Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 38
Paquera e... Mais um bebê!?


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Voltei e queria desejar a todos vocês um Feliz Natal atrasado!
Eu já percebi que alguns de vocês têm mais paciência que outros, mas espero que apesar dos meus atrasos, não me abandonem e desculpem mesmo a demora, mas como o último final de semana foi natal e eu estava no interior e sem internet, dificultou um pouco a postagem do capítulo kkkkk e eu já adianto que talvez o próximo capítulo só saia em 2018 por que não sei se vou estar em casa no final de semana que vem u.u
Enfim, é isso, quero desejar a todos vocês que lêem a história um ótimo fim de ano e um 2018 ainda melhor!!! Vocês são de mais, obrigada por todo o carinho ♥
BOA LEITURA!! :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/729559/chapter/38

Era um pouco assustador pensar que já haviam se passado quase três meses e nada tinha acontecido, eu e Anthony estávamos bem felizes e parecíamos ainda mais perto do nosso “Felizes Para Sempre”. Mas em contrapartida, ainda não havíamos conversado sobre o contrato e nem sobre o que faríamos depois que os gêmeos nascessem e isso era sempre a manchinha negra na minha felicidade. E eu estava tão concentrada em filosofar sobre a vida que a pontada que senti no pé da barriga me fez segurar na bancada da doceria para não cair.

  - Ai meu Deus, Lisa! Você bem? Não me diga que os bebês estão nascendo!? - Caitlin perguntou tudo de uma vez em pânico me arrastando até uma cadeira e me fazendo sentar, senti outra pontada antes de finalmente olhar pra ela e revirar os olhos.

  - bem, fica calma! - pedi respirando fundo, essas podiam não ser as contrações do parto, mas doíam pra caramba. - A Dra. Stuart falou que era normal eu começar a sentir dores, principalmente agora que eu estou chegando perto do oitavo mês. Então fica calma Cait, eu não vou ter meus bebês aqui na doceria.

  - Ah, mas não vai mesmo - Chloe apareceu me estendo um copo daqueles de café, eu peguei sem entender. - É chocolate quente, talvez te faça sentir melhor - explicou. - E eu acho que você nem devia estar aqui, estou certa? Você não está de licença desde o início do mês?

  - Bem... Eu sou uma cliente, posso não? - perguntei divertida bebendo meu chocolate quente e a ruiva riu.

  - Pode, mas é melhor você ir pra casa, sério. 

  - Tudo bem - cedi suspirando. A verdade era que desde que Chloe e Mike me dispensaram no início do mês, eu estava entediada, eu não fazia mais nada além de ver TV, comer e sentir dor nas costas. Era um saco, por isso eu sempre aparecia no trabalho de alguém para encher o saco, primeiro na clínica da Lena, depois aqui na doceria e até na empresa eu apareci uma vez para irritar meus morenos favoritos.

  - Acho que sua carona chegou - Caitlin apontou para a entrada da doceria e eu me virei para ver o que era, tinha um carro preto parado ali, sorri com a antecipação de quem eu veria quando o alcançasse.

  - Bem, acho que é isso então, obrigada pelo chocolate - disse olhando para Chloe e ela sorriu. - Coloca na minha conta que eu já vou indo.

  A ruiva revirou os olhos e Cait sorriu.

  - Eu te acompanho.

  Me despedi da minha chefe e segui com a morena até a entrada da loja onde estávamos, mas assim que chegamos à calçada eu notei que havia alguma coisa errada, aquele carro preto e provavelmente caro, não era o do meu bonitão.

  - Cait, acho que essa carona não é a minha - comentei olhando o carro e bebendo mais do meu chocolate.

  - Por quê?

  - Por que esse não é o carro do Anthony.

  - Como você tem certeza?

  - Por que eu conheço? - perguntei ironicamente e ela revirou os olhos.

  - Então você quer voltar pra dentro ou ficar aqui esperando seu bonitão? - ela perguntou divertida e eu ri. É no fim eu contei do apelido para ela e Chloe.

  - Vamos pra dentro que eu quero sentar - comentei me virando e fazendo menção em voltar para a loja, mas uma voz conhecida me fez parar.

  - Hei loira bonita, solteira? - Dan perguntou depois de abaixar o vidro do carro e sorriu pra mim eu revirei os olhos sorrindo também.

  - Isso depende, é pra você ou um amigo seu? - perguntei e ele saiu do carro para me abraçar.

  - Como estão aí? - ele perguntou fazendo carinho na minha barriga e eu fiz uma careta quando Drew resolveu me dar uma cotovelada para dizer que estava ouvindo.

  - Acho que muito bem - acariciei o calombo afim de aliviar a dor.

  - Quem é seu cão de guarda? - Dan perguntou e eu o olhei sem entender, então ele apontou para trás de mim e eu vi Cait o olhando de cima a baixo.

  - Essa é a Caitlin, minha amiga do trabalho - disse e me virei para a morena a olhando sugestiva ela revirou os olhos, mas percebi que estava corando. - Cait, esse é o primo do Anthony, Daniel.

  O moreno sorriu pra ela e ela deu um meio sorriso pra ele. E por mais que eu estivesse achando todo esse clima entre os dois uma gracinha ainda queria entender o que Dan fazia aqui.

  - Por que você veio? Cadê o Anthony? - perguntei direta e o moreno finalmente me encarou.

  - Ele viajou hoje depois do almoço a trabalho, disse que tentou te ligar, mas você não atendeu daí aparentemente ele ligou para a sua cunhada, Helena eu acho, e ela disse que você também não atendeu, então os dois surtaram por que ninguém sabia onde você estava então me incubiram de vir até aqui pra tentar te encontrar. E antes que me pergunte, vir aqui foi palpite da Helena.

  - Ah merda! - reclamei assim peguei o celular na bolsa, ele estava completamente desligado.

  - Você está muito ferrada? - Cait quis saber e eu ri.

  - Com o Anthony e a louca da Lena atrás de mim? Nenhum pouco, minha amiga deve estar morrendo achando que eu fui sequestrada ou sei lá, entrei em trabalho de parto no meio da rua.

   - Então é melhor você ir, mas qualquer coisa me liga - a morena sorriu pra mim e depois olhou para Dan com um meio sorriso também. Se eu estivesse de bom humor hoje talvez eu desse o número dela para o moreno engravatado.

  - Vamos? - chamei e Dan assentiu dando uma última olhada na morena.

  Fomos o caminho todo até o meu prédio em silêncio, mas assim que o meu mais novo motorista parou o carro eu o olhei séria.

  - Se você a fizer chorar eu juro que quebro a sua cara - avisei e ele me olhou surpreso.

  - O que disse?

  - Disse que te mandei o número da Cait, então se você a fizer chorar eu te bato - anunciei saindo do carro. Fiz menção em entrar no prédio, mas me virei para o moreno uma última vez. - E avisa ao Anthony que ele já pode me ligar, e que dessa vez eu vou atender.

  - Considere avisado - ele sorriu pra mim depois de conferir o celular. - Já disse que você é a melhor pessoa?

  - Hoje ainda não - ri lhe soprando um beijo e logo em seguida me despedi do moreno, por que eu realmente precisava ir ao banheiro.

  Subir escadas ultimamente era um sacrifício pra mim, mas se eu o fizesse só uma ou duas vezes ao dia, não tinha problema. Cheguei ao meu apartamento e fui direto tomar um banho e depois liguei para Anthony e expliquei o porquê de não tê-lo atendido, e ele como a pessoa horrível que estava se tornando, riu da minha falta de atenção, mas é claro pediu que eu não o assustasse assim outra vez, essa parte foi fofa. Já com Lena a conversa foi diferente, por que como esperado da minha melhor amiga, ela já me atendeu berrando um “Onde raios você se meteu, Elisa!”, e eu sabia que ela estava puta da vida comigo, por que dificilmente me chamava de Elisa. Mas depois que consegui acalmá-la e dizer que tanto eu quanto os bebês estávamos bem, ela parou de gritar e disse que estava vindo pra cá, e ela veio, me deu mais um monte de broncas e depois foi comer sorvete comigo deitada no sofá.  

  - Helena tem como sair de cima de mim? Eu quero fazer xixi – pedi suspirando e vendo a morena em questão com a cabeça apoiada em minha barriga.

  - Ainda não acredito que eles se mexeram e eu não estava perto pra ver – reclamou e eu sorri.

  - De novo com essa história? Supera isso, Lena. Já tem mais dois meses que isso aconteceu. Você já os sentiu mexer várias vezes.

  - Eu sei, mas não é a mesma coisa – fez bico e suspirei outra vez a empurrando para cima e me sentando no sofá e ouvindo minhas costas estalarem no processo, era sempre assim agora, qualquer movimento brusco fazia minhas costas reclamarem. Estava desconfortável até respirar dependendo da posição em que se encontravam os bebês.

  - Lena, o que está acontecendo? – perguntei quando a minha amiga continuou acariciando minha barriga de quase oito meses mesmo depois de se sentar.

  - Não acontecendo nada, que papo é esse?

  - Você não é chorona assim, tem certeza de que não tem alguma coisa errada?

  - Você está viajando, Lisa – ela revirou os olhos sorrindo então eu deduzi que estava tudo bem, só que mesmo assim iria incomodar ela mais um pouco, mas o som da campainha me interrompeu.

  - Você vai atender - disse apontando para a porta. - Eu e minhas costas doloridas não pretendemos nos mexer.

  - Só vou fazer isso pelos meus sobrinhos - ela sorriu e foi até a porta. - Oi, Edu! - cumprimentou o moreno e eu me virei para vê-lo, ele sorriu pra mim.

  - entrando, licença - pediu e eu revirei os olhos.

  - Vem logo aqui - disse com os braços estendidos e ele me abraçou.

  - Como vai a minha grávida favorita? - Edu quis saber.

  - Chata - Lena respondeu por mim se juntando a nós no sofá outra vez e eu lhe dei língua.

  - morrendo de dor nas costas - disse para Edu e depois me virei para Lena. - Se quer saber, a recíproca é verdadeira.

  - É, mas eu não grávida.

  - Mas chata - comentei e Edu riu.

  - Vocês são umas figuras mesmo.

  - A gente tenta - dei de ombros. - Mas por que você veio aqui hoje? Quer dizer, é muito legal e tudo mais e eu estava com saudades...

  - Mas você quer saber o motivo, ? Eu vim pessoalmente lhe trazer isso - ele tirou um envelope branco com detalhes dourados da mochila e me estendeu.

  Li o que estava escrito e sorri.

  - Você e a Vic vão se casar? - perguntei animada. - Que ótimo! Parabéns e que dessa vez dê certo!

  - contando com isso também. Por que se não der uma segunda vez, vou desistir.

  Lena olhou para o moreno com curiosidade.

  - Você vai tentar se casar com a mesma mulher pela segunda vez?

  - Exatamente - ele sorriu. - E dessa vez eu espero que consiga.

  - O amor é lindo mesmo, e sorte tem a sua noiva. Tem homem que não quer se casar nenhuma vez, imagine duas? - ela riu e eu ri também.

  - Você não tem do que reclamar, já achou seu príncipe encantado.

  - Você também, só tem que conversar com ele - Lena comentou como se fosse simples assim, eu suspirei.

  - Quanto ao seu convite Edu, eu aceito. E você Lena, nem começa com esses papos filosóficos sobre a minha vida amorosa, não quero ouvir.

  - Covarde - ela cantarolou e eu a olhei feio.

  - Mas uma palavra e eu te expulso daqui a pontapés - avisei e minha amiga me abraçou rindo.

  - Também te amo, Lisa.

  - Vocês me lembram minhas primas - Edu comentou divertido. - Mas acho que um bando de mulher junto o resultado só pode ser confusão.

  - Come é? - perguntei e ele riu.

  - Só dizendo verdades.

  - Se continuar assim, o próximo expulso daqui vai ser você - avisei e os morenos comigo riram.

  Mesmo sem o meu bonitão e morrendo de dor nas costas, minha noite não foi um completo desastre. Jantei com meus vizinhos intrometidos e Edu, e mesmo que o moreno não fosse uma companhia constante, a única parte realmente estranha da noite foi Helena dispensando comida com a desculpa de “Estou sem fome”, quando é que uma de nós duas estávamos sem fome?

  Depois que o pessoal foi embora eu fui para a cama acompanhada dos meus fones de ouvido e estava quase cochilando em uma posição quase confortável quando minha música foi abruptamente interrompida pelo toque do meu celular. Era só eu que odiava ter que parar minha música por qualquer coisa que fosse? Olhei para o visor do celular e parte da minha irritação se foi, se era pra falar com o bonitão, talvez pausar a música não fosse grande coisa afinal.

  - O que você quer há essa hora com uma grávida? - perguntei assim que atendi e o ouvi rir do outro lado da linha.

  - Oi pra você também, Elisa — ele disse a minha frase de sempre e foi a minha vez de rir.

  - Oi Tony, você está bem? Já jantou? Está entediado? Quer uns beijos?

  - Não comi, estou atolado de trabalho e adoraria uns beijos. Mas e você? Pelo menos o celular dessa vez se lembrou de carregar.

  - Haha muito engraçadinho você - comentei ironicamente e ele riu. - E eu continuo exatamente igual a hoje mais cedo, desconfortável e com dor, mas pelo menos comi agora a pouco, então a noite não foi um completo desperdício. E como assim você ainda não comeu? Você viu as horas Sr. Whitmore? Já passa das dez.

  - Sinto muito pelas dores, mas se te faz sentir melhor, eu provavelmente só vou dormir hoje de madrugada e quanto à comida, eu ainda não comi por que estava tão concentrado no trabalho que me esqueci de pedir.

  - Como alguém se esquece de comer?

  - Simples, ultimamente é sempre você e Jane que me lembram e me arrastam para comer, e como nenhuma das duas está aqui eu passei direto.

  - Só você mesmo para se esquecer de comer, mas agora que eu te lembrei já pode ir.

  - Você está desligando na minha cara, é isso mesmo?

  - Exatamente, beijo Tony. Depois que você comer e terminar o que tiver que fazer, a gente continua a conversa.

  - Isso é um “Até amanhã”, então?

  - Possivelmente, tchau bonitão.

  - Tchau, raio de sol — ele se despediu me fazendo sorrir e desligou.

  Anthony havia adorado o apelido que minha tia me deu, e sempre que ele estava de bom humor ou tentando me irritar, ele me chamava de Raio de Sol. Eu não sabia exatamente que horas tinha dormido, só sei que levantei várias vezes para ir ao banheiro e depois tentar achar uma posição confortável. Acordei no dia seguinte querendo muito um pudim e desejando também que Analu e Drew - que já estavam muito grandes para ficarem brigando em minha barriga - me dessem uma trégua.

  A trégua eu não consegui - eles estavam animados de mais pra isso -, mas pelo menos o pudim eu já estava a meio caminho de conseguir, então talvez eu sobrevivesse até o fim do dia mesmo que estivesse no mais puro tédio. Os filmes e séries sobre gravidez deviam dizer também o quão chato era estar tão perto do último mês e não poder fazer absolutamente nada, principalmente eu que tinha não só um, mas dois bebês em minha barriga. E depois que a Dra. Stuart disse que boa parte das gestações de gêmeos não chegam ao último mês, Anthony, Lena e até Jane acham que a cada espirro que eu dou seja uma possível contração de trabalho de parto, resumindo, eu não sei nem como estou sozinha em meu apartamento comendo pipoca, por que ultimamente eles estão mais chatos que o normal.

  E ver até Jane preocupada assim comigo, só aumenta minha culpa, isso mesmo, culpa por não ter contado nada a tia Cassy, eu estou grávida e minha segunda mãe não tem nem ideia do que está acontecendo, se tem uma coisa da qual eu tenho certeza, é que quando e se ela descobrir, eu estou ferrada. Ela provavelmente vai me lembrar disso durante o resto da minha vida, “Que não a deixei participar” e por ai vai. Mas tem um motivo pelo qual eu não disse nada, e não é nem o medo da bronca, acho que tia Cassy nunca vai deixar de pegar no meu pé, eu não disse nada pelo simples fato de que não sei o que dizer, como vou contar a ela que pelo menos por agora, eu não sou mãe deles mesmo que os ame mais que tudo? Como vou explicar que aceitei essa loucura e não sei mais o que fazer? A verdade é que eu, gostando ou não, tenho que esperar até eles nascerem para ver o que irá acontecer. E eu estava torcendo para que quando chegasse esse “fim”, meu coração continuasse inteiro e a minha família também.

  Como era sábado e eu não tinha planos nem mais nada o que fazer fui cozinhar, talvez fazer um bolo bem elaborado com glacê e tudo mais, tomasse meu tempo até o pudim ficar pronto e Lena chegar do trabalho para podermos fofocar um pouco mais. Como matar o tempo era comigo mesma, eu cozinhei, ouvi música, dormi e até arrumei meu guarda-roupa. Mas como minha vida ultimamente era comer, quando Lena invadiu meu apartamento berrando (como sempre!), eu estava sentada calmamente no sofá comendo meu pudim.

  - Lisa! O Miguel está me traindo!

  Eu parei com uma colherada de pudim a meio caminho da boca e a olhei sem entender.

  - Que papo maluco é esse, Lena?

  - Não é papo! Eu liguei para o trabalho dele agora a pouco e foi uma mulher quem me atendeu! Ele disse que ia trabalhar até mais tarde e depois quando eu ligo uma mulher atende? O que você quer que eu pense!?

  - Ok, Lena. Calma - pedi indo até ela e a fazendo se sentar no sofá. - Primeiro, é mais fácil porcos voarem que o Miguel te trair, ele te ama tanto que chega a ser chato ficar com vocês às vezes, e segundo que podia ser uma colega de trabalho ou até alguma mulher que tava passando perto da mesa dele e atendeu, você pelo menos falou com ele?

  - É claro que não! Quando a vadia atendeu eu desliguei - ela fez bico e cruzou os braços.

  - Então por que você não liga pra ele outra vez antes de ficar tirando essas conclusões malucas? Você está mais louca que o normal, tudo bem?

  - Não, não ! Meu marido tem outra!

  - Helena, pelo amor de Deus, para com esses papos nada a ver - pedi revirando os olhos. - Aposto que o Miguel nem sabe que você aqui surtando. Você pode, por favor, me dizer qual o problema de verdade?

  - Argh! Eu não sei, acho que só queria um motivo pra brigar - ela admitiu tomando meu pudim e se jogando no sofá ao meu lado.

  Eu olhei pra ela suspirando.

  - Isso por acaso é TPM? Vodca de mais? – quis saber e ela riu.

  - Só se eu tiver tomado algum analgésico animal lá na clinica, acho que eu só queria um motivo pra brigar com ele mesmo, mas TPM não é não, estamos no fim do mês, então agora é só vem mês que vem.

  Eu acabei rindo também.

  - Se você quer saber, uma das vantagens de se estar grávida é com certeza passar nove meses sem menstruação.

  - Não duvido – ela sorriu comendo mais pudim, já tinha se esquecido completamente das maluquices que inventou. Eu como sabia que não recuperaria meu pudim, fui até a cozinha atrás de mais, estava começando a comer feliz da vida outra vez quando Lena se virou para trás como uma coruja com os olhos escuros arregalados. – Nós já estamos no final do mês? – ela perguntou e eu fiquei sem entender.

  - Ham... Sim? – meio que perguntei meio que respondi e ela ficou de pé num pulo indo até o calendário preso à parede.

  - É sério isso? – ela perguntou virando e desvirando a página parecendo indignada e eu continuei sem entender.

   - Lena, qual o problema? – quis saber e ela se virou parecendo em pânico enquanto contava e recontava alguma coisa nos dedos, depois de um estranho déjà vu eu finalmente entendi o que estava acontecendo e se fosse isso mesmo, bem talvez Analu e Drew ganhassem um priminho.

  - Eu acho que talvez eu tenha errado as contas um pouquinho – ela disse meio rindo meio chorando, talvez Lena estivesse tendo um pequeno ataque. Fui até ela e a arrastei até o sofá.

  - Respira, vamos pensar com calma. Tem alguma chance de você estar o que eu acho que está?

  - Grávida? – ela perguntou o obvio e eu assenti. – Bem...

  - Bem?

  - Eu não sei, Ok? Não faz pergunta difícil, eu só notei que minha menstruação estava atrasada agora!

  - E ela costuma atrasar?

  - Não.

  - Então ou essa é a primeira vez ou você está grávida – disse ironicamente, tudo bem que esse não era o melhor momento pra isso, mas estávamos as duas surtando.

  - Você não está ajudando, Lisa!

  - Ok, desculpa. Mas respira e pensa, é mais fácil isso ser uma gravidez ou só um erro de cálculos?

  Helena olhou para o calendário outra vez e pareceu calcular as datas mais algumas até finalmente suspirar.

  - Eu não entendo, tem que ter alguma coisa errada... – ela se interrompeu arregalando os olhos. – Ai meu Deus! – exclamou ficando de pé e se virando para me encarar. – Você se lembra que eu fiz aquele maldito tratamento de canal mês passado? Mas que merda! A dentista me entupiu de antibiótico e ele corta o efeito do anticoncepcional.

  - Então, meus parabéns? – perguntei divertida repetindo o que ela havia dito pra mim quando eu descobri que estava grávida.

  - Isso não tem graça – ela disse, mas estava sorrindo.

  - O que eu faço agora?

  - Que tal um daqueles testes de farmácia? É melhor termos alguma certeza antes de começarmos a nos preocupar.

  - Certo, eu já volto – ela disse me entregando a vasilha de pudim, que por algum motivo ainda tinha nas mãos e praticamente correndo pra fora do meu apartamento.

  Vinte minutos depois estávamos as duas esperando os infindáveis cinco minutos para sabermos o resultado dos quatro testes encima do meu balcão. Quando o alarme disparou Lena deu um pulo do sofá.

  - Quer que eu veja? – perguntei e ela assentiu. Fui até o balcão e analisei os testes e acabei sorrindo. Os quatro positivos ali não mentiam.

  - Eai? – ela perguntou se aproximando e eu lhe estendi os “palitinhos”.

  - Parabéns, mamãe! Bem-vinda ao clube.

  - Ai meu Deus! Ai meu Deus! – ela repetiu encarando os sinais de positivo e depois começou a chorar, pelo menos agora o fato dela ter virado uma manteiga mais derretida que eu fazia sentido. – Será que o Miguel vai gostar da notícia?

  - Que notícia? – meu irmão perguntou antes mesmo de entrar completamente no apartamento. Eu e Lena estávamos tão concentradas nos testes que nem o vimos ali. A morena comigo deu um pulo e escondeu os testes que tinha nas mãos atrás das costas.

  - Ham... Não é nada – é ela não era muito sutil.

  - Lena você não disse que tinha uma coisa pra mostrar pro Miguel lá no apartamento de vocês? – eu ajudei e ela me olhou em pânico.

  - O que? Mas...

  - Vai dar tudo certo – incentivei. – Aposto que ele vai adorar.

  - O que é? – o moreno perguntou olhando de mim para a esposa. – Agora fiquei curioso.

  - Vai com a Lena que você descobre. Só evita de fazer ela chorar – disse sem conseguir me conter e Miguel me olhou sem entender.

  - O que?

  - Nada, amor. A Lisa louca, vamos, realmente tem algo que quero te mostrar – minha amiga disse puxando o marido pela mão e eu disse um “Boa sorte” a ela sem emitir som algum, quando eles saíram eu sorri sozinha, seria tão mais fácil se eu tivesse feito as coisas direito como eles, por que assim, eu definitivamente não estaria metida nessa confusão.

  Mas por hora eu poderia só ficar feliz pelos meus amigos e pelo sobrinho que logo, logo eu teria, o resto eu via depois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então? Gostaram? Quero opiniões!
Mais um feliz natal! E um 2018 ainda melhor!!! ♥
Beijocas e até meus amores! :3