1896 escrita por Emily Rhondes


Capítulo 2
II - Félix


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/EHAT1FloxQg o trailer!

Heyy, eu acabei decidindo que irei postar os capítulos já prontos ao longo dessa semana. São 5 capítulos ao total, até o fim dessa semana já postei todos.
Boa leitura, espero q gostem e comentem para eu saber o que acharam! ♡

Elliot



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Correr sem parar foi a única coisa que seu raciocínio lógico pode pensar.
Assim que chegou ao acampamento, várias pessoas já estavam olhando-a correr, confusas.
— Lia? - A Madame Levour foi a primeira a abraça-la.
Lia estava completamente horrorizada, e assustada. Santo Deus, Charles estava morto...
— O que aconteceu?! - Ben se aproxima delas com uma cara amarrada.
— Ch-Charles...
— Onde ele está? - A voz preocupada de Elliot aparece ao seu lado.
— N-Na floresta, eu...
— Por que ele está na floresta? - Elliot interrompe-a, nervoso. - Não o vi o dia todo.
Todos começaram a murmurar, e ela perdeu a paciência, se soltando da Madame Levour.
— CHARLES ESTÁ MORTO! - Ela grita, e todos ficam quietos.
— O que? - James pergunta, sem voz.
— Eu achei o corpo. - ela tapa os olhos com as mãos, perdendo o controle das lágrimas. 
— Ave Maria dos Tigres...! - Madame Levour arregala os olhos, e expressões desse tipo ecoam aos montes.
— Não é possível. - O tio ruge.
— Está me chamando de mentirosa? - ela diz, num tom mais irritado que magoado.
— Vamos checar. - Olorax revira os olhos, cansado da briga de família ali. - Mostre-nos o caminho, garota dos tigres.
Garota dos que?
Ela ignora o apelido, e segue tremendo e soluçando pelo caminho que veio.
Olorax, Groot domador de Leões, o maquinista Han, os amigos de Charles e Elliot, foram seguindo-a.
Ali estava ele, pendurado na árvore.
Ela tapa os olhos com as mãos, pronta para sair dali o mais rápido que conseguia, e ouviu alguém vomitar... Mas Charles era colega de trabalho dela. Ela não podia fazer isso.
— Charles... Ah meu Deus... - Elliot tapa a boca, sem conseguir tirar os olhos da imagem horrenda.
— Parece o porco que abatemos semana passada. - Olorax comenta consigo mesmo, enquanto lançaram um olhar torto para o homem grande.
— Quem faria uma coisa dessas? - Um dos amigos de Charles diz. - É muita violência... Charles era uma boa pessoa...
— Um assassino. - Ben afirma, com certeza. - Lia... Isso está suspeito.
Ele se vira para a garota apavorada, que arregalou os olhos pro tio.
— O que você fez? 
Ben. - Elliot franze o cenho pra ele, com a voz firme e irritada, já se aproximando da garota que se encolheu. - Que isso?
— Eu não... Eu não fiz nada... Eu... - Lia mal consegue murmurar.
— Viu algo? - Olorax insiste.
— Eu não vi nada! Me deixem em paz! - Ela bate as mãos no colo, antes de sair correndo com lágrimas no rosto pra nenhuma direção específica.
Era tudo pressão demais... Ela acha um garoto morto da forma mais brusca que ela já ouvira falar, e ainda desconfiam dela...! Ela não aguentava isso. Diziam que ela era uma bebê chorona sentimental, mas era mesmo. Qualquer coisa a fazia chorar.
— LIA! LIA VOLTA AQUI! - A voz esgoelando de Elliot ecoa pela floresta. Ela não voltaria até estar bem psicologicamente.
E continuou correndo pra cima de um morro, onde as árvores grandes davam uma trégua, formando uma clareira. Desmoronou no topo do morro feito de grama livre, com a cabeça debruçada num tronco velho.
Aos poucos, o vento gelado de início  de primavera a acalmava. Lia limpa o vestido a essa altura sujo, e ajeita o coque desarrumado em seus cabelos rosas.
  - O que uma garota de cabelo rosa faz chorando no meio da floresta? - Lia levanta a cabeça num impulso, caindo para trás e vendo finalmente a voz.
Era um garoto alto, meio corpulento, de cabelos negros e olhos mel que a fitava confuso. Seu terno era de primeira linha, o cabelo devidamente arrumado com gel. 
Lia se recupera do choque.
— QUEM É VOCÊ? - grita, tentando desesperadamente se levantar, e caindo algumas vezes no processo. O garoto apenas a fitou, com os olhos meio arregalados. É uma garota de cabelo rosa.
  - Meu nome é Major Calvin. - e faz uma reverência pomposa. - Pode me chamar de Calv, por favor. 
Lia parou. Sentiu uma segurança de repente. 
  - Eu te conheço?
  - Creio que não, me lembraria de seus cabelos rosas e temperamento confuso.
Ela abaixa a cabeça constrangida, e ele oferece a mão para ela se levantar. Lia aceita, e limpa o vestido, se sentando novamente no tronco.
Calv toma cuidado para não se sentar perto demais e assusta-la. 
  - Você é Major?
  - Não. É meu nome, e a pronúncia é Meijor.
  - Ah, sim. Sou Lia.
  - Que nome bonito. - Ele comentou, olhando ao redor. Os pássaros cantavam livremente. - Minha família está viajando de trem para Louisiana. Paramos em um hotel e eu vim caminhar. Até que vi uma garota de cabelos rosas correndo. - Ele deu de ombros, com um sorriso. - Achei interessante. Mas por que você chora?
  - Meu colega de trabalho foi assassinado.
Ele arregala os olhos, perdendo o ar por um segundo. Se esforça para se recompor.
  - Sinto muito. Já pegaram o assassino?
  - Não.
  - Oh, Deus, tem um assassino a solta? Você não devia andar por aí sozinha, definitivamente não. 
  - Sei me cuidar, obrigada, Calv. E eu não devia falar com você com um assassino a solta.
Ele ri, segurando os cotovelos.
  - Talvez você tenha razão. Como chegou aqui?
  - Sou artista de circo. - Ela sorri, já se afastando dele, e ele ergue as sobrancelhas.
  - O Prodigiosum?
— Uhum.
  - Bem, vou assistir a um espetáculo com certeza. Vamos nos encontrar de novo?
— Talvez. 
E sai andando, deixando o garoto observa-la.
Okay. Ela estava bem. Ela tinha que voltar. O assassino podia estar por aí... E ela nunca teve tanta certeza de algo: Major Calvin não é o assassino. Não é ele o assassino.
Chegando no acampamento, todos discutiam sobre o que fazer com o garoto morto.
— Lia. - Elliot a abraça com força por alguns segundos, e ela fica atônita, sem saber o que dizer. - Deus, não faça isso conosco. Ficamos preocupadíssimos. - ele a repreendeu.
— Eu não matei Charles. - Lia baixa os olhos.
— Eu sei. Acredito nisso.
— Eu não. - Camille, a rainha má do circo se colocou ao lado de Elliot. - Pra mim, é coincidência demais você achar um corpo na floresta.
Ela abaixa os olhos. Realmente, era coincidência demais.
— Ninguém perguntou o que você acha. - Lia ergue o olhar no mesmo instante que Elliot a defendeu. Aquilo foi... Uau! Por que ele defendeu ela desse jeito? - Sai daqui.
Camille parecia tão surpresa quanto ela.
— Vamos, sai.
Revoltada, Camille sai andando com seu vestido longo e pomposo batendo os pés.
Ela continuou encarando-o esperando uma resposta... Ele gostava dela como ela gostava dele? Podia se dizer que Camille era bem mais.. Turbinada que ela.
— Você deve estar se perguntando por que eu fiz isso. - ele respira fundo.
E ela se prepara pra ouvir as palavras que sempre sonhou em ouvir da boca de Elliot. Seu coração batia forte, e suas mãos tremiam completamente molhadas de suor.
— Eu te considero como uma irmã, e vou te proteger se precisar.
E pronto. O garoto loiro sorriu, sem ter noção do que passava na cabeça de Lia. Ela deu um sorriso falso, e agradeceu.
— Você quer deixar isso pra lá?! - a voz irritada da Madame Levour gritando com Ben, o tio de Lia fez todos olharem.
— O que? - Elliot pergunta, indignado.
Enoch, sendo essa a primeira vez que ela o via em horas, ri, saindo andando em direção ao trem.
Todos o olham torto, e ela acaba se livrando de um acusação de assassinato. Todos apontam dedos para a risadinha de Enoch, e ela trata de segui-lo assim que se livrou da discussão. Ele segue rente ao trem até os últimos vagões, e ela sabia onde Enoch ia.
Ate que ele se vira, e ela pula pra trás do vagão, rezando para ele não te-la visto. Lia fechou os olhos, colada ao vagão, quando ouve a voz de Enoch.
— Tá me seguindo por que, Srta. Estraña?
Ela arregala os olhos, se afastando dele, num susto.
— Responde.
— Eu...Eu... Estou encarregada de alimentar as aberrações...
— Fiquei sabendo. - ele dá um sorriso sádico. - Não é trabalho pra gente como você.
  - Meu pai fazia isso. - Ela ergue os ombros, respirando fundo. - Posso fazer também.
Ele ri, trocando o peso de uma perna a outra.
  - Boa sorte, Lia.  - E dá meia volta, segue por onde veio.
  - Deus. - Ela morde os lábios, e espera-o se afastar bem para voltar.
Era quase hora do almoço. Todos trabalhavam conversando alto como sempre. Madame Levour cantarolava em francês enquanto estendia roupas no varal.
O Maquinista Han lustrava o lado de fora do trem com um balde e esponja. Olorax cortava enormes toras de madeira sem esforço, Isabelle organizava os figurinos, Ju-Jim pulavam de um lado ao outro, e Ben estava em seu escritório.
  - Ah, Lia. Vamos ajudar Blair a terminar com o almoço. - Ela assente, seguindo-a.
Lia ajudou Madame Levour a limpar os enormes peixes pescados a um ou dois dias. Lia os achava nojentos. Eles sempre comiam peixe, alguma verdura, pão e milho no almoço, as vezes variando de milho para gergelim quando não era época.
Um bom tempo depois o almoço estava pronto, e o batalhão estava unido na enorme toalha estendida no morro de grama. 
Todos se serviam no enorme caldeirão, onde todos os elementos para a refeição estavam picados e cozidos. Lia os encarava comer horrorizada. Se comesse um grão de milho, vomitaria tudo.
A imagem Charles estrangulado e pendurado na árvore fazia seu estômago revirar forte. Ela olha para o outro lado, onde vastas montanhas se estendiam até sair de vista.
  - Lia. - Ela deu um pulo ao ouvir seu tio. - Hora de alimentar.
  - Não quero come... - Ela demorou um segundo para entender que seu tio não falava dela, mas sim, das aberrações. Ela o fitou de boca aberta, esperando que fosse brincadeira.
 - Nem comece, Lia. Eles estão presos com as coleiras. Não tem perigo algum. 
  - Tio... Por favor... - Ela choramingou.
  - Vá. Agora
 Ela se levanta, saindo de perto dele o mais rápido possível, seu coração batia a mil por hora. Ela alimentava os tigres. Alimentava os elefantes. Mas as aberrações... Ela sabe o que fizeram.
O segundo vagão do trem eram onde ficavam os suprimentos. Bem fechado, na medida do possível, os alimentos eram guardados em sacos dentro de caixas. Ela pegou dois pedaços de veado que Olorax abateu hoje de manhã, enrolados num pano dentro de um saco. Depois voltaria para pegar o alimento dos elefantes e cavalo: era muito capim para uma garotinha.
Os dois tigres que o circo possuía dividiam um vagão colorido com o desenho pintado de dois tigres alegres jogando bola. Ela abriu a porta, e logo os dois tigres se animaram, se levantando e indo para perto dela. Lia fechou a porta do trem, acendendo as velas no canto, e em seguida abriu a jaula dos animais, que a recebem pacificamente.
As duas fêmeas do tigre-de-bali rugem, comemorando a chegada da garota.
  - Olá Jeneviv, olá Maryen. - Ela abraçou as duas feras, que não paravam quietas nem um segundo. Lia sorriu, fazendo carinho nas duas. - Tudo bem por aqui?
Jeneviv assentiu com a cabeça.
— Estão com fome?
Mayren assente com a cabeça.
  - Que bom, tenho uma coisinha para vocês... Um veado fresquinho.
Ela tira o animal morto do saco com dificuldade, e , no pés das duas, que começam a comer.
  - Sabe, garotas... Eu estou nervosa. - Jeneviv ergueu a cabeça para ela. - Meu tio quer que eu alimente as aberrações... E eu não acho que elas gostem de gente. Vocês sabem o que eles fizeram com o mágico antes de eu nascer, certo?
As duas negam.
  - Não? Bem... O Hector não foi nosso primeiro mágico. - Sua voz encheu de pesar e medo. - Houve outro. E meu tio conta que elas eram tratadas como gente, viviam entre o circo... Mas uma das aberrações era diferente das outras. Ela tinha raiva. Seu nome era Hemdoff. Era um homem com força suficiente para levantar todo o trem com uma mão. E em uma trágica noite, as chacotas do mágico foram o estopim para sua raiva, e, usando as próprias mãos, partiu nosso mágico ao meio, por pura maldade e vingança. Depois disso, ele não durou muito. Toda a cidade de Nova Orleans se reuniu, e Hemdoff foi fuzilado, e todas as aberrações foram caçadas e presas.
Lia suspirou, encarando as tigres devorando o animal.
  - O que eu faço?
Jeneviv largou sua carne, e se deitou com a cabeça no colo de Lia.
  - Eu sei que preciso fazer isso, Jeneviv. - Seus olhos se fecharam por um segundo, apenas sentindo seu pelo macio. - Meu pai fazia. E eu confio no meu pai. Se ele alimentava as aberrações, eu posso o fazer também.
A frase que seu pai dizia veio a sua mente como um tiro: "As vezes temos uma visão falsa das pessoas. Elas não são o que parecem. Elas são especiais."
  - Obrigada, Jeneviv. Obrigada, Mayren.
Lia saiu da jaula, a trancando, e foi até os pesados sacos de grama sendo arrastados pelas pedrinhas, e dá para as sete éguas, e não sai sem antes fazer carinho em todas.
Logo estava a carregar mais pasto, e dessa vez tem que fazer quatro viagens para alimentar os dois elefantes indianos que ficavam em vagões diferentes.
  - Ellen. - Lia cumprimenta a primeira com um carinho. - Ellie. - depois a segunda.
E logo encarava o último vagão todo pintado de preto, com o coração na mão e a coragem crescendo dentro de si.
Seu pai fazia. Seu pai era bom. As pessoas não são o que achamos que são.
As aberrações não podem te tocar.
Suas mãos tremendo colocaram a panela no chão, e abriram a porta do trem com força, e a claridade logo entrou pelo vagão. O caldeirão sobiu antes dela, e segundos depois, ela podia ver cada rosto atrás das grades.
Cada estrutura de seu corpo treme. Ela conhecia aquelas pessoas. Já havia visto elas se apresentarem. É a coisa mais horrível que já vira na vida.
A mulher barbada. Ruiva, com longos cabelos tão anelados quanto sua barba grossa e embaraçada. Usava um vestido marrom desengrenhado em seu corpo grande e braços maiores ainda. Um ruído demonstrando desprezo escapa de seus lábios.
Billy Graham, o garotinho negro que podia ficar invisível. Assim que seus olhos param em Billy, ele fica invisível, encolhido no canto, abraçado ao corpo. Não devia ter mais que nove anos.
O cospidor de fogo. Lia não sabia seu nome, mas seus ombros largos e a careca suja eram inconfundíveis. Seu bigode era engomado, sobrancelhas grossas, e braços com curvas. Vestia um terno sem gravata, e sua cabeça quase batia no teto da gaiola do tamanho de uma cama de cachorro.
A telecinética, a loirinha de seis anos com olheiras cavando os olhos. Usava um vestidinho rasgado, e seus olhos assustados percorriam todo canto ao mesmo tempo. Cabelos escorridos, olhos escuros, pele pálida pela falta de sol.
Isso fez Lia puxar a corda que abria as janelinhas no teto, fazendo sol bater em cada um deles, e o ar fresco entrar.
Ninguém diz nada, e seus olhos encontram a gaiola vazia. Tinham espaço para mais um. Talvez o tio a colocasse aí dentro.
Todos usavam as coleiras retensoras, menos Billy. Qual o sentido de impedir que o garotinho ficasse invisível? Lia não sabia o que exatamente do que as coleiras eram feitas, só sabia que eram enferrujadas, sujas, pesadas e extremamente caras.
Ela afastou seus pensamentos. Seus dedos tremiam, se não saísse dali sua claustrofobia atacaria no ato. Se sentou no chão, e usando a conxa, pegou o mexidão, e colocou num dos pratos. Não tanto assim, a magrelinha não parecia comer tanto.
Ela abriu a portinha embaixo, e enfiou o prato lá, o largando sem chegar perto. Depois Billy, o cospidor de fogo, e no final acaba derrubando um porta retrato que ficava em pé no canto, de frente para o cospidor de fogo.
  - Boa. - A mulher grune, rindo, e o cospidor de fogo se sobressai.
  - Não! 
 Lia paralisa. Okay. Okay, não se irritem, por favor.— tudo que seu cérebro pensava.
  - Minha comida sai hoje ou...? - A ruiva continuava a ironizar, e Lia solta o ar que segurava.
Ela foi até o porta retrato, e o ajeitou no lugar, vendo uma loira bonita sorrir na foto em preto e branco de má qualidade. Ela não tinha um braço.
  - Desculpe, senhor cospidor de fogo.
Ele fica surpreso com seu pedido de desculpas, e ri vagamente.
  - Félix.
Seus olhos se abaixaram. Que vergonha, claro que ele tem nome. É uma pessoa, Lia.
Seus dedos continuaram colocando todo o resto de comida para a mulher: ela aprecia comer absurdamente mais, e assim que recebe o prato, o devora, sem etiqueta nenhuma, sem hesitação.
  - Ela está com medo da gente. - a garotinha loira comentou, pegando-a de surpresa. Certo, esse não era o encontro que ela tinha em mente, definitivamente.
  - Não precisa ter medo de nós, garota. - Félix disse sem olha-la, concentrado-se apenas em absorver o sol e comer. - Qual seu nome?
  - Lia.
  - Lia o que? - A mulher perguntou, como se entregasse.
  - Estraña.
 Todos ficam em silêncio, encarando-a. O menino invisível até fica visível novamente.
  - Sinto muito pelo seu pai. - Félix diz.
  - É. - Isso saiu como um grunhido de dor.
Ela recolheu os pratos, estranhando aquilo tudo. Ninguém tinha tentado arrancar uma parte de seu cabelo, nem jogado comida nela. Era o que esperava. Esperava animais, como os tratam. Mas ao invés disso, encontrou pessoas.


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Notas finais do capítulo

Quem vocês acham que é o assassino? Comentem!


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