Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 26
O maior SEGREDO que minha família guarda foi descoberto.


Notas iniciais do capítulo

Oi Pessoas! Esse capítulo ficou bem grande, mas mesmo assim espero que gostem. Como sempre foi feito com muito amor e paciência. Espero que gostem e...
Good Reading!



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Rapidamente e de repente a porta se abre de uma vez só, assim não dá tempo de nos separamos, nossos lábios estão grudados, na mesma hora, dou um empurrão no Scott, vejo que é Parker e Miller, elas estão nos olhando como se nós dois fossemos delinquentes.

 — Não é na... Nada —  gaguejo. — Disto que vocês es... Estão pensando! Fo... foi... — elas dão um grito enquanto pulam de alegria, assim não consegui explicar.

— Uhu! — Parker dá um sorriso. — Finalmente meu amorzinho e Reymond perceberam que foram feitos um para o outro! — vejo lágrimas nos olhos dela. 

— Claro! — Scott dá uma piscadela para mim. — Não tem outra mais perfeita para mim que Rose! — ele passa suas mãos em volta do meu ombro, dando um sorriso desconcertante, eu fico vermelha.

— Eu estou com ciúmes... —  Eve faz bico. — Só falta eu comprar uma vela.

— Parker... — Scott começa a gargalha. — Eu vou deixa-las a sós, pois tem muito que fofocarem. — ele se levanta. — Eu tenho certeza que tem muito que falarem uma para outra.

— Não somos fofoqueiras. — reviro os olhos. — É melhor você ir mesmo embora. — faço um sinal, mas antes que eu pudesse reagir, ele me dá um selinho.

— Tchau meu amor! — Scott ainda me abraça, assim eu o empurro.

— Tchau idiota. — bufo. — Chega de grude! Já foi demais por hoje. — ele sai do quarto e as meninas começam a rir.

— Será que devemos agradecer a Becker por te sequestra? — Parker faz uma pergunta retórica. — Visto que Reymond ficou com medo de te perder mais uma vez, por isso confessou seus sentimentos? — seus olhos estão brincalhões. — Namorando o cara mais cobiça da escola, quem te viu, quem te vê! — Eve faz uma dança tosca junto com Mona.

— Como você sabe que ele se confessou para mim? — indago confusa.

— Nós nem buscamos comida de verdade para você. — Miller ri. — Fomos juntas para outro lugar para vocês ficarem a sós, o outro lugar foi atrás da porta. — ela mostra língua. — Ficamos ouvindo tudo, desde o momento da confissão dele e da sua. Vocês dois foram tão fofos. — eu cruzo os braços.

— Vocês não valem nem um dólar! — resmungo. — Já ouviram falar em privacidade? Eu poderia bater em vocês agora mesmo, mas meu pé está ruim.

— Perdão... — elas dizem em uníssono com um tom triste.

— Mas quer saber... Eu amo vocês, são as melhores amigas que eu tenho visto que se não tivéssemos tido esse momento com ele, eu nunca teria admitido que eu o amo. — Me deem um abraço vacas. — as duas me abraçam fortemente e todas começamos a chorar de alegria.

— Eu tenho uma dúvida! — Mona arqueia uma sobrancelha. — O que falaria sobre o beijo que deram agora?

— Há nova e atual Lisa, falaria que foi como se ela tivesse viajado na velocidade da luz, perdida em várias sensações. Parecia que o espaço e o tempo não existiam para ela. Aquele idiota a fez ficar atordoada, sem fôlego e extremamente feliz. — dou um sorriso largo. — Mas eu nunca vou admitir para ele tudo isto, pois Scott já se acha demais para o meu gosto. — mostro língua.  

— Pelo menos foi bom o beijo... —  Parker usa um tom triste. — Tiramos algo de bom nisso tudo que houve contigo, porém não me conformo que a vaca da Becker continuará na escola. Além disso, ela não pagará devidamente.  Todas serão expulsas e tudo mais, porém Becker é a protegida, apenas por ser a filha do diretor! — ela berra. — Por que não chamou a polícia? — Eve me chacoalha. 

— Ei! — bufo. — Eu a provoquei, na verdade, provoquei-a demais. Eu já estou satisfeita que Becker irá pedir desculpas para mim na frente de toda escola, pois isso ferirá seu ego e sua fama de boa moça. — constato sorridente.

— Eu não... Eu me vingarei dela! — Parker berra.

Essa semana foi a melhor semana de aula que eu já tive visto que eu vi Becker pela primeira vez fazendo algo de útil: ela estava lavando os banheiros, mais especificamente, as privadas, ela só ficou gritando: “Aí que nojo”, ”Quero morrer”, ”Cheiro ruim”. Becker não poderia fugir ou mandar alguém no seu lugar, pois tinha uma senhora da limpeza a supervisionando. Se Samanta pudesse me matar com seu olhar me mataria, pois comecei a rir da cena. A tonta queria que a privada tivesse um cheiro de rosas por acaso?

Como Becker virou a funcionária previsória da cantina, ela me atendeu então enquanto ela estava me entregando o prato, eu espirrei e na mesma hora eu joguei o prato para cima, assim além de sujar o chão, eu sujei sua roupa, mais um motivo para ela querer me matar. Além disso, Jasmine tirou várias fotos com sua câmera profisisonal, a pouca sombra não largava a câmera, queria captar cada movimento de Becker. Parker e Miller só ficaram zoando Samanta, pois de tanto trabalhar, ela ficou suada e sua maquiagem borrou, além do mais, seu cabelo ficou todo bagunçado. Eu nem reconhecia mais Becker.

Como todos da escola sabem sobre a história do sequestro, eles estão sendo mais gentis comigo, pois além de me disserem “bom dia”, me dão um sorriso. Eu não me importo se me ignorarem ou me cumprimentarem.

A melhor parte disso tudo, foi quando Becker teve que me pedir desculpas na frente da escola, Parker até gravou no seu celular no mesmo momento que eu subi no palco juntamente com Samanta, todos da escola estavam sentado, nos observando atentamente, pois o diretor que convocou a reunião no teatro. O rosto dela estava uma mistura de raiva e tristeza, ela se curvou e me disse pelo microfone: “Perdoe-me pela minha falta de educação senhorita Black Rose... Eu nunca mais vou tocar nenhum fio de cabelo seu”. Essa parte de nunca mais tocar em um fio de cabelo meu foi seu pai que a ordenou a dizer, pois dá próxima vez será expulsa e por esse motivo ela não tentou me matar. Todos a vairam e eu disse: “Não se preocupe todos nós comentemos erros, no seu caso, foi uma loucura de amor, eu te perdoou, espero que tenha aprendido a lição”. Na mesma hora o pessoal começou a me aplaudir, os iniciantes das palmas foi a Parker juntamente com Reymond e Miller. Agora oficialmente Becker não é mais a garota mais popular da escola, mas sim a mais odiada.

Nunca vi Reymond tão grudento como nessa semana, sinceramente, ele está parecendo um chiclete na sola do meu sapato, como diria Parker em uma situação dessa. Porém, não posso negar que seu jeito carinhoso é aconchegante; ele obviamente ainda me irrita, me provoca, mas menos. Seu jeito esnobe e supericial sumiu, Scott está tentando apagar o seu passado, apagar aquele garoto que beijava  várias garotas apenas por diversão, sem sentimento algum.

Eu e Reymond não sabemos como agir direito, pois ambos nunca namoramos, tudo isso é novo para nós, mas estamos fazendo nosso máximo e caso precisar de espaço pessoal, eu pedirei. Estamos mais próximos, porém eu já impus regras: no intervalo fico com minhas amigas, nos beijamos apenas em lugares escondidos quando estivermos na escola, ele pode conversar com garotas e eu posso conversar com garotos sem desconfianças da parte de ambos, estabelecemos que teremos confiança um no outro (visto que Parker me disse que a base do namoro é a confiança).

Agora estou aqui na porta da minha casa juntamente com Reymond, ele fez questão de me “levar” em casa, entre aspas, pois fomos com meu motorista e o dele logo atrás.

— Que azar! Hoje é sexta-feira. — ele segura minhas mãos. — Mas eu vou visitar você, ou você também pode, pois eu vou senti falta do meu anjo raivoso. — Scott dá uma piscadela e eu reviro os olhos.

— Eu não! — bufo. — Como sentirei falta de você se eu te vejo todo dia? — gargalho. — É mais fácil eu me enjoar de você. — debocho.

— Tenho certeza que sim, sentirá assim. — Scott segura meu queixo e me dá um selinho, na mesma hora, fico vermelha, por três motivos: eu não esperava esse beijo, eu não me acostumei com seus beijos e os motoristas são nos observando.

— Amo a sua expressão de vergonha, seu rosto fica tão corado! — ele me provoca.

— E... Eu... — gaguejo por estar sem argumento. — É... Tchau idiota! — desgrudo suas mãos das minhas.

Abro a porta rapidamente e na mesma hora, ele sorri, fecho com tudo, percebo que Scott começa a morrer de ri lá fora, enquanto eu estou encostada na porta verificando meus batimentos cardíacos.

— Eu também te amo meu anjo raivoso.  

Este idiota não está batendo bem da cabeça, ao mesmo tempo em que está carinhoso, está debochador. Ele adora me provoca, nem faz ideia do quanto mexe comigo.

Ao respirar profundamente, começo a sentir um cheiro maravilhoso vindo da cozinha, então instantaneamente fico feliz e vou até lá.

— Hum... — mordo os lábios. — Que cheiro maravilhoso! 

A Cozinheira se vira e olha para mim, ela sorri ao me ver.

— Olá senhorita Black Rose. Então é uma comidinha simples comparada ao que me pedem, mas sei que você adora. — ela gesticula com as mãos mostrando a panela com a comida.

— Está brilhando ou eu estou vendo coisa por causa da fome? — digo sem tom de ironia enquanto arregalo os olhos. 

— Há senhorita parece estar muito alegre, sinto que sua energia está bem calorosa. Eu instantaneamente estou me sentindo muito bem perto de você!

— É... — começo a pensar em uma resposta. — É... Já que você é uma cozinheira de mão cheia e me conquista com cada comida que faz. — me aproximo dela, sussurrando. — Eu contarei... Mas fica entre nós... —  dou uma piscadela. — Eu estou namorando oficialmente.

— Oh! — ela fica espantada. — Felicidades! Ele é um cara de sorte já que você é igual sua mãe, uma mulher que tinha um coração bom!

— Tinha? — indago confusa, ao mesmo tempo em que a fixo com meu olhar, na mesma hora, ela tapa sua boca e puxa seu vestido desconfortavelmente. 

— Te.. Tem.... — ela dá um sorriso. — Perdão, eu estou velha, por isso estou trocando as palavras ás vezes.  

— Estranho... — uso meu tom desconfiado. — Você nunca tinha falado alguma palavra errada assim.

— Como eu disse é a idade. — ela arranha a garganta. — Seu pai me pediu para avisar que quando chegasse fosse até seu escritório dá um alô.

— Sério?... Eu vou dar um alô para meu pai então.

Como estou de bom humor, não irei tratar meu pai indiferentemente, irei dar apenas um oi, pois uma palavra não me matará, não custa nada. Ao Chegar perto do escritório, ouço gritos, basicamente os berros são de Amélia e meu pai está calado, percebo que a porta está entreaberta, então entro, dando uma risada sarcástica.

— Agora... — entro na “conversa”. — Estão brigando por qual motivo? Deixa-me tentar adivinhar... — faço uma pausa dramática e os dois me olham calados. — Descobriu que Amélia está traindo você? Cansou de ser tapete? Vão se separar?  

— Quem... — Amélia me olha furiosamente enquanto cerra os punhos. — Mandou você entra aqui sua.... Estamos discutindo civilizadamente e eu não traio seu pai garota!

— Civilizadamente? — debocho. — Sério? Os empregados estão passando aqui perto e estão envergonhados por vocês por causa da baixaria que estão fazendo. Vamos ser mais “família”. — faço aspas com ar de deboche.

— De... Desculpa... — meu pai usa um tom fraco. — Mas estamos resolvendo assuntos sérios.

— Então sentem e conversem, não há necessidade de gritaria. — reviro os olhos. — Eu sou mais adulta que vocês dois juntos, tentem ser mais adultos de vez em quando.

— Cala essa boca garota! — Amélia grita. — Além do mais não interessa o que está havendo aqui. — ela aponta seu dedo para a porta. — Vá para seu quarto imediatamente estudar desmiola! 

— Desmiola? Sério? Só se for você. — bufo. — Suas palavras não me atingem mais. Eu Lisa evolui nesse joguinho de ser fria, porém continua tentando me alcançar. — mostro língua e saio do cômodo, fechando à porta fortemente.

Vou para o meu quarto e mesmo assim continuo ouvindo os gritos de Amélia, só não consigo identificar as palavras. Eu realmente não me importo se os dois se separem, pois Ethan está infeliz nesse casamento faz um bom tempo, dá para notar só pelo seu olhar amargurado.

Para me distrair, eu começo a conversar com Parker e fico sabendo que ela viajará hoje para a Flórida, daqui a algumas horas. Ela não me avisou antes, pois foi de última hora, sua mãe está tendo problemas respiratórios, sendo assim fará uma cirurgia de septoplastia e depois aproveitar para visitar os familares.

Ao descobrir isso, desejo uma boa viagem e começo a fazer minhas lições de casa, mas o cansaço era tanto, que eu tive que vestir minha camisola preta curta, para dormir. O pior que eu nem deitei na cama e já começou a garoar, mas nada de trovejar (que bom). Eu me deito confortavelmente e fecho meus olhos, mas eu não consigo simplesmente relaxar por conta dos berros de Amélia, eu coloco o travesseiro nos meus ouvidos, mas nada resolve. Desse modo, vou até o escritório de meu pai, decidida a dar um fim nessa discussão.

Antes de abrir a porta agressivamente por conta da minha raiva, eu ouço o primeiro grito de Ethan, então apenas começo a ouvir de trás da porta.

— Eu não aguento mais! — ele berra. — Estamos mentindo há anos para ela... Eu tenho que contar mesmo sabendo ela me odiará para sempre... 

— Isto não atinge só você, mas a mim também. — Amélia bufa. — Lisa não me respeita direito e imagine se descobre isso! 

Fico em silêncio tentando processa a informação que eles estão dizendo, já que estou muito confusa; nada me vem à cabeça. O que estão escondendo? Tem como odiar minha mãe ainda mais? Sério?

— E daí? — Ethan usa um tom sarcástico. — Isto está me corroendo meu coração! Cada dia mais... Eu sou um péssimo pai, nem sei se posso ser chamado de pai. Eu sinto que sou um lixo de pessoa por esconder isto de minha filha. Eu queria que ela fosse feliz e não ficasse triste, mas percebi que fiz a escolha errada.... — um sussurro vem em seguida. — De coloca outra mulher no lugar de sua verdadeira mãe. 

Eu ouvi direito? Ou realmente a mulher que se designa nesse escritório não é minha mãe? Eu não estou participando de uma pegadinha?

— Sou sim! — declara ela.

Meus olhos se enchem de lágrimas, meu coração está doendo tanto, ele parece que está sendo segurado e apertado com toda força com as mãos. 

Mãe...?

 

— Você nunca agiu como Amélia agia. Ela sempre foi muito amável, protetora e gentil, porém você faz tudo ao contrário, Amélie! Você é uma gêmea do mal! Lisa percebeu sua mudança de temperamento! Ela sempre me perguntava! — ele bate na mesa. 

— Eu fiz o meu melhor! — ela grita. — Você falou para eu virar sua mãe, não virar igual minha irmã... E mesmo assim eu nunca a conheci! Como eu iria imita seu jeito? Eu estava pobre e então você me ofereceu dinheiro para virar sua esposa!

Tapo minha boca por conta do grito que eu queria dar, minhas lágrimas descem de meu rosto mais e mais, meu coração parece que desmorono por conta de uma construção malfeita. Eu começo a relembrar todos os momentos que eu tive com minha mãe na infância, cada momento parecia uma facada.

Eles me enganaram esse tempo todo? Esse tempo todo eles me fizeram de idiota? Esse tempo todo eu fui manipulada de tal maneira que eu nem imaginava?

Com um ódio, eu abro a porta agressivamente, não olho meu pai, apenas Amélia, ou seja, lá quem for essa mulher; meus olhos e meu coração não me obedecem.

— Morreu?! — eu berro com muita raiva. — Minha mãe? Estão de brincadeira?  

— Fi... Filha? — meu pai fica boquiaberto. — Você ouviu tudo? — ele coça a cabeça. — Eu só queria seu bem! Tudo o que eu pensei foi para seu próprio benefício! — Ethan corre até mim e segura minhas mãos com lágrimas enquanto isso a mulher desconhecida fica em silêncio com os braços cruzados.

— Papai você me contará a verdade! — grito. — Mesmo que eu te odeie para sempre...

— Se... — a mulher interrompe entrando no meio. — Falar algo que nos comprometa, eu vou imediatamente embora dessa casa e nunca mais volto! — ela grita furiosamente.  

— Não me importo mais! — ele aponta para a porta. — Vá e não volte nunca mais! — Ethan franze a testa. — Nunca mais me procure!

— Eu te amo... —  a mulher faz um olhar de arrependimento, porém vai até a porta. — Eu fiz impossível para aguentar todos os problemas que você me causava! — ela berra. — Mas agora acabou! Já deu! Fim! Adeus! — vejo lágrimas caindo no seu rosto.

Assim, ela corre.

 

Ethan segura meus ombros fortemente enquanto eu tremo, ele fica me olhando em silêncio, parecendo escolher as melhores palavras dentro de sua mente.  

— Filhinha...  — ele bufa. — Sua verdadeira mãe morreu em um acidente de carro... — meu coração parece que parou. — Causado por uma colisão do carro que ela estava e de um caminhão em um dia chuvoso. — suas lágrimas caem ainda mais. — Todos que estavam dentro do carro sobreviveram menos sua mãe, ela ficou presa entre as ferragens. — sua voz fica trêmula. — Quando recebi a notícia de sua morte, foi como se alguém tivesse levado um pedaço do meu coração, me sobrou um vazio com uma dor agredindo meu peito.  Eu fiquei aproximadamente três dias procurando maneiras de falar para você sobre a morte dela, porém não conseguia, lembra que eu segurava seus ombros e tentava contar algo, mas a voz não saia? — Ethan respira profundamente. — Um dia antes de te contar oficialmente, eu fui a uma cafeteria espairecer, então uma moça me atendeu, quando eu a olhei, fiquei impressionado, fiquei com muita vontade de chorar, pois era igual a sua mãe, meio atordoado perguntei seu nome e ela disse Amélie. Então caiu a ficha: sua mãe Amélia tem uma gêmea. Então eu peguei seu número de telefone e começamos a conversar, depois eu fui atrás de informações e descobri que as irmãs foram separadas na maternidade porque a sua avó não tinha condições de cuidar das duas, então ela deu a recém-nascida Amélie para uma amiga distante cuidar. — ele faz uma pausa dramática. — Foi então que eu vi uma oportunidade: Para você não ter uma infância turbulenta e triste eu ofereci a Amélie chance de sair da pobreza, para isso ela se tornaria minha esposa e me ajudaria a cuidar de você. Mesmo eu amando muito sua mãe, eu fiz isso por você. Porém, eu percebi o que eu fiz, foi errado, mas já era tarde demais para reparar, então tive que aguentar essa mentira.

— Eu não posso... Acreditar! — choro. — Tira suas mãos de mim.

— Perdão filha... Quando você me perguntava: “Papai porque a mamãe está tão diferente? Ela está tão rígida e fria comigo... O que eu fiz?”. Eu chorava toda vez ao ouvir isto em meu coração. Sua melhor amiga conheceu sua mãe apenas um pouco, pois Amélia morreu quando você tinha 10 anos. Eu sou uma pessoa horrível por esconde isto de você há seis anos... Dói-me tanto! Nem sei se mereço um perdão verdadeiro filha!

— Eu... Eu... — minha voz falha. — Não posso mesmo acreditar! — me afasto. — Como...  Te... Teve coragem! Isto não foi para meu Be... Bem! — minhas lágrimas não param. — Você só... Quis se sentir menos culpado e colocou uma mu... Mulher no lugar da minha verdadeira mãe! — meu coração dói. — Eu... Eu te odeio! Eu te odeio com todas as minhas forças! — respiro profundamente. — Eu... Aguentaria a verdade! Vo... Você sabe que eu nunca fui fraca! Todos saibam da morte da minha mãe, menos eu a coitadinha? Empregados e Antonin? — o empurro. 

— Sim, foi à única... — Ethan abaixa a cabeça. — Mas eu queria te poupar! — ele grita quando vou à frente da porta. — Onde você pensa que vai?!

O olho pela última vez com muita raiva, bufo e saio do cômodo, mesmo descalça, com minha camisola curta, com uma grande chuva, saio da casa e ligo para Reymond, disco o número errado várias vezes por conta da minha visão borrada, mas quando consigo felizmente Scott atende na mesma hora.

— Alô? — sua voz é surpresa. — Meu amor o que houve? — soluço ao ouvir sua voz. 

— Me... Me.. — gaguejo. — Encontre no parque próximo a minha casa... Aquele que eu falei que é usado para corrida ou lazer... — minha voz está baixa e eu sinto que estou ficando resfriada.

— Por que está chorando? — ele se preocupa. — O que houve? Que barulho é esse? Está parada no meio da chuva? Está doida? Vai ficar com um resfriado! — antes de ele me dar mais sermão, eu desligo a ligação na sua cara.

Sinto muito frio, começo até a tremer, sinto muita dor no coração, sinto-me muito decepcionada, porém mesmo assim começo a correr em meio à chuva. Eu sei que posso pegar hipotermia, mas não me importo! Nada mais importa! Pois, todos esses anos a pessoa que eu mais amava Ethan, me enganou... Fez-me de trouxa! Eu não ficarei brava com Antonin e o restante, pois foram obrigados a guardar segredos, pois talvez perdessem o emprego. Porém, meu pai diz querer meu bem, sendo que estou à verdade de mim?

Corro o mais rápido que eu posso minha raiva só impulsiona isso, minha camisola começa a marcar minhas roupas intimas, entretanto, não pararei de correr, mesmo que muitos carros buzinam para mim e assobiam.

Um deles, abaixo a janela do carro, piscou para mim, assobiou e se aproximou seu carro de mim. Então tive que parar de correr, pois ele estava na minha frente, essa tempestade não está ajudando.

— Que isto em! — o homem sorri. — Gatinha entra aqui no meu carro para você ficar quentinha! — ele aponta para a porta. — Vai pegar um resfriado! Pobrezinha.

— Vá se danar! — grito. — Eu não quero! Deixe-me em paz!

Mostro a minha língua e solto vários palavrões, como se eu estivesse soltando tudo que eu diria ao meu pai (mas não tive coragem de dizer, pois no fim de tudo ainda é o meu “pai”).

— Que garota brava! — ele resmunga. — Sai fora!

Reviro os olhos e começo a correr de novo, meus pés estão machucados por conta de pedrinhas que estou pisando ou até mesmo coisas não identificadas, meu cabelo solto molhado batendo nas minhas costas não está ajudando, eu só estou aguentando, pois prontamente, estarei nos braços do idiota.

De repente além dos ventos ficarem mais fortes, começo a trovejar e como sempre, começo a gritar, coloco minhas mãos nos meus ouvidos enquanto continuo correndo. Assim, entro no parque e vejo de longe o idiota embaixo de uma árvore com um guarda-chuva.

Meu idiota não se importou com a chuva e comigo molhada, quando me viu, largo a sombrinha no chão e correu em minha direção e me abraçou fortemente, me levantando até, então eu desabei totalmente aos prantos com seu carinho acolhedor. 

— Lisa? — ele usa um tom assustado. — Você ficou louca? Você vai pega uma hipotermia! — Scott me coloca no chão. — Por que está com uma camisola decotada no meio da rua e de noite nessa chuva? Tem muitas pessoas más intencionadas! — ele me dá um sermão.

— Sério que você está se importando com minha roupa? Vendo-me nesse estado. — me separo do seu abraço. — Em? — bufo. — Isto é um dos meus menores problemas! Eu... Fugi de casa! Minha mãe não é minha mãe! — grito. 

— Quê?!  — ele berra totalmente confuso com a última frase.

— Depois eu explico direito! — bufo.

Reymond tira seu sobretudo quentinho e coloca em volta dos meus ombros para me aquecer, fico com pena por ver ele usando apenas uma camisa. Ele me carrega no seu colo.

— Ei! — reclamo. — Para que me carregar e me dar seu sobretudo para você ficar com frio?

— Você está tremendo de frio! E além do mais, você está descalça e com o pé vermelho.

Ele começa a correr rapidamente. Assim me sinto culpada por dar tanto trabalho ao meu namorado.

— Você é um namorado muito protetor! — bufo. — Eu... Eu não mereço ter você!  

— Calada! — Scott me traz mais para perto. — Não diga bobagens! Senão vou fazer uma loucura! — ele dá um sorriso malicioso. 

— Agora sou eu que digo: Quê?! — grito.

Ele me leva até sua casa, ambos ficamos em silêncio, eu apenas me segurei fortemente nele, com olhos fortemente pressionados, tentando pensar em coisas boas para tirar meu pai da minha mente e os trovões.

Depois de alguns minutos...

Scott simplesmente abriu a porta e entramos tudo está silencioso, tentei descer, mas ele subiu as escadas comigo em seu colo. E assim, entramos em seu quarto, ele me faz sentar na sua cama (percebo que foi colocada outra no lugar da antiga) e o idiota me olha com os braços cruzados, com uma cara de: “Eu quero respostas agora!”.

— Antes de tudo... Porque não foi de carro ao meu encontro? — indago confusa. — Você tem esse carro para que? — debocho. — Você teve que correr até aqui! Foi tão cansativo para ti!

— Eu nem me lembrei de usar o meu automóvel, estava mais preocupado em te encontrar, pois você estava triste ao julgar pelo seu tom de voz. E agora eu vejo que você não está tristinha, está muito triste.

— Perdão... — sinto me culpada. — Me... Desculpa-me, porém eu não tive escolha, pois eu descobri que minha mãe... É uma Fra... Fraude! Amélie é a irmã gêmea desconhecida da minha mãe que se passou por Amélia. Ninguém sabia de sua existência, Amélia morreu sem saber que tem uma irmã; Meu pai há achou, então a contratou para ser minha mãe e ela logo aceitou, pois estava precisando de dinheiro. — respiro profundamente, essa frase irá doer meu coração de uma maneira inexplicável. — Minha verdadeira mãe morreu em um acidente!

O idiota se põe de joelhos e me abraça, dizendo repetidas vezes: “Eu sinto muito”.

— Dói tanto... Idiota... — meus olhos estão ardendo de tanto chorar.

Ficamos assim por um tempo; Ele se levanta e pega uma toalha e uma camisa, Scott começa a secar meu cabelo delicadamente.

— Meu anjo isso é horrível! Eu não sei o que dizer para te ajudar! Eu sou um inútil, porém eu não quero que fique resfriada...  Ou ainda pior... Então comece tirando suas roupas imediatamente e colocando essa camisa. — Scott joga na minha cara.

— Hã? — tento não gritar. — Você já ajudou muito, não é um inútil. — bufo. — E ficou maluco? Eu não me trocarei na sua frente... Você não tapará os olhos ou virará o rosto — me imponho.

— Eu não vou virar ou tapar meus olhos. — ele me confronta. — Coloca está camisa já. Você está muito triste e eu também, então não vou me importa. — ele pisca. — Mesmo olhando claro! — seu sorriso debochado me irrita.

— Vai virar sim! Caso contrário, fico com essa camisola molhada e fico com um resfriado — declaro. 

— Por quê? É a mesma coisa que um biquíni! 

— Os tecidos são diferentes, além do mais, não estamos na praia, mas sim no seu quarto. E eu não vou te obedecer seu idiota! — reviro os olhos.

— Sua ingrata! — ele se vira completamente para mim, com os braços cruzados.

— Eu não sou ingrata, você que é um safado de primeira categoria! — gargalho.

Eu retiro minha camisola rapidamente, dou uma olhada rápida em Scott, ele está olhando para o teto, coloco a camisa, percebo que ela vai até a metade da minha coxa.

Como sei que o idiota é um safado, eu fingi que ainda estava me vestindo, só para quando ele se virar se frustrar.

— Ainda não me vesti! — digo com um tom preocupado. — Calma... — bufo. — Mais um pouco!  

Scott se vira para me olhar, com um sorriso travesso nos lábios, mas quando percebe que eu estava zoando, ele faz bico e fica com os braços cruzados.

— Ah! — seu tom é triste. — Você me enganou! — ele se senta e segura minhas mãos. — Agora me conte como está se sentido exatamente? 

Reflito...

— Traída! — controlo meu tom de voz mesmo nervosa. 

— Meu amor não fica brava... — há uma pausa. — Vamos tentar se colocar no lugar do seu pai? Olha eu não estou aqui o defendendo, sua atitude foi muito errada, porém, pelo jeito que você me contou, ele queria você fosse feliz e se talvez soubesse na época que sua mãe havia falecido, você poderia ter tido depressão profunda visto que eram tão apegadas.

— Ah! — dou de ombros. — Eu não estou nem aí... — eu me aproximo de seu rosto e passos minhas mãos em volta de seu pescoço. — Eu só quero te beijar. — dou um beijo nele, porém o idiota vira o rosto.

— Lisa... Eu não quero me aproveita de você nesta situação. Vamos apenas... — o interrompo de novo beijando suavemente seus lábios, entretanto, ele me afasta.

— Não adianta insisti amor... — seu tom de voz é baixo. — Eu quero muito te beijar, mas neste momento, você está mal e não vai resolver me beijando... Você só está procurando uma fuga... Sinceramente o que você vai fazer a partir de agora?


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