Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 24
O sequestro.


Notas iniciais do capítulo

Voltei, pessoal. Esse capítulo está maior do que o habitual, mas não importa. O importante é a qualidade certo? Preparei com muito carinho.
Espero que gostem.
Bejiocas.



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Após todos nós terminamos de jantar, os empregados recolheram os pratos. Enquanto isso eu me levantei e falei: “Obrigada e boa noite a todos”. Mason e Eliza continuaram na mesa, porém Scott começou a andar atrás de mim, enquanto pediu para eu escutar ele, por isso eu comecei a andar mais rápido, quando ele quase me alcançou eu comecei a correr; virou uma perseguição de rato e gato, e eu no caso sou o ratinho. De repente, Reymond consegue me atingir e assim ele agarra meu braço fortemente e eu tenho que vira meu corpo para encara-lo, seu olhar é intenso.

Eu estava muito querendo saber o que ele queria me falar, porém agora eu não estou mais, pelo menos não nesse momento.

— Me deixe em paz! — resmungo.

Piso fortemente em seu pé e quando ele se afasta, entro no meu quarto rapidamente e fecho a porta. Eu apoio minhas costas na porta, tentando recuperar o fôlego.

— Você está fugindo de seus problemas Rose? — seu tom de voz é frio. — Eles não vão desaparece. Então abra imediatamente está porta! — ele bate na porta insistentemente seguindo o ritmo das batidas do meu coração. 

Fecho meus olhos fortemente, desejando que ele fosse embora.

— Não! — berro. — Eu não quero ouvir nada que veja da sua boca... Tudo o que diz são mentiras e tolices. Antes de conversar comigo vá aprender a respeita as mulheres!

Reymond parece sem palavras, pois fica em silêncio por um tempo.

...

— Há única pessoa que respeito é você! — o Scott bate ainda mais forte com uma voz trêmula.

Meu coração começa a bater dolorosamente pelo seu comentário mentiroso e ridículo. Como ele pode me dizer que me respeita, sendo que me beijou sem meu consentimento? 

— Para! — grito segurando o choro. — Você me provoca mais, me irrita mais, debocha mais de mim...

— Eu tenho meus motivos, mas não irei conta-los com você escondida atrás da porta, pois só direi olhando fixamente em seus olhos. — seus passos se afastam. — Então boa noite.

Espero alguns segundos e destranco a porta, assim devagarzinho, a abro. Investigo o corredor e não há ninguém, apenas as luzes iluminam o local e o silêncio toma conta; deixo a porta destrancada, pois, essa fechadura não é tão fácil de manusear e também estou segura, visto que o idiota não voltará aqui para me perturbar, não depois das verdadeiras e duras palavras que eu disse a ele.

Pov. Scott Reymond (ponto de vista)

Eu entendo que Rose não quer ouvir o que eu tenho a dizer. Eu sei que ela tem medo de que as palavras às machuquem. Porém, o que eu posso fazer? Eu quero muito falar, pois sinto este sentimento transbordando dentro do meu coração. Então não sei quanto tempo mais vou aguentar guardá-lo. Provavelmente, ou melhor, definitivamente, Lisa não acreditará que eu a amo, pois eu era um garanhão que tratava as garotas como marionetes, sim eu era não sou mais. Mas, eu vou fazer o meu máximo para demonstrar que esse sentimento é verdadeiro, mostra que eu sou um idiota, um idiota apaixonado.

Eu reflito sobre meu passado e sinto um arrependimento por roubar tantos corações. Eu tenho uma coleção de corações que eu quebrei, porém não me orgulho disso.

No momento que Rose entrou na escola, andou pelo corredor, quando me avistou, mostrou indiferença, e quando eu mandei uma cantada a ela, Lisa simplesmente rejeitou com o silêncio, aquilo abriu meus olhos para um mundo que eu recebi um “não”. Doe-me muito, pois foi a primeira a fazer isso, visto que as outras garotas prestam atenção em mim e me mimam, mas Rose não presta atenção em mim e me trata rudemente.

Eu estou com muita vontade de vê-la. Eu sei que ela vai me matar se eu aparecer em seu quarto novamente, porém eu sou um idiota corajoso. Assim dou meia-volta, ao tentar abrir a porta, percebo que ela está destrancada. Em silêncio, entro e a vejo dormindo, coberta com uma manta azul, os seus lábios estão levemente levantados, para mim é um sorriso.

Fico de joelhos, analisando seu rosto. Eu poderia ficar horas apenas a observando. Ela é tão fofa enquanto dorme, mas quando acorda, sua fofura some e Rose ativa o modo rudeza e barreira contra pessoas que tentam invadir seu coração. Dou um beijo em sua testa e me levanto para ir embora.

— Boa noite... — bufo.

Eu nunca achei que eu poderia mudar meu jeito pegador de ser. Porém, meus amigos me mostram que eu posso mudar, e o amor acima de tudo me amadureceu. Depois que conheci Rose, minha vida ficou mais feliz, pois aquele Scott vazio, que só se importava com a sua aparência, beijava pelo menos uma menina por dia desapareceu. Eu mudei muito.

Eu entendo que Lisa não está preparada para escutar minhas palavras, então eu esperarei, se eu mudei gradualmente, também posso esperar. Amanhã não forçarei a barra para contar nada.

Pov. Lisa Black Rose (ponto de vista)

Vou resumir meu Domingo: eu apenas ignorei Reymond e ele aceitou isso, apenas demos falamos “oi” um para o outro. Devo admitir que eu fiquei aliviada por não tentar me fazer escutar suas palavras. Mas, foi uma coisa constrangedora na hora do café da manhã, pois ficamos encarando um ao outro em silêncio, enquanto comíamos waffle e tomávamos cappuccino. Durante o resto do dia, eu fiquei no meu quarto, estudando, fazendo minhas lições de casa, conversando com minhas amigas e de vez em quando Mason via até mim, me pergunta se eu queria lanchar. Também tentei jogar vídeo game com o pequeno, tentei mesmo, pois sou um desastre. Reymond não ficou em casa, saiu para uma festa, porém Mason diz que foi para a casa de um amigo. Eu não acredito muito nisso não, mas a vida é dele, e ele faz o que quiser.

Hoje é Segunda-feira, por mais que hoje eu enfrentarei Becker, eu acordei com um sorriso, parecendo que nada vai me abater. Eu escolho uma roupa bem estilo Becker, ou seja, patricinha, pois se hoje terei que “lutar” com ela, nada melhor do que estar ao seu nível, para irritar seu ego.

Look do dia: vestido vinho de alcinha com babado no decote, uma sapatilha, um colar e um pulseira de ouro. E a maquiagem bem básica: sombra clara, bastante máscara de cílios e um batom cor de boca. 

  Desço as escadas, ao ver Reymond e Eliza, eu faço uma cara mal-humorada. Eu tenho que fingir que estou estressada para o idiota não ficar zombando da minha cara.

— Acordou com o pé esquerdo hoje? — Eliza começa a rir.

— De modo algum, estou apenas praticando minha atuação! — debocho, mas ela ignora. 

— Você realmente está sempre belíssima! 

—Não é para tanto Eliza. — dou um sorriso fechado. — Há senhora que sempre está magnífica. 

De repente, Reymond entra na conversa, com um olhar debochado.

— E eu mamãe Eliza como estou? — um sorriso encantador... Quer dizer, irônico se instaura em seus lábios.

Ele está usando uma gravata despojada, com uma roupa de riquinho de sempre.

— Você meu filho? Como sempre esplêndido. — ela lança um olhar incentivador. — Não é mesmo Black Rose?

— Hum... — dou de ombros. — Dá para o gasto!

Começo a andar para a sala de jantar e Scott vem atrás de mim irritado.

— Ei! Eu sou maravilhoso! Não me diga essas palavras rudes! Eu sei que está tímida demais para me chamar de beldade!

 Viro-me e eu coloco meu dedo indicador entre seus lábios para ele calar a boca. Assim, percebo que estamos mais perto do que eu imaginava.

— Eu estou te ignorado... E...

Não notamos, porém Eliza observa atentamente nós dois e de repente várias palmas nos interrompem. 

— Que fofos vocês! — seu tom é eufórico. — Os seus olhos estão brilhando um para o outro. — sua sobrancelha arqueia.

Afasto-me dele, fazendo uma cara de nojo. Mesmo querendo dizer algo, não consigo, pois, as palavras simplesmente não querem sair. E Reymond apenas ficou calado com um sorriso nos lábios, aquele idiota não negou. Parker me falou uma vez que quando você fica em silêncio quando uma pessoa afirma algo sobre você ou te faz uma pergunta é a mesma coisa que você aceitar o que ela está dizendo ou concordar. O que eu quero dizer é que idiota incondicionalmente concordou com nossos olhos brilhantes um para o outro.

 Infelizmente, Eliza insistiu que eu fosse para o internato de carro com o Reymond e para não ser mal-educada aceitei. Eu realmente queria ir de táxi para o internato, não seria desgastante como ficar no mesmo carro que o idiota, além disso, agora estamos lado a lado e para me provocar, ele constantemente bate seu ombro no meu, sinto um arrepio percorre meu corpo toda vez que ele faz isso.

— Para! — me viro meu pescoço para olha seu rosto, seu sorriso cínico me irrita.

— Eu não estou fazendo por querer! — seu tom é debochado. 

— Não? — reviro os olhos, bufando.

O pior disso tudo é que como vamos sair no mesmo carro, na frente do internato, todos vão ter prova que estão namorando mesmo visto que vão achar que o idiota me buscou em casa para irmos juntos.

Seu sorriso travesso me faz lembrar que ele é um boca-aberta, então como o motorista não está prestando atenção em nós, eu puxo o colarinho da sua camisa e olho profundamente em seus olhos. A vergonha de encara-lo vai ter que acabar.

— Senhor fofoqueira de primeira classe, eu vou te avisar: não conter para ninguém que eu fiquei na sua casa nesses três dias e... Quando eu digo ninguém, fique claro que isso vale também para seus amigos; espero que cumpra, pois senão vou esmagar seus miolos, ou melhor, o que resta deles. — começo a gargalhar por lembrar-me da sua burrice.

— Nossa! — ele revira os olhos. — Que engraçado! Tem talento para vira comediante. — o Reymond mostra língua. — Eu vou te dizer uma coisa. — ele segura fortemente meus punhos. — De agora em diante, eu só prestar atenção em uma menina, então... O que eu realmente quero dizer é...

— Chegamos ao internato senhor Reymond! — o seu motorista nos interrompe enquanto ele nós olha pelo retrovisor sorridente. 

— Muito obrigado por nos informar. — Scott usa um tom irritado, mas irônico e solta meu punho enquanto bufa.

O que ele quis dizer com isso? O idiota só prestará atenção em Becker agora? Por que meu coração está doendo tanto com essa informação? Ele deveria ficar feliz, pois assim não terei dúvidas de que Reymond é um bocó.

O Motorista abre a porta do carro para nós e antes que eu saia, respiro profundamente. Agora enfrentarei altos falatórios misturados com interrogatórios. 

No mesmo momento que eu e Scott saímos, várias garotas que estão entrando ou paradas na frente da escola, direcionam seu olhar para mim, um olhar matador.

Scott acena para as elas com um sorriso grande enquanto motorista pega minha mala elas de repente o rodeavam, eu aproveito a situação para entrar na escola. Assim, percebo que todas as pessoas me olham friamente, dou de ombros.

Do nada, uma desconhecida, empurra bruscamente, foi tão forte o impacto que eu caio no chão. Levanto-me nervosamente, me preparo para dar um tapa em seu rosto, porém vejo o diretor ao fundo do corredor nos observando.

— Perdão. — ela começa gargalha e vai embora.

— Nem doeu, não é necessário perdi desculpa. — grito com uma voz de deboche.

Ela se vira e manda um beijo e eu também dou um de volta, só para participar do joguinho.

Agacho-me para pegar minha mala, porém antes disso, uma pessoa pega para mim, assim elevo meu rosto e percebo que é Tyler Evans, em carne e osso, porém com um novo visual.

Aquele nerd, sem graça e feio, segundo algumas pessoas más, se transformou totalmente em outra pessoa; seus óculos fundo de garrafa que escondia seus olhos foram substituído por um óculo moderno e preto esboçando seus olhos castanhos esverdeados, seu suspensório e seu short jeans, foram substituído por uma calça jeans.

Se alguém me mostrasse uma foto do Tyler antigo e do novo dizendo que é a mesma pessoa, eu não acreditaria. Além disso, não só sua aparência parece ter mudado, mas também o seu interior, seu autoestima visto que ele está feliz e sorridente.  

— Deixe isso comigo. — ele me dá minha mala. — Você já fez tanto por mim.

— Eu fiz? — indago confusa. — Eu não fiz nada.

— Claro que fez! — ele continua sorrindo. — Eu estou articulando melhor as palavras, estou falando sem ter vergonha. E eu também segui suas instruções de tentar ficar feliz comigo mesmo.

— Realmente... — o analiso. — Estou impressionada por sua mudança, mas não se esqueça de sempre mudar por você mesmo não pelos outros, visto que não é necessário agradar ninguém. — dou um sorriso. — Se estiver feliz, já está valendo a mudança.

— Sim estou muito contente... Porém eu confesso que estou um pouco assustado, pois algumas garotas já vieram até mim perguntando se eu sou aluno novo e apenas respondi que não. E nem deixaram falar meu nome, apenas riram enquanto falaram que sou gatinho e eu pela primeira vez recebi uma cantada: “Seus olhos são como a grama e o sol”. Sinceramente não gostei de receber tanta atenção... Mas obrigada por me mostrar que eu posso ser feliz. — ele agarra meu braço gentilmente e me abraça fortemente. — Você é um anjo que caiu do céu.

Eu fico sem reação, eu não retribuo o abraço, porém não o afasto.

 — Eu... — ele sussurra em meus ouvidos. — Eu estou abraçando você porque sua me... Melhor amiga me falou que é uma forma de agradecer, ou melhor, que você gosta de abraços.

Tinha que ser a vaca da Eve para dar dizer essas coisas.

— Não precisa me agradecer! Como já disse...

Antes que eu pudesse completar minha frase, alguém puxa meu braço bruscamente, por causa da dor, fecho meus olhos, porém quando os abro, percebo que é Reymond, com a testa franzida.

— Ei! — ele grita. — Não abrace minha namorada carinha que não conheço... Ela é minha! — Scott bufa.

— Ei? Digo eu! — berro. — Cala a boca! Eu já disse que eu faço o que quero. Não combinamos isso faz um tempo? — massageio meu braço. — Até mais Evans. — dou um sorriso para Tyler e depois bufo enquanto reviro os olhos ao olhar Reymond.

O idiota fica com a boca entreaberta por nota que é Evans, aquele garoto que ele zoava, humilhava.

— Sim, é o Tyler; o feinho, nerd considerado por você. Ele amadureceu, parece que o jogo virou. — mostro minha língua e vou embora, ele fica sem entender minha última frase, mas dou de ombros, Parker que me ensinou.

Deixo os dois a sós. E subo a escadas para o meu dormitório, realmente é desgastante ter que subi com uma mala pesada. Eu sou meio-sedentária.

As meninas no corredor ficam com cara de nojo para mim, minha vontade foi de mandar todas elas cuidarem de suas vidas, porém apenas dei um sorriso amargo para cada uma. Pois, eu não posso demonstrar que estou com raiva, visto que é isso que elas querem.

Ao abrir a porta do meu quarto, vejo que elas duas estão sentadas, fofocando, obviamente. Quando fecho a porta, sinto alguém pular em cima das minhas costas; ela já não está boa, e Eve quer piorar.

— Que susto! — berro. — Sai de cima de mim maluca. — começo a chacoalha até que ela escorrega no chão e Miller gargalha.

— Maluca? — Parker gargalha maleficamente. — Eu sou muito normal. — ela lança um olhar sério que não me engana, já que seus lábios estão contraídos. Eve quer rir do seu comentário mentiroso. 

— Claro... E eu sou a fada do dente! — mostro língua.

Coloco minha mala ao lado do armário e bufo por conta do cansaço físico e emocional.

— O que houve?! — as duas indagam em uníssono.

— Nada demais! Sabe... — reviro os olhos. — Eu só passei três dias torturantes na casa do meu suposto namorado, no meio disso, nós brigamos, ignoramos um ao outro, voltamos a nos falar e então discutimos agora pouco pelo seu comportamento infantil. Pois, como dona Parker falou que eu amo abraços, Evans me abraçou para me agradecer, assim o idiota apareceu e me puxou meu braço de uma maneira rude. — mostro meu braço. — Está até vermelho. — Ele falou algo como: “ela é minha e blá blá blá”. — elas caem na risada por tentar imitar a voz dele.

— Por falar em Evans. — Parker dá uma piscadela. — Mona já gostava dele desde o ano passado com aquele óculo de garrafa e suspensório, mas agora ela está apaixonada demais, caidinha. — Miller fica com vergonha. — Ela foi falar com ele, dizendo que está bonito e que se orgulha da sua mudança enquanto falava, Miller ficou cortando as palavras um pouco, não sabia para onde olhar, ficou segurando e soltando as mãos toda hora. — Mona tapa a boca de Eve.

— Nada disto! — ela grita. — Eu não estou apaixonada! — seus pés estão impacientes. — Os garotos que fazem meu tipo são aqueles atletas, malhados, galanteadores...

Assim as duas começam a discutir ao um ponto que eu não entendo o que elas falam, parecem latidos de cachorros. De repente, Eve avança em Mona e ela agarra seu punho enquanto a olha seriamente.

— Eu entendo que você idealiza o cara perfeito dos cinemas. — sua voz é doce. — Mas todos nós temos defeitos. Então não desvalorize o que está sentindo, pois ele é um cara legal. 

— Ei! — Miller resmunga.

— Mona você tem uma paixonite, porém se conhecer mais sobre ele, você desapegará ou vai amá-lo. Vocês dois trocam muitos olhares. Deve haver algo nisso.

— Se é para jogar sujo, eu vou jogar. — Mona ameaça. — Eu sei que você nunca toca nesse assunto, porém sei que ainda ama o seu melhor amigo, aquele que você não o vê faz muito tempo. — ela mostra língua. — Satisfeita? Estamos falando sobre o amor.

Os olhos de Parker se esbulham, Mona tocou na sua ferida. Isso não foi nada gentil, pois não consigo nem imaginar a dor que ela sente quando o assunto é esse seu amigo de infância.

— Eu o amo mesmo! — a Eve berra com os punhos cerrados. — Quando vocês duas virarem mulheres de verdade e admitirem seus verdadeiros sentimentos, voltem a falar comigo... — ela coloca seus fones de ouvidos. — Mas até lá me ignorem.

 Eu sei que Eve quer que sejamos felizes, quer que a gente tente correr atrás da felicidade, pois ela se arrepende de não ter feito isso. Visto que seu melhor amigo mudou para outro país, fazendo assim ambos perceberem o contanto, ninguém sabe o paradeiro dele até hoje.

Depois da discussão, todas nós ficamos caladas, eu apenas arrumei as coisas da minha mala e fomos para primeira aula, infelizmente, é educação física.

A professora pediu para formamos dois times de meninas para jogar o jogo do mata ou como Parker chama de queimada. E para nenhuma garota parecia ser um mero jogo, o nome realmente faz sentindo, pois parece que uma quer matar a outra.

As únicas que não participaram, alegando estar com cólica, é Parker e Miller, então a professora aceitou a mentira delas. Então para meu time escolhi Jasmine, e outras garotas aleatórias que não pareciam estar com raiva, pois as demais tinham ódio nos olhos, pelo menos parecia, visto que suas testas estão franzidas enquanto olham para mim.

Começo o jogo do mata, uma delas joga a bola em direção do meu rosto, mas eu desvio e contra-ataquo, assim que uma delas joga bola novamente, a pego e passo para Jasmine que acertou em cheio a garota; todas as elas estão ignorando totalmente as outras do meu time, apenas focam em acertar a mim, na verdade, meu rosto. Porém, além delas não conseguirem me machucarem, o nosso time conseguiu vencer, para a infelicidade das inimigas.

 — Ganhamos! — a abraço fortemente, ela é tão leve que eu consigo a levantar.

— É o que parece!

Cumprimentamos o restante do grupo e voltamos para o vestiário, assim quando abro meu armário, percebo que minhas roupas não estão lá; respiro profundamente e fecho o armário. Se Becker acha que vai conseguir me irritar apenas roubando minha roupa está enganada, pois eu odeio aquele traje.

Saio do ginásio usando a roupa de educação física, e as pessoas começam a cochicham entre si. Após abrir meu armário escolar para pegar meus materiais, vejo há uma barata morta dentro e ainda várias mensagens com letras diferentes coladas com fita na porta: “desgraçada”,”vá embora”,”todo mundo odeia você”, “termine com Reymond”.

Eu não pude me conter de rir, a infantilidade dessas meninas é surreal. Bato a porta do meu armário com muita força, enquanto continuo gargalhado bem alto, todo mundo me observa chocado.

— Isto é o melhor que vocês conseguem fazer comigo?! — berro.

Furiosamente Parker aparece, ela puxa minha orelha com um pouco de força. Enquanto Miller nos olha assustada, sem saber o que fazer. 

— Para Lisa... — ela sussurra. — Você apenas está piorando a situação.

— Que piore! — dou de ombros.

Do nada, o alto falante faz um barulho, como um som agonizante, todos nós tapamos os ouvidos, gritando.

Uma pessoa arranha a garganta e assim as pessoas param de reclamar só para prestar a atenção no comunicado.

— Garotas atenção aqui é o Reymond... Como todos sabem eu estou namorando oficialmente Black Rose então eu estou aqui comunicado a todas as meninas que eu não as beijarei mais, pois muitas estão com dúvidas sobre minha frieza; eu apenas não quero mais ser o garanhão. Por favor, entendam minha própria decisão, eu escolhi isso. Eu peço também que procure novos amores, sejam felizes... É isso gatinhas... Agora vou correr porque eu não deveria estar aqui. — ele gargalha.

Eu e Eve ficamos com a boca entreaberta, enquanto todas as outras me lança um olhar matador, agora definitivamente elas querem me picotar; eu não sei o que esse idiota está tentando fazer, porém só sei que ele piorou tudo.

Antes que as garotas pudessem vim em minha direção, Scott sai da sala do grêmio com um sorriso bobo nos lábios, antes de dar algum passo, todas elas o rodeiam, pedindo explicação, gritando, chorando e tudo mais.

— Você não pode fazer isto com nós! — berra uma garota. — Nós te amamos muito mais! E também te conhecemos a mais tempo do que está desgraçada. — ela aponta o dedo para mim de longe.

— Ei! Não fale assim de Rose. — Scott me defende e isso me deixa abismada. — Eu não permito!

Após seu comentário a garota puxa sua blusa, por ter unhas afiadas, rasgou um pouco ela. Assim, outras começaram a tentar pular em seu pescoço ou puxar seu cabelo. Antes de ele ser mais maltratado, seus amigos populares aparecem para ajuda-lo, eles fazem uma barreira em volta dele. Assim percebo que o idiota está com a roupa amassada e o cabelo bagunçado.

— Afastem-se meninas. — o tom de Liam é intimidade.

— Isso mesmo, vocês fiquem longe dele por enquanto. — Bryan mostra indignação.

Assim eles conseguem leva-lo para longe, todos parecem que são os seguranças dele, pois estão ao seu redor.

— Você é a culpada disso tudo! 

— Sou mesmo! — ironizo, enquanto mostro língua.

Começo a correr juntamente com minhas amigas, pois elas não estão para brincadeira; entramos em uma sala vazia e escura.

O idiota realmente vai se dedicar unicamente a Becker, eu estou sentindo a necessidade de ficar sozinha para espairecer, pois meu coração dói muito; mas eu prefiro isso do que ele ficar brincando com as outras, quero que ele cuide daquela que ama; tudo bem, mesmo que seja Becker.

Uma lágrima escorre do meu rosto, assim a seco rapidamente e discretamente.

— Meninas eu terei que me retirar... — olho para o lado. — Podem ir já para a próxima aula, pois eu buscarei algumas coisas que eu esqueci.

— Não quer que a gente vá? É perigoso. — Eve usa um tom preocupado.

— Eu ficarei bem. — dou uma piscadela.

Vou até um corredor que eu desmaiei, esse corredor é calmo comparado aos outros. Encosto minhas costas na parede refletindo.

— Cara... — ouço a voz de Reymond, instantaneamente aproveito para escutar a conversa.

Eu não tenho culpa dele estar na máquina de bebida e ainda mais que eu estou invertendo os papeis já que ele me escutou daqui, quando um garoto se confessou seus sentimentos por mim.

— Eu não me arrependo de ter falado no alto faltante aquilo, pois ela é linda, gentil, ás vezes carinhosa, seu cheiro é muito bom, seu sorriso é radiante, seus olhos são muito belos. — ele suspira. — Rodriguez, eu admito que ela talvez seja fria, porém tem um belo coração, eu estou...

O idiota é interrompido, por mim, visto que dei um gritinho, aqueles elogios me assustaram e me fizeram ficar irritada. Antes que eles me viessem, eu corro com a mão na boca.

Onde ele vê gentileza em Becker, também aquela parte dela ser carinhosa. O idiota está vendo coisas, já que ela é o oposto de tudo isso. Minhas lágrimas estão lutando para sair, porém me belisco e respiro profundamente, isso para mim funciona como uma distração.

Eu envio uma mensagem para Parker, dizendo que não irei para aula e pedi para me acobertar. Sim, faltarei nessa segunda aula, ou melhor, cabularei, pois estou sem ânimo para estudar; vou para o ginásio, não há ninguém, então me sento no chão, pego meu celular que está perfeitamente colocado ao lado da minha cintura, o short o sustenta. Como estou com os fones de ouvidos estão encaixados no celular, resolvo colocar uma música de rock para passar o tempo.

Passei vários minutos, em silêncio absoluto enquanto tentava meus pensamentos em ordem; porém de repente a luz do ginásio se apaga, ficando uma escuridão alarmante, risadas ecoam de fora, assim a porta se abre, ligo minha lanterna do meu celular e vejo que Becker entrou juntamente com várias meninas, pela minha conta, são oito; todas carregam um taco de beisebol, elas estão tentando me assustar, mas eu estou querendo é rir, pois todas estão parecendo a Margot Robbie, numa versão, bem ruim.

Levanto-me, para não demonstra medo ou fraqueza; elas marcham em minha direção com os tacos de beisebol atrás de seus ombros.

— E agora está com medo queridinha...? — o tom de Becker é irônico. — Ou ainda acha que acha que podemos fazer melhor? Porque se eu você estaria com medo. — brota um sorriso nela. — Perdoa-me pela injustiça, é um contra, oito, mas você roubou meu... É... Nosso Scott, então é isso que merece.

— Sabe que ainda não estou com medo... — debocho. —Eu quero saber o que vai fazer comigo... Vai me matar ou o quê? — gargalho enquanto vejo seu rosto se contorcer de raiva. 

— Calada! — ela grita e aponta para mim. — Peguem-na!

Eu sou louca, pois não tentei me defender, apenas deixei duas garotas agarrem meus braços. Eu não lutarei, pois quero ver onde isso vai dar... De repente outra menina coloca um capuz preto em meus olhos, não consigo ver mais nada, elas me carregam, me indicando como andar (ainda não sei como ninguém notou que há nove garotas andando com uma menina encapuzada e sendo segurada pelos braços); finalmente chegamos a um lugar aparentemente calmo, ao julgar pelo silêncio, uma delas me manda sentar, então alguém amarra minhas mãos fortemente em uma corda.

Está brincadeira não está tão divertida como eu imaginava; isso está ficando sério muito sério.

— Nós odiamos você Black Rose! — elas dizem em uníssono e eu apenas estampo um sorriso irônico nos lábios ainda com os olhos tapados.

— Todas as garotas... — Becker tira o capuz e eu pude vê-las, meus olhos estão um pouco embaçados. — Como ano passado havia muita briga entre nós, por causa de Reymond, no meio do ano passado, nós criamos um contrato de dividi-lo e as meninas que estavam interessadas nele, deveria assinar para ficarmos cientes. Porém, você simplesmente chegou este ano e roubou ele de nós. — ela bufa. — Você vai ficar aqui até eu dizer que você pode ir, mas sabe quando isto vai acontecer? Nunca. — Becker se agacha e começa a gargalha maleficamente enquanto cuspo em seu rosto.

Ela bate na minha bochecha, nem doeu direito, assim Becker manda tapa meus olhos. Isso não me impede de dizer umas verdades para essa vaca, já que só preciso usar a voz.

— Vai pagar mais uma plástica que você ganha mais. — berro. — Eu quero ver o que seu papaizinho vai achar quando descobrir que você está brincando de sequestrar uma pessoa. — gargalho.

—Cala está boca!

Becker perde a paciência tão facilmente, nem eu perco tão rápido assim; eu sinto a necessidade de provocá-la mais. 

— O Reymond não é um contrato ou algo aparecido. Ele é um humano, na teoria livre, ele tem o direito de escolher com quem quer estar. — bufo. — Vão procurar o que fazer, pois estavam sendo iludidas, ainda estão, já que ele tratava vocês até pouco tempo como lixo e ainda o “amam”.


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Notas finais do capítulo

Lisa foi inventa de brincar junto com Becker e não se deu bem. Na verdade Samanta nunca pensou que fosse brincadeira. No fim ela é muito perigosa e está muito obcecada por Reymond.



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