Meu Eu Depois Dela escrita por LilyMPHyuuga


Capítulo 9
O Orgulho dos Hyuuga


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas! ♥
Nem demorei dessa vez, não é? xD Eu confesso que tava morrendo de saudade de postar um novo capítulo! As últimas semanas na faculdade foram um pesadelo! Quase não dormi, rsrs. ^^" Ainda bem que só faltam 3 semanas... 3 semanas e então estarei livre! o/o/o/
Mas vamos aos agradecimentos do dia...
Primeiramente, muito obrigada a Kiaend, Luciana Neves, callalily, Bia hime naruhina sasusaku, Pandinha e SBFernanda pelos últimos comentários! Vocês sabem como deixar essa autora derretida, né? ♥
Segundo, obrigada aos que estão acompanhando (68) e que favoritaram a fic (13)! Muito obrigada! ♥
Quero agradecer também à SBFernanda que me ajudou com a betagem do primeiro capítulo! Ainda hoje editarei o capítulo 1! ♥
E por fim, mas não menos importante, agradecimentos do tamanho da Via Láctea para SchneiderUchiha e callalily pelas recomendações MA-RA-VI-LIN-DAS! Muito, muito, muito obrigada, gente! Vocês não fazem ideia do quanto me deixaram feliz! Amo vocês! ♥ ♥ ♥
Amo todos vocês! ♥ ♥ ♥

Espero que gostem de mais um capítulo!
Boa leitura! ♥



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Levou mais tempo que o esperado. Tanto que Naruto até tinha se esquecido. Quando o guarda bateu na porta deles, agradeceu mentalmente por Hinata não estar em casa no momento.

— Pois não? — Não escondeu a surpresa ao ver um Hyuuga na sua porta.

— Hinata-sama está?

— Não. Pode falar comigo.

O homem estreitou os olhos em sua direção, como se pensasse duas vezes antes de falar com um garoto usando um avental cor-de-rosa e segurando um pano de prato.

— Eu darei o recado — garantiu, já incomodado.

— Pois bem. Diga que o Conselho dos Hyuuga a convida para a próxima reunião, em dois dias, no Salão Principal do clã.

— Por quê? Hinata nem mora mais lá!

— Mas ainda é a herdeira da Família Principal — respondeu entredentes, irritado com a interrupção. — O casamento de vocês será um dos temas abordados, então é essencial que ela não falte. Às três da tarde, não esqueça de avisar.

— Não vou.

E o homem alto lhe deu as costas e partiu, sem se despedir. Naruto fechou a porta com força, pensando seriamente em esconder essa reunião de Hinata. Ela não tinha mais nada com o clã, então que diferença faria ir ou não?

“Eles querem ouvir da boca de vocês o anúncio do casamento, querem ter certeza que é de verdade, que não é uma armação para minha irmã não assumir a liderança”.

Estalou a língua, chateado. Ainda precisavam convencer os Hyuuga que o casamento era real, que Hinata estava desistindo da liderança porque o amava e queria formar uma família com ele – uma nova família Uzumaki.

Ainda não tinha passado pela cabeça dele como fariam isso, mas imagens começaram a surgir...

As mãos dadas já eram normais, quase essenciais quando saíam juntos. Os abraços eram sempre espontâneos, e ele adorava sempre que Hinata tomava a iniciativa. Ela também estava mais carinhosa, beijando a bochecha do rapaz ao se empolgar ou quando ficava orgulhosa de algo que o loiro fazia. O oposto era mais frequente, porque ele ainda adorava vê-la corada.

Entretanto, era a primeira vez que pensava em beijá-la na boca.     

Sentiu o rosto esquentar no mesmo instante, a colher de pau apertada na mão direita, e a esquerda erguendo-se distraidamente até os lábios. Fechou os olhos por um instante, tentando imaginar como seria ter o rosto tão próximo de Hinata... Só o pensamento lhe arrancou um sorriso bobo.

— Estou em casa!

Naruto deu um pulo no lugar, correndo até a sala.

— Bem-vinda, Hina! — falou animado. — Está com fome?

— Muita! Eu... — Ela, que ainda não tinha visto o rapaz, interrompeu a própria frase ao colocar as mãos sobre a boca, numa tentativa fracassada de não rir.

— O que foi?

— Não achou seu avental, Naruto-kun?

Ele olhou para baixo, enfim se dando conta do quão ridículo estava com um avental rosa-bebê com babados brancos nas bordas. Respirou fundo e deu de ombros. Era melhor do que sujar suas roupas por baixo, ele concluiu.

— Tome seu banho, Hina — falou orgulhoso. Hinata riu mais. — O jantar está quase pronto.

— Você fazendo o jantar? — Ela o seguiu até o fogão, curiosa. — Quer dizer que não vou tomar sopa da padaria hoje?

— Que engraçadinha...

Hinata o abraçou por trás enquanto ele mexia no cozido. Olhou-a por cima do ombro, sorrindo ao notar a diferença de alturas. Desde quando Hinata era tão baixa? Ela o abraçava pelas costas, a cabeça dela mal chegando em seus ombros.

— Isso está cheirando muito bem!

— Agradeça à sua coleção de receitas. — Apontou para o livro aberto na bancada ao lado.

— Eu sabia! — Riu, vitoriosa.

Naruto então decidiu não contar sobre a reunião naquele dia. Aproveitou-se de uma Hinata dengosa e, no decorrer da noite, transformou-a numa Hinata mimada. O loiro teve que confessar que gostou da experiência de fazer todas as vontades da garota, por mais simples que fossem. Era como se os papéis tivessem se invertido por algumas horas, e Naruto esperava que ela tivesse a mesma sensação. Afinal, nunca seria capaz de retribuir o suficiente todo o tempo que ela dedicara para cuidar dele.

Quando a notou cochilando no sofá, ainda na metade do filme que escolheram para assistir, Naruto foi todo gentil ao carregá-la no colo e levá-la, propositalmente devagar, para a cama. A moça se encaixava perfeitamente em seus braços, o corpo pequeno manhosamente agarrado no dele, como se também desejasse que ele não a soltasse. Naruto, porém, teve que fazê-lo. Hinata abriu os olhos quando sentiu a cama embaixo de si.

— Não demore a vir dormir, Naruto-kun.

— Do que está falando?

Ela sorriu quando o viu se deitar também. Hinata se aproximou dele, colocando uma mão sobre seu rosto. O coração do garoto disparou. Lembrou-se do desejo de beijar a boca da morena, e agradeceu mentalmente pelo quarto escuro. Assim, Hinata não o veria corar.

— Naruto-kun, eu...

Ela hesitou. Os olhos brancos brilhando profundamente não passaram despercebidos a Naruto.

— Você...?

Hinata então sorriu docemente, como se mudasse de ideia.

— Encontrei uma vidente durante minha missão hoje.

Naruto se esforçou para não parecer desapontado.

— Mesmo?

— Sim. Sabe o que ela me disse? — Ele negou. — Ela disse que eu tenho que parar de perseguir minha felicidade.

— O quê?

— Acalme-se. — Ela riu de seu espanto. — A vidente disse que não há mais razões para eu continuar buscando minha felicidade, porque... bem, em poucas palavras, porque eu já moro com ela.

Hinata não esperou para ver sua reação. Aconchegou-se sobre o peito do rapaz, que não teve como esconder seus batimentos acelerados. Ela adormeceu em poucos minutos. Naruto não.

Há muito tempo ele percebera que Hinata era o motivo de seus sorrisos e seus sonhos. Acordava pensando nela, procurando por ela, irritando-se quando passava o dia longe dela... até seus amigos faziam piadinhas sobre como ele era um bobão quando estava perto de Hinata. Ele não ligava muito porque, no fundo, sabia que era verdade.

Por isso comprara o anel e a pedira em casamento em público: porque já não queria mais viver longe da garota com o sorriso e os olhos mais bonitos que ele conhecia.

Mas e a Hyuuga? Por que quase nunca dizia o que sentia?

“Porque eu te amo, Naruto-kun”.

Era engraçado como aquela frase estava surgindo com cada vez mais frequência em sua mente. Poderia jurar que, há poucos minutos, ela repetiria a declaração, mas se conteve por causa da timidez. Qual seria o problema, Naruto pensou, em dizer que o amava? Eles eram grandes amigos que iam se casar, afinal de contas. Seria tão estranho assim para Hinata? Naruto percebeu que não tinha problema nenhum em admitir que amava seus melhores amigos.

Tomou um susto quando Kurama falou a frase que o deixou aturdido...

— A não ser que não seja um amor de melhor amigo, não é?

... E encheu seu coração com esperança.

 


Os dois dias passaram, para a infelicidade de Naruto, com uma velocidade surpreendente. Avisara à Hinata sobre a reunião poucas horas antes, e ainda assim se arrependeu de fazê-lo, pois a morena ficou todo o tempo pensativa e distante.

— Sei que está nervosa, Hina — ele falou rapidamente. — Mas achei melhor enfrentarmos isso de uma vez.

Ela concordou, é claro, mas o ânimo da Hyuuga continuava no fundo do poço. O garoto tentou até distraí-la com doces, mas Hinata continuava aérea demais para se deliciar com as guloseimas. Naruto se sentiu agradecido quando enfim resolveram se arrumar para a reunião: a moça começou a falar o quanto aquilo não parecia uma boa ideia.

— Eu concordo. Mas ou é isso ou é a liderança dos Hyuuga para sempre.

Hinata estalou a língua.

— Prefiro a reunião.

Ela também sugeriu que ele não fosse, mas Naruto bateu o pé e ficou pronto antes dela. Não a deixaria sozinha com aqueles leões, argumentou, o que pareceu deixá-la mais calma. Andaram sem pressa até o clã, o loiro de vez em quando olhando de esguelha para sua noiva com um vestido preto comportado e uma trança sobre um dos ombros. Linda como sempre, ele pensava, sentindo-se o cara mais sortudo de Konoha por ter uma princesa ao seu lado – Hinata não gostava quando a lembravam de seu sangue azul, a humildade destacando seu lado gentil. Naruto não tinha a intenção de lembrá-la da família mais rica da Folha, e sim elogiá-la por sua beleza e doçura. Naquele momento, no entanto, ele achou melhor não tocar no assunto. As mãos nervosas dela segurando seu braço pareciam um pedido desesperado para que a levasse para qualquer lugar, menos ao Clã Hyuuga.

— Bem-vinda, nee-sama, Naruto-kun... — Hanabi os saudou logo na entrada e fez questão de acompanhá-los até o local da reunião. — Não me deixaram participar dessa vez, mas estarei do lado de fora, esperando por vocês.

Naruto se assustou quando percebeu que “o local da reunião” nada mais era do que uma casa inteira, provavelmente três vezes maior que o apartamento onde morava com Hinata. Nenhuma das irmãs pareceu surpresa que uma simples reunião ocupasse tanto espaço, então resolveu não comentar nada, principalmente depois de avistar o atual líder do clã do lado de fora da casa, aparentemente aguardando a chegada do casal.

— Estão atrasados. — A voz de Hiashi soou rígida.

— Faltam dez minutos para as três horas! — Naruto rebateu.

— Achei que iria nos anunciar antes — Hinata respondeu quando o Hyuuga o ignorou.

— Os conselheiros exigem a presença de vocês — amargurou. — Nunca fui tão questionado antes... muito menos por sua causa.

Ele deu as costas aos dois, entrando no casarão onde, pelo que Naruto pode ver, havia uma ampla mesa e várias pessoas ao redor, ansiosas. O rapaz segurou a moça pela mão antes que ela desse um passo. Voltou-se para ela, segurou o rosto delicado e beijou a testa pálida demoradamente. Hinata passou os braços ao seu redor e ele notou que os olhos perolados se fecharam perante ao beijo terno.

— Você confia em mim?

— Eu confio.

Naruto fez força para não se render àquela voz suave e beijar aqueles lábios trêmulos. O clã poderia ver aquele gesto com naturalidade (ou não), mas o que pensaria Hinata? Não quis correr o risco dela se assustar ainda mais e causar desconfiança para o restante dos Hyuuga.

— Vai dar tudo certo. — Encarou os olhos dela para não ter que olhar para sua boca. — Sairemos daqui rindo de nosso nervosismo.

Hinata sorriu pequeno e segurou fortemente sua mão até entrarem no enorme salão. Sentaram perto de Hiashi (mas não do lado) e assistiram, por uma longa hora, os anciões debaterem, indecisos, sobre o casamento entre Hinata e “um não-Hyuuga”. Naruto nem ligou. Conseguiu distrair a noiva por boa parte do tempo, seja com uma brincadeirinha com as mãos, seja com um papel e uma caneta que estavam de bobeira sobre a mesa. Basicamente só respondiam “sim” ou “não” para o Conselho.

— Eu insisto para que pensem melhor. — Naruto ouviu Hiashi dizer a certa altura. — Hinata fará dezoito anos, não é mais uma criança. Já pode muito bem escolher o que quer para a própria vida, inclusive o noivo.

Se Naruto não soubesse que Hiashi defendia o casamento por causa de seus próprios motivos, poderia facilmente acreditar no papel de bom pai que ele fazia.

— Um noivo que não faz parte do clã! — gritou um senhor do outro lado, indignado.

— Estamos falando de Uzumaki Naruto, o herói da Folha! Há muito ele deixou de ser “o hospedeiro da Kyuubi”!

— Não sabia que meu pai gostava tanto de você — Hinata sussurrou ao pé de seu ouvido, fazendo-o rir baixinho.

— Eu também não.

A conversa parecia não ter fim e rodar num mesmo ponto. Então, já com a paciência à beira de esgotar, Hiashi jogara sua carta:

— E quanto à Hanabi? — Sua voz firme fez as vozes mais altas se calarem. — Ela também é minha filha e herdeira, com um excelente dou...

— Sabemos de sua preferência, Hiashi-sama — um homem que parecia ter quase oitenta anos falou pela primeira vez, e todos pararam de falar e prestaram atenção. Inclusive o líder do clã. — Sabemos das habilidades de Hanabi-sama, assim como sabemos das habilidades excepcionais de Hinata-sama. Nada nos passa despercebido, sabe? Às vezes parece que você esquece que também temos o Byakugan.

— E-Eu não... — Naruto arregalou os olhos ao ver Hiashi gaguejar.

— Não quero explicações. — O homem levantou a mão enrugada, e o outro rapidamente calou-se. — Estou velho e preciso descansar. Chega dessa baboseira.

Ele fez algum esforço para se levantar. Muitos levantaram, em sinal de respeito, mas ele pediu para que se sentassem novamente, pois iria tomar a palavra. E então olhou diretamente para Hinata.

— Hinata-sama... — O sorriso que apareceu no velho rosto era tão sincero que o Uzumaki se comoveu. Olhou para Hinata, o semblante cheio de compaixão e ternura. Ela parecia respeitá-lo muito. — Diga-me, pequena criança: é de seu desejo casar-se com Uzumaki Naruto?

— É sim, senhor.

Por baixo da mesa, Hinata segurou forte a mão de Naruto.

— Mesmo sabendo que você pode ter um futuro brilhante como líder desse clã?

— Sim, senhor. Eu fico agradecida por me reconhecerem, de verdade. Mas o meu sonho é ficar ao lado de Naruto-kun.

O homem deu um sorriso aliviado, passando a olhar para cada membro do Conselho e demorando um pouco mais o olhar em Hiashi.

— Não vejo por que mais discutir. — Um burburinho surgiu ao fundo, mas foi rapidamente contido pelas próximas palavras dirigidas à Hinata. — Se acha que é o melhor para você sair do clã, não há o que negociar... mas preciso que diga do fundo de seu coração: quem você quer no lugar de seu pai, o lugar que estava reservado a você desde que nasceu?

Hinata abriu um enorme sorriso.

— Ficaria orgulhosa se aceitassem minha irmã, Hanabi, como futura líder de vocês! Ela ainda é jovem, mas aprende depressa. Meu pai tem razão quando diz que o Byakugan de Hanabi é tão desenvolvido quanto de um adulto.

O velho pareceu satisfeito com a resposta, pois devolveu o sorriso para Hinata e voltou a se sentar, mesmo com o recomeço dos protestos.

— Acho que ainda é válido dizer — um homem de meia-idade pareceu se sobrepor aos outros — que isso ainda parece como uma tentativa de fuga de Hinata-sama para fugir da liderança. Quem garante que Hanabi-sama seja tão forte quanto ela?!

— Eu garanto! — Hinata respondeu à altura. — E se não confia na minha palavra ou na de meu pai, por que está aqui?

O homem pareceu recuado e hesitante por um momento, mas não ficou quieto por muito tempo.

— Eu respeito sua decisão, Hinata-sama, mesmo que ela seja tão duvidosa quanto seu casamento com Uzumaki-san. — Hinata e Hiashi se levantaram de supetão, os mesmos olhos brancos estreitos em direção ao dono das palavras audaciosas. — Mas exijo uma prova de que seu casamento é real, e não uma farsa para renegar o clã que a acolheu e a transformou na mulher que é hoje.

— Cuidado com suas palavras, Koji — o velho falou calmamente.

— Estou ciente das minhas palavras, Tatsuo-sama. Não pretendo ofender Hinata-sama, muito menos Hiashi-sama. Estou falando a verdade, e acho que muitos aqui concordam comigo quando digo que, graças aos treinamentos intensivos com Hiashi-sama desde que era pequena, Hinata-sama nos mostrou seu valor na última guerra.

Para o desespero de Naruto, realmente muitos concordaram com a cabeça.

— Diga logo o que sugere, Koji — chiou o líder.

Não passou despercebido a ninguém, mesmo a Naruto que não possuía um Byakugan, o sorriso rápido de quem está para dar o bote.

— Eu sugiro um herdeiro! — ele exaltou, orgulhoso. — A prova máxima de que o casamento é por amor ao Uzumaki, e não por despeito aos Hyuuga: um filho legítimo de Hinata-sama e Uzumaki Naruto...

A conversa alta voltou com tudo, e Hinata caiu na cadeira ao lado de Naruto, o rosto mais pálido do que o normal. O loiro agradeceu por todos os presentes se levantarem para discutir, seja aceitando ou recusando a ideia do tal Koji, e esquecerem Hinata.

— Hina! — Ele a sacudiu de leve, preocupado. — Você está bem?

— Como eu não previ isso? — falou baixinho para si mesma. Devido à proximidade, Naruto pode ouvi-la.

— Isso o que, Hina? — Como ela não respondeu, ele a sacudiu de novo, aflito. — Hina, fala comigo.

— Um filho...

— Um filho! — repetiu Koji a alguns metros deles, sorrindo vitorioso. — E só então a posse de Hanabi-sama como líder do clã! Sem um herdeiro, ficará provado que esse casamento não passa de uma farsa. E se for o caso, Hinata-sama assume a liderança assim que Hiashi-sama não tiver mais condições de fazê-lo.

Naruto ficou sem reação nos segundos seguintes. Hinata se levantou de repente, chamando a atenção de todos e falando apenas duas palavras para Koji, que saíram com uma firmeza que ela não parecia ter há poucos instantes:

— Eu aceito.

Dito isso, ela segurou a mão de Naruto e o levou para fora do salão, deixando para trás vários Hyuuga’s boquiabertos e, Naruto conseguiu avistar, um velho senhor chamado Tatsuo com um sorriso orgulhoso.

 


Chegaram em casa no mais completo silêncio. Naruto sugeriu uma ducha para relaxar, ao que ela confirmou timidamente. Tirou os sapatos e andou devagar até o quarto.

Naruto caiu no sofá, desolado. Não sabia o que fazer, o que dizer... afinal, como se consola uma amiga que acaba de descobrir que a solução para seus problemas é ter um filho com o melhor amigo, num casamento arranjado? Soltou um longo suspiro, cansado. Era bem verdade que agora pensava em beijar sua amiga de um jeito não tão fraternal, mas um filho... Era bem mais que um beijo!

O Uzumaki corou com o pensamento.

— Muito mais que um beijo — ele repetiu baixinho.

Há dois dias, enquanto pensava num jeito de convencer os Hyuuga que seu casamento com Hinata era real, imaginou pela primeira vez, por vontade própria, como seria beijar a herdeira da Família Principal.

Quando estava no hospital, logo após receber a prótese, Naruto teve um sonho incomum. Mas foi apenas um sonho... um sonho em que a pedia em casamento, gritando animadamente o quanto estava ansioso para começar uma nova vida ao lado dela... beijos eram comuns entre eles, inclusive as crianças que corriam por perto, muitos anos à frente.

Só pensara em beijos e crianças. Nunca no que teriam que fazer para ter as crianças...

Naruto sentiu o rosto queimar novamente.

Tratou de afastar os pensamentos da cabeça, pelo menos por ora. Hinata precisava de apoio, e não de ideias que com certeza a deixariam escondida no quarto o dia inteiro, tamanha sua vergonha.

— Hina? — Ele bateu na porta do banheiro. Não ouviu resposta. Abriu devagar e encontrou o ambiente vazio.

Ela ainda estava no quarto, perdida em pensamentos. Naruto parou na entrada, os olhos levemente arregalados com a visão de sua noiva, de pé em frente à janela, o olhar fixo em algum ponto lá fora e com o corpo banhado pelo crepúsculo. O rapaz deixou-se ser atraído por aquela visão angelical, passando os braços pela cintura fina e beijando o ombro parcialmente nu de Hinata. Beijou as bochechas rosadas, sentindo-se aliviado ao ver que ela não chorava.

— Quem era o senhor simpático na reunião? — Arrancou dela um sorriso.

— Meu avô. Pai de minha mãe. Um homem muito bom... — Ela o olhou de lado, doce. — Ele é um homem muito honrado, sabe? Todos o respeitam, porque ele é sábio. Já viveu muito, viu quando meu pai se tornou líder, e era jovem quando o pai de meu pai liderou o clã. É praticamente a memória dos Hyuuga encarnada.

— Você gosta muito dele.

— Sim... — Não era uma pergunta, mas Hinata sentiu a necessidade de confirmar. — Ele me apoiou quando confessei que não queria ser a líder. E então me falou sobre minha mãe... ela era apaixonada por meu pai, sabe? Desde pequena. Meu avô ficou triste quando eles se casaram, porque não achava que meu pai seria um bom marido, mesmo que já fosse um bom líder. — Hinata suspirou tristemente. — No fim, todos viram que ele tinha razão... minha mãe morreu de desgosto, e meu avô sofreu muito quando ela partiu. Prometeu no túmulo dela que cuidaria de mim e de Hanabi, que não deixaria a obsessão de meu pai pelo clã arruinar nossas vidas. Bom... — Ela forçou um sorriso. — Ele tenta pelo menos. Ainda continua nos apoiando, mesmo com toda essa loucura.

Hinata apoiou a cabeça no peito dele, respirando fundo e controlando as lágrimas.

— Ele que cuidou de Neji quando meu tio morreu. Ele fez o possível para que Neji não guardasse mágoas da Família Principal, mas não conseguiu impedi-lo de se ressentir por causa de meu pai. Olhando agora, não tenho como culpá-lo... — Mais um suspiro. — Neji queria ser o líder, sabia? Nunca gostou da ideia de se casar comigo para perpetuar a linhagem, mas riu e quase concordou quando sugeri que, se realmente nos casássemos, ou eu o nomearia em meu lugar ou ele seria o líder por baixo dos panos. — Naruto sorriu com a ideia. — Ele seria um bom líder, tenho certeza. O melhor que o clã já viu.

— Você também — falou sem pensar. Hinata o olhou surpresa. — Seria uma líder incrível! Forte, mas gentil. Melhor do que o seu pai... — Olhou-a por um instante, sorrindo com suas sobrancelhas erguidas. — Mas fico feliz que tenha me escolhido no lugar.

A moça soltou o ar, aliviada. Voltou seu olhar para o horizonte, para os últimos resquícios do pôr-do-sol, e segurou com força os braços de Naruto ao seu redor. Ele ficou com receio do semblante repentinamente sério.

— Temos que rever nosso plano, Naruto-kun. O Conselho me pegou de surpresa dessa vez.

Naruto não respondeu de imediato. Por um lado, o acordo de terem um filho para que Hanabi assumisse era surreal, quase sem lógica. Por outro, nem tanto. Eles iriam se casar, afinal. Um filho não devia ser um problema, tampouco a solução de um. Um filho, Naruto pensou do fundo do coração, deveria ser uma escolha deles, do casal, e não dos Hyuuga.

— Eles provavelmente escreverão o combinado, como se fosse um contrato — ela continuou, aflita. — Irão encher de detalhes, mas tenho certeza que tudo irá se resumir a Hanabi assumindo apenas com vinte e um anos e se nós dois já tivermos uma criança. E se papai deixar a liderança antes disso, eu assumiria até Hanabi completar a maioridade. — Hinata engoliu em seco. — Nenhuma opção me parece boa, Naruto-kun.

Um sentimento ao qual não estava acostumado o invadiu. Foi fácil identificá-lo. Se livrar dele seria mais difícil.

— Ainda quero me casar contigo, Hina.

Insegurança.

Ouviram o barulho alto da campainha. Hinata tomou um susto e o olhou nervosa, implorando silenciosamente para que ele deixasse quem quer que fosse de lado e lhe desse uma solução para o novo problema. Naruto, porém, ainda não sabia o que dizer para acalmá-la. Sabia que teria que externar seus pensamentos e sentimentos alguma hora, mas temia falar besteira e deixar a moça ainda mais inquieta.

— Confia em mim. — Ele segurou a mão dela e a beijou demoradamente. — Daremos um jeito. O tempo está a nosso favor.

O Uzumaki não tinha ideia de quem era, mas pelo horário só podia ser emergência ou uma missão. Ou uma missão urgente. Quando ele abriu a porta e encontrou Shikamaru, o casal soube de imediato que, Hinata gostando ou não, teriam que deixar a conversa para depois.

 


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Notas finais do capítulo

Levanta a mão quem esperava por essa! xD

Capítulo um pouco menor do que os outros? Sim. Mas eu preferi deixar esse e o próximo "pequenos", senão teríamos um GIGANTE! ^^" Mas prometo que trago o próximo até o dia 9/7, tudo bem? Antes das minhas férias, só porque vocês são um amorzinho! ♥
Não se esqueçam de visitar a minha pasta no Pinterest, onde mostro as fanarts que uso como capa do capítulo (no Spirit) e outras de como acredito ser o dia-a-dia do nosso casal mais lindo! ♥ Segue o link: https://br.pinterest.com/isisbrito8/meu-eu-depois-dela-fnh/
Mais uma vez, obrigada aos que estão acompanhando, aos que favoritaram, aos que comentaram e aos que recomendaram a fic! MUITO OBRIGADA MESMO! De coração! ♥
Até o próximo! =*



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