Pessoas Mudam Pessoas escrita por Ayumi


Capítulo 18
Uma aula nada fascinante sobre o AMOR.




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Logo de amanhã sou acordada pela Parker de um jeito peculiar, como eu durmo algumas vezes de barriga para cima, Eve aproveitou e pisou em minha barriga com os seus pés. Essa pestinha não sabe como dói recebe pisadas grosseiras na barriga.

 — Às vezes eu quero te esganar Eve Parker! — grito à medida que corro atrás dela para bater em sua cabeça.

— Desculpa... Não foi minha intenção! — ela fica de joelhos enquanto fecha os olhos fortemente.

— Não? Foi sem querer? — reviro os olhos, dou de ombros e vou lentamente até o banheiro.

Tomo meu banho com os cabelos presos em um coque para não os molhar e estou com toda calma do mundo, pois não quero ir a aula visto que só de pensar que vou ter que falar com Reymond obrigatoriamente para não gerar boatos que terminarmos para meus pais não virem até a escola me cobrar explicações e pelas minhas amigas chatas que odeiam ver pessoas conhecidas em desavenças. Obviamente só vou fingir que voltei a ser seu amigo ou se ele me ignora, melhor ainda, pois assim não terei que gastar minha voz. Até podemos discutir, mas vou o deixar falando com a parede visto que irei embora.

Ao sair do banheiro, minhas amigas estão bem na porta, se entreolhando, cada uma delas segura um de meus braços. Assim, sem entender nada, elas me arrastam até minha cama.

— O que está havendo? — reclamo com os olhos arregalados.

Ao chegar perto reparo que tem um vestido vinho com alça e com recorte de coração no busto jogado sobre minha cama e ainda um salto alto bege.

Elas sorrirem e balançam a cabeça positivamente ao repararem meu olhar confuso sobre a peça de vestido, assim colocam sobre minha mão o vestido.

— Sim, você vai vestir! Nós escolhemos com muito amor. — Parker ainda me dá peças intimas e elas me empurram até o banheiro. — Rápido se vista.

— Oi? —antes de gritar, a porta se fecha.

As duas piraram para eu me arrumar em plena amanhã com a finalidade de me encontrar com o idiota? Não dá para aguentar essa duas cabeças de minhocas.

Ao sair, parecem que ambas congelaram porque suas bocas estão entreabertas e seus olhos arregalados e paralisadas.

— O que eu fiz para merecer isso? — bufo.

— Você está fantástica! — Parker bate palmas. — Magnífica!

— Eu também concordo lindíssima. Agora falta a maquiagem, como diria no Brasil para fechar com chave de ouro.  — caio na risada por falar como Eve nos ensinou e até seu jeitinho de pronúncia as palavras.

Sento-me na cama para facilitar o trabalho das duas. Fecho os olhos para não me debater mais, pois elas não vão desistir enquanto não me arrumarem. Assim, sinto meus olhos sendo esfumados e alguém soltando meu cabelo. Deixei meus pensamentos vagarem, me deu até sono.

Após Miller falar:  “Pode abrir os olhos”. Eu a obedeci e a minha frente há um espelho. Eu estou completamente arrumada, parecendo que vou a uma festa ou algo do tipo, pois meus olhos estão esfumados com uma sombra branca junto com um delineador bem marcado, um blush levemente rosa e um batom vermelho escuro matte. Não posso negar que eu gostei, pois dessa vez não estou parecendo uma completa patricinha. 

— Hoje... — Miller força a voz para começar a cantar enquanto ambas fazem uma dança ridícula. Espera aquilo é mesmo um passo de dança?  — Você vai encontrar o gatinho então agora está pronta!  

— Corrigido: — me preparo para cantar. — "Hoje vocês vão me obrigar a encontrar o idiota" — balanço os braços.

Elas começaram a gargalha e até me chamaram de bobinha. Então depois de tanta brincadeira, saímos do quarto e fomos enfrentar mais um dia de aula. E eu espero que elas esqueçam esse papo de conversar com o rei dos idiotas, pois se eu ocupar suas mentes, talvez elas se esqueçam até o final da aula e vamos almoçar sossegadas.

Eu não pude evitar, percebi que muitas pessoas a caminho da sala ficaram me olhando indiferentes, uma com sorrisinhos, outras com cara de nojo e até umas cochicharam quando eu passei. Eu sei que estou um pouco mais arrumada, porém não sei para que tanto alvoroço... Só foi uma mudança de roupa.

O tempo foi passando rapidamente, parecia que o mundo queria que eu fosse logo bater um papo com idiota. Pela primeira vez eu queria ficar mais tempo na sala de aula. Mal saímos da sala e cada uma entrelaça seu braço com o meu e diz alegremente: “A procura de Reymond!”. Sinceramente eu estou com vontade de fugir ou me esconder delas. Conversar com ele vai me ferir, não sei.... Tenho medo, tenho raiva, são sentimentos antagônicos.

Até falei: “Vamos nos separar para procurar o idiota”. Só disse isso para me livrar delas, porém como não são burras, sacaram que eu queria fugir. Essas minhas amigas sabem quando eu estou mentindo sem muito esforço ou descobriram por conta das minhas mãos suadas e um pouco trêmulas.

— Hoje percebi que Reymond não parava de olhar Lisa enquanto mordia a caneta e bufava. — Miller gargalha baixo. — Foi hilária a cena... Parecia que estava se doendo. Está certo... Eu senti pena.

— Eu também percebi, pois quem não notou como ela está produzida e incrível hoje. — Parker pisca enquanto abre um sorrirão. — Os garotos só faltavam babar e as garotas só faltavam sai fogo pela cabeça de tanta inveja.

— Vocês sempre exageram! — digo apressando o passo e paro por ver uma pessoa. — Não acredito. — pisco fortemente. —  Na frente do bebedouro está o Reymond sozinho bebendo água? Agora é hora de dar meia volta.

— Nada disso. — Parker segura meu braço fortemente. — É hora de enfrentar seus problemas. — elas me empurram praticamente então eu bufo e começo a andar com passos leves e percebo que não há realmente ninguém por perto. Isso é raro, pois sempre vive rodeado de seus amigos ou meninas.

Fico atrás dele e arranho a gargalha, assim após está totalmente saciado, vira seu rosto e seu corpo para mim e revira os olhos. E ao fazer essas feições, ele apenas começa a andar.

— Eu quero conversar com seu idiota! — seguro seu braço. — Você vai me ouvir! Aja como um adulto, ou melhor, tente agir quase como um. — solto seu braço e ele encosta as costas na parede com os braços cruzados me olhando fixamente.

— Parece que o jogo virou, pois está contra a parede meu caro. — gargalho sutilmente e fico séria à medida que me aproximo mais dele. — Me ajuda... — sussurro. — As minhas amigas me obrigaram a fazer as pazes com você e perguntar o motivo de estar me ignorando. Então me ajuda, finja... Sei lá... Eu não quero ficar sem minha comida. — ele bufa com minhas palavras, dá para perceber que está impaciente.

— O motivo de eu estar te ignorando é que meus amigos estão em guerra por sua causa. Se não fosse por você.... Estaria tudo bem. — Scott segura meus ombros, me virando contra a parede e eu nem tive tempo de resistir a isso, sua força misturada com sua raiva o deixaram loucamente forte. — E mais.... Eu não sei nem porque eu te ajudei ontem, pois me contaram que você estava em apuros, porém quando cheguei ao jardim, vi você de livre espontânea vontade, fechando seus olhos para Marik te beijar. Se eu não tivesse aparecido você teria beijado mais um.

— Está completamente enganado. — arqueio a sobrancelha. —  Eu não sou igual você.... — o empurro com minhas mãos com ódio. — Eu iria usar meu velho truque de chuta-lo aonde viesse a minha mente e assim ele cairia no chão com dor. O desprezível poderia ter apanhado bem feio se não tivesse se intrometido idiota!

Antes que Scott pudesse começar a discutir comigo. Seus amigos aparecem sorridentes, pois sei que querem minha resposta. E nem se quer perguntaram o que eu conversando com Reymond, parece que todos confiam muito nesse idiota.

— Então Lisa já formulou uma resposta? — Bryan indaga entrando na frente do Scott.

— Na verdade garotos... Eu não precisei formular ou pensar na resposta, pois desde sempre, nunca os vi romanticamente. — seus olhares se direcionam ao chão. — Eu peço perdão por não corresponder esses sentimentos. Eu nem sei o que é o amor de verdade... Ainda estou aprendendo muita coisa. Como não quero acabar com amizades que vocês têm, pois é algo tão bonito e não quero fazer joguinhos com vocês, por isso estou sendo curta e objetiva. Valorizem mais a amizades de vocês. Eu digo que é algo raro hoje em dia... Pois uma garota vocês podem encontrar toda hora, mas uma amizade verdadeira não, então não desperdice isso.  Sinto muitíssimo! — abaixo a cabeça enquanto fecho os olhos.

Todas as palavras doloridas também doeram em mim, mas não como neles. Todos estão silenciosos e pensativos. 

— Lisa... Eu não tenho dúvida de que você é uma pessoa especial e extremamente gentil. Eu fiz bem em tentar te conquistar. — o sorriso de Jonathan é fraco, mas franco. — Nós todos estamos um pouco envergonhados por sua resposta, mas acontece. Mesmo assim nós queremos ser seus amigos, pois sei que ensinará muita coisa há nós ainda.

— Eu concordo. — Bryan coça a cabeça. — Obrigado por abrir nossos olhos, pois está briga estava desgastando nossa amizade. E todos nós concordamos que se você gostasse de um de nós, a gente apoiaria, mas como não gosta, mesmo assim queremos que seja feliz, vamos torcer muito para isso.

— Lisa vai doer de ver com outro, mas você será feliz e isso irá deixar a todos felizes. — Noah beija minha mão.

—  Obrigado a todos por compreender o meu lado. — sorrio fortemente por receber uma ótima notícia enquanto seguro as pontas do vestido. — Se me dão licença... Estão me esperando. — pisco ao ver minhas amigas. 

Pov. Scott Reymond (ponto de vista)

 Sei que Noah desistira de Lisa, mas Bryan e Jonathan não me enganam.  White é persistente e King é corajoso. Seus entreolhares um para o outro estão frenético, parecem que planejam algo.

— Coitada. — gargalho. — Ela acha que vocês vão desisti tão facilmente.

— Eu vou desistir, pois diferente de vocês eu respeito a decisão dela — Bennet resmunga. — E vocês dois deveriam fazer o mesmo!

— Como se um garoto dócil fosse mandar em mim. — White revira os olhos.

— Eu também não quero desistir assim. — King sorri confiantemente. — Pois ela disse que não gosta de um de nós ou de outros, então ainda há chances de roubar seu coração.

— Só se ela se apaixona, eu desistirei. — meus dois amigos persistentes falam ao mesmo tempo com o peito estufado.

— Vocês são idiotas? — Liam imita o modo que a Lisa fala. — Ela disse não, então acabou a brincadeira, vocês não entendem o que significa não? Se vocês tentarem algo a mais, eu posso afirmar que Black Rose odiaram vocês por não respeitar sua decisão final. E assim vocês acabaram com tudo. Até o pouco de amizade que conseguiram agora. — como sempre Adams agindo como paizão do grupo. Ele é o mais responsável desse grupo.

— Vocês estão me deixando louco. Todo dia agora só fala nesta garota. Chega! — esmurro a parede e percebo que eles ficaram assustados por minha atitude.

— É verdade pessoal! — Liam bate as mãos. — Chega de falar em garotas, ou melhor, em especifico essa e vamos ao treino de basquete. — ele segura meu ombro com um sorriso.

Antes de entramos no ginásio, trocamos nossas roupas junto com o time. Assim, quando entramos, vimos que há muitas garotas, mais do que o normal, então como sou confiante e incrível, vou até o meio do ginásio e elas começam a gritar após eu amostrar meu abdômen genial e meu sorriso perfeito, percebo que algumas meninas começam a brigar entre si: “Este sorriso foi para mim”, ”Claro que não ele está olhando para mim”.

— Se acalmem gatinhas — faço sinal de silêncio e todas calam a boca. — Tem Scott para todas! — eu pisco e a multidão estremece.

Eu não entendo o porquê de tanto grito, pois todas sabem que eu sou um cafajeste e mesmo assim gostam de mim, ou melhor, continuam no meu pé. Confesso que isso ás vezes cansa, pois não tenho sossego, mas ás vezes eu também me sinto incrível por ter tanta atenção. Tudo tem seu lado bom ou ruim, visto que eu gosto de ser cobiçado, porém enjoo.

O melhor é me concentrar do jogo enquanto arrasarei mostrando meu talento e claro... Beleza. Desse modo, depois de algumas horas puxadas de treino, percebo que estou suado demais e antes de ir ao vestiário, eu mandei um beijo para as garotas eufóricas. Elas não pararam de gritar, mas também quem não ficaria encantada por essa beldade...? É... Só uma. Eu não ligo, há muitas aqui meninas para eu me preocupar com uma .

Mais um dia incrível se passou, mas nem tão incrível assim, pois agora vou ter que levar da minha cama e ir a aula... E a primeira aula é literatura. Obviamente vou me produzir maravilhosamente como todos os dias e até passar um perfume mais forte.

Quando vou até a porta da sala, começo a sorri lindamente e bagunço meu cabelo e todas as meninas direcionam seu olhar a mim enquanto dizem: “Oi”, “Olá”, “Bom dia!”. Todas, menos Lisa que olha para o nada enquanto debruça sua mão no queixo. Ao chegar perto dela, eu simplesmente não olho em seu rosto, como ela também não olha o meu. Somos dois estranhos que estão em um ambiente insuportável. Assim que o professor entra na sala, ele começa a sorri ao mesmo tempo em que olha para Parker.

— Bom... — ele bate na mesa. — Como todos sabem na aula passada, todos colocaram na caixa um tema que queriam para aula. Então... Agora eu vou tirar. — o professor pisca e enfia a mão na caixa e pega um papel em seguida. — Olha... O que temos aqui? Esse tema foi escolhido por Parker e ela escolheu o tema “amor”. Então vamos falar desse tema que interessa muita gente!

Lisa e eu ao mesmo tempo batemos na mesa e olhamos um para o outro com os olhos arregalados. Voltamos nosso olhar para o professor e eu engulo saliva enquanto mexo nos meus dedos. Nós dois estamos quase tendo um treco aqui. Que tema mais careta.... Meu único amor sou eu mesmo e acabou.  Meu coração não para de pular, parece que estou em meio ao um jogo de basquete e meu coração está rápido por conta de grande esforço físico.

Pov. Lisa Black Rose (ponto de vista)

Não bastou ontem eu ficar quase sem comer, Parker ainda tem que estragar uma das minhas aulas preferidas. Puxou seu cabelo para ela se vira para mim e confusa a olho.

— Como... — Eve sussurra para mim. — Não quis conversar comigo sobre esse tema, eu tive que tomar medidas drásticas.

Minha boca está entreaberta... Eu não entendo porque inventaram o amor.... Eu só vejo as pessoas sofrendo por causa dele, sendo assim porque existe ele?

— Alunos definir o que é amor não é uma tarefa fácil, pois cada pessoa representa o amor de um modo diferente. O amor é realmente lindo ou doloroso para alguns. — ele sorri enquanto olha para mim. — O amor é um sentimento de carinho, uma   demonstração de afeto que por si só motiva a necessidade de proteção da pessoa ama. — com a última frase, eu levanto minha mão e ele deixa falar visto que fez um sinal com as mãos.

— Porque existe amor exatamente? 

— Lisa o amor é um sentimento que supera todos os outros. É impossível definir ele por completo. E nós todos temos algo que amamos... Seja nossos pais, amigos ou algo do tipo. Este sentimento nós dá felicidade ou tristeza, ele faz nossa vida ter um sentido. O melhor lugar do mundo é sempre ao lado de quem te faz feliz certo? Basicamente sem o amor iríamos tratar todos mal, sem se preocupar com ninguém e o mundo seria um caos e haveria muitas coisas ruins nele, mais do que já tem. — eu fico sem palavras para indaga mais.

— Professor — Scott começa a falar sem ao menos permitir permissão. — Eu nunca senti esse negócio de "amor" por ninguém. Eu tenho que ir ao médico? — o idiota usa um tom debochador e sorri vitorioso, mas o professor não se intimida e começa a gargalhar.

— Nunca sentiu? Eu não concordo você não ama sua família ou seus amigos? E eu você não ama sua namorada? E eu também já percebi há muito tempo que você senhor bagunceiro tem olhando mantido seu olhar muito na... — antes que ele pudesse falar a última palavra, Scott bate na mesa.

— Foi uma pergunta retórica, amigão!   

— Se acalme Reymond — Eve pisca. — O professor está brincando com você. — ela se levanta da cadeira e fica à frente da sala. — Bom eu vou recitar uma frase de Aristides Wanderley que diz: “As palavras podem te fazer sorrir, mas só o amor pode te fazer muda”. Então eu trouxe essa frase para demonstrar que o amor muda as pessoas. — eu mordo meus lábios e aperto minha calça.

— Eve... — Miller se levanta também. — Me apresentou uma frase de um brasileiro, ele se chama Caio Fernando e a frase diz: “Foi muito lindo te ver pela primeira vez e pensar, sem palavras: eu quero”. — eu percebo que Scott está nervoso também por bater os dedos na mesa e olhar para o chão.

— Obrigada senhorita Parker e senhorita Miller por preparar uma frase tão bonita mesmo não sabendo que iria ser o tema que esperavam. Então estavam com muita fé. Agora eu vou chamar aqui na frente uma das minhas melhores alunas e o aluno mais bagunceiro e falante da sala... Venham à frente Black Rose e Reymond. Como vocês tiraram a maior nota na apresentação da pequena peça de teatro, eu quero que reproduzam uma peça que eu escolhi aqui. — o sorriso do professor é maldoso.

Eu retribuo o sorriso, porém com medo do que irei atuar, sem pensar muito, levanto-me e Scott também, mas irritado com cara de tédio.

A sensação de insegurança que estou sentindo, Reymond também está sentindo ao julgar seu olhar desconfortável. Pego o script e começo a ler junto com o idiota ao meu lado.

— Desculpa professor...  — paro de ler e direciono meu olhar para ele. — Mas eu não posso atuar isso. Minha mãe há muito tempo contou-me o final verdadeiro da Pequena Sereia (para eu não ser mais uma garotinha frágil que espera o príncipe encantado). O príncipe que Ariel se apaixona casa com uma garota humana e o coração dela se parte então desesperada se arrepende de ter trocado sua vida no mar pela vida humana tudo por uma ilusão que virou uma dor. Para se tornar sereia novamente, ela deveria assassinar o garoto e deixar o sangue dele cair sobre seus pés. Mas Ariel não conseguiu matá-lo. Ela se joga no mar, e assim se transforma em espuma.

— Eu concordo totalmente com Black Rose! — Scott aliviado respira por não apresentar mais as falas de romance.

— Hum... — o professor para um momento para pensar. — Qual é a ideia de vocês, pois quero uma apresentação que demonstre o amor.

Começo a refletir, mas não consigo pensar em nenhuma cena de amor, ou melhor, que demonstre o amor. Então de repente Reymond parece ter dito uma ideia por ver seu sorriso vitorioso.

— Ei! — o idiota berra todo animadinho. — Você se lembra das falas do Romeu e Julieta que você não deixou apresentar, porém tivemos que decorar para nós não perder no meio das falas?

— Não muito, porém se você começar eu lembrarei.

— Então... — ele arranha a garganta. — Os santos e os devotos não têm boca? — Scott entra no personagem usando uma voz calma e eu me lembrei das minhas falas.

— Sim, porém só para orações.

— Deixa que está boca mostre o caminho aos corações! — Reymond coloca a mão no coração.

— O santo erguer o voto sem se mexer! — sigo o ritmo do script, porém não me lembro da próxima fala.

Fica um silêncio e assim recordo da seguinte cena... Ela tem... Um minuto agora há uma cena de beijo?

— Então fica quietinha, em tua boca me limpo dos pecados!  — o Reymond idiota segura meu rosto com suas mãos e se aproxima de mim enquanto eu fico de olhos arregalados, esperando ele parar, pois isso é uma ficção.

Eu fico paralisada por sua atitude.... Eu não consigo reagir a isso, de repente ouço um barulho de cadeira caindo e alguém bate na mesa fortemente.

— Professor! — Becker grita nervosa e assim Reymond se separa de mim por conta do susto. — O amor é a dança da emoção, certo? — ela faz um passo de dança ridículo.

— Becker! — Eve se levanta e grita. — Agora iria ter a cena do beijo entre Romeu e Julieta, mas você estragou!

— Por isto interrompi! — Samanta responde mandando um beijo para minha amiga.

— Silêncio alunos! — ele bate na mesa com as duas mãos, muito irritado com a gritaria. — Eu estou muito decepcionado com a sala, pois eu queria fazer uma aula mais participativa para não ser uma aula chata, porém a sala não está merecendo. Por conta de alguns vamos encerar esse assunto. Peço desculpa a todos que estavam gostando da aula, mas tenho que ser rígido para vocês me respeitarem. 

Sento-me no meu lugar com uma cara triste, mas por dentro estou aliviada, Becker pela primeira vez foi útil para algo, seu ciúme no caso. Ela tirou um peso das minhas costas. Uma coisa é certa, eu quero matar Parker por colocar como tema da aula o amor, simplesmente quero fugir desse assunto.

Na hora da chamada eu sempre noto que há uma menina que sempre fica no fundo da sala em silêncio, ela só abre a boca para responder a chamada. Sei que seu nome é Jasmine Jones e também tem um estilo rockeira e quando as aulas acabam ela fica com os pés em cima da mesa. Eu tenho vontade de fazer amizade com ela, pois acho que temos muito em comum e visto que só fiz uma amizade e foi através de Eve.

Peço para minhas amigas irem à frente, elas perguntam o motivo e eu digo que vou pergunta tirar umas dúvidas com o professor, então depois delas irem, eu vou até o fundo da sala e fico na frente da Jones.

 — Desculpa... — arranho a garganta. — Seu nome seria Jasmine Jones certo? Eu percebi que você é boa em química. Então você não poderia me dá umas aulas? — digo em um tom de deboche para descontrair e a cara dela não foi simpática, ela me olhou de cima a baixo e depois revirou os olhos.

— Primeiro eu odeio que me chamem de Jasmine, apenas Jones para você e para todo mundo. — Jasmine tira seus pés da mesa e me encara. — Segundo eu não faço caridade para patricinha metida.

— Primeiro é feio julgar as pessoas pelas roupas que elas usam, segundo eu não sou patricinha e terceiro eu não quero sua caridade, mas sim ajuda. — bufo. — quarto, eu agora vou embora, pois percebi que duas pessoas frias no mesmo lugar não dão certo. — mostro língua.

— O que você quis dizer com pessoa fria? — ela pergunta com a cabeça levemente virada para o lado.

— Meu bem... — dou um sorriso malvado. — Você não me conhece. Eu sou a inimiga da Becker, a número um sim eu me gabo, pois eu sei como irritada como ninguém. Ela me odeia por ter a descartado feito lixo, pois no primeiro dia de aula, ela me convidou para me sentar-se à mesa dos populares, mas após isso escolhi não virar popular e isso ela ficar irritada por eu ser a primeira a rejeitar essa oportunidade e eu namoro o garoto mais cobiçado da escola. Minhas roupas não são compradas por mim então eu não tenho opção a não ser usar. Agora se eu sou uma patricinha o que Becker é? Um amor de pessoa?  — viro para ir embora e ela fica em silêncio.  

— Ei! Foi mal... Depois de várias pancadas, eu aprendi que não devemos confiar nas pessoas, porém gostei do seu jeito. — pela primeira vez vejo a sorrir. — Pode me chamar de pouca sombra. Meus amigos me chamam assim por ser baixinha. — começamos a rir juntas.

— Sou Black Rose. Não tenho apelidos.  

— Seu sobrenome é tão legal, pois é uma rosa tão rara. Eu vou te chamar de rosa preta.

— Muito criativa você! — ironizo. — Então foi um prazer te conhecer pouca sombra.


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