Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 27
Sentimentos a flor da pele.


Notas iniciais do capítulo

Gente linda do meu coração, I'm back!
E eu tenho uma notícia ótima u.u como eu sou uma exagerada, esse capítulo ficou muuuito grande aí resolvi deixar ele ainda maior e transformei em dois kkkkk então daqui a pouco posto o resto!! Amo vocês ♥
Espero que gostem do capítulo e BOA LETURA!!



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Dois dias tinham se passado desde o incidente com o frango e agora Edu parecia querer quase distância de qualquer comida quando estava comigo e eu não sabia se achava isso triste ou engraçado. Só que além disso tinha todo o comportamento estranho do moreno dos olhos azuis, eu não sabia se o problema era eu ou ele, mas alguma coisa estava errada. Disso eu tinha certeza.

  E é claro que Lena não deixou pra lá a história com os dois morenos no meu apartamento e ainda fez questão de espalhar para o marido que, de acordo com ela, meu fogo era muito para ser apagado por um cara gato só. Nessa hora eu quis que o chão se abrisse e me engolisse. As piadinhas só acabaram quando eles ficaram sabendo do meu quase envenenamento, Miguel só faltou me pegar no colo e me levar para o hospital, mas felizmente antes disso eu consegui convencê-lo que estava tudo bem. Só que depois de tudo isso Lena me encarou com aqueles olhos escuros que eu tanto amava me repreendendo.

  - Lisa, o que exatamente você está fazendo com os dois? - ela perguntou séria. - Nós duas sabemos que alguém está sobrando nessa equação, então é melhor você decidir logo quem é, se não muita gente vai sair machucada.

  Eu não soube o que lhe responder, por isso só fingi estar com sede e fugi para a cozinha enquanto ela e Miguel voltavam a se pegar em meu sofá. Mas a verdade era que eu também queria saber a resposta para a sua pergunta. O que eu estava fazendo com os dois? Desisti de pensar nisso e encarei um dos morenos em questão que estava sentado a minha frente.

  - Você veio à praça de alimentação comigo - debochei depois que Edu encarou o nada e não disse uma única palavra em quase cinco minutos.

  Ele riu voltando sua atenção pra mim. Estávamos no shopping depois que não conseguimos escolher um lugar para ir.

  - Eu tinha que alimentar a fera, não é mesmo?

  - Bobo.

  - Eu tento.

  - Mas eaí? Como foi com o seu cupido sexta? - quis saber.

  - Eu não sei se “Bom” ou “Ruim” descreveriam nosso encontro. Surpreendente seria melhor.

  - Agora você conseguiu mesmo me deixar confusa, posso saber sobre o que conversaram?

  - Sobre a minha... - o som irritante do meu celular o interrompeu e peguei o aparelho quase gemendo de frustração.

  - Mas que merda! Quem pode ser numa hora dessas? Há claro, obviamente tinha que ser o idiota - reclamei olhando o nome na tela e me virei para Edu. - Você pode me dar licença um instante? Eu tenho que atender. E é bom ele estar morrendo se não eu mato ele.

  - Fique a vontade - o moreno deu um sorriso, mas parecia triste. - Depois a gente continua.

  - O que você quer? - perguntei a Anthony logo que atendi.

  - Olá pra você também, Elisa — ele ironizou e eu não pude deixar de notar que havia me chamado pelo nome. - Só liguei pra saber se ninguém tinha tentado te envenenar outra vez.

  - Eu estou ótima, obrigada por perguntar. Mas se for só isso eu vou ter que desligar na sua cara, por que tenho um encontro com um x-burguer duplo que está bem aqui na minha frente me implorando para comê-lo.

  Ouvi Anthony rir do outro lado da linha e meu coração se aqueceu, eu realmente adorava aquele som. E era impressão minha ou ele agora o reproduzia com mais frequência?

  - Tudo bem, era só isso mesmo então... — uma buzina alta o interrompeu.

  - Presta atenção no que está fazendo, idiota! — alguém gritou e eu subitamente prestei mais atenção aos sons que eu ouvia ao fundo da conversa. Em sua maioria eram vozes irritadas e buzinas.

  - Você está dirigindo enquanto fala comigo? - perguntei com um misto de incredulidade e raiva, quando outra buzina soou respondendo minha pergunta eu quis socar a cara de Anthony. - Você só pode estar brincando.

  - Está um engarrafamento absurdo. Não é como se eu corresse algum risco — ele respondeu calmamente e seu tom só me deixou com mais raiva.

  - Parece que você já se esqueceu da última vez, né? - perguntei irônica. - Você nem estava ao celular e acabou no hospital, então desligue e continuamos quando chegar em casa.

  - Não estou indo pra casa. Estou na ponte indo para a empresa, na verdade eu estava bem perto do seu apartamento.

  - Maravilha, mas eu não estou nem aí, só pare de falar comigo e vá dirigir! 

  - Sim senhora, eu já vou... — ele provavelmente teria dito mais alguma coisa, só que um barulho absurdo fez suas palavras se perderem, o som de gritos e metal se chocando ocuparam a linha pelo que pareceu uma vida inteira, mas devem ter sido só por um instante e depois tudo ficou mudo.

  Não havia mais nada.

  - Anthony? - chamei em pânico. - Anthony, por favor - implorei mesmo que não conseguisse ouvir coisa nenhuma. A ligação havia caído. Encarei o celular desligado. - Hei seu idiota! Fala comigo!

  - Lisa? Tá tudo bem? Você está pálida - Edu segurou minhas mãos me fazendo encará-lo, mesmo que suas palavras não fizessem sentindo em meus ouvidos. - O que aconteceu? - ele perguntou devagar. - Pelo amor de Deus, fala comigo.

  - Um acidente na ponte que liga as partes norte e sul da cidade acabada de ser confirmado - a voz da repórter na TV me tirou do topor, eu me virei tão rápido na cadeira que quase caí. - Um caminhão com um carregamento de cerveja havia tombado nessa mesma ponte hoje de manhã, motivo pelo qual o trânsito lá estava mais pesado que o normal. Mas acabamos de ser informados de que um motorista provavelmente bêbado furou o bloqueio feio pela polícia e acertou em cheio o caminhão, a explosão envolveu muita gente, nosso helicóptero está sobrevoando o local nesse exato momento. - as imagens na tela mostravam uma bagunça de carros, fumaça e fogo e aquilo foi o suficiente para eu entrar em pânico, isso não podia ser verdade, ele havia prometido pra mim. Ele prometeu! - ...Não temos maiores informações - a repórter ia dizendo - Mas acabamos de ser informados que os feridos serão enviados ao hospital... - eu parei de ouvir quando os sons dos meus soluços alcançaram meus ouvidos.

  - Ele estava lá? - Edu perguntou se abaixando a minha frente como se eu fosse uma criancinha. - Elisa, por favor, fale comigo.

  - Estava - funguei. - Eu estava falando com ele e aí do nada tudo ficou mudo e agora ele se envolveu em um acidente de carro? De novo? Ele prometeu que não morreria assim! Caramba, aquele idiota prometeu!

  - Certo, fiquei calma - ele pediu e eu o olhei feio, me pedir para ficar calma quando eu estou surtando não é a melhor opção. - Nós vamos resolver isso, Ok? Respire fundo que vai dar tudo certo.

  - Você não sabe disso - apontei o óbvio enquanto a TV da praça de alimentação ainda exibia imagens do acidente, tentei impedir um tremor que passou por todo o meu corpo e fiquei de pé. - E eu não vou aguentar esperar. Vamos.

  - Pra onde, Elisa? 

  - Ao hospital. Eu preciso vê-lo, ter certeza que está bem e depois matá-lo com as minhas próprias mãos - sorri em meio às lágrimas, por que ele estava bem, tinha que estar. Edu me olhou como se eu tivesse ficado louca.

  - Você não pode simplesmente sair assim. E você vai como? Precisa se acalmar primeiro.

  - Há eu posso sair assim, com certeza posso, e eu não preciso me acalmar eu preciso é ver o Anthony! E você veio de moto não foi? Pode me dar uma carona?

  - Você está se ouvindo? Você está grávida! Não pode sair por aí de moto caramba!

  Eu estreitei os olhos pra ele, pela primeira vez desde que conheci Edu senti vontade de xingá-lo com todos os palavrões que eu conseguisse lembrar, depois disso tudo ele ainda queria que eu ficasse sentada como se nada tivesse acontecido? Mas ele não sabia, esse era o problema, ele não sabia sobre meu pai, nem sobre Anthony nem todo o meu histórico com acidentes de carro, ele só estava tentando ser racional enquanto eu surtava. E foi só por causa disso que eu me obriguei a ficar calma.

  - Se você não me levar eu pego um táxi, se não tiver táxi eu vou de ônibus, pego carona ou vou correndo a pé, sinceramente não importa - é eu não estava tão calma assim. - Só sei que eu vou chegar lá, quer você me ajude ou não.

  - Certo, eu já entendi - ele cedeu contrariado - Eu vou com você, quero ter certeza que não vai se machucar mais.

  Eu não sabia exatamente sobre o que ele estava falando, mas mesmo assim assenti e comecei a andar em direção a saída do shopping desejando realmente que estivesse tudo bem.

  Mesmo que fosse obviamente mais rápido, Edu se recusou a me levar ao hospital de moto alegando ser perigoso de mais e talvez ele realmente tivesse razão quanto a isso, mas meu cérebro de grávida assustada não estava raciocinando direito. Só queria ter certeza de que tudo estava certo. Não sei exatamente quando, mas comecei a chorar enquanto seguíamos no táxi e a onda de choro foi tão ruim a ponto do motorista perguntar se eu estava bem. Os quinze minutos que gastamos do shopping ao hospital pareceram horas.

  Quando chegamos percebi que caos nem começava a descrever a situação ali. Haviam ambulâncias, repórteres, policiais, gente ferida e outras aos prantos (como eu) por todos os lugares.

  - Os pacientes envolvidos no acidente ainda estão chegando - gritava um policial na entrada do hospital. - Fiquem calmos e mantenham a ordem. Vocês logo poderão vê-los.

  - Não me peça pra manter a calma! - uma mulher gritou. - Meu marido estava lá quando aconteceu!

  O policial foi até ela para tentar acalmá-la e eu comecei a entrar em pânico outra vez. Olhei em volta, para aquelas pessoas machucadas e chorando e talvez eu tenha começado a hiperventilar por que eu podia jurar que Edu falava comigo, mas eu não conseguia ouvir uma única palavra. 

  - ...calma - dizia ele e eu o olhei feio, ele só sabia dizer isso? Não me peça para ficar calma, caramba! Isso nunca dá certo. - Acho que vou levar você pra dentro pra ser examinada também, te trazer aqui foi uma péssima ideia.

  Eu estava prestes a concordar com ele (essa realmente não foi uma boa ideia), quando uma voz me alcançou e mexeu comigo a ponto de eu me perguntar se não estava alucinando por causa do medo.

  - Eu não preciso de exame! Preciso de um telefone! - a voz do moreno que eu tanto queria ouvir soou mais alta que o normal. Eu me virei na mesma hora atrás do som. E foi então que eu o vi, de pé discutindo com um paramédico, o rosto sujo de fuligem e sem o paletó e parecendo incrivelmente nervoso, eu comecei a chorar outra vez, mas agora de alívio. Estava tudo bem, ele estava bem.

  - Senhor, vamos apenas fazer uma tomografia, precisamos ter certeza de que...

  - Eu já disse que estou bem! - Anthony o interrompeu. - Caralho! Eu não preciso examinar a cabeça, preciso de um telefone! Por que eu provavelmente deixei uma grávida histérica! Então se o senhor puder, por favor...

  Eu não sei exatamente em que ponto da discussão dele eu comecei a correr, mas assim que me aproximei o suficiente o abracei com tanta força a ponto de sentir os braços ao redor do seu peito doerem, Anthony enrijeceu o corpo na mesma hora surpreso, mas eu não o soltei.

  - Elisa? - perguntou sem acreditar começando a relaxar e eu apenas o apertei com mais força escondendo o rosto em sua camisa para abafar um soluço. - O que está fazendo aqui? Eu fiquei preocupado, aquele não foi o melhor jeito de dizer a você que eu estava bem. Na verdade, como chegou aqui?

  - Você prometeu - sussurrei levantando a cabeça para encará-lo e notei um pequeno corte acima da sua sobrancelha direita. - Mas que droga, Anthony! Você me prometeu que não morreria assim! Você sabe o quão assustada eu fiquei!? Eu estava em pânico! - berrei em um misto de alívio e raiva. Eu estava tremendo.

  - Desculpe - pediu voltando a me apertar contra si. - Eu não quis assustá-la assim. - Por um instante eu não registrei mais nada a não ser o calor de Anthony e o som do seu coração que era quase música pra mim.

  Alguém pigarreou atrás de nós e eu fui obrigada a sair do casulo aconchegante que eram os braços do moreno que me segurava. Quando encarei quem havia nos interrompido senti as bochechas corarem, eu havia me esquecido completamente de que Edu estava ali.

  - O que você está fazendo aqui? - Anthony perguntou o olhando de cima a baixo.

  - Foi Edu quem me trouxe - disse mais calma.

  - Ela ficou preocupada com você, cara - Edu olhou feio para Anthony e eu os teria repreendido se minha cabeça não tivesse começado a girar.

  - Elisa? - Anthony chamou e eu me agarrei a sua camisa quando pontinhos brilhantes começaram a dançar na frente dos meus olhos. Eu senti seus braços me segurarem e no instante seguinte tudo ficou escuro.


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Notas finais do capítulo

Então, que vocês acharam? Façam suas apostas u.u
Volto já já :*



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