Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 23
Eu tenho Ombrofobia (Medo de chuva).


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, hoje vamos descobrir um medo de Lisa. Isso a afeta imensamente.



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Pov. Lisa Black Rose (ponto de vista)

Eu sobrevi, consegui ficar um dia inteiro sem encontrar o idiota, agora apenas falta hoje e Domingo, porém pelo menos ontem, já foi uma vitória.

Como Mason tem meu número agora, ele me contou o que irá acontecer hoje pelo Whatsapp:

“Hoje todos os empregados vão tirar um dia de folga, eu irei ao parque aquático com meus amigos e Eliza irá trabalhar, pois Sexta, ela ficou de folga porque você estava aqui e agora ela voltará, visto que ela tem um cargo importante na empresa: é diretora comercial... e o idiota do meu irmão provavelmente irá para alguma festa”.

Basicamente o idiota só irá para uma festa mais tarde e até lá eu ficarei sozinha com ele. Caso se eu ficasse aqui, porém irei à casa de Parker.

Mandei uma mensagem para ela:

“Eve eu vou ficar na sua casa até dá umas 7 da noite”. 

Mason me pediu para esperar um pouco antes de ir, pois Scott estava na sala, depois de alguns minutos, ele me mandou uma mensagem dizendo para ir rapidamente, pois a qualquer momento ele pode sair de seu quarto. Antes de ir, pego duas rosquinhas rechedas de chocolate e espero o táxi que eu chamei na frente da casa.

Ao chegar a sua casa, verifico meu Whatsapp, vejo que Parker não visualizou minha mensagem, mesmo assim toco a campainha e sou recebida por uma das empregadas. Ela me deixa entrar e diz que Eve está em seu quarto.

Ao entrar, vejo que ela está em um sono profundo e gostoso. Isso me faz me lembrar dos momentos que ela me acorda para ir à aula. Essa é uma oportunidade para vingança.

Abro a cortina que está direcionada ao lado da cama, depois me sento na sua barriga, ou melhor, pulo.

— Bom dia flor das trevas! — uso um tom animado enquanto ela abre seus olhos confusos e mal-humorados. — Vamos acordar, pois a Lua ilumina o dia e os cachorros miam. — começo a gargalhar pôr a imitar.

— Sua pestinha... Por que veio aqui tão cedo? — ela resmunga ainda sonolenta.

— Cedo? Sabe que horas são? São exatamente 14h00min. — bufo mostrando a tela do meu celular. — Você sempre acorda cedo na escola todo dia... E agora estou descobrindo que tem preguiça de acordar nos finais de semanas, senhorita bipolar? — debocho. — Vim em sua casa apenas porque eu não quero ficar sozinha, com o garanhão visto que ele só sairá mais tarde.

Parker olha uma mensagem em seu celular e após ler, rapidamente bloqueia o celular com o rosto espantado. Isso me faz lembra que essas últimas semanas, minhas duas amigas estão estranhas, parecem que me esconder algo; Eve até pode achar que eu sou tola, mas não sou.

Todos os dias eu presencio na escola, olhares estranhos e matadores sobre mim por parte das garotas; elas parecem que querem me fazer mal a qualquer custo. Quando alguma menina chega perto de mim para conversar com um rosto mal-humorado, Parker manda a garota ir embora, na verdade, grita inclusive Miller também faz isso. Elas parecem que estão tentando me proteger de algo.  

— Vocês estão escondendo algo de mim? — bufo com meu olhar sério.

— É melhor... — ela se espreguiça com um ar triste. — Nem saber meu amorzinho.

— Eu não quero mentira entre nós... — resmungo. — Eu não me importo, qual for o problema, nós iremos resolver sempre juntas... Pois somos amigas. — seguro sua mão fortemente enquanto sorrio.

— Lisa...

— Conte-me Parker. — uso meu olhar pidão. — Vocês não têm que aguentar tudo sozinha e vocês disse que nós não teríamos segredo entre nós.

— Isto é verdade... Eu vou contar...

Um silêncio se instaura no quarto enquanto eu e ela encaramos uma a outra.

— O que eu não faço por você. — ela bufa. — Tudo começou... Quando as garotas descobriram que você está namorando Reymond, o famoso, popular e charmoso, todas elas ficaram fora de si. No banheiro eu já ouvi várias vezes elas falando que você é idiota, ou coisa pior, até falaram: “Reymond não é dela, é de todas nós”. Isso quer dizer que as meninas dividem o Scott desde o ano passado, ou seja, ele é o prêmio, a fatia de pizza de cada uma, uma fração... Algo que é dividido por todas. Porém, mesmo vocês namorando, ele continuava beijando elas, assim nenhuma se sentiu ameaçada por você, mas o idiota cansou delas, parou de beijar qualquer garota. Assim as meninas pensam que é porque você mandou, obrigou-o a parar de beijá-las.

— Não posso acreditar! — balanço minha cabeça negativamente à medida que meus olhos se mantêm arregalados.

— Eu ouvi dizer que elas queiram até te espancar ou atingir as pessoas mais próximas a você, no caso eu, Miller e a sua nova amiga. Eu contarei o que elas fizeram até agora com nós... — Eve respira profundamente antes de continuar. — O grupo de fãs de Scott colocou um rato morto dentro do armário de Mona, foram no quarto de Jasmine e rasgaram alguns de seus pôsteres preferidos, roubaram alguns de seus cadernos e acabaram de mandar uma mensagem anônima para mim e provavelmente para as outras, nela diz: “Enquanto vocês ficarem conversando com essa vaca, todas vocês continuaram sofrendo, pois queremos deixar Black Rose isolada e cumpriremos isso”.

— Eu vou matar essas garotas! — eu me levanto, cerrando os punhos.

— Acalma-se Lisa... Por esse motivo não contamos a você, saibamos que ficaria irritada e iria querer procurar cada uma para arrebentar. — Parker segura meus ombros. — E você sabe que a chefe é a vaca da Becker. Agora tudo complicará, visto que suas amigas viram você e o Scott se beijando. Temos que ser forte, pois Segunda-feira não será fácil, será um inferno.

— Quantas vezes eu vou ter que dizer que podem me contar para tudo. — eu a abraço fortemente. — Eu sou culpada por tudo, eu mesma irei resolver isto. Por favor, comecem me ignorando na Segunda. Diga para as meninas me ignorarem completamente, finja que eu não existo. Eu quero proteger vocês... 

— Nem pensar! — ela berra. — Como assim? Você acabou de dizer que iríamos resolver juntas e agora vem dizendo que irá resolver tudo sozinha? Nada disto. — seus olhos me fuzilam.

— Eu não quero que todas vocês se machuquem por minha causa...

— Eu vou me machucar se eu não falar você... Meu coração irá doer. Eu não me importo se me ferirem fisicamente, mas não deixarei você sozinha... Jamais. — sorrimos tristemente. 

— Eve... Você saber que Becker é capaz de tudo para alcançar o que quer, ela não se importa de quebrar ou machucar algo. Ela apenas se importa em conseguir o que ela deseja.

— Juntas somos mais fortes não é assim Lisa? E ninguém irá nos derrubar! Não é porque ela é uma santinha do pau oco que nós vamos perder. — ela mostra língua assim bato na sua testa.

— Está bem... — assinto. — Porém tente ficar perto de mim e não hesite em me pedir ajudar quando qualquer uma delas te ameaçarem ou tentarem machucar vocês; tanto verbalmente como fisicamente. Você me promete? — mostro o dedo mindinho.

— Prometo. — entrelaçamos nossos dedinhos.

— Essa promessa é muito valiosa. — mostro língua.

— Com certeza. — ela sorri. — Eu me lembrei de algo... — Eve se espanta. — Hoje prometi a Miller que iríamos ao shopping... Para comprar umas roupas para ela ir ao seu clube. — gargalho com seu comentário debochador. — Quer ir junto?

— Obviamente quero... — uso um tom irônico enquanto reviro os olhos. — Visto que eu amo fazer comprar, não é mesmo amiguinha? É tão legal ficar horas e horas apenas perdendo tempo.

— Você vai ficar mesmo na mansão Reymond do que ir ao shopping e se divertir com a gente?

Penso antes de responder: Analisando a situação e a hora, ao julgar pelo seu espírito festeiro, Scott deve ter saído para uma festinha com seus “amigos populares”.

— Eu prefiro ficar. E o idiota saiu para uma festa daquelas. — dou uma piscadela à medida que imito uma dança estranha dele.

 Eu acho... Espero que minha intuição esteja certa.

Descemos as escadas e tomamos um reforçado café da manhã, pois mesmo eu comendo rosquinhas ainda estou com bastante fome e Parker também; tentamos não falar muito durante o café, apenas sobre nossos clubes e quanto nós estamos nos divertindo nele.

Voltamos ao seu quarto, pois ela insistiu que eu a ajudasse a escolher qual roupa era melhor para ir a um shopping chique; eu conheço tanto sobre moda, muito mesmo (sou a rainha da ironia). Ela colocou diversas peças de roupas em cima de sua cama e começou a experimentar uma por uma, enquanto dançava e fazia caretas, até que eu e ela gostamos de um vestido cinza de gola alta e optamos por uma bota de cano alto preto. Quando olhamos pela janela, percebemos que o pôr do sol está chegando. Assim, ela recebe uma mensagem de Miller, perguntando se ela está pronta. São 19h20min.

Me despeço dela com um abraço bem forte e ela me deseja boa sorte, eu realmente estou precisando de sorte, está faltando na minha vida. Ao descer as escadas, ouço o barulho da televisão, mais especificamente, dizendo que você irá chover. Porém, não parece ser possível visto que o tempo não está nublado.

Eu quero muito ir muito a pé até a casa de Reymond, porém é uma hora de caminhada em média. Eu verifiquei no meu celular essa informação. Então chamei novamente um táxi, pedi que ele fosse devagar, mesmo tendo que gastar mais caro para isso, pois o objetivo é chegar o mais tarde possível para não correr nenhum risco.

Dou o dinheiro para o motorista e fico parada em frente da porta enquanto aceno para ele. Eu pego a chave que está debaixo do tapete e começo a olhar por todos os lados da casa, mesmo no escuro, está um silêncio incômodo, mas como diria o ditado popular brasileiro que Parker me ensinou: “Antes só do que mal acompanhado”.

Ao entrar em meu quarto provisório, olho pela janela e a abro, assim sinto um forte vento entrando e me fazendo fechar os olhos. O céu que estava limpo, de repente fica nublado e escuro, assim pingos de chuva atingem meu rosto. Eu tenho que fechar a janela, pois os pingos aumentaram.

Eu tenho fobia de chuva, chama-se Ombrofobia. Eu começo a gritar, a chorar, tenho uma tremedeira incontrolável, meus batimentos cardíacos se elevam. Eu sofro isso após um trauma: quando eu era criança, eu adorava ficar observando a chuva, numa tarde chuvosa, eu fiquei admirando pela janela e assim na minha frente, um técnico morreu eletrocutado após ser atingido por um raio enquanto descia as escadas.

De repente entra um clarão e um estrondo no quarto, eu começo a tremer de medo, pois no mesmo momento a energia acaba por conta do forte trovão. Um desespero nasceu em mim, assim eu saio do meu quarto, enquanto corro pelo corredor dos quartos, indo até o final e voltando diversas vezes com os olhos marejados.

Ouço alguém chama meu nome diversas vezes, ele aparece no meio do corredor e como eu estava no final, eu não pude vê-lo por conta do escuro, meus olhos marejados atrapalham e por conta dos trovões não consegui reconhecer a voz. Porém ao julgar pelo terno é o irmão de Reymond. Então mesmo sendo forte na maioria das vezes, eu corro na sua direção, chorando e sem pensar, pulo nele literalmente, coloco minhas pernas acima da sua cintura e abraço seu pescoço fortemente, enquanto escondo meu rosto no seu pescoço também, meu corpo treme incontrolavelmente. Eu fecho meus olhos tentando me acalmam. O irmão do Scott, não retribui o abraço, apenas fica paralisado e provavelmente com os braços abertos, assustado. Porém, depois eu conto o que está havendo para ele não achar que eu estou dando em cima dele ou ficando louca.

 Depois de melhorar as batidas do meu coração, eu abro meus olhos e direciono meu olhar para seu rosto, assim vem uma claridade e o vejo... Não é o irmão do idiota... É o próprio idiota em carne e osso. No mesmo momento, eu caio no chão e me afastado enquanto nós dois estamos com os olhos arregalados.

Repito na minha mente várias vezes: Isso só pode ser um pesadelo. Porém, tenho que encarar a realidade, é a vida real, infelizmente.

— Li... Lisa? — suas bochechas estão mais rosadas do que o normal. — O que está fazendo aqui...?  

— Não... Não! — grito à medida que levanto. — Por que não foi a uma festa ou saiu para algum lugar? O meu plano era que quando eu chegasse aqui, você não estaria mais... — meu coração bate dolorosamente. — Eu paguei mais caro à toa. — limpo minhas lágrimas.

— Meu pai me deixou de castigo. — ele resmunga e depois arqueia as sobrancelhas. — Então era você que estava aqui em casa ontem? Tudo faz sentido, a voz, os dois pratos na mesa...

— Meus pais foram viajar e não tinha lugar para eu ficar, então Eliza permitiu que eu ficasse aqui. — bufo. — Eu nem saiba que viria para cá. E eu não queria que você soubesse que eu estava aqui, pois iria querer me irritar de todas as maneiras... Ainda mais pelo beijo roubado que você me deu. Eu te odeio! — berro.

Antes que Reymond começasse a se defender, um trovão nos interrompe e lembro-me da minha fobia e instintivamente o abraço novamente, só que mais forte ainda.

É tão vergonhoso ter essa fobia. Ele vai achar que eu sou fraca ou que estou fingindo ter medo ou até mesmo que estou querendo seu carinho.

— Caramba... — resmungo. — Não conte para ninguém o que está acontecendo aqui, senão eu te mato... — uso um tom ameaçador. — Mesmo te odiando eu prefiro me acalmar um pouco. — minha voz sai doce.

Ele dá um sorriso bobo e me atrás para perto de si, retribuindo o abraço. O meu coração por um lado está mais sereno por ser acolhido, porém por outro lado está acelerado por conta da sua aproximação. Meu coração é bipolar.

Reymond segura minhas coxas e leva minha cabeça até seu colo, assim ele começa a me carregar não sei para onde.

— O que pensa que está fazendo?

Mesmo resmungando, ele continua me carregando com um sorriso debochado nos lábios; isso me irrita. Scott abre a porta do seu quarto... E assim me solta; ficamos encarando um ao outro, eu estou envergonhada. Eu sou tão burra.

Do nada a luz volta e começo a olhar o pôster com a minha foto e ele ao perceber, corre e o arranca com as mãos trêmulas.

—Min... Minha mãe colocou sua foto na minha parede... Ela tem cada ideia... — ele dá um sorriso de lado enquanto passa as mãos no cabelo.

Reflito sobre o que Mason me disse. Será que foi ele mesmo?

— Sua mãe me contou que foi você mesmo que colocou o pôster! — uso um tom confiante.

Scott arregala os olhos e eu tento segura o meu riso. Ele estava me encarando, porém depois do meu comentário, Reymond desvia o olhar, vira seu rosto.

— Não acredito... — ele bufa. — Era o nosso segredo.

Meu corpo congela pela declaração descarada. Eu tenho que pensar que ele colocou isso para me irritar, sei lá.

— Você... — minha voz sai falhada. — Acabou de admiti que foi você!

Ele fica todo envergonhado, então aproveito essa situação para tentar fugir, abro a porta do seu quarto, porém antes de eu ir embora. Scott fica atrás de mim e assopra em meus ouvidos. Assim me viro para encará-lo, seus olhos parecem brincar comigo.

— Sai de perto de mim... — reclamo.

— Eu não quero isso... — seu sorriso é debochado. — Hoje eu descobri que tem medo de chuva... — ele me mostra língua.

— Cala a boca... Você só me abraçou porque eu estava assustada com um filme de terror que eu vi...

— Lisa... — ele segura minha cintura e esconde seu rosto em meu pescoço. Eu fico paralisada por atitude.

— Scott? — chamo seu nome com minha voz falhada.

— Eu sei que você me odeia, pois eu a beijei sem explicações. Eu te contarei a verdade, mesmo você não acreditando... É a pura verdade. Eu estou completamente... — ele faz uma pausa.

— Sim? — indago ansiosa.

Antes de eu saber a resposta dele, nós somos interrompidos com o barulho da porta se abrindo, assim no mesmo momento, eu o empurro bruscamente para longe. E percebo que é Mason.

 — Olá pessoal! — ele esboça um sorriso. — Por causa da chuva voltei mais cedo do meu parque aquático. — o pequeno faz bico. — Desculpe, mas eu atrapalhando? Vocês estavam abraçados?

— Não... Não... — balanço minha cabeça negativa. — Você deve estar cansado por conta de ter brincado muito no parque aquático.

Scott vai até a frente de Mason e o olha furiosamente, com os olhos pegando fogo. Seu bom humor desaparece completamente.

— Você sempre tem de estragar tudo não é mesmo? — Reymond empurra Mason para o lado com os ombros e sai do quarto bufando.

— Vai me dizer que eu sou um daqueles personagens estraga prazeres que atrapalha aquelas cenas românticas? — seu olhar é triste como sua voz. — E ainda pela segunda vez? Visto que naquele que você veio aqui em casa vocês também estavam próximos demais. — sua decepção é perceptível.

— Não é sua culpa. — eu bufo. — E você não atrapalhou nada. Estávamos... Apenas... Conversando? — reflito. — É só socializando sabe.

— Não sei não... Meu irmão parecia muito sério, sendo assim eu acho que ele iria dizer algo importante, na verdade, importantíssimo. Não sei se notou, mas ele estava vermelho igual dentro de uma melânica. — Mason começa a gargalha tristemente.

— Não se importe tanto. — dou de ombros.

Mesmo dizendo essas palavras, eu também me sinto incomodada por não saber o que ele iria falar, pois meu coração espera ouvir isso.

— O que iria falar? — ele passa uma das mãos no queixo. — Por que estava corado? Falaria algo sobre o amor? Seu olhar raivoso para mim foi um aviso de que depois vamos conversar seriamente... Descobriremos no próximo episódio.

— Acalme-se. — uso meu tom firme à medida que o chacoalho. — Você está pensando que é um investigador ou algo do tipo. Vamos respirar calmamente, pois não estávamos em uma série. — começo a respirar profundamente para ele me imitar. — Isso mesmo.

Uma respiração profunda sempre ou na maioria das vezes ajuda a acalma o coração.

— Se for algo realmente importante como você acha, ele dirá novamente. Então chega de paranoia.

Eu não vou ficar me corroendo, tentando decifrar o que iria dizer a mim, pois eu conheço Scott, ele é uma pessoa que na maioria das vezes não devemos levar a sério visto que brinca com todos então por qual motivo eu confiaria nele? A confiança não é algo que você ganha, mas sim conquista e ela é facilmente perdida.

Eu sou uma tola por senti esses arrepios ridículos, o coração pulsante, as mãos suadas, movimento dentro da barriga, esse tal olhar brilhante que Parker diz que eu tenho só por ele. São tantos sinais que eu o amo e ele não percebe, mas também ele é um idiota, só se preocupa com sua aparência e com seu corpo.

Para passar o tempo vou para o meu quarto provisório e fico pesquisando maneira de esquecer o garoto que eu estou apaixonada enquanto Mason está trocando de roupa para jantar.

   No site diz:

Mantenha distância;

Pense nos defeitos dele;

Desabafe com as amigas;

Dê um tempo para si mesma.

 

Minhas considerações sobre os tópicos:


Mantenha distância- Eu não posso ficar longe dele, pois estamos no mesmo internato e na maioria das vezes em dupla ou na mesma sala.

Pense nos defeitos dele- Ele é um garanhão, egocêntrico, narcisista, superficial, são tantos defeitos que vou passar a noite toda pensando. Mesmo sabendo dos seus defeitos, mesmo eu odiando eles, eu ainda o amo.

Desabafe com as amigas- Eu fui obrigada praticamente a confessar meus sentimentos para elas, eu chorei bastante enquanto desabafei tudo, foi aliviante. 

Dê um tempo para si mesma- Eu não tenho tempo para mim mesma, pois toda semana eu estou no internato e o vejo todos os dias. 

Está na cara que eu sou uma completa azarada, porém espero que esse site ajude outras meninas, de preferência aquelas que não estão em um internato ou que não tenham que namorar obrigatoriamente com o garoto que ama.

Parker posta uma foto no Facebook com Miller no shopping com uma frase de Esteban Tavares: “O que machuca não é o amor, são as pessoas. O amor é só um sentimento”.

Essa frase foi para mim eu sei. Eu queria tanto que essa “paixão” tivesse uma cura, pois é um sentimento tão intenso, mas enquanto não criam a cura, o melhor é me controlar.

Enquanto navegava pela Rede Social, na aba aparece uma mensagem anônima, após clicar, ela além de aparecer  um texto aparece uma foto e vejo que é Marik Carter: “Lisa eu era uma pessoa exultante para ti, porém como as pessoas diriam eu estou em outra, então não lembre mais de mim, amor”.

Eu quase caio para trás após ler a mensagem, caio para trás de tanto rir no caso, pois além da mensagem tosca, ele ainda teve a cara de pau de enviar uma foto beijando uma garota desconhecida. Ele quer me provocar, mas ele falhou miseravelmente, então eu também vou provocá-lo com um SMS:

“Essas palavras são contraditórias. Pois, em primeiro lugar quem me procurava era você desprezível, em segundo lugar eu não tenho nada a haver com a sua nova namorada ou seu suposto novo relacionamento em terceiro lugar eu bloquearei esse número e qualquer outro número anônimo e não responderei suas mensagens, em quarto lugar é a última vez que temos contanto um com o outro e em quinto lugar eu estou muito feliz também com meu relacionamento. Faça você o favor de esquecer-se de mim, pois eu já me esqueci de você há muito tempo”.

Eu acabei desabafando com Parker por Whatsapp sobre o encontro desconcertante com o Reymond, sobre Carter e tudo mais.

Eve esperou eu desabafar totalmente e depois de ler todas as minhas mensagens, me mandou:

“Lisa, meu amorzinho, sinto muito sobre tudo. Eu acho que ele só mandou essa foto beijando essa menina para te atingir, te deixar com ciúmes. E sobre Reymond, uma hora ou outra ele iria descobrir, mesmo com a casa grande, vocês iriam se esbarrar, porém olha pelo lado bom, você agora não precisa se esconder, apenas pode ignorá-lo”.

Uma pessoa bate na porta e após abri-la, vejo que é Mason, ele me convidou para jantar junto com sua família. Então falei que iria, mas apenas que iria trocar de roupa rapidamente antes.

Assim vamos juntos e percebo que só está faltando eu e Mason a mesa, pois Reymond e Eliza já estão sentados com sorrisos estampados nos rostos, o sorriso do idiota é diferente da madrasta, visto que um é doce e o outro debochador.

Sentei-me infelizmente, ao lado de Scott.

— Soube que você fez a surpresa para ele. — Eliza me encara.

— É agora ele pode saber que eu estou aqui. — sorri.

— Gostou da surpresa que sua namorada fez para você filho? Mesmo eu não sabendo o que foi. 

— Claro! — ele dá uma piscadela — Principalmente a parte do abra... — antes dele termina de falar a palavra, como estou ao seu lado, aproveito e piso fortemente em seu pé.

— Eu lembro-me... — dou sorriso debochado. — Que eu te dei dicas de métodos abrangentes sobre gastos financeiros.

— Eu não sabia que conhecia tão bem sobre os requisitos de uma empresa. Eu estou impressionada. Você realmente vai ser uma ótima esposa! — eu engasgo com a última palavra. 

— Mãe eu já falei para parar de dizer essas coisas inconvenientes. — Scott bate na mesa. — Somos ainda muito jovens! — ele me olha corado.

— Eu sei, mas o tempo passa rápido meu bem. — ela tenta justificar. 

— Eu seria um melhor marido para Lisa... — Mason entra na conversa com uma voz séria. — Eu cuidaria melhor dela do que Scott. — ele bufa. — Este garanhão de meia-tigela.

— Não diga bobagens meu filho e não fale assim do que irmão. — Eliza começa a gargalha.

Meu rosto ficou surpreso, porém sei que é uma piada para descontrair o tenso clima que estava no ar. Então ao ver suas bochechas inflarem com um rosto emburrado, como não aguentei, eu comecei a gargalha junto com Reymond e a madrasta, até os empregados tentaram segurar o riso. Mas é inevitável.


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