Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 6
Isso mesmo, some um mais um.


Notas iniciais do capítulo

Eai gente linda do meu coração, como vão vocês? (Ok, isso soou muito falso, deixa pra lá)
Mas enfim, a louca da Elisa FINALMENTE vai contar para o Anthony sobre o bebê, mas é claro que como é com ela, a coisa vai ser suuuuper normal, só que não kkkkk ♥
Espero mesmo que gostem do capítulo, BOA LEITURA!! :D



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— Você só tem que ligar pra ele - Lena me disse pela sexta vez em menos de dez minutos, já tinha quase uma hora que eu estava andando pra lá e pra cá na sala do meu apartamento com o número de Anthony na mão e Helena me encarando. Dei graças a Deus que Miguel ficou preso no trabalho até mais tarde hoje. - Vamos Elisa, deixe de ser covarde.

  - Não dá - choraminguei sentindo que estava à beira das lágrimas. Eu não tinha tido coragem de ligar pra ele em nenhum momento desde hoje mais cedo quando a doutora me deu seu numero. Era oficial, eu era uma covarde. - Como​ eu vou ligar pra ele do nada e dizer que estou grávida de um filho seu? 

  - Do mesmo jeito que ele te fez essa proposta maluca, em uma conversa, apenas fale com ele, você é muito boa nisso - encorajou com um sorriso e eu suspirei. Lena tinha razão, eu precisava ligar para ele e logo. Olhei para o relógio que já marcava nove e meia e suspirei outra vez, eu tinha​ mesmo que parar de enrolar.

  Finalmente tomei coragem e disquei o número, quando começou a chamar eu entrei em pânico, de novo. E se Marina tivesse me dado o número errado? Ou ainda, se ele fosse do seu escritório? E se outra pessoa atendesse? O que eu ia fazer?

  - Alô? — uma voz chamou do outro lado da linha e meu coração quase parou. Mesmo a tendo ouvindo poucas vezes reconheci a voz de Anthony imediatamente. - Quem está faltando?

  - Sou eu - murmurei ouvindo o meu coração retumbar nos ouvidos. - Elisa Banks, lembre-se de mim?

  - A garota da lanchonete que cogitou ter um filho meu? — ele perguntou e eu não sabia dizer se estava fazendo graça ou só lembrando um fato.

  - Eu mesma.

  - Como consegui meu número?

  - Com a Dra. Stuart - disse impaciente tomando uma decisão, eu não ia dar uma notícia dessas por telefone. Simplesmente não ia rolar. - Você está livre agora? Eu gostaria de me encontrar com você.

  - Me encontrar, agora? — ele perguntou parecendo surpreso, eu não podia culpá-lo isso tudo ainda era muito irreal, sobretudo a parte em que eu aceitei ter um filho dele.

  - Isso mesmo, agora. Você pode? É importante.

  Fez-se silêncio por uns instantes antes que ele voltasse a falar, eu já estava esperando sua resposta negativa e me preparando para soltar a bomba por telefone mesmo, mas felizmente não precisei.

  - Você deu sorte, essa noite eu estou livre. Podemos nos encontrar na mesma lanchonete daquela vez?

  - Perfeito - disse com um suspiro de alívio. - Até daqui a pouco - me despedi.

  - Até — ele retribuiu o cumprimento e desligou.

  Meu suspiro foi tão profundo que tive que me sentar no sofá pra não cair.

  - Eai? Como foi? Não lembro de ter ouvido a palavra gravidez em nenhum momento da conversa, o que disse pra ele? - Helena quis saber e eu fiquei de pé.

  - Vou encontrá-lo daqui a pouco, não podia dizer uma coisa dessas por telefone.

  - É, faz sentido - ela concordou depois de uns segundos. - Vai com tudo!

  Acabei sorrindo antes de ir me arrumar, não demorei para sair, estava ansiosa de mais para esperar, temendo que Anthony desistiria de me esperar se eu me atrasasse, dessa vez peguei um táxi. Não gastei mais que quinze minutos para chegar à lanchonete, eu não ia ali desde o meu último encontro com o bonitão de terno, sorri divertida me lembrando do apelido que criei pra ele e sem querer acabei suspirando de alívio quando percebi que ele ainda não havia chegado. Eu não tinha ideia de como iria lhe dar essa notícia.

  Assim que me sentei uma garçonete veio ao meu encontro e seu perfume doce fez meu estômago revirar, ela insistiu para que eu pedisse alguma coisa, mas com ela ali com aquele perfume horrível não estava sendo fácil controlar a vontade de jogar meu jantar em seus sapatos, no fim acabei pedindo só um copo de água, ela saiu claramente irritada, quase deixei escapar que na verdade ela teve sorte de sair dali limpa, mas desisti da ideia assim que uma figura que destoava completamente do resto das pessoas naquele local cruzou a porta.

  Anthony seguiu em minha direção usando um terno preto e com o cabelo arrepiado exatamente como eu me lembrava e não sei se foi o fato de que eu passei o dia todo em pânico e tinha esgotado as minhas reservas ou o a conclusão eminente de que não tinha mais volta, mas eu não estava tão nervosa ou preocupada, ele tinha que saber e seria eu a contar, fim da história.

  O moreno se sentou na cadeira em frente a minha e me encarou e passados dois minutos sem eu dizer nada ele suspirou.

  - Bem, eu estou aqui, Srta. Banks​. Qual era o assunto importante que você tinha pra tratar comigo?

  Qual era o problema dele com meu nome? Desisti de tentar entender quando seus olhos escuros me exigiram uma resposta, respirei fundo uma, duas, três vezes antes de continuar.

  - Eu estive com a Dra. Stuart hoje - comecei e ele me olhou sem entender. - Eu fui confirmar uma suspeita, mas ao que parece eu estou certa e...

  - Srta. Banks - ele chamou me fazendo suspirar.

  - Certo - disse depois de um segundo de hesitação. - A verdade é que eu estou grávida - contei de uma vez e ele me olhou arqueando uma sobrancelha.

  - Isso é... Hum... Meus parabéns? - foi mais uma pergunta que um cumprimento. - Mas o que isso tem a ver comigo? Você não me chamou aqui só para me dizer que acabou grávida de outro depois daquilo tudo, não é? - ele perguntou com um misto de irritação e descrença e eu comecei a me irritar também, que tipo de pessoa ele achava que eu era?

  - O que você acha que tem a ver com você? - perguntei irônica sentindo que meu almoço realmente queria fazer o caminho inverso, ignorei a sensação. - A última vez que estive com alguém foi há quase um ano e claramente não estou grávida de doze meses Sr. Whitmore, então some um mais um - disse sentindo o sangue ferver, não foi assim que imaginei contar a ele, mas por algum motivo seu comentário tinha me irritado, ou talvez fossem os tais homônimos de grávida por que eu definitivamente não estava mais com medo, estava com uma vontade enorme de socar aquela boca cheia de dentes perfeitos que ele entreabria na tentativa de entender o que eu tinha dito. Porque raios ele tinha que ter me feito àquela maldita proposta?

  - Você está me dizendo que...? - ele perguntou ainda me encarando parecendo surpreso e perdido.

  - Que estou grávida de um filho seu? - ajudei - É, é exatamente isso que eu estou dizendo. Acredite você ou não, goste você ou não, essa é a verdade. Eu não sabia como contar e não quis dizer pelo telefone. Não me pergunte como aconteceu já que o exame que a Dra. Stuart fez há um mês deu negativo, mas cá estamos nós.

  - Isso é um pouco de mais... - ele murmurou passando a mão pelos cabelos e suspirou e foi bem nessa hora que a garçonete reapareceu com a minha água e praticamente se debruçou sobre Anthony, ele não pareceu perceber, mas eu percebi, sobretudo meu nariz, o perfume horrível dela estava ficando mais forte ou era impressão minha?

  - O senhor vai querer​ alguma coisa? - ela perguntou a ele enquanto meu estômago deu uma volta dolorosa, engoli em seco e respirei fundo, mas nada disso ajudou senti meu jantar e tudo que tinha comido mais cedo voltar pelo mesmo caminho em que entrou, só tive tempo de empurrar a garçonete para o lado e correr para os fundos da lanchonete atrás de um banheiro.

  Felizmente havia uma porta com uma placa com letras vermelhas escrito “FEMININO” e foi ali que entrei, só tive tempo de me debruçar sobre o vaso sanitário antes de despejar ali o que mais cedo fora o meu almoço, ou talvez o meu jantar, aquela altura não importava mais. Depois de meu estômago se contorcer violentamente mais duas vezes e expulsar tudo o que tinha dentro de si eu finalmente consegui parar para respirar, fiquei de pé com as pernas meio trêmulas e me segurei na pia para não cair, lavei o rosto e boca antes de me olhar no espelho, minha aparência estava horrível.

  Respirei fundo algumas vezes e lavei a boca outras mais antes de finalmente abrir a porta do banheiro. Levei um susto quando​ vi Anthony parado ali me encarando com um misto de curiosidade e preocupação.

  - Você está bem? - ele perguntou e eu o fuzilei com o olhar como se a culpa disso tudo fosse dele. E não é que era mesmo?

  - O que você acha? - perguntei irônica voltando para a mesa e sendo seguida pelo moreno. Nos sentamos outra vez e a garçonete reapareceu parecendo preocupada.

  - A senhora está bem? - quis saber e eu torci o nariz com sua reaproximação, meu estômago vazio se contorceu outra​ vez.

  - Sai de perto de mim! - praticamente rosnei e ela se assustou dando um pulo para trás, acabei por me sentir mal por ela. - Me desculpe, não quis ser grossa é que seu perfume está me deixando enjoada, será que pode, sabe? Sair?

  Ela assentiu e com um movimento rápido sumiu, peguei meu copo e tomei dois goles de água antes de voltar a encarar Anthony, ele também me encarava, mas não soube identificar sua expressão.

  - Você tem certeza que o bebê é meu? - por incrível que pareça (ou não) foi isso que ele perguntou. Eu queria matá-lo e xingá-lo até a última geração, mas estava tonta e com um gosto na boca horrível de mais pra isso, fora que eu gostando ou não sua questão era aceitável, ele era incrivelmente rico e eu podia ser uma golpista, mas obviamente não era. Era só uma louca que tinha se metido em uma confusão grande de mais e estava total e completamente arrependida disso.

  - Eu digo e volto a repetir, mesmo que isso seja constrangedor, que a última pessoa com quem estive foi à quase um ano, então sim Anthony, mesmo que não acredite em mim eu tenho certeza que o filho é seu, a não ser é claro, se a doutora tiver colocado o sêmen de outra pessoa em mim - tentei fazer graça, por que era rir para não chorar. E eu não pude deixar de notar que a minha irritação com ele já tinha desaparecido, com certeza eram os hormônios de grávida.

  Ele me encarou por uns segundos e por fim suspirou passando a mão pelos cabelos rebeldes que não combinavam em nada com sua roupa e expressão séria.

  - Tudo bem então - disse por fim. - Nós podemos fazer um exame de DNA, mas eu acredito em você Srta. Banks, você não parece o tipo de pessoa que inventaria uma mentira dessas para se dar bem.

  - Quisera eu que fosse uma mentira - murmurei fazendo bico como uma criança, eu estava à beira das lágrimas outra vez e não tinha ideia do por que. Malditos hormônios!

  - Você está bem? - Anthony perguntou com os olhos arregalados vendo minha expressão.

  - Dá pra você parar de me perguntar isso!? É claro que eu não estou bem! - disse o olhando feio. - Todos esses cheiros parecem ter ficado infinitamente mais fortes, nada para no meu estômago há quase uma semana por que eu passo a maior parte do tempo agora me sentindo mal, então não Sr. Whitmore eu não estou bem! Será que eu posso pedir um bolo? - perguntei como se não tivesse acabado de gritar com ele.

  Ele ainda me encarava sem entender quando a garçonete de antes reapareceu com uma xícara de café, ela a depositou na frente de Anthony e num movimento rápido se virou para ir embora outra vez.

  - Hei! - chamei e ela se voltou pra mim. - Será que você poderia me trazer um pedaço de bolo de chocolate com creme? - perguntei e ela me olhou parecendo incrédula, mas assentiu e sumiu logo em seguida.

  - Você vai ficar assim durante toda a gravidez? - ele quis saber e eu o olhei sem entender.

  - Assim como?

  - Mudando de humor como uma louca - explicou e eu estreitei os olhos pra ele.

  - Você está mesmo me chamando de louca? 

  - Não - ele disse com um meio sorriso levando a xícara aos lábios. - Não mesmo.


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Notas finais do capítulo

Então? Quero opiniões, please ♥
Beijocas e até o próximo capítulo!! :3



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