Meu Eu Depois Dela escrita por LilyMPHyuuga


Capítulo 10
"Aqui e agora, isso é uma promessa"


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, boa madrugada, bom dia e boa tarde para quem está lendo! ♥‿♥
Tudo bom com vocês? Espero que sim! ♥

Agradecimentos GIGANTES a Kiaend, callalily, Pandinha, Luciana Neves, ACnaruhina, SBFernanda (que comentou em todos os capítulos!), SchneiderUchiha (que comentou no capítulo 8 E no capítulo 9!), Bia hime naruhina sasusaku, Asuna Dragneel e Helenhina15 pelos comentários do último capítulo! Sintam-se abraçados até perderem o fôlego! ♥
Quero agradecer também aos 78 que estão acompanhando e aos 17 favoritos! Muito obrigada! ♥

Nesse capítulo veremos o que Naruto achou da condição dos Hyuuga no capítulo passado. Espero que gostem! ^^"
Leiam as notas finais, por favor.
Boa leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/729976/chapter/10

As missões voltaram a causar desencontros e mais tempo afastados. Naruto ficava frustrado com o horário irregular depois de tantos meses numa rotina tranquila ao lado de Hinata. Mal tinham tempo para voltar aos preparativos da cerimônia, muito menos para conversarem sobre o acordo dos Hyuuga, que, como Hinata bem previra, foi devidamente escrito – e formal demais para que Naruto se mantivesse acordado – e entregue alguns dias depois, com as mesmas condições que a morena descrevera. Se dependesse do loiro o documento teria parado na lixeira no mesmo dia, mas Hinata insistiu em guardá-lo, como uma lembrança amarga de que o casamento não era real.

E que ele começava a rezar para que fosse.

Os sonhos com beijos voltaram, porém com um extra: roupas também eram perdidas durante o “namoro”.

Hinata estranhou certa manhã quando o viu correr para o banheiro e tomar um banho gelado. Naruto agradeceu mentalmente pela inocência da jovem. E também pelo fato dela não se interessar pelos livros de Jiraiya que ele pedira emprestado a Kakashi. Ele ria do tempo em que odiava os livretos eróticos, mas agora era grato pelos ensinamentos secretos. Graças ao Sannin tarado (e a Kakashi, é claro), Naruto tinha um conhecimento maior do próprio corpo, das reações que sentia ao admirar tempo demais a própria noiva e, principalmente, como se controlar. Era difícil, no auge da adolescência, conter certas necessidades, mas Naruto se esforçava para que Hinata não desconfiasse de nada.

Tomou um susto ao ouvir um gritinho de Hinata, certamente esperando não o encontrar em casa, muito menos largado no sofá em plena tarde de quarta-feira.

— N-Naruto-kun? — Ela não conseguiu agir com naturalidade, escondendo algo nas costas. — O que... o que está...?

— Minha missão foi cancelada. — Ele sentou, rindo do nervosismo da garota. — Achei que tinha uma também.

— N-Não, e-eu...

— O que é isso? — Apontou para o objeto que ela mal conseguia esconder.

— I-Isso? — Ela mostrou um envelope branco, que Naruto rapidamente reconheceu do hospital. — N-Nada de mais. S-Só um exame e...

— Você não me disse que ia ao hospital. — Se levantou de supetão e tomou o envelope de suas mãos, a preocupação falando mais alto que o desespero da morena. — Está doente?

— N-Não! — Ela pulou para tomar-lhe os papéis, mas Naruto já tinha aberto e começava a ler os exames. — N-Não é n-nada! Exames de rotina, Naruto-kun!

— Se é rotina, então não vai se incomodar que eu veja.

— S-São palavras complicadas, Naruto-kun. — ela tentou argumentar. — Eu mesma mal entendi. Tive que pedir para Tsunade-sama me explicar umas duas vezes.

— O que você tinha para se consultar diretamente com a vovó? — Olhou-a espantado.

— E-Era e-ela que estava... que estava disponível.

Naruto não acreditou nem por um segundo.

— Por que está mentindo para mim?

— N-Não estou! — Ela tomou o envelope e correu para o quarto. Trancou a porta antes que ele a alcançasse. — V-Vou me trocar! E-Espere um pouco!

O rapaz teve que se controlar para não sair do apartamento e entrar pela janela do quarto. Ou, ainda mais fácil, levar a porta que o separava de Hinata a baixo. Tinha certeza que ela aproveitava o tempo para esconder os benditos papéis... Naruto não conseguira ler nada relevante. Apenas um monte de ultrassonografias e poucos textos que não diziam nada. Não chegara até a conclusão dos exames, e isso o deixara frustrado.

— Hyuuga Hinata! Se não abrir essa porta agora e me contar o que foi tudo isso, eu juro que quebro-a em dois instantes e passo o resto do dia procurando esse envelope!

Demorou apenas alguns segundos para que ouvisse o barulho do tranco na fechadura. Hinata abria a porta devagar, cabisbaixa.

— Não estou doente. Tive uma forte dor no ventre durante minha missão hoje, e Kiba-kun me levou até o hospital. Tsunade-sama fez questão de me atender. Disse que, de tanto você chamá-la de avó, ela está quase se considerando uma. Ela queria cuidar da noiva do neto.

Hinata não gaguejou nenhuma vez, mas também não o olhou. Parecia desapontada com algo, triste talvez. O rosto parcialmente escondido pela franja não deixava Naruto ter certeza. Ela estendeu-lhe o envelope, ao que o garoto segurou hesitante.

— Por que não me chamou? — Diminuiu o tom, envergonhado.

— Não demorou nada. Tsunade-sama identificou o problema e me passou um remédio. S-Só preciso tomá-lo regularmente e as dores vão passar.

— Desde quando está sentindo essas dores?

O coração falhou uma batida quando ela demorou para responder, nervosa:

— Há... há pouco tempo. Uma semana. Achei... achei que eram cólicas, por isso não me preocupei.

— Mas hoje foi diferente.

— S-Sim. E-Eu... eu quase desmaiei.

Os lábios tremeram. Hinata contava uma meia-verdade, e ele não soube definir onde ela começara a mentir.

— Você iria me contar se não tivesse me encontrado?

— Provavelmente não. Como eu disse, não é nada. Vai passar se eu tomar o remédio.

— Tem certeza? — Ela confirmou com a cabeça. — Posso perguntar para a vovó se realmente não é nada? Ela vai repetir tudo isso que você falou?

Hinata hesitou novamente.

— P-Pode.

Ela deu um passo em sua direção, ansiosa.

— Ela está mentindo — Kurama falou seriamente.

— Eu sei. — Lamentou.

Naruto a abraçou, assim como a morena esperava que ele fizesse.

— Acha que ela não confia mais em você? — sugeriu a raposa.

— Não, não é isso. — Suspirou. — Hinata está agindo igual a quando eu descobri os hematomas que ela ganhou do pai.

Kurama entendeu depressa.

— Está escondendo algo por medo.

— É...

— E você não está chamando-a pelo apelido.

O loiro estalou a língua, chateado.

— Não é a minha Hina. É a garota tímida e assustada que eu resgatei dos Hyuuga. Alguma coisa fez com que ela voltasse.

— Os exames?

— Posso apostar que sim.

 


A desconfiança de Naruto durou até o dia seguinte, quando foi atrás de Tsunade depois de avisar à Hinata que sairia em missão e que ela não precisava esperá-lo para o almoço. O loiro foi até o hospital e, para sua infelicidade, Sakura o encontrou e disse que a ex-Hokage tinha partido naquela mesma manhã numa viagem importante.

— Você estava aqui quando Hinata foi atendida?

— Não. — Estranhou a moça. — Hinata está doente?

— Eu não sei. — Bufou. — Ela não quer me dizer. Fiquei preocupado.

— Vamos atrás de Shizune-san! Ela sabe de todos os casos de Tsunade-sama.

De fato, Shizune realmente sabia do caso de Hinata. Explicou que ela apareceu com fortíssimas dores. Uma ultrassonografia, ninjutsu médico e remédios receitados foram o suficiente para Hinata sair do hospital com as próprias pernas.

— Ela está com amenorreia. — Sakura ergueu as sobrancelhas, surpresa. Naruto fez uma careta confusa. — Ela não está menstruando — esclareceu. — Por isso sentiu as dores: não é normal que uma mulher fique tanto tempo sem menstruar, Naruto-kun.

— Tanto tempo? Ela me falou que sentiu as dores na semana passada!

— Acho que disse isso para não o preocupar. Hinata não menstrua há quase seis meses.

— E por que não? — foi a vez de Sakura perguntar, aflita.

— Provavelmente devido aos treinamentos que teve com o pai. — A frase direta pegou os dois amigos de surpresa. — Foram intensos. O útero estava um pouco inflamado, segundo Tsunade-sama. Os remédios que ela receitou devem bastar para que Hinata melhore nos próximos meses.

Naruto sentiu as mãos tremerem sem controle.

— Não há com o que se preocupar, Naruto-kun — Shizune falou docemente. — Hinata não sentirá mais as dores e vai ficar boa depressa.

Mas ele estava remoendo outra coisa.

— Seis meses... — sussurrou. — Ela tem escondido isso de mim há seis meses.

— Provavelmente porque pensou que não era nada, Naruto-kun. E há também a missão dela, não é? De cuidar de você. Ela tem feito um bom trabalho, e com certeza colocou a missão acima da própria saúde.

Naruto tentou se sentir melhor com o otimismo da mulher, mas não conseguiu mais ficar ali. Pôs-se de pé, e as ninjas o acompanharam até a porta.

— Quer que eu marque uma hora com Tsunade-sama, Naruto-kun? Assim você poderá confirmar tudo.

— Não precisa. Se você diz que Hinata ficará bem, eu acredito em você, Shizune-san. Só... — Hesitou. — Só me deixe atualizado sobre o tratamento dela, tudo bem?

Shizune confirmou.

A próxima parada de Naruto foi, para o possível espanto dos amigos, na biblioteca. Até a bibliotecária tomou um susto ao vê-lo ali.

— Posso ajudá-lo, Naruto-kun?

Ele especificou o que queria. Mesmo estranhando, a mulher o levou até a seção apropriada. Ali, por horas a fio, o Uzumaki leu sobre o útero feminino, seus cuidados e possíveis doenças. Encontrou um livro onde a amenorreia era bem explicada e sendo ressaltada que não era uma doença, e sim sinal de uma. “A inflamação que Shizune-san falou” lembrou. Seu maior alívio foi encontrar a parte falando sobre o tratamento – rápido e sem dor.

— Ah, Hina... graças a Deus...

 


— Uma semana?!

— Por que está repetindo isso sem parar? Eu já disse mil vezes que sim.

— Por que tanto tempo? — Nem a ouviu.

— É uma missão, Naruto-kun! — Suspirou pacientemente enquanto guardava algumas mudas de roupa na mochila. — Kakashi-sama manda, nós obedecemos. Simples assim.

— Mas para recuperar um documento? — protestou. — Você é bem mais rápida que isso, Hina!

— É em outro país, Naruto-kun. Eu já disse.

Naruto cruzou os braços, chateado, não suportando a visão de Hinata arrumando suas coisas e indo para a sala. Tinha acabado de voltar da biblioteca, mil vezes mais tranquilo, e se deparou com a morena colocando algumas roupas numa mochila, explicando rapidamente que sairia no dia seguinte para uma missão de uma semana. Pelo visto, pensou mal-humorado, o destino não estava do seu lado.

Demorou alguns minutos até que ela aparecesse e sentasse ao seu lado, chocada.

— Não acredito que está chateado comigo.

— Não estou — respondeu no mesmo instante. — Eu só... — Ele bufou, voltando-se novamente para a televisão. — Tinha outros planos para o fim de semana.

Hinata ousou se aproximar do loiro emburrado, cutucando-o de leve até que lhe fizesse cócegas. Ele resistiu o quanto pôde, ignorando a tentativa da garota de chamar sua atenção até reparar bem em seu semblante. Ela também estava frustrada, mas fazia o possível para disfarçar com um sorriso inocente.

— Sabe que precisamos do dinheiro, Naruto-kun. Esse casamento está saindo mais caro que o planejado.

O Uzumaki soltou um suspiro, cansado daquela distância que insistia em ficar entre eles. Puxou-a para seu colo, mesmo com ela insistindo em falar sobre o alto custo de uma cerimônia que era para ser simples. Hinata ainda argumentou que nunca tinha visto um serviço de buffet tão caro, e que o dinheiro que a missão renderia seria o suficiente para pagar não só a comida, mas também parte do aluguel do salão.

— Céus, pare de falar um instante!

Hinata arregalou os olhos, surpresa. Normalmente era ele quem não fechava a boca.

— Nós vamos nos casar, pelo amor de Deus! Era para estarmos juntos o tempo todo, não era? Mas olhe só para nós dois: mal nos vemos há semanas! E não vale contar com o dia da reunião! — Ele estalou a língua, fechando os olhos ao encostar a testa na dela. — Droga, eu queria te levar para um passeio fora da vila no sábado.

— Leve-me quando eu voltar, oras. — Ela se afastou um pouco, ligeiramente envergonhada com a proximidade. — Naruto-kun, eu estava pensando... não é melhor cortarmos alguns gastos? Eu consultei o cerimonialista hoje e fiquei realmente preocupada com o valor da cerimônia.

— É um casamento super simples, Hina! O que você quer cortar?

— Um casamento para duzentas pessoas não é um casamento simples, Naruto-kun — rebateu. — Por que não chamamos apenas as pessoas mais próximas?

— Mas... é o nosso casamento!

— Um casamento que não é...

— Não me venha com essa de que não é de verdade! — cortou-a. — Nós vamos ter um filho juntos, Hina! Não tem como fingir algo assim.

A frase pareceu dar um choque na morena. Ela se levantou num pulo, assustada, colocando as mãos na frente do peito, nervosa. A garota assustada estava de volta.

— O que foi?

— N-Nada.

Hinata correu até a porta, calçando as sandálias com pressa.

— Aonde vai a essa hora, Hina?

— F-Falar com... com Sakura-san. L-Lembrei que... que tinha u-uma coisa... uma coisa para falar com ela.

— Eu vou com...

— N-Não precisa! — ela o interrompeu, terminando de se calçar e saindo sem se despedir.

Naruto não possuía olhos especiais, como um Sharingan ou um Byakugan, para ver à longa distância ou notar detalhes que poderiam passar despercebidos por uma visão comum. Porém, Hinata teve que se virar para fechar a porta... e foi nesse milésimo de segundo que viu uma lágrima cair no rosto dela.

— Hina!

Saiu esbaforido pela porta, ainda conseguindo enxergar os cabelos negro-azulados correndo pela rua.

— Hinata! — gritou, mas ela não atendeu ao chamado.

Voltou para casa, calçou os sapatos e saiu correndo pela rua. Parou poucos quarteirões depois, sem ideia de para onde continuar. A vila parecia um labirinto às vezes. Decidiu-se pela casa de Sakura, mas não ficou nem um pouco surpreso quando os pais da moça de cabelos róseos abriram a porta e disseram que Hinata não aparecera ali naquele dia.

Naruto subiu no telhado da casa da amiga, fechando os olhos e se esforçando ao máximo para ficar completamente parado. Foi complicado deixar a preocupação de lado e entrar no Modo Sennin, principalmente depois que começou a chover. Sentiu as manchas alaranjadas surgirem ao redor de seus olhos depois de longos minutos, mas não os abriu. Apenas procurou...

E quando a encontrou, não demorou um minuto para chegar até ela.

— Hina...

Ela tomou um susto com a sua presença.

— C-Como...?

Não precisou completar. Olhou-o de relance, percebendo seus olhos alaranjados e voltando a abaixar o rosto. Naruto se aproximou do solitário balanço da Academia Ninja, o coração doendo ao lembrar-se das inúmeras vezes que sentara ali, sozinho e abandonado. Ver Hinata se sentindo desamparada o esmagou por dentro.

— Hina, o que houve?

Como ela não respondeu, optou por se ajoelhar na frente dela, deixando Hinata incapaz de olhar para outro canto que não fosse o loiro.

— Foi algo que eu disse?

Negou com a cabeça, ainda chorando e fungando baixinho.

— C-Claro que não. — Soluçou. — E-Eu... E-Eu só...

Hinata cobriu o rosto, inconsolável.

— Hina, vamos para casa. — Ele segurou sua mão. — Você pode pegar um resfriado.

— N-Não! — gaguejou, porém firme, puxando a mão de volta. — Isso não está certo! Eu não posso continuar com isso!

Tão determinada, mesmo entre as lágrimas... mesmo debaixo de uma chuva que só piorava, ela olhava para o loiro com um misto de amargura e tristeza.

— Eu te admiro tanto, Naruto-kun! Não posso... não com você...

— Do que está falando, Hina?

— Um filho, Naruto-kun... — As lágrimas se misturavam à chuva. Hinata segurou o rosto dele com carinho, apoiando a testa na dele e o encarando profundamente. — Eu afundei num mar de problemas e parece que estou levando você junto...

Naruto fechou os olhos quando a moça beijou sua testa com ternura.

— Não posso continuar com isso, Naruto-kun... não posso prendê-lo desse jeito, num casamento sem amor e fadado ao fracasso. E com a imposição de uma criança! Não é justo que você...

— Eu quero.

Hinata se afastou um pouco, surpresa. Ele abriu os olhos, sentindo um arrepio percorrer o corpo. Um arrepio que, ele sabia, não tinha nada a ver com o frio.

— Eu não imaginava que fôssemos falar disso tão cedo, Hina, mas sabia que esse assunto iria chegar um dia.

Levantou, puxando-a para ficar na sua frente e não desviar o olhar do seu. Era a hora, ele sabia. Adiaram aquela conversa por tempo demais.

Segurou as maçãs do rosto choroso da Hyuuga, falando seriamente, para que Hinata não tivesse dúvidas de que falava do fundo do coração:

— Era claro que com o passar dos anos nós seríamos cobrados. — Ele sorriu, doce. — Era óbvio que um dia pensaríamos em ter uma criança correndo pela casa... Hina, quando eu a pedi em casamento de novo, já estava ciente de tudo isso. — Foi a vez dele de beijá-la na testa. — Eu quero viver ao seu lado para sempre, Hina. Quero formar uma família com você. Eu nunca tive uma, mas se for tão bom quanto conviver contigo... — Ele abriu um sorriso emocionado. — Eu quero sim, Hina... quero muito!

Ela soluçou.

— E-Era para ser um casamento de... de mentira. P-Para eu fugir... dos Hyuuga.

— Conforme-se, então! — Naruto finalmente a puxou para seus braços, como se temesse que ela fugisse novamente. — Não é mais uma mentira.

Hinata rendeu-se às lágrimas novamente, agarrando a jaqueta dele com força, emocionada demais para falar qualquer coisa.

— Do que estou falando? — Ele sorriu. — Você já é minha família, Hina.

“Eu finalmente sei o que significa deixar alguém entrar
Para ver o lado de mim que ninguém nunca viu nem verá
Então se você alguma vez se perder e se encontrar completamente sozinha
Eu procuraria para sempre só para te trazer para casa
Aqui e agora, isso é uma promessa”
(I'd Come For You – Nickelback)

 


— Tem certeza de que ficará bem?

Ele riu.

— Era eu quem devia perguntar isso. Você passou a noite inteira espirrando. — Hinata desviou o olhar, envergonhada. — Tomei a liberdade de colocar umas vitaminas na sua mochila. Tome pelo menos uma vez por dia, ok? — Ela o olhou novamente, surpresa. Naruto respondeu sua pergunta muda. — Coloquei quando você estava no banho. Elas estão ao lado de uma foto minha, no bolso lateral.

Hinata ficou da cor de um tomate. Naruto riu, puxando-a para um abraço.

— Também vou sentir a sua falta, Hina. — Deu um beijo estalado na testa dela. — Até semana que vem.

— Não vai dar um beijo de despedida em sua noiva, Naruto? — Kiba, que via a cena a alguns metros de distância, conseguiu deixar Hinata ainda mais vermelha.

— Cuide da sua vida. — Naruto lhe mostrou a língua. — Minha noiva é muito tímida.

— Como se eu não soubesse. — O moreno riu.

A moça saiu do abraço, sem encarar o futuro marido. Deu um “tchau” baixinho e se juntou ao seu time. Naruto ainda acenou alegremente quando o trio, já quase sumindo de vista, ainda se virou para uma última despedida.

— Você está virando um bom ator. — A voz de Kurama o assustou de repente.

— Do que está falando?

— Fingiu para a menina Hinata que vai ficar bem sem ela.

— E você acha que eu não vou? — falou confuso.

— Ela pode não o conhecer tão bem. Mas eu conheço... eu dou dois dias até sua casa estar de pernas para o ar novamente.

— Está falando de mim ou da minha casa?!

— Ambos.

— Pois você está enganado! — finalizou, orgulhoso. — Hinata voltará semana que vem e vocês dois irão ver que estará tudo bem como sempre esteve.

— Sei...

— É só uma semana, Kurama! Eu vou ficar bem!

Não foi uma mentira propriamente dita. Naruto falou com convicção para poder se convencer de que ficaria mesmo bem sem sua Hinata. Estava tão acostumado com a companhia dela, que foi difícil engolir a ideia de passar uma semana separados. Só se conformou mais depois que a levou de volta para casa, na noite anterior, a preocupação com a saúde da morena falando mais alto que a saudade.

O dia seguiu normalmente. Naruto comprou lámen para o almoço e, aproveitando a ausência de uma maníaca por limpeza, comeu duas tigelas na frente da televisão. Passeou pela vila durante a tarde, treinando com Lee e Konohamaru, divertindo-se à beça com a loucura dos dois ninjas. Chamou os dois para jantarem com ele no Ichiraku. Ino e Sakura apareceram e se juntaram à conversa animada. Foram embora quando o relógio de Teuchi bateu dez horas e ele anunciou que iria encerrar o expediente.

— Estou em casa! — gritou assim que abriu a porta, sorrindo abertamente.

Quase tomou um susto com a casa escura. Deu um tapa na própria testa por ter esquecido da missão de Hinata. Tomou uma ducha, escovou os dentes e se espalhou pela cama. Só dormira sozinho nela uma vez, e tinha sido divertido poder deitar como bem quisesse de novo. Parou minutos depois, sem saber como dormir sem os cabelos cheirosos da Hyuuga perto de seu rosto. Olhou para o criado-mudo, uma emocionada Hinata sorrindo-lhe volta.

— Boa noite, Hina.

Sonhou com ela. A kunoichi chegava da missão de surpresa, correndo pela rua até alcançá-lo num abraço apertado. Naruto, morto de saudades, não ligava para as pessoas ao redor. Perdia-se no semblante sorridente da mulher mais linda do mundo, roubando-lhe um beijo apaixonado.

Acordou no meio da noite com o coração batendo forte. Estava no seu lado da cama, agarrado a um dos travesseiros de Hinata que ainda conservava o seu cheiro... Naruto o largou, imaginando que esse foi o motivo de ter sonhado com a morena. Virou para o outro lado, com dificuldade para dormir depois da sensação tão vívida dos lábios dela colados no seu.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Gostaram do capítulo? ^^"

Não se esqueçam de ir lá na minha pasta no Pinterest para ver/conhecer as fanarts que eu acho que super-combinam com a fic, ok? xD O link: https://www.pinterest.com/isisbrito8/meu-eu-depois-dela-fnh/

Pessoas lindas, vocês já conhecem o grupo de fanfics NH no Facebook? Além da página (https://www.facebook.com/Fanficsnaruhina/), no grupo (https://www.facebook.com/groups/1752547481730098/) vocês também terão várias indicações de fanfics! Entrem no grupo, curtam a página! ♥

Por último, mas não menos importante... Pessoas, eu estou participando, junto com a Nathyuga, de um blog maravilindo criado pela SBFernanda! Nós três estamos fazendo resenhas de fanfics NaruHina! ♥ Quem quiser conhecer, o blog se chama "Resenhando: NaruHina" (http://resenhandonaruhina.blogspot.com.br/). Temos também uma página no Facebook (https://www.facebook.com/ResenhandoNH/)! Confiram lá, por favorzinho. ♥

Acho que é só isso... Muito obrigada por tudo, viu?
Até o próximo capítulo! ♥