzo os braços e observo o menino com o boné quase tapando seu rosto, apenas vejo sua boca.

— Garoto! Eu vou te matar! — resmungo. — Amostre seu rosto, tire esse boné da sua cara.

Ele dá um sorrisinho e na mesma hora, meu coração já acelerou. Eu reconheço esse sorriso debochador...

— Lisa... Lisa... — ele vira o boné, meus olhos se arregalam quando vejo que é Scott. — Hoje é o meu dia de sorte! — usa um tom provocador enquanto me analisa.

— O que?! — grito. — Idiota? O que faz aqui nessa tarde tão quente? E, além disso, porque veio encher meu saco... — reviro os olhos.

— Rose... — ele segura minhas mãos com um sorriso malicioso e eu tento me cobrir.

Droga de biquíni! Eu falei para Eve que era melhor usarmos um maiô, porém ela simplesmente disse que havia jogado todos fora. Eu poderia ir ao shopping? Sim, mas eu não estava com a mínima vontade. O jeito foi usar esse biquíni liso preto com cortinha. A mãe da Parker o comprou no Brasil faz um bom tempo.

— O que?! — fico constrangida.

— Eu nunca te vi assim tão solta! — ele gargalha da minha cara.

— Cala a boca! Eu vou entrar e deixar você do lado de fora! — resmungo enquanto faço bico.

— Eu vim contar uma novidade! — o idiota tenta manter o olhar no meu rosto, porém parece que não está conseguindo.

— Ei!

Logo atrás de mim aparece Eve usando um roupão e com outro na mão. Então ela arranha a garganta e acena com a cabeça para Scott.

— Eu ouvi uma gritaria... Então vim ver o que eu houve... Pensei que Lisa já havia matado a pessoa que havia jogado pedrinhas na área de lazer.

— Eu ia mesmo! — bufo. — Agora vou me vestir mais adequadamente... Porque temos um safado nesse recinto. — arqueio uma sobrancelha.

— Está falando de quem? — ele me provoca.

— Da minha avó! — uso um tom grosso ao mesmo tempo em que reviro os olhos.

— Bom... Já que estão as duas aqui... — Reymond faz uma cara séria. — Eu vim contar uma novidade. Não sei se será boa ou ruim...

Será que Scott mudará de cidade? Não vou posso acreditar, mas seu olhar está tão sério que estão me dando calafrios. Então instantaneamente seguro sua mão.

— Vou me mudar... — abaixo meus olhos com suas palavras com uma dor no peito — Para casa ao lado! — ele grita de alegria e eu já fico em choque. — Seremos vizinhos! Todos nós!

Eu não posso acreditar que Scott morará ao lado da minha casa. É realmente surreal. Eu estou muito feliz, pois poderei ver com mais frequência Mason e Eliza e claro Scott, mas já o vejo todo dia no internato.

Pulo nos braços de Reymond, então ele me levanta e me gira. Assim, meus olhos se enchem de lágrimas... Lágrimas de alegria.

— Agora seremos felizes Rose. — o idiota também está com os olhos marejados. — Apoiaremos um ao outro!

— Que lindos! — Eve bate palmas também chorando. — Melhor eu ir embora daqui, aproveitem a tarde de vocês! — ela dá uma piscadela. — Agora me deu saudade do meu melhor amigo....

— Corrigindo... Melhor amigo quase namorado... — debocho.

— Deixa em off! — ela gargalha.

— O que significa isso? Deixa desligado? Como assim? — Scott usa um tom de dúvida.

— Segredo! — dou uma piscadela.

Ele não conhece as gírias do Brasil, porém é melhor assim, visto que é meio que uma piada interna entre mim e Parker. E eu amo isso.... Porque ela me ensinou tantas coisas do seu país para mim que me sinto honrada. Mal sabe o idiota que deixa em off significa deixa quieto.

— Então eu mereço um beijo por esconder coisas de mim! — Scott passa as mãos na minha cintura e me segura firmemente.

— Eu até dou, mas só depois de ajudar com mãe com a mudança! Você não vai escapar dessa! — uso um tom confiante.

— Mas primeiro um adiantamento do serviço. — Reymond segura minhas bochechas e me beija com fervor á medida que eu passava a mão no seu cabelo.

De repente, sinto alguém atrás de mim, então me separo do beijo do idiota. Viro-me com as pernas trêmulas.

— Filha? — meu pai está com os olhos arregalados.

— Pa... Pai... É... — gaguejo.

— Olá sogrão! — Scott aperta as mãos do meu pai. — Eu estou namorando a sua filha verdadeiramente, não apenas por contrato. — ele dá um sorriso debochado. — Nós nos apaixonamos.

Instantaneamente piso no pé do Reymond, as últimas palavras para Ethan deve ser uma surpresa misturada com ilusão.

— Sério? — seus olhos se arregalam. — Eu... Estou....

— Decepcionado? — uso um tom grosso á medida que cruzo os braços.

— Não... Emocionado. Pois estou vendo você pela primeira vez depois de muito tempo com uma energia alegre. — Ethan acaricia meus cabelos. — Filha eu parabenizo vocês... Mas espero que você rapaz. — seus olhos fuzilam Scott. — tome conta da minha filha e não há faça chora... Caso contrário eu vou atrás de você.

— Sim senhor! — Scott imita um soldado. — Cuidarei muito bem dela.

— E nada de ficarem sozinhos em lugares privados!

— Pai! — bufo. — Eu tenho consciência das minhas atitudes! Confie em mim.

— Certo! — ele beija minha testa. — Agora vou cumprimentar Eliza. — os olhos de Ethan brilham.

Espero meu pai ir embora, para colocar as mãos no meu rosto á medida que mexo meu corpo.

— Que vergonha!

— Eu achei engraçado Rose! — ele gargalha.

— Claro você é um palhaço... Com que cara vou encarar meu pai?! — gargalho de nervoso.

— Com a mesma de sempre! — o idiota dá uma piscadela. — Essa carinha linda...

Dou um passo para trás quando percebo que Reymond tenta se aproximar de mim.

— Por que foge de mim?

— Vá ajudar sua mãe! — seguro seu braço e o levo para fora.

— Eu vou, mas nos vemos mais tarde! — como sempre uma piscadela.

— Não... — reviro os olhos e fecho o portão na sua cara. — É impressão minha ou Ethan está muito animado para visitar Eliza? Será...? Não...  Ele está gostando dela...?

— Seremos irmãos! — o idiota sua um tom debochador.

—  Você ainda está ai? Que estranho será! Agora vai embora!

Imagine... Namorados e meio irmãos? Não é possível. Mas não vou me intrometer porque quero que meu pai seja feliz independe de quem seja... Eu disse isso a mim mesma e agora terei que cumprir.

Algumas semanas se passaram e por incrível que pareça Becker ainda não desistiu do meu idiota. Scott tem me relatado algumas coisas e outras eu tenho visto com meus próprios olhos: ela já puxou a gravata do idiota para tentar beijá-lo, já passou seus braços em volta do pescoço dele, tentou empurrar ele contra a parede, mas sem êxito.

Eu estou ficando muito irritada, pois ela sabe muito bem que eu e Scott estamos em um relacionamento sério. Mas parece que está fingindo não saber. Então eu conversei com Reymond e tive um plano mirabolante para deixar claro: eu e ele vamos ficar conversando em frente ao meu armário, para a câmera não nos ver, vou nos tapar com a porta do armário, então quando Samanta estiver vindo, vamos nos beijar na sua frente e também vamos atuar um pouco.

Assim, Becker, vem toda confiante na nossa direção esbanjando um sorriso destemido. Ela engolirá esse sorrisinho.

— Eu te amo Scott! — uso um tom natural ao mesmo tempo em que passos meus braços em volta de seu pescoço, puxo seu cabelo e o beijo com ternura.

Becker fica paralisada com a mão na boca, não acreditando na cena enquanto suas lágrimas caem.

— Eu também meu amor! — Scott usa um tom provocador enquanto olha para ela. 

— Eu... Eu não acredito! —  Samanta cerra os punhos. — Eu... Eu odeio vocês! Um dia você pagará Black Rose! — há um grito e depois ela corre enquanto chora.

— Você não pode encosta um dedo em mim Becker e todos estão contra você na escola! Todos sabem o monstro que é! — retruco bem alto.

As minhas melhores amigas quiseram se vingar da vaca de maneira mais efetiva, elas disseram que só isso não basta para ela aprender a lição. Então eu soube que Jasmine estava passando no corredor e esbarrou na Samanta de propósito, foi tão forte a pancada que a vaca caiu no chão com tudo, então ela reclamou e a pouca sombra simplesmente mostrou língua.  Na aula de química estávamos examinando sapos, então quando Parker foi examinar um desses, ela espirrou, então o sapo voou, parando em cima do ombro de Becker, a vaca começou a gritar e a correr, o sapo entrou no seu jaleco, todos riram da cena, foi hilário. Miller estava ajudando a faxineira a carregar um balde de água, então ela propositalmente jogou a água pela janela, acertando exatamente Becker que passava por ali, seu cabelo, seu vestido foi totalmente ensopado. 

Para variar, ela contou tudo ao seu pai, porém ele não acreditou em nada. Apenas disse para parar de implicar com as minhas amigas e eu.

Eu fui mais a fundo nas informações de Becker e encontrei uma rede social inativa,... Umas contas bem antigas nela estão fotos dela  antigas: época que ela não havia feito plástica ainda. Colamos essas fotos em panfletos e contratamos uma pessoa para colar vários cartazes pela escola com o rosto de Becker. Então o resultado dessa vingança foi: ela surtou total.

Então recebi um SMS de Parker, descobri que Samanta está atrás de mim, com muito ódio, tirando todos os cartazes que vê pela parede. Enquanto as pessoas riem dela.

Encosto-me a parede, com os braços cruzados e com um sorriso amargo no rosto. Sinto passos rápidos vindo da esquerda.

— Eu quero te matar Black Rose! —  há um berro, viro de lado e percebo que Samanta está vermelha de raiva. —  Você espalhou essas fotos horríveis!

Gargalho e vou a sua direção, encaramos uma a outra com a mão na cintura.

— Eu? —  me faço de cínica. —  Há foi eu sim! —  rio. — O professor de história disse para fazermos um trabalho sobre a evolução humana, então eu fiz, aí está! — aponto para o cartaz rasgado no chão.

— Garota! — ela se aproxima de mim. — Ah é? Então eu vou mostrar o que os humanos são capazes quando ficam nervosos! — de repente, percebo que o diretor nos observa de certa distância, com um olhar furioso.

Então me faço de sonsa, tento me afastar dela, porém Samanta segura meu braço fortemente. Assim, ela avança no meu pescoço e o aperta como se fosse bolinha de anti-stress. Começo a tossir, tentando empurrá-la enquanto forço para sair lágrimas falsas.

— Socorro! —  berro. — Ela vai me matar! — Saltzman agarra o braço dela bruscamente com a testa franzida.

— Chega! —  ele grita. — Você não vai estudar mais nesta escola Becker! —  ele me afasta dela. — Você sempre está ferindo a Black Rose mesmo depois de ter pedido perdão! — os olhos dela estão incrédulos e arregalados, posteriormente, ela abaixa a cabeça.

— É... — gagueja.  — É... Pa... Pai?

— Não me chame de pai agora! — seus olhos se esbugalham. —  Você estudará em um internato público! —  vejo lágrimas dela. —  Não ganhará mais roupas caras e trabalhará nesse internato! — sua voz vai elevando gradualmente. — Eu e sua mãe te demos educação, mas depois de sua morte, você virou rebelde. Eu não tenho culpa da sua morte! Ela faleceu por causa da sua fraca imunidade. — ele a chacoalha.

Becker começa a fazer um som de choro, depois, cai no chão com a mão no rosto e Saltzman a observa, decepcionado.

—  Você me decepcionou muito filha! —  ele se vira para ir embora.

—  Pai! —  ela grita e segura os pés dele para não deixá-lo se mover.

Eu estou com pena dela, não estou sentindo vontade de rir da cena. Pois, é algo bem triste, porém devo dizer que me livrei dela definitivamente, Samanta terá que mudar por bem ou por mal.

O nosso plano foi concluído definitivamente. Parker disse que gente chata é igual nuvem, quando sai o dia fica lindo. De certo modo, eu posso concordar, pois agora o internato está bem mais harmonioso. Além do mais, as pessoas estão sentadas na cantina onde querem, não há mais mesas de populares, mesas de “pessoas estranhas” ou algo do tipo. Agora os grupos se misturaram e não olham com nojo quando uma pessoa desconhecida senta ao lado delas.

  No dia da saída de Becker, literalmente todos se reuniram na entrada da escola para rir da cara dela. Foi uma multidão: as pessoas filmaram, tiraram fotos, tiraram sarro dela demais. Samanta foi muito humilhada. Eu não aguentei ver a cena e fui para meu quarto, pois mesmo eu sendo fria mesmo ela merecendo, eu não consigo ser mais 100 % má visto que as pessoas me mudaram demais, posso dizer que plantaram uma sementinha do bem em meu coração.

Como Samanta, a capitã do time das líderes de torcida foi embora, as meninas se reuniram e votaram para eleger uma nova capitã.  Assim, pela dedicação, capacidade e alegria (disseram elas), Parker foi escolhida. Eve chorou muito de felicidade, pois para ela foi algo inacreditável, mas apenas foi reconhecida pelo seu entusiasmo e esforço. Agora Parker abriu um novo dia para teste de animadora de torcida, usando os critérios de habilidade, não mais beleza ou algo do tipo. Desse modo, Mona se preparou muito e passou no teste.

Por incrível que pareça além de eu e Jasmine estar namorando e Eve de rolo (quase namorando), nesse momento, Tyler e Miller estão mais próximo um ao outro. Isso quer dizer que eles também se gostam, mas não oficializaram: mais rolo.

Nesse momento todas nós estamos reunidas em pé, conversando sobre a vida, além do mais, estávamos em um abraço coletivo faz alguns minutos.

— Eu estou tão feliz! — Parker sorri. — Este ano vai ser o melhor ano da minha vida, visto que aquela vaca foi embora. E eu tenho amigas maravilhosas, eu reencontrei meu amigo de infância e estamos quase.... Namorando e toda escola está unida! Parece ser um sonho!

— Verdade! — pouca sombra usa um tom animado. — E agora Lisa está sendo ela mesma, ela contraia seus sentimentos, mas agora  tudo mudou para melhor!

— Já eu achava que gostava de caras atléticos, já que acreditei tanto nisso...  — Mona gargalha. — Por ironia do destino, estou conhecendo melhor Tyler e agora estamos a um passo de namorar o cara mais inteligente da escola! — ela nos abraça mais forte. — Precisamos marcar um encontro entre casais! Será um dia maravilhoso!

— Podemos... — eu interrompo. —  Marcar esse encontro, menos no shopping! — todas gargalham pelo meu tom de revolta.

Estamos todas reunidas fora da escola, pois o diretor ordenou para que fossemos ao internato público visitar Becker para ver como ela está visto que Saltzman não está com tempo de ir e ele está preocupado com ela. 

— Gente... — Parker dá uma piscadela.  —  Agora vamos visitar a Becker no internato! O diretor quer ver se ela está se comportando.

Fomos levadas pelo motorista de Saltzman até esse internato; no caminho não paramos de rir, pensando na cara que a vaca (usamos esse nome) vai fazer quando nos ver. Começamos a imitar as feições que ela supostamente fará e quem acertar não vai pagar o lanche. A cena foi hilária, pois eu fiz uma cara de limão azedo (igual Samanta faz quando está assustada) e minhas amigas também deram o máximo.

Ao avistamos o lugar, pelo menos, eu não achei nada ruim, pois está bem cuidado. Mal descemos do carro e já fomos recebidas por um segurança.

— Vocês são as senhoritas que vieram visitar Becker? — indaga o segurança sorridente. 

— Exatamente! — respondemos em uníssono debochadamente. 

As pessoas do internato nos olham surpresas, mas não ligamos, pois é algo normal já que nunca ninguém nos viu aqui e também podem achar que somos “metidas” ou algo do tipo: as pessoas tendem a nos julgar sem antes conhecer.

— Vamos á cantina! — o seguimos silenciosamente.

Há uma garota de costas para nós com o cabelo bagunçado, limpando o chão da cantina usando a  raiva.

— Becker?! — gritamos em uníssono.

— Deixarem vocês. — o segurança nos deixa a sós.

Samanta se estreme e vira seu rosto para nos olhar enquanto faz uma expressão de espanto, parecia com a que eu deduzi que ela iria fazer. Então eu não pagarei meu lanche. Mas acima de tudo, Becker está tão diferente, ela não está com nenhum pingo de maquiagem no rosto. Acho que é a primeira vez que presencio essa cena.

— O quê?  — ela se levanta instantaneamente. — Saiam! — há um grito. — Vieram me humilham ainda mais? Já não me humilharam o bastante suas desgraçadas? Eu estou limpando a escola e eu mudei de escola por culpa de vocês! 

— Não é nossa culpa! — Parker se impõe. — Você fez isto com você mesma!

— Becker... — uso um tom calmo. — Você se queimou sozinha por correr atrás de quem não te amava... E estamos aqui por um pedido de seu pai, ele queria ver se está tudo bem contigo.

— É isso ai! ! — Jasmine revira os olhos.  — E vamos dizer que você não mudou nada! Está à mesma arrogante e sempre. 

— Não diga nada! — Samanta faz uma expressão triste. — Eu vou mudar... Eu quero... Eu já percebi que Scott nunca me amou, mesmo eu amando ele. Assim, não atrapalharei mais vocês. — seus olhos se enchem de lágrimas.

— Nossa! — Miller debocha. — Já era hora de perceber!

— Becker... —  me aproximo dela. —  Eu não guardo rancor ou ódio de você... Simplesmente sei que você fez tudo por amor, mesmo sendo doentio. — sorrio. — Uma coisa é certa: não precisa se preocupa, pois eu cuidarei muito bem dele. E, além disso, espero que tenha amizades verdadeiras igual nós temos aqui. — olho docemente para minhas amigas.

— Sério? Você não me odeia? —  Samanta fica confusa. — Se fosse ao contrário eu iria te odiar para sempre!

— Minha mãe me ensinou a sempre ver o melhor nas pessoas! — viro as costas e amarro meu braço com o de Parker e Miller e Jasmine faz o mesmo com o braço de uma delas.

Saímos da cantina com um ar de vitória, pois percebemos que mexemos com a cabeça de Becker. Talvez agora ela mudará aos pouquinhos, visto que perceberá que a vida não é do jeito que ela quer.

— Lisa arrasou! — dizem em uníssono, elas começam a bater palmas e eu mando um beijinho igual Scott fazia para as garotas.

Caímos na gargalhada.

Já que estamos no internato, aproveitamos para conhecer o local e assim andamos por toda escola. Algumas pessoas nos pararam, eu até pensei que iriam reclamar por estarmos ali, mas pediram para eu tirar fotos com eles. Eu perguntei o motivo é falaram que são meus fãs, basicamente, gostaram da série que participei e das fotos minhas como modelo.

Passamos algumas horas conhecendo o pessoal, eles são bem amigáveis e alguns confessaram que acharam que nós éramos "frescurentas" (como diria Eve), ou melhor, chatas, mas agora mudaram de opinião.

O segurança veio nos avisar que motorista do Salztman está lá fora então nos despedimos das pessoas e fomos para a saída.

— Famosa em Lisa! — Miller empurra meu ombro. 

— Que nada! — rio.

— Gente... —  paramos de andar após ouvir a voz de Parker. — Eu vou aproveitar a oportunidade que estamos todas juntas e... Eu vou dar um colar da amizade para cada uma! —  ela sorri. —  Eu sei que a pouca sombra é nova no grupo, mas sei que nossa amizade só aumentará cada dia mais, pois você é uma pessoa verdadeira. Então eu comprei esse colar de pizza, então cada uma fica com um pedaço... E obviamente comprei esse tipo de colar para combinar com a Lisa comilona.

— Obrigado pelo elogio! — mostro língua. — Eu sou comilona mesmo.

Ela dá o pedaço do colar de pizza para cada uma e assim colocamos uma na outra.

— Melhores amigas para sempre é isto? — Miller sorri.

— Isto é diferente para mim... —  Jasmine interrompe. —  

Ter amigas de verdade! Eu não fico envergonhada com nada.... Mas agora estou... Eu estou adorando isso!

— Seremos sempre... — Eve toca no colar. — Amigas... Até mesmo depois do casamento e da velhice!  

— Credo! —  uso um tom debochado. —  Já está pensando em casar? Parabéns, mas eu não penso agora.

— Estou de brincadeira! — ela ri. — Eu quero aproveitar minha vida com as pessoas que eu amo e virar uma professora de educação física!

— E eu estou pensando virar enfermeira! — debocho.

— Não vira enfermeira! —  Parker entra no jogo. — Por favor! Você é muito desastrada!

— Eu sou muito cuidadosa! — digo contendo meu riso. 

— Meu sonho é tocar bateria em uma banda famosa! —  pouca sombra dá uma piscadela.

— E o meu é ser terapeuta! — responde Mona. 

— Só eu que não sei o que eu quero da vida? — indago com os braços cruzados.

— Exatamente! — elas dizem em uníssono enquanto riem.

Demos um abraço coletivo e assim entramos no carro para voltamos para o nosso internato.

Hoje o dia foi muito legal, pois, todas nós abrimos nossos corações. E eu pude confirmar que elas são as melhores pessoas que eu posso permitir ficar na minha vida; mesmo elas sendo loucas, ou melhor, a loucura delas as torna especiais. Eu quero que nossa amizade dure até o fim dos tempos.

...

Já se passaram vários dias... E finalmente, para meu azar, chegou o dia o meu aniversário. Assim, várias pessoas me parabenizaram e minhas amigas além de fazerem isso, me deram presentes, mais especificamente, comida, muita comida.

Só que há um problema: meu namorado não me desejou parabéns. Hoje eu o vi, ele me convidou para ver a grande final do jogo de basquete e eu ignorei o convite, apenas perguntei com calma: “o que tem de importante hoje” e ele respondeu: “meu jogo”, com uma cara de cínico. Assim, eu o deixo falando sozinho no meio do corredor.

Para meu azar minhas amigas (ou que eram para ser) me arrastaram para o ginásio. Eu fico muito irritada ao ver aquela multidão, mas achamos um lugar para sentar pelo menos. Começo a analisar o espaço e percebo que há cartazes pendurados com frases românticas e adesivos de corações por todo lado e ainda flores. Alguém vai casar hoje aqui? Só pode.

O jogo começa e está sendo bem acirrado; quando Reymond faz uma cesta, ela me acha no meio da multidão e me manda um beijo e eu mostro língua com uma expressão emburrada. De repente, eu me perco nos meus pensamentos por um longo momento enquanto minhas amigas tentam me animar ou me irritar e quando percebo o jogo já havia acabo. O time de Scott ganhou a final, mas antes da comemoração, idiota rouba o microfone da mão do diretor, mesmo antes dele parabenizar o time ou todos comecem a comemorar a vitória.

— Atenção! —  Reymond dá um grito alegremente. —  Essa última cesta eu fiz para uma pessoa muito especial! — meus olhos se arregalam. — E eu quero chamá-la aqui, minha namorada mais linda do mundo desça!

— Como assim? —  uso um tom de dúvida enquanto direciono meu olhar para minhas amigas. — O que está havendo? — elas começam a rir.

Então como não há resposta, eu apenas desço as escadas, passando no meio da multidão ao mesmo tempo em que tremo. Aproximo-me dele com um olhar de dúvida e ele sorri ao ver minha expressão, posteriormente, se ajoelha e segura minhas mãos.

— Lisa... —  meu coração se acelera com seu tom calmo e sua expressão de ternura. — Eu sei que vai demora muito tempo para casarmos, pois ainda somos muito jovens. — ele arqueia uma sobrancelha. — Porém eu quero que dá um anel de compromisso, visto que após te conhecer você trouxe cores a minha vida. Além disso, posso dizer que quando te conheci, apenas coisas maravilhosas aconteceram comigo... Por isso, quero dizer em frente a todos aqui que eu te amo! — Scott dá um sorriso hipnotizante que me fazem querer chorar. — Eu era um garanhão e frouxo que não enfrentava meu pai ou meus medos, mas você me incentivou a libertar o meu verdadeiro eu. — sua expressão é provocadora. — E eu não esqueci seu aniversário meu amor, eu fiz tudo isso para você ficar com raiva de mim para ter essa surpresa. — emocionado, ele coloca a aliança no meu dedo e beija as costas da minha mão

Meus olhos estão marejados por suas palavras e por sua loucura, pois ele disse na frente de toda escola que me ama. É uma loucura de amor!

Ele se levanta e assim eu corro para seus braços quentes e a multidão fica de pé enquanto aplaudem. Quem começou a gritar foi Parker, pois começou a berrar o shipp que ela inventou com o meu nome e do idiota.

— Licott! — eles gritam assim eu roubo o microfone de sua mão.

— Obrigado idiota! —  sorrio. —  Eu fiquei bem irritada mesmo! Mas agora estou muito feliz! —  uso um tom debochador. —  E sobre ser um garanhão e frouxo todo mundo já sabia! Eu também te amo!

As pessoas começam a rir, então eu largo o microfone no chão, encaro Scott, depois, puxo a gola de sua camisa e o beijo. O idiota inicialmente se assusta por minha atitude, mas logo retribui e segura na minha cintura. As luzes do ginásio se apagam, deixando apenas o holofote em nossos rostos com uma música romântica ao fundo.

Todos começam a aplaudir ainda mais e a assobiar ao mesmo tempo por causa do beijo. Há pessoas tirando fotos, fazendo vídeos, percebo isso, por conta dos flashes, mas não ligo. Eu apenas fiquei com medo do diretor nos expulsa, mas Scott me contou depois que antes dele fazer essa surpresa para mim, pediu a autorização para Saltzman e avisou que talvez nós fôssemos nos beijar e ele só autorizou dessa vez.

E o resto? É história!


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