Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 30
Um pouco mais de desastres e chuva.


Notas iniciais do capítulo

Gente linda do meu coração, estou aqui outra vez...
E bem, só queria dizer que o fim de semana desses dois está só começando kkkk
Espero que gostem e BOA LEITURA!!!!
PS: Eu queria agradecer a vocês o carinho de sempre nos comentários, os favoritos e bem, o fato de serem incríveis ♥ obrigada pelo incentivo, o apoio, eu amo cada um de vocês, obrigada por tudo mesmo!!! *-*



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Quatro dias, esse era o tempo que tinha se passado desde aquele domingo em que Anthony esteve em meu apartamento. Quatro dias e nada. Nenhuma mensagem, ligação ou sinal de fumaça. O bonitão estava me fazendo de trouxa e eu já estava chegando ao meu limite. Odiava o fato de que ele não se lembrava daquela noite da bebedeira tanto quanto queria vê-lo outra vez.

  Lena é claro, não tinha deixado passar, assim que Anthony foi embora (logo depois do café da manhã) ela caiu matando pra saber o que estava acontecendo. E eu contei tudo, só deixei de fora a parte do beijo por que Miguel também estava ali. Mas assim que meu irmão foi para a própria casa afim de ver um jogo na televisão, a fofoca rolou solta. Minha amiga foi categórica quando disse que eu dei bobeira e que devia ter contado a ele, ou ao menos o beijado mais quando tive chance. Burra, foi essa a palavra que ela usou, eu sei, Lena é um amorzinho.

  Encarei a chuva forte que caia aos montes do lado de fora da clínica, um clarão de luz iluminou o céu muito longe dali e eu me encolhi sob meu sobretudo. Por favor, que os raios não caiam aqui perto de mim, era o que eu pedia silenciosamente. Essa chuva toda foi inesperada, mas já caia a dois dias direto, ora mais grossa ora mais fina, mas sem nunca dar trégua. Eu até gostava de clima frio, só que era quando eu estava em casa debaixo das cobertas e não no trabalho ou no médico. Havia chegado aqui debaixo de chuva e num ônibus lotado e não estava nem um pouco a fim de ver a cara irritante de Anthony, mas precisava não é? Suspirei acariciando minha barriga.

  - Vocês podiam falar comigo não é? Me dar um conselho sobre o pai de vocês, uma luz? Um chute quem sabe? - tentei esperançosa e ri da minha própria ansiedade, mas não via à hora de senti-los se mexendo dentro de mim. Caramba! Eram duas vidas dentro de mim que já tinham forças e membros suficientes para se mexerem! Ok, calma, respira Elisa. Surtar não vai ajudar em nada.

  - Vamos? - uma voz soou atrás de mim no mesmo instante em que um clarão de luz riscou o céu.

  Dei um pulo da cadeira e um grito. Anthony me olhou surpreso e eu me encolhi.

  - Eu bem - sussurrei olhando pela janela e conferindo se não aconteceria outra vez. - Eu bem - repeti mais pra mim mesma que pra ele.

  Anthony me olhou atentamente e pareceu chegar a uma conclusão, seu olhar me deixou constrangida, e eu teria me preocupado um pouco mais com isso, se antecipação do que viria lá fora não fosse tão assustadora. Mas quando o bonitão veio até mim e segurou a minha mão como se fosse a coisa mais natural do mundo, seu calor varreu qualquer outro pensamento da minha cabeça. A sensação dos seus dedos grandes nos meus acalmava tanto quanto alvoroçava meu coração.

  - Vamos - ele chamou me puxando pela mão e eu o acompanhei ainda sem entender.

  - O que você está fazendo?

  - Subindo para o consultório da Marina - deu um meio sorriso dizendo o óbvio e eu o olhei feio, mas acabei sorrindo também.

  Nós fomos o caminho todo até o consultório de mãos dadas, nem quando um casal com uma mulher mais grávida que eu entrou no elevador ele me soltou, não pude evitar sorrir como uma boba durante todo o trajeto. Quando chegamos à sala da doutora, nós ainda estávamos parecendo um casal de namorados.

  - Hoje com certeza vocês parecem melhores - Marina sorriu. - Aconteceu alguma coisa? - ela perguntou olhando para nossas mãos entrelaçadas. Achei que seria agora que Anthony a soltaria, mas ele não o fez, apenas encarou a doutora.

  - Não aconteceu nada. Podemos continuar?

  - Claro - ela sorria divertida agora. - Como você quiser. Elisa, pode vir aqui? - ela chamou indo para perto da maca e eu suspirei olhando para minha mão que estava presa a do moreno, teria que soltá-la.

  - Eu, é... Já vou - sussurrei extremamente vermelha e me levantei dali o soltando contra a minha vontade.

  Como hoje eu usava uma bata e uma calça legging a doutora apenas pediu que eu levantasse a blusa. Ela colocou aquele gel extremamente gelado na minha barriga enquanto Anthony ia até a janela fechar as cortinas antes de se juntar a nós. Quando outro estrondo soou lá fora o bonitão segurou minha mão outra vez me distraindo com seu calor e as cortinas fechadas impediram o raio de mostrar todo seu poder. Ele tinha feio tudo isso por mim?

  - Elisa? - a doutora chamou e eu pisquei a encarando.

  - Desculpe eu... Eu não ouvi. O que disse? - ela sorriu compreensiva pra mim girou um botão na máquina de ultrassom.

  - Está ouvindo isso? - perguntou e um “tum tum” foi ficando cada vez mais alto e eu assenti encantada. - São os coraçõezinhos dos bebês.

  - Por que estão tão rápidos? - quis saber e ela sorriu ainda passando o aparelinho em minha barriga.

  - Acho que eles estão um pouco assustados. Mas fora isso está tudo bem.

  Eu acabei corando, era tão mole que tinha assustado os bebês.

  - Desculpe - murmurei para ninguém em particular.

  - Tudo bem - a doutora sorriu. - Querem ver a garotinha de vocês?

  - Por favor - Anthony pediu encarando a tela sem nem ao menos piscar.

  - Aqui - Marina passou o aparelinho pelo lado esquerdo da minha barriga. - Ela está saudável, perfeita e sentada como uma mocinha - a doutora sorriu. A cabeça da garotinha estava perto das minhas costelas e suas pernas encolhidas perto do meu umbigo. Era realmente uma dama. Acabei sorrindo também. - Agora - a doutora continuo e começou a examinar o lado direito da minha barriga. - Vocês querem saber se tem outra garotinha ou não?

  - Por favor - pedi e Marina riu.

  - Como quiser mamãe. - ela quase me virou do avesso e depois olhou para a tela satisfeita. - Sinto lhes informar que não poderão vesti-las com vestidos iguais. É um garoto forte e preguiçoso deitado confortavelmente bem aqui - passou o aparelho perto das minhas costelas direitas me fazendo cócegas. - Resumindo, eles estão muito bem, e agora já podem ter nomes, roupas, quartos decorados e um monte de outras coisas que vocês terão que comprar.

  - Com certeza vai ser muita coisa - suspirei me lembrando da ida a loja de bebês na semana passada. - Anthony? - chamei quando ele não disse nada apertando de leve sua mão que estava entrelaçada a minha. Olhei pra ele que sorria como um bobo olhando a tela do aparelho de ultrassom. Estava prestes a perguntar o porquê de tudo aquilo quando me lembrei de que desde antes ele queria um menino. Às vezes eu acho o Anthony um idiota, às vezes eu tenho certeza de que ele é um. Isso é realmente tão importante assim?

  - Meus parabéns, papai - Marina sorriu depois de limpar o gel da minha barriga. - Você conseguiu seu garotão. Agora vamos às anotações, Elisa você tem sentido alguma coisa além de sono?

  - Acho que não - comentei e ela sorriu. Nossa conversa ainda durou quase meia hora. Entre perguntas importantes e algumas bem constrangedoras como, por exemplo, se eu estava indo ao banheiro regularmente. Eu sei, é realmente o tipo de conversa que você quer ter na frente do cara que gosta, com certeza.

  Quando saímos do consultório da doutora, Anthony não segurava mais minha mão, mas como os raios haviam dado uma trégua, eu não estava mais me tremendo como uma garotinha, então estava tudo bem na medida do possível. A chuva por outro lado ainda caia sem parar do lado de fora do prédio.

  - ...Vários feridos e muita destruição – uma repórter ia dizendo na televisão da recepção e eu parei para ver do que ela falava. - Parte da ponte que liga as áreas sul e norte da cidade ruiu há alguns minutos, as pessoas no local ainda estão em choque, e apesar do grande número de feridos nenhuma morte foi confirmada. De acordo com os policiais, a falha na estrutura foi graças ao acidente que ocorreu mês passado e que acabou se intensificando agora no período de chuvas. Temos imagens ao vivo do local - informou e seu rosto foi substituído por um amontoado de pessoas, carros, restos de ponte e água, muita água. Quando a imagem da apresentadora voltou, ela não parecia nem remotamente abalada. - Temos instruções da polícia e dos bombeiros, eles pedem que as pessoas evitem se dirigir a ponte e que se puderem não passem muito perto dela, o resto da estrutura ainda está instável e isso irá atrapalhar o serviço deles. E quedas de energia não serão incomuns durante o tempo em que eles estarão tentando resolver o problema. Agora com mais informações... - ela ia dizendo mais alguma coisa, só que eu já tinha parado de ouvir. Por que aparentemente eu estava presa do outro lado da cidade debaixo da chuva e sem nem ideia de como voltar pra casa.

  - Vamos - Anthony chamou e eu o olhei sem entender, ainda tentando registrar toda a informação que recebi.

  - Pra onde? - quis saber irônica. - Por que aparentemente o único jeito de atravessar a ponte é a nado e eu não sou tão boa assim.

  O moreno revirou os olhos e suspirou.

  - Vamos para a minha casa.

  - Por quê?

  - Como assim “por que”? Você por acaso está pensando em ficar aqui até consertarem a ponte?

  - Talvez - sorri divertida só por irritá-lo.

  - A menos que você tenha um bote inflável dentro da sua bolsa, você vai ter que vir comigo.

  - Ok, eu já entendi – suspirei bocejando. Esse era meu estado constante agora, com sono.

  Anthony abriu o guarda-chuva e dessa vez o segui sem cerimônias, já havíamos passado por todo tipo de situação constrangedora, então passar a noite na casa dele até conseguir meu bote inflável não seria grande coisa. Ai meu Deus! Eu ia pra casa do Anthony! Ok, isso era grande coisa.

  - Você está bem? – ele perguntou assim que nos sentamos, dessa vez ele estava no banco do motorista e eu no do passageiro.

  - Dá pra você parar de me perguntar isso? – quis saber e ele sorriu dando partida no carro.

  - Você vai me responder ou não?

  - Por que eu deveria?

  - Por que eu me preocupo com a saúde dos meus filhos.

  - Há é né? Você conseguiu o que queria – disse irônica e emburrada.

  - Consegui é? E o que seria? – ele perguntou com um meio sorriso me surpreendendo. Não devia ser ele a estar soltando fogos de felicidade?

  - Seu filho homem, não era o que queria?

  - Há, isso. Claro, queria sim – murmurou parecendo desconfortável.

  Depois disso o papo morreu e o silêncio se tornou extremamente desconfortável, o único barulho que ouvíamos era o carro e a chuva. Alguns minutos depois, meu celular tocou, era Lena.

  - Ai graças a Deus você atendeu! — ela foi dizendo. – Você está bem? Soube da ponte? Onde você está, Lisa?

  - Respira, Lena. Eu bem. Estava na clinica, muito longe de lá. E você? E o Miguel?

  - Eu já estava em casa. Aconteceu uma queda de energia lá na clinica e eu vim embora mais cedo. O Miguel tinha uns negócios aqui perto, então ele estava aqui quando aconteceu. Chegou em casa há pouco todo encharcado. Mas e você o que vai fazer? Não dá pra vim pra cá de qualquer forma.

  - Eu no carro com o Anthony indo pra casa dele – suspirei e já antecipando o que viria afastei o celular da orelha.

  - Você vai pra casa do bonitão!? — ela gritou e eu corei, por que dava pra ouvi-la em alto e bom som.

  - Cala a boca Lena! E sim, indo pra lá. Agora dá pra parar de gritar? Ele está aqui do meu lado e eu estou passando vergonha, de novo – reclamei e vi Anthony abrir um sorriso. Idiota.

  - Ok, já entendi, você quer privacidade, estou desligando. Mas antes queria dizer que a Cassandra ligou.

  - Tia Cassy? O que ela queria?

  - Ela soube da ponte pela TV e quis saber se estávamos todos bem, disse que ligou pra sua casa e ninguém atendeu. Acho que ela perdeu o número do seu celular outra vez — Lena riu e eu ri também. Isso era bem a cara da tia Cassy, ela era o tipo de pessoa que não acreditava em celulares e wi-fi, então só tinha um telefone fixo e anotava os números em uma agenda e aposto que a tinha perdido outra vez. – Bem, era só isso. Aproveite a noite e boa sorte!

  - Lena! – a repreendi corada, mas ela já tinha desligado.

  - Tudo bem com a Helena e o Miguel? – Anthony perguntou me pegando de surpresa. O olhei curiosa.

  - Tudo, os dois estão em casa. Secos e felizes.

  - E sua tia?

  - Você devia parar de ouvir a conversa dos outros – comentei divertida e ele desviou os olhos encarando a rua adiante.

  - Fica difícil de fazer isso quando os outros em questão estão berrando ao nosso lado.

  - Você é um idiota mesmo. E minha tia só ligou pra saber se estava todo mundo bem. Acho que vou ligar pra ela mais tarde – suspirei encarando meus pés inchados, eu tinha ido trabalhar e ao medico de chinelos por que nenhum outro sapato estava cabendo em mim. – Acho que nunca mais vou usar um salto na vida.

  - O que? – Anthony quis saber sem desviar os olhos da estrada.

  - Nada, é só que meus pés estão do tamanho de bolas de futebol e é tudo culpa sua.

  - Claro que é. Afinal, de quem mais seria, certo?

  - Exatamente – sorri divertida ainda sem acreditar que eu estava indo para a casa do bonitão.

  Não demoramos muito para chegar, e assim que passamos pelo portão suspirei encarando a casa gigantesca a minha frente. Eu já tinha vindo até aqui, mas ainda era surpreendente. Como uma pessoa morava em um lugar tão grande?

  - Vamos? – Anthony chamou depois de estacionar e eu assenti saindo.

  – Hei! E o guarda-chuva? – perguntei, mas ele já tinha corrido até a entrada. E como eu não era obrigada a fazer o mesmo e provavelmente se tentasse acabaria levando um belo tombo, abri calmamente o guarda-chuva e subi os lindos degraus até a enorme porta de entrada.

  - Sr. Whitmore que bagunça toda é essa? – uma senhora baixinha usando uma roupa social preta com o cabelo preso num coque perguntou o olhando de cima a baixo. – O senhor por acaso não tem guarda-chuva, não?

  - Tive que emprestá-lo a nossa convidada, Jane – ele sorriu e a mulher pareceu me notar. Assim que seus olhos alcançaram minha barriga inchada ela sorriu.

  - Você deve ser a Elisa.

  - Eu mesma – sorri apertando a mão que ela tinha estendido pra mim.

  - Eu sou Jane, a governanta do Sr. Whitmore.

  - É um prazer – disse sinceramente e ela suspirou.

  - Estava de saída, Jane? – Anthony quis saber e ela balançou a cabeça e sorriu.

  - Nada que não posso esperar. O que vão querer para o jantar?

  - Jane – o moreno a censurou.

  - Não é nada Sr. Whitmore. Você tem visita então eu vou cumprir com as minhas obrigações – ele a olhou feio e ela suspirou outra vez. – Eu ia ver como a minha irmã estava. Ela mora perto da ponte e seu telefone está mudo.

  - Meu Deus! – exclamei sem conseguir me conter e os dois me olharam. – Quer dizer, se fosse o idiota do meu irmão eu estaria apavorada. Você devia ir. Se for por minha causa pode ficar tranquila, essa não vai ser a primeira vez que eu vou invadir a cozinha do Anthony.

  - E provavelmente não vai ser a última, principalmente se você destruir tudo como da outra vez – Anthony disse divertido e lhe dei um tapa no braço, ele fez uma careta.

  - Cala a boca Whitmore ou eu te deixo com fome – avisei e ele sorriu. Jane nos observou com curiosidade depois abriu um enorme sorriso.

  - Se é assim eu vou indo Sr. Whitmore – disse. – Vejo que está em ótimas mãos.

  - Tome cuidado – pedi e ela assentiu.

  Os dois seguiram para a entrada e eu fui para a cozinha por que bem, eu estava morrendo de fome. Cozinhar era sempre divertido, mas numa cozinha como a do Anthony? Era incrível. Peguei o avental e abri a enorme geladeira cromada.

  - O que eu faço? – pensei alto. – Carne? Macarrão? Alguma coisa mais saudável?

  - Qualquer coisa está bom pra mim – Anthony disse assim que me virei quase me matando do coração.

  - Precisava disso?

  Ele sorriu.

  - Eu tenho que fazer umas ligações para a empresa. Se precisar de mim estarei no escritório no fim do corredor, eu ia dizer pra ficar a vontade, mas acho que não precisa – debochou e eu o olhei feio.

  - Idiota.

  Ele apenas assentiu sorrindo e saiu, revirei os olhos, mas acabai sorrindo também. Se tem uma coisa da qual tenho certeza, é que esses próximos dias vão ser inesquecíveis, de um jeito ou de outro.  


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Notas finais do capítulo

Quero opinões u.u
#VouFicarNoAguardo kkkk
Beijocas e até!! :3



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