Meu Eu Depois Dela escrita por LilyMPHyuuga


Capítulo 7
"Porque eu..."


Notas iniciais do capítulo

Bu! =D
Olá, pessoas maravilindas! Trouxe logo capítulo novo porque é quase uma continuação direta do anterior, e eu não queria que vocês tivessem tempo de esquecer o que aconteceu antes desse. ^^" Esse aqui é um dos meus capítulos favoritos, então estou com as expectativas altíssimas para saber o que acharão dele (e dos próximos também, que completam a lista dos meus capítulos favoritos até agora). ♥‿♥
Agradecimentos especiais a Kiaend, callalily, SchneiderUchiha e Thammyzinhaa pelos comentários do último capítulo! Obrigada também a todos que estão acompanhando e que favoritam a história! Vocês são um amor! ♥
Leiam as notas finais, por favor.

Boa leitura! *-*



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As semanas que correram ficaram um pouco nubladas na mente de Naruto e Hinata. Os dois mal saíram de casa, os efeitos colaterais das células de Hashirama enfraquecendo o loiro por quase três dias inteiros depois de cada dose. Febre, dores pelo corpo e até mesmo alucinações fizeram com que Hinata o prendesse na cama até que os efeitos sumissem por completo. Ela o levava até o parque quando ele conseguia andar de novo, para que pudessem pegar um pouco de sol. Fazia-o andar por algumas horas antes de enchê-lo com as comidas que ele mais gostava e voltar para casa. Faziam isso pelos dias seguintes até que a nova dose chegasse.

Mesmo se sentindo fraco como nunca antes, Naruto poderia dizer que foram os dias mais felizes que teve ao lado de Hinata. Conversavam mais, e Naruto sentia o coração bater mais forte quando a jovem se abria com ele. A mãe, ela contava, era a pessoa mais gentil que já conhecera, e de quem ainda sentia muita falta. Neji ainda estava presente em seus sonhos também. De Hanabi ela sentia falta todos os dias.

— Ela é uma boa menina. — A Hyuuga desviou o olhar, meio envergonhada. — É um pouco mimada, mas tem bom coração.

Para não vê-la triste, Naruto também falava um pouco sobre si. Contou como e quando reencontrou os pais, do sentimento bom que eles deixaram, assim como a saudade. Hinata ouvia tudo atentamente, e se sentia mais disposta a continuar falando sobre sua vida. Por exemplo, não foi nenhuma surpresa saber que sua cor favorita era lilás. Mas descobrir que ela tinha uma paixão quase obsessiva por rolinhos de canela o pegou completamente desprevenido.

— Mas... — Ele fez uma careta. — Canela é amarga.

— Não quando está misturada com açúcar — argumentou.

— Nem açúcar tira o gosto da canela.

Hinata ria de seus contra-argumentos, rebatendo que lámen também era muito gorduroso e que ele sentia dor de barriga quando comia muito. Naruto teve que concordar, sorrindo junto com ela.

Iam ao parquinho toda sexta-feira, seja para ficarem apenas conversando no balanço, seja para brincarem com alguma criança extrovertida demais para aguentar vê-los quietos no balanço. Treinavam aos sábados pela manhã e iam visitar Kurenai e sua pequena bebê, Mirai, pela tarde. Passavam o resto do fim de semana em casa, aproveitando uma tranquilidade merecida antes da turbulência recomeçar na segunda-feira.

Receberam a última visita de Tsunade na terceira semana de junho. Agradeceram aos céus quando ela foi embora, logo depois de aplicar a injeção. Ela também estava aliviada por não precisar mais causar dor ao pupilo de Jiraiya. Avisou que poderiam colocar a prótese assim que ele se recuperasse da última dose.

Naruto aproveitou os poucos minutos de sossego para poder tomar um banho e tomar um café reforçado (pois provavelmente não comeria nos próximos dois dias). Se barbeou antes de voltar a colocar os pijamas, meio bobo ao recordar de Hinata fazendo o mesmo com ele sempre que a febre passava. O carinho e a dedicação dela o atraíam... às vezes o garoto não conseguia evitar a culpa que o assolava quando a via exausta, as olheiras destacadas no rosto tão branco, depois de passar dias inteiros acordada e zelando por ele. Somente quando voltavam a sair de casa, quando olhava para a morena e se deparava com um sorriso aliviado, que Naruto se sentia mais calmo e decidido a continuar. Faria qualquer coisa para proteger Hinata e vê-la com o semblante calmo que era sua principal característica, mesmo que para isso ele tivesse que ficar preso em casa durante um mês.

Faria de tudo para retribuir esse afeto incondicional que ela dava.

Ouviu a porta bater. Estranhou, mas deixou que Hinata abrisse a porta. Quem, em Konoha inteira, ainda não sabia que Naruto passava o começo da semana preso em casa por conta do novo tratamento?!

Saiu do banheiro e foi até a sala, tomando um susto ao ver a aspirante a líder dos Hyuuga parada na porta, o semblante sério ao falar com a irmã, mas repentinamente assustado ao notar que Naruto a olhava.

— Posso entrar? — insistiu Hanabi, olhando da irmã para o Uzumaki de forma apreensiva. — Papai não sabe que estou aqui. Acho que consegui despistar o guarda dele, mas não tenho muito tempo.

— Claro — falou frio. — Por que não?

Hanabi não ligou para sua ironia, passando como um furacão por Hinata e sentando-se no sofá.

— Eu só quero conversar, eu juro. Chega de brigas.

Naruto permaneceu de pé a alguns passos de distância. Olhou para a noiva, ainda parada de frente para a porta fechada, sem coragem de encarar os olhos tão parecidos com os seus.

— Ouvi papai falando com os conselheiros, nee-sama. Eles estão loucos com essa missão fajuta que arranjaram! — Naruto ia protestar, mas a garota o silenciou. — Não precisa falar nada, Naruto-kun. Eu entendo. Eu faria o mesmo pela minha irmã... — Ela hesitou, o olhar envergonhado na direção da mais velha. — Antes... se eu soubesse... faria qualquer coisa.

Como não obteve nenhuma resposta de Hinata, ela decidiu continuar, dessa vez olhando para o loiro:

— Papai ficou sabendo do casamento, Naruto-kun, e tentou argumentar com os conselheiros que minha irmã não pode assumir o clã se ela se casar com você. Disse que não fazia sentido uma Uzumaki comandar os Hyuuga, mas eles não aceitaram muito bem a notícia e... — Ela gaguejou por um instante, mas respirou fundo e retomou o controle. Naruto não cansava de se surpreender com a diferença entre as irmãs. — Naruto-kun, em poucos dias vocês receberão um convite dos conselheiros dos Hyuuga para uma “reunião familiar”, por assim dizer. Eles querem ouvir da boca de vocês o anúncio do casamento, querem ter certeza que é de verdade, que não é uma armação para minha irmã não assumir a liderança. E vocês precisam ir! Precisam convencê-los de que estão apaixonados, que vão se casar por amor, e não para fugirem dos Hyuuga! Quem sabe assim teremos uma chance de...

— Teremos? — interrompeu Hinata.

— Nee-sama...

— Ainda está tomando atitudes egoístas, Hanabi — falou duramente, ainda de costas. — Ainda age como uma criança que perdeu o brinquedo favorito.

— Não, nee-sama, eu juro! — A garota se levantou e forçou contato visual, mas Hinata desviava o olhar, magoada. — Eu vi o seu estado, eu estou vendo o que está acontecendo no clã! Natsu-san finalmente me contou que papai a expulsou de casa, e não que você fugiu, como ele me contou dezenas de vezes!

— Vá para casa, Hanabi — decretou a mais velha. — Nós duas...

— Somos irmãs! Não pode me ignorar como se eu não fosse nada!

— Diferente de você?

— Sim, diferente de mim! Há muito sei que você é melhor que eu!

— Vá para casa, Hanabi.

A frieza de Hinata finalmente atingiu a caçula. Hanabi parou de protestar, abaixando o rosto para esconder as lágrimas.

— Eu sei que não agi certo com você. — Tentou esconder a tom choroso. — Na verdade, vim pedir desculpas... por tudo. Por não ser a irmã que você merece. E... e para avisar do convite dos conselheiros. Você precisa convencê-los de que seu casamento é real se quiser fugir da liderança.

Hanabi correu para a porta, sumindo num piscar de olhos. Ainda demorou alguns segundos até que Hinata desabasse.

— Hina... — Naruto tentou falar, mas ela ergueu a palma aberta, impedindo-o.

— Estou bem. — Ela enxugou as lágrimas depressa, respirando fundo para afastar o choro. — Só não esperava que ela aparecesse aqui.

Hinata soltou um suspiro cansado antes de olhá-lo como se nada tivesse acontecido.

— Já tomou café, Naruto-kun? Tomou banho? Fez a barba? — Ele concordou, no automático. — Ótimo. Vá para a cama antes que a febre o ataque e eu tenha que carregá-lo até lá.

Ele obedeceu, meio relutante. Parou no meio do caminho e voltou até onde a morena estava.

— Você lembra de quando eu recusava a sua ajuda? — ele começou, acanhado. — Lembra que eu preferia ficar sozinho, e não deixava ninguém se aproximar, por causa do meu braço? No máximo deixava Sakura-chan me visitar algumas vezes por semana? — Ela confirmou. — Então você insistiu, e aconteceu tudo aquilo... e agora você está aqui. Comigo.

— Não estou entendendo, Naruto-kun.

— Eu quero dizer que... — Ele hesitou, o rosto corado. — Eu não me arrependo de ter te deixado entrar na minha vida. Você deixa o meu dia mais colorido.

Olhou para a moça, que mesmo com o rosto corado como o dele, ainda estava confusa. Naruto esclareceu de uma vez:

— Não deixe seu orgulho falar mais alto que o seu coração.

Os olhos perolados se arregalaram em compreensão.

— Vá atrás dela, por favor. Eu vou ficar bem.

Hinata lutou uma batalha interna por longos minutos.

Por fim, decidiu ficar.

 


“Eu lembro o que você usou no nosso primeiro encontro
Você entrou na minha vida
E eu pensei: ‘Ei, sabe, isso pode dar em alguma coisa’
Porque tudo o que você faz e as palavras que diz
Você sabe que tudo isso me tira o fôlego
E agora eu estou sem nada”

 

— Hina? — ele falou, tremendo de frio. — Está aqui?

— Estou sim. — Ouviu-a ao seu lado na cama, a voz sonolenta. — Quer alguma coisa? Mais um cobertor?

— Está ouvindo a música? — Sorria bobamente. — É nova, mas é a mesma voz.

— N-Não ouvi nada, Naruto-kun.

— Hum... acho que estava sonhando de novo, então.

Fechou os olhos devagar, Hinata voltando a se acomodar ao seu lado. A febre cedia aos poucos, e com o passar dos minutos, ele tirou um dos cobertores de cima dele.


“Porque talvez seja verdade que eu não consiga viver sem você
Talvez dois seja melhor que um
Há tanto tempo para descobrir o resto da minha vida
E você já me fez ficar sem graça
E estou pensando que dois é melhor que um”
(Two is Better Than One – Boys Like Girls feat. Taylor Swift)

 

Era Hinata cantando baixinho. Ele suprimiu a vontade de abraçá-la, e deixou-a pensar que ainda dormia. Adorava ouvi-la cantar, mesmo quando ela insistia que não cantava bem. Naruto sabia que ela não tinha a voz completamente afinada, e não ligava para isso. Gostava quando Hinata se sentia confortável e começava a cantar baixinho.

Significava que ela estava feliz.

 


A febre e as dores no braço, que mal o incomodaram no primeiro dia, voltaram com força total na manhã do segundo dia. O antitérmico não fazia efeito por mais que duas horas, os analgésicos para dor acabando no fim da tarde. Com o frio e as dores incessantes, Naruto apagou ao anoitecer, se martirizando ao ver Hinata tão preocupada e sem saber mais o que fazer.

Acordou no meio da noite, percebendo instantaneamente que estava sentado no vaso sanitário. Estava só de cueca e com uma toalha sobre os ombros.

— Como vim parar aqui? — Hinata quase não o ouviu com a voz rouca.

— Que pergunta boba, Naruto-kun. Eu o trouxe, obviamente.

— Está frio. — Tremeu. — Por que estou quase nu?

— Vamos poupar perguntas inúteis, Naruto-kun. — Ela segurou seu rosto com firmeza. Os olhos arderam ao olhá-la de baixo, a luz da lâmpada parecendo queimar sua retina. — Você está a ponto de ter uma convulsão com a febre. Vou jogá-lo debaixo do chuveiro e ligar a água gelada. Você vai ficar lá até a febre baixar um pouco, para que eu possa lhe dar um antitérmico.

— O remédio acabou — falou meio grogue.

— Já mandei um clone comprar outro.

Naruto abaixou o rosto, incapaz de manter os olhos abertos por mais tempo.

— Minhas... roupas...

Não precisou olhar para Hinata para saber que ela tinha o rosto vermelho.

— Vai pegar um resfriado se tomar banho de roupa, Naruto-kun.

Ela saiu do banheiro por poucos instantes, voltando com uma das cadeiras da cozinha. Colocou-a na direção da queda d’água do chuveiro e praticamente carregou o loiro até lá. Tirou dele a toalha que ele segurava como se fosse a própria vida.

— Está muito frio! — choramingou.

— Eu sei, Naruto-kun. — Tinha o semblante penalizado, mas Naruto sabia que ela precisava fazer aquilo. — Aguente só mais um pouco.

Hinata ligou o chuveiro devagar. A água tocou as costas largas, e ele quase gritou com o líquido congelante. Não soube de onde tirou forças, mas o instinto o fez rapidamente se levantar e tentar fugir daquela temperatura invernal. Tomou um susto quando Hinata o segurou firme na cadeira.

— Nada de fugir. Você só vai sair daí quando ficar tão frio quanto essa água.

— Não pode me obrigar... — Ele tiritou, tentando inutilmente abraçar o próprio corpo para se esquentar. Hinata abriu mais o chuveiro, e a água cobriu-lhe os cabelos e escorreu pelo rosto. — Você vai me matar de frio ’ttebayo!

— Prometo que vai esquentar, Naruto-kun.

— Só... me deixe... sair... eu juro que vou... vou ficar bem...

A Hyuuga não lhe deu ouvidos. Empurrou o rapaz um pouco mais para trás, para mais baixo da água, e ele tentou mais uma vez fugir. Dessa vez, Hinata só o agarrou quando já estava de pé.

— Só mais um pouco, Naruto-kun — ela implorou. — Não vai demorar muito.

Só então ele se deu conta do estado de Hinata. A moça tinha os olhos vermelhos, marejados, buscando forças do além e tentando se manter forte por ele. Tomado pela emoção de vê-la tão abalada com sua fragilidade, Naruto acabou confirmando devagar.

— Só mais um pouco? — Tremeu.

— Só mais um pouco — prometeu, as mãos no peitoral dele o empurrando devagar de volta ao chuveiro.

Ele fechou os olhos quando sentiu a água na cabeça novamente. Ficou lá por um minuto inteiro, tremendo incontrolavelmente, sem largar a mão de Hinata. Saiu um instante, a moça negando com a cabeça tristemente.

— Deixe-me sair um pouco.

Hinata deu dois passos para trás, e Naruto foi junto, afastando-se da água a ponto de congelar. Seu corpo doía ainda mais com a tremedeira. Teve medo de esmagar a pequena mão, mas não a soltou. Ao contrário, trouxe-a para seu rosto, fechando os olhos ao senti-la tão quente.

— Você... — gaguejou. — Vai ter... que me recompensar... depois de tudo isso...

Ela riu, surpresa com a brincadeira fora de hora. Parecia aliviada, pois não se segurou e passou os braços ao redor do tronco do rapaz, mesmo com ele quase completamente despido.

— Faço o que quiser, Naruto-kun!

Naruto não sabia se era seu frio, mas teve a impressão de senti-la tremer também. Segurou-a apertado, tentando livrá-la do medo que possivelmente sentia por estar naquela situação. Semana após semana ele se culpava por fazê-la ficar tão preocupada, e a única coisa que o fazia seguir adiante era a vontade de ver Hinata sorrir-lhe tranquilamente de novo. Brincar, cozinhar seu lámen favorito, levá-lo para passear no parque, treinar junto com ele...

Hinata estava se tornando insubstituível.

E ele desejou que fosse assim para sempre.

— Case-se comigo. Deve ser castigo suficiente.

Queria fazê-la rir novamente, mas se surpreendeu quando ela se afastou com o semblante confuso.

— Castigo? — Ela o abraçou de novo, escondendo o rosto no peito dele. Ela foi andando devagar, empurrando-o de volta para o chuveiro. — Tente de novo. Casar com você não será castigo nenhum.

Ela deu mais um passo.

— Vai se molhar, Hina!

Hinata deu um gritinho divertido quando a água gelada atingiu seu corpo, fazendo-o esquecer, por alguns segundos, o quanto o ambiente ao redor estava frio. Perdeu-se na risada dela, e a morena corou com seu olhar fixo.

— Uma vez você me agradeceu por estar sempre ao seu lado. — O tom de voz profundo chamou sua atenção, e ele não desviou o olhar do dela. — Que eu lhe dei forças para continuar... — Ele confirmou de leve. É claro que se lembrava. Foi logo após a morte de Neji, na guerra, quando não via mais motivo para aguentar aquela batalha de cabeça erguida. Hinata lhe deu um tapa na frente de todos e o lembrou que a vida dele não era só dele. — Continuarei ao seu lado, Naruto-kun. Enfrentaremos isso juntos! Porque esse é o nosso jeito ninja.

O sorriso que ela lhe deu foi mágico. Naruto não conseguiu prestar atenção em mais nada, o coração batendo acelerado no peito.

 


— Pode... pode cantar uma música?

— Naruto-kun, eu já disse que não sei cantar.

— N-Não tem problema. Eu gosto.

Admirava a paciência da morena. Mesmo depois de cuidar dele por dois dias seguidos, dar-lhe um banho gelado e acabar tomando um junto, trocar suas roupas e velar seu sono, Hinata ainda tinha sorrisos de reserva.

— Promete que não vai rir de mim?

— Quando foi que eu ri de você?

Ela se acomodou melhor na cama. Naruto, ainda deitado e se recuperando da febre, tinha os olhos atentos na moça ao seu lado. Hinata começou baixinho, envergonhada, sem devolver o olhar. Mexia as mãos nervosamente antes de ganhar confiança e cantar com todo o coração.


“Eu me lembro repetidamente
O momento em que nos encontramos pela primeira vez
Isto sempre esteve em meu coração
Eu tenho certeza que nunca me apaixonarei
Por alguém assim novamente
Pensei nisto enquanto contemplava
A paisagem prateada que se acumulou”

 

Naruto fez questão que ela notasse que fechava os olhos. O plano pareceu dar certo, pois ela cantou mais tranquilamente a triste canção.

Foi em um inverno distante que se conheceram – foi o que Hinata dissera durante um dos passeios.

Foi no inverno que resolveram se casar.


“Estive ansiando por você
Por tantos invernos
Que eu não consigo nem contar
Isto não é retribuído, nem realizado
Mesmo assim, estou bem? É o que tentei dizer a mim mesma
Mas estava dizendo uma mentira a mim mesma”

 

O rapaz não se lembrava de quando conhecera Hinata. Tinham cinco anos, segundo a moça. Tanta coisa acontecera com ele depois daquilo...

Em seu íntimo, o momento em que verdadeiramente a conheceu foi no Exame Chunin, quando ela lutou contra o próprio medo e enfrentou Neji como uma digna Hyuuga. Naruto, até aquele momento, nunca tinha notado o quanto Hinata era incrível –a garota rejeitada pela própria família, superando a si mesma e ficando cada vez mais forte... Naruto se identificava muito com aquelas características.

A batalha contra Pain foi o divisor de águas.


“Tenho que expressar isto infinitamente
Mesmo que seja um amor que não chegará
Agora, eu reúno minha coragem
Eu reúno toda a minha força e grito para você”

 

Naruto abriu os olhos no mesmo instante. Não olhou para Hinata, pois a canção fez uma lembrança invadir sua mente e não deixar espaço para mais nada. As palavras vieram claras, como se tivesse acabado de ouvi-las:

“Estou aqui porque quero estar. Dessa vez eu irei salvá-lo, Naruto-kun. Eu sempre estive chorando, e desistindo antes de tentar. Cometi muitos erros. Mas você me ajudou a encontrar meu jeito e o caminho certo, Naruto-kun. Eu sempre estive atrás de você, sempre tentando te alcançar. Eu queria andar ao seu lado sempre. Eu quero estar ao seu lado para sempre. Você me mudou, Naruto-kun. Seu sorriso me salvou. Por isso, eu não tenho medo de morrer se isso significa protegê-lo. Porque eu...”


“Eu te amo”

 

Ele engoliu em seco, os olhos azuis arregalados com a memória esquecida.

Como pôde se esquecer daquilo?!

“Porque eu te amo, Naruto-kun”.

Hinata o amava?!

— Eu disse que não sabia cantar — ela protestou, despertando-o de seus pensamentos.

Naruto a olhou, aturdido. Hinata confessou que o amava... mas isso foi há quase um ano! Será que Hinata ainda nutria os mesmos sentimentos?

— Naruto-kun?

Seu silêncio pareceu assustá-la, pois a mão da moça veio direto para sua testa. Ele tomou um susto com o contato, e ela tomou outro ao perceber que a pele dele queimava. Hinata saiu da cama num pulo, buscando o termômetro e o enfiando na boca do Uzumaki. Contou um minuto andando de um lado para outro no quarto e pegou o aparelhinho de volta. Ela lhe empurrou outra dose do antitérmico sem que ele desse conta.

— Desculpe, Naruto-kun. — Ela parecia envergonhada. — Devia ter notado sua febre logo.

— Não tem problema — garantiu. Sequer sentia frio.

O coração parecia tão aquecido...

— Está com a cabeça nas nuvens. — Hinata pôs a mão sobre seu rosto, e ele finalmente reagiu, devolvendo o sorriso doce.

— Acabei de lembrar algo incrível.

— É mesmo?

Naruto confirmou com a cabeça, sorrindo enigmático. Hinata não o pressionou nenhuma vez, apesar do rapaz desejar que ela o fizesse. Manteve os olhos fixos na garota que se deitava ao seu lado de novo, e o loiro enfim notou o quanto ela se esforçava para parecer calma.

— Não se preocupe, Hina... prometo que o trabalho está chegando ao fim.

Ela forçou-lhe um sorriso.

— Não gosto de te ver assim — confessou timidamente. — Você é meu melhor amigo.

O coração falhou uma batida.

“Por isso eu não tenho medo de morrer se isso significa protegê-lo. Porque eu te amo”.

Hinata o amava porque era seu melhor amigo.

Deu a ela um último sorriso antes de fechar os olhos, uma sensação estranha no peito. Por um instante, entrara na ilusão que Hinata nutria um amor diferente...

— Você também — disse simplesmente.

Ela afagou seus cabelos até que dormisse.

 

~*~

 

Acordou assustada, dando um pulo da cama quando notou que Naruto não estava mais ao seu lado. O barulho viera da cozinha, e ela correu até lá, encontrando um loiro desajeitado mexendo nas prateleiras.

— O que está fazendo?

Ele se virou e sorriu envergonhado, levando pratos até a mesa. Hinata ficou surpresa ao encontrá-la arrumada para o café.

— Desculpe-me se eu a acordei. Ainda estou terminando.

— Terminando o quê? — Ela andou até o rapaz, procurando sinais de febre e não encontrando nenhum. — Pelo amor de Deus, Naruto-kun, você ainda está se recuperando!

— Estou ótimo — garantiu. — Aliás... — Ele pegou algo no balcão e lhe entregou, um pouco nervoso. Hinata sentiu as bochechas pegarem fogo. — Ino pediu para lhe dar. Ideia de Sakura-chan. Elas disseram que você entenderia.

Ele falara muito rápido, e Hinata aceitou timidamente o pequeno ramalhete de margaridas. Só mesmo Naruto para não notar que estava dando flores para uma garota!

Pensando bem, concluiu Hinata, a ideia das amigas não tinha sido tão ruim... seu amado estava lhe dando flores!

— O-Obrigada... — Foi impossível não gaguejar perante àquela surpresa. — F-Foi v-você quem... quem fez o café?

— Ah, não! — Riu. — Comprei tudo. Sabia que não daria tempo de fazer nada até você acordar.

Suco, torradas, ovos e salsichas. O básico. Hinata agradecia só por ele não ter pensado em lámen. Sentou na frente dele e começou a comer, reparando numa animação como há tempos não via.

— Algum motivo especial para esse café? — brincou.

— Sim! Encontrei Sakura-chan na padaria, e ela disse que posso receber a prótese hoje!

— Já? — O sorriso se alargou nela também. — Então por que está demorando tanto para terminar de comer?!

Os olhos azuis se arregalaram quando viram o prato de Hinata já vazio.

 


— Está me deixando tonto.

— Desculpe. Acho que fiquei um pouco nervosa.

— Um pouco?

Sorriram. Hinata pegou sua mão uma última vez quando a enfermeira retornou ao quarto e avisou que a cirurgia começaria em dez minutos.

— A senhora poderá esperar lá fora.

Hinata não sentiu vontade de corrigi-la. Sentou na cama de Naruto e segurou a mão dele próxima ao seu rosto.

— Boa sorte, Naruto-kun! Vou estar rezando por você.

Ele deu um sorrisinho nervoso, tomando coragem para acariciar o rosto dela. A mão dele, que Hinata descobriu ser tão grande e forte durante a guerra, parecia agora um poço de delicadeza. Fechou os olhos um momento.

— Obrigado... — A voz rouca chamou sua atenção. — Por tudo, Hina!

— Saia daquela cirurgia são e salvo e eu considerarei a dívida paga.

Os lábios dele tremeram. Naruto não estava brincando.

— Eu o deixei nervoso também, não foi? — falou preocupada. — Não precisa, Naruto-kun. Você ouviu Tsunade-sama, ela...

— Eu ouvi, eu só...

Pôde vê-lo engolir em seco. Hinata respirou fundo, abrindo um sorriso e o surpreendendo.

— Já sei! — Ela tirou a mão dele de seu rosto, segurando firme em frente ao peito. — Esqueça a cirurgia. Pense na primeira coisa que fará com o braço novo! Pense somente nisso. E quando sair de lá, me avise. Se for algo mirabolante, você com certeza precisará de ajuda.

Dessa vez Naruto não segurou o riso. O rapaz concordou com a cabeça, em promessa.

Cinco enfermeiros apareceram. Colocaram Naruto em uma maca e o levaram para longe. Ainda abriu a boca para dizer alguma coisa, qualquer coisa, para incentivá-lo. Mas nada lhe veio à cabeça, e ela deu um suspiro cansado. Andou lentamente até a sala de espera. Agradeceu em pensamento pelo lugar vazio. Sentou no banco mais distante da porta.

Chorou.

A Quinta Hokage não poupara verdades quando Naruto se internara para receber a prótese, naquela mesma manhã. Não havia risco de morte, isso ela garantiu. No entanto, também não escondeu que a cirurgia poderia ser um fracasso completo se o corpo de Naruto ainda não estivesse adaptado às células do Primeiro Hokage. Ele, Naruto, teria que recomeçar todo o processo, tomando injeções semanais até uma nova cirurgia ser marcada. Poderiam fazer isso pelo resto da vida.

Tudo dependeria de como o corpo de Naruto receberia (ou não) a prótese.

Naruto estava esperançoso, afinal as febres cederam mais rápido nas últimas semanas, assim como as dores. Hinata não contou à Tsunade das vezes que os remédios não fizeram efeito, pois também estava confiante de que Naruto se recuperava mais rápido no segundo dia depois da injeção aplicada.

Tsunade então explicou que havia uma porcentagem bem pequena da cirurgia não dar certo, já que o loiro dizia estar se acostumando com o braço direito, agora levemente esbranquiçado.

— Mais um pouco e eu serei um Zetsu! — brincou.

Porém, para a surpresa de Hinata, Naruto pareceu transtornado ao saber que ficaria acordado durante todo o processo.

E que Hinata não poderia ficar ao lado dele.

Aquilo não foi nenhuma novidade para a morena. Na verdade, ela achou curioso que Naruto tenha pensado em tal possibilidade. Então, fez Tsunade concordar quando dissera que a cirurgia não demorava quase nada, apenas para acalmá-lo. O loiro era ingênuo, e acreditou facilmente naquela mentira.

— Não vai dar nem tempo de sentir a minha falta — ela brincou.

Agora ali, sozinha na sala de espera, ela jurou a si mesma nunca mais mentir para o homem que amava. Era uma mentira boba, ela sabia, igual àquelas que se conta para uma criança ficar quieta. Mas o cansaço não a fazia pensar direito. Somando ao medo que teve ao ouvir que Naruto poderia passar anos e mais anos tentando recuperar o braço, adiando cada vez mais o sonho dele de se tornar Hokage... Hinata enfim colocava tudo para fora.

— Hinata?

Enxugou o rosto rapidamente antes de levantar o olhar e encontrar Sakura andando em sua direção. A moça de cabelos rosados sentou ao seu lado e a abraçou forte. Hinata não segurou as lágrimas, chorando no ombro da amiga.

— Você é uma boba! Por que está chorando? — Nem esperou resposta. — Vai dar tudo certo, você vai ver. Daqui a alguns dias, Naruto irá fazer um monte de clones, como antes. E irá rir se descobrir que você ficou toda chorosa à toa.

Hinata se afastou e contou tudo o que Tsunade dissera aos dois antes da cirurgia. Contou seu medo de ver Naruto enfurnado dentro de casa para o resto da vida. Os olhos esverdeados ficaram surpresos um instante, mas logo se acalmaram.

— Há uma chance tão pequena de isso acontecer, Hinata, que estou surpresa que você a leve em consideração. Há muito nós duas sabemos o quanto Naruto é forte. Ele vai sair dessa bem rápido, quer apostar quanto?

— Céus! — Ela enxugou os olhos e respirou fundo. — Espero que você não seja ruim de aposta quanto Tsunade-sama.

Sakura riu junto com ela. Deu um beijo em sua bochecha e disse que estava atrasada para o seu plantão, mas que queria vê-la primeiro. Prometeu voltar caso recebesse notícias de Naruto.

— Ah, Sakura-san! — A ninja médica parou no meio do caminho. — Obrigada pelas flores.

— Que flores?

— As que você e Ino mandaram por Naruto. Ele realmente acreditou que eram vocês que estavam me dando.

Sakura fez uma careta de confusão. Demorou alguns segundos até que o semblante se abrandasse e no lugar surgisse uma surpresa genuinamente feliz.

— Eu encontrei Naruto na padaria, e não na floricultura de Ino. — Ela sorriu, vitoriosa. — Acho que quem se enganou foi você.

 


A alegria a consumiu por mais algumas horas, até que o cansaço a venceu. Deitada sobre vários bancos da sala de espera do hospital, ela acordou quando já estava escuro do lado de fora da janela, um cobertor fino roçando seu rosto. Abriu os olhos devagar, dando um pulo ao reconhecer os cabelos curtos e castanhos de sua irmã no banco da frente. Hanabi largou o livro que lia quando ouviu seu ofego de surpresa.

— Boa noite, nee-sama. — Ela se ajoelhou no banco para ficar de frente para Hinata. — Trouxe seu jantar.

Entregou-lhe uma bandeja com uma sopa que mais parecia uma papa, um pedaço de pão e um copo d'água.

— As opções aqui no hospital não são as melhores. — A garota deu de ombros. — Ou era isso ou era uma canja extremamente suspeita.

Hinata não tocou na comida, mas não teve coragem de olhar nos olhos da irmã.

— O que está fazendo aqui, Hanabi?

A menina não respondeu de imediato. Deu a volta na fileira de cadeiras e sentou ao lado da irmã mais velha, pegando na sua mão e as unindo carinhosamente.

Como antes...

— Você tem essa... mania de cuidar dos outros, né? Você é forte, e não tem medo de mostrar toda a sua força quando quer proteger e cuidar daqueles que ama. Mas ser forte o tempo todo cansa, né? — Hinata ousou olhar para a menina que brincava distraída com as mãos entrelaçadas. — Você sempre tentou cuidar de mim, ou brincar comigo, mesmo quando estava muito cansada. Eu não entendia na época, mas agora entendo... e agora você está cuidando de Naruto-kun. Não acha que está na hora de alguém cuidar de você?

— Esse alguém seria você?

— Se você deixar... sim, é claro. Mas por pouco tempo! — Ela sorriu em sua direção, o rostinho corado. — Prometo devolvê-la a Naruto-kun assim que ele ficar bom! Acho que ele vai cuidar de você melhor do que eu, né?

Os lábios dela tremiam sem resposta, o coração batendo acelerado. A conversa foi interrompida por Sakura, que entrou na sala a todo vapor, o sorriso ansioso. Hinata levantou num pulo. A médica não precisou dizer nada, apenas confirmou com a cabeça. A Hyuuga mais velha correu em sua direção.

Parou na porta. Olhou para trás. Hanabi continuava no mesmo lugar.

— Vai lá — sibilou a menina.

“Não deixe seu orgulho falar mais alto que seu coração” – a voz do loiro ressoou na sua cabeça.

Hinata voltou, deixando a menina de olhos arregalados ao segurar o pequeno rosto e beijar suas bochechas, seguido de um abraço rápido, mas apertado.

— Eu amo você! — sussurrou no ouvido dela antes de soltá-la e correr até a porta, sumindo da vista da irmã.

Seguiu Sakura pelos corredores com uma ansiedade que não sabia explicar. As duas estancaram na frente do quarto que Naruto ficara antes da operação, o ar faltando para as duas.

— Ele se recusou a dormir — falou a mais velha. — Disse que você prometeu voltar assim que acabasse a cirurgia.

— E como foi?

— Tudo ótimo, como o previsto. Ah, Hinata! — Ela segurou a moça antes que entrasse. — Chega de perder tempo. Os sentimentos de Naruto estão bem claros, não acha?

Não respondeu. Respirou fundo, concordou uma última vez e entrou. O quarto estava com as luzes apagadas, e Hinata se guiou pelo fraco luar que entrava pela janela. Naruto quase cochilava, forçando-se a ficar sentado e, quem sabe assim, acordado. Abriu um largo sorriso quando percebeu que a morena se aproximava, o braço esquerdo esticando-se para recebê-la. Ela não hesitou nem por um instante. Deitou ao lado dele na cama do hospital, aconchegando-se em seu peito e fechando os olhos quando sentiu um beijo carinhoso em sua testa.

— Você me enganou — o loiro falou entre um bocejo. — Senti sua falta por quase doze horas.

— Você também me enganou com as flores. Estamos quites.

Ouviu uma risadinha de Naruto que confirmava suas suspeitas. Caiu no sono, abraçada com ele.

 

~*~

 

Ficou com vergonha da prótese. Um braço longo, magro e branco como um Zetsu. Naruto pediu que o enfaixassem.

— Não vai ficar assim muito tempo — Tsunade garantiu, na manhã seguinte, antes de liberar o rapaz. — É como um braço atrofiado. Exercícios, uma boa alimentação e um pouco de sol é a combinação perfeita.

Hinata recebeu as últimas instruções da médica com atenção, anotando sem parar os remédios que ela poderia dar ao Uzumaki caso ele voltasse a sentir dor.

— Uma boa massagem também deve ajudar, Hinata — lembrou a loira. — Com o seu Byakugan, vai ficar fácil ajudar os nervos a se adaptarem. Ah, e você pode verificar também a rede de chakra, ver se ela está se ajustando ao braço novo.

A garota anotou tudo na parte de trás da receita de remédios. Prometeu fazer o trabalho direito, para não terem que voltar nunca mais ao hospital. Não por causa do braço de Naruto, pelo menos.

Chegaram em casa e Hinata o acomodou logo no quarto, correndo para a cozinha a fim de preparar o almoço. Naruto quase brigou com ela, implorando para que também descansasse. Ela alegou estar morrendo de fome, por isso a pressa. Jurou com o dedo mindinho que voltaria a descansar ao lado dele assim que se alimentassem. Naruto sorriu, enfim concordando.

Levantou o braço direito, ainda um pouco dormente e dolorido, quase conseguindo mover os dedos da nova mão. Hinata o pegou no meio do exercício, dando um gritinho animado ao vê-lo com o braço enfaixado erguido na frente do rosto.

— Ainda não sente nada? — ela insistiu, massageando o braço e o ombro depois da refeição.

— Um pouco. Como se você estivesse tocando de leve.

Fez uma careta, ao que a moça interpretou como dor, tirando as mãos do lugar e subindo a massagem.

— Não foi você. Senti uma pontada no ombro.

Hinata foi até suas costas, e recomeçou o serviço. O ombro direito recebeu mais destaque, e Naruto enfim sentiu o braço por completo. A mão direita tremeu um pouco antes de obedecer ao seu comando.

— Você pensou na primeira coisa que quer fazer? Digo, quando recuperar os movimentos?

Ela não vira nada.

— N-Não. — Hesitou. — Mas prometo pensar. Sua massagem está fazendo efeito rápido.

Naruto engoliu em seco com a pequena mentira.

Teve um sonho curioso na última noite.

A “primeira coisa” seria torná-lo realidade.

 


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Notas finais do capítulo

*Música Fuyu no Owari ni, cantada pela maravilhosa Nana Mizuki, dubladora da Hinata.

Só lembrando que eu criei uma pasta no Pinterest dedicada a essa fic, com fanarts que eu imagino que combinem com a história. O link é https://br.pinterest.com/isisbrito8/meu-eu-depois-dela-fnh/
Ah, quero divulgar também o grupo de Fanfics NH no facebook, onde sugestão para fanfics maravilhosas não faltam: https://www.facebook.com/groups/1752547481730098/?ref=bookmarks

Espero que tenham gostado do capítulo! *-*
Infelizmente não tenho data para postar o próximo. Eu devia estar fazendo projeto agora mesmo, mas preferi postar esse capítulo, rsrs. Não contem ao meu professor de projeto! xD E vou demorar também porque vou dedicar essas semanas à criação de uma one NaruHina, em homenagem ao Dia dos Namorados. Eu posto o link aqui quando publicar a história. ♥
Acho que é só isso... Muito obrigada por tudo, seus lindos! Até o próximo capítulo! =*



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