Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 25
Discussões, garotinhas e chuva.


Notas iniciais do capítulo

Eai minha gente linda, como vão?
Voltei e com tretas, por que é isso que acontece quando a Lisa e o Tony se juntam kkkk #AmoVocês u.u
Espero que gostem do capítulo e BOA LEITURA!!



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Encarei a chuva que caía do lado de fora da clínica e amaldiçoei qualquer um que pudesse estar conspirando com isso, já havia quase uma hora que eu estava esperando dar o horário da consulta, depois de ser basicamente chutada da doceria quando eu disse que iria ao médico mais tarde. A verdade é que eu tinha chegado cedo de mais, tinha começado a chover e eu não tinha nem casaco quem dirá guarda-chuva, tive que desmarcar um encontro com Edu por que confundi as datas e estava apavorada com a ideia de rever Anthony.

  Eu vinha o ignorando de todas as formas possíveis desde o nosso beijo e quando me dei conta já tinha se passado um mês e eu seria obrigada a revê-lo, quer gostasse ou não da ideia. Como eu ia fingir que não estava irritada e magoada se tivesse que olhar naqueles olhos escuros? Eu sei, é patético.

  A única coisa que salvou meu mês e minhas risadas com certeza foi Edu. Ele era incrível e eu me senti meio mal por enrolá-lo durante quase duas semanas até finalmente tomar coragem e beijar ele. E foi bom, foi ótimo.

  - Mas? - foi o que Lena perguntou depois de eu lhe contar a novidade.

  - Não tem nenhum “mas” - tentei. - Eu gostei e ponto.

  - Não estou dizendo que não gostou, só que se tivesse sido bom mesmo você não estaria com essa cara de que está faltando alguma coisa.

  - Eu não estou com cara nenhuma.

  - Se você diz... Não vou falar mais nada.

  No fim fiquei irritada com ela a mandei embora para o próprio apartamento. Eu tinha gostado, tinha sido ótimo, então eu não entendia por que as palavras de Lena ficavam rondando minha cabeça. Edu era legal e eu estava me divertindo, não tinha que pensar em Anthony, não agora. Iria deixar isso para quando nos víssemos daqui a pouco. Passei a mão pela minha barriga inchada e suspirei.

  - Vocês podiam me dizer o que eu tenho que fazer com o pai de vocês – pedi aos bebês e sorri sozinha, era sempre divertido conversar com eles.

  Olhei para a minha barriga outra vez me perguntando que tipo de fermento eu havia comido sem querer. Por que eu estava me sentindo como uma personagem de The Sims, aquelas que quando descobrem a gravidez já aparecem com uma barriga, ou talvez a Lindsay Lohan naquele filme Meu Trabalho é Um parto, quando ela coloca a barriga falsa e BUM! Do nada está grávida. Por que parece que eu dormi num dia com uma barriga que ainda dava pra esconder com determinada roupa e acordei no outro imensa, Ok, talvez não tenha sido bem assim, mas era como parecia pra mim. Agora o único jeito de eu parcialmente esconder minha barriga era com um moletom enorme que eu tenho lá em casa. Por que qualquer outra roupa deixava mais do que visível meus quatro meses de gravidez.

  E o mais irônico disso tudo era que eu ainda não tinha contado ao Edu sobre a gravidez. Isso mesmo, não dava nem para esconder mais e eu não consegui falar. A verdade era que depois do nosso encontro nos vimos só mais duas vezes, isso tudo graças a uma viagem de ultima hora para fotografar um político que estava renunciando a um cargo importante, uma dessas vezes foi logo depois do encontro e outra há poucos dias no meu apartamento onde eu estava linda, loira e de moletom. Lena me disse que eu teria mesmo que falar, mas sei lá, parecia que contar sobre os bebês faria tudo ser diferente. Quase como se falar com Edu sobre eles, tornaria o que nós temos (se é que temos alguma coisa) errado de alguma forma.

  Acabei suspirando e voltei a acariciar minha barriga, isso já estava começando a se tornar um hábito. Analisei meu vestido vermelho com um laço logo abaixo dos seios que deixavam mais que evidente a barriga, era um típico vestido de grávida e foi Lena quem me deu.

  - Achei a sua cara quando o vi na vitrine da loja – dissera antes de me estender o pacote de uma loja de gestantes e bebês.

  - Isso parece mesmo comigo? – perguntei olhando para a minha barriga outra vez. Quando eu estava entediada o que eu fazia de melhor era falar sozinha, ou nesse caso, com os bebês. – É vocês têm razão, parece mesmo, principalmente agora que meus peitos estão grandes assim. – ri sozinha da minha ultima afirmação, por que sim, agora eles estavam razoavelmente maiores.

  - Srta. Banks? – a última voz que eu queria ouvir me chamou e eu paralisei. Caramba coração, colabora!

  - Sr. Whitmore – dei o meu melhor sorriso falso e fiquei de pé o encarando. Ele pareceu surpreso quando eu o chamei pelo sobrenome. Olhei Anthony de cima a baixo só para constatar que ele continuava exatamente como eu me lembrava, alto, moreno, de terno e lindo. – Você está sem gesso – disse quando o silêncio ficou estranho depois dele me encarar também.

  - Felizmente sim – ele balançou o braço esquerdo e me olhou parecendo quase divertido. – E você está grávida.

  Eu tive que segurar o riso depois desse comentário. Desde quando Anthony Whitmore faz piada?

  - Se você não percebeu, já tem quatro meses.

  - É tem mesmo – ele concordou suspirando e eu não soube mais o que dizer, essa conversa estava estranha para dizer o mínimo.

  - Podemos ir logo?

  - Claro – ele assentiu e nós seguimos para o elevador.

  Eu sinceramente não sabia se devia ou não falar com ele, ou se ele ia falar comigo, nem sabia mais se estava irritada. Ele com certeza tinha sido um babaca e me magoado, e com certeza não haveria um segundo beijo (eu não sabia se isso era bom ou ruim) por que ele já pareceu louco o suficiente com um só. Então eu não via motivos para continuar com isso, eu podia fazer como ele parecia ter feito e esquecer, afinal eu já tinha o Edu e tudo estava incrível, mas por que parecia tão difícil a ideia de não lembrar mais daquela sensação? Quando eu percebi o rumo que meus pensamentos estavam tomando eu odiei ainda mais Anthony por não me deixar em paz nem em meus pensamentos.

  - Srta. Banks, você...?

  - Não fale comigo – o interrompi encarando o painel do elevador. – Eu bem, eu já esqueci e não me importo. Então não fale comigo, por favor. Era isso que você queria, né? Que eu não te enchesse o saco? Pois bem, conseguiu.

  - Srta. Banks eu só queria me desculpar pelo ocorrido da última vez em que nos...

  - Não fala nada – rosnei o encarando finalmente e ele pareceu surpreso. Dessa vez, diferente daquela noite, eu não queria chorar, só queria socar a cara dele até quebrar seu nariz e desfigurar seu rostinho bonito. Será que ele não conseguia ver que quanto mais se desculpava mais me machucava? Se ele apenas tivesse dito que sei lá, foi o calor do momento e que não aconteceria de novo, eu teria ficado chateada, mas entenderia, por que ele teria dado a entender que queria me beijar. Mas aqui, agora, depois dele se desculpar tantas vezes? Eu só conseguia pensar no quão arrependido ele devia estar de tê-lo o feito. E isso era o que mais doía. – Só cala a boca e não toca mais no assunto. Você me beijou e se arrependeu. Ótimo, não me importo mais, então só não fala mais nada.

  - Srta. Banks...

  - Para de me chamar assim e chega, eu já entendi. Vamos fazer logo essa consulta, que eu quero ir embora o mais rápido que puder.

  - Como quiser – ele assentiu sério e parecendo tão frio quanto uma pedra de gelo. Eu não disse mais nada e seguimos nosso caminho assim, no mais completo silêncio.

  Quando chegamos ao consultório da doutora Stuart nos sentamos ainda sem dizer nada.

  - O que houve com vocês? – ela perguntou enquanto mexia em alguns papéis. – Parecem estranhos. Está se sentindo bem, Elisa?

  - Não me sinto tão bem desde que a gravidez começou, os enjôos acabaram e só tenho dormido de mais, mas me sinto ótima – pelo menos fisicamente, quis completar. Por que de resto, tudo está uma porcaria.

  - Isso é ótimo – ela sorriu e eu acabei sorrindo também, mas da ironia da situação. – Os exames que fez semana passada estão ótimos, e como você já passou do primeiro trimestre, então não precisa se preocupar com nada, os bebês estão ótimos e a tendência é que fiquem ainda melhores. E Anthony, já pode começar a pensar em nomes e nas cores dos quartos, logo, logo eles vão precisar.

  - A Srta. Banks veio aqui semana passada? – por incrível que pareça, ou não, foi o que ele perguntou.

  - Veio sim, eu lhe mandei uma mensagem, sabe, para termos os resultados hoje. Achei que ela tinha te contado – ela respondeu sem entender olhando de mim para ele.

  - Não, ela não contou – ele me olhou feio e eu ignorei prestando atenção na pilha de papéis na mesa da doutora. Eu não tinha dito nada por que não achei grande coisa tirar um pouco de sangue, isso é assim tão errado?

  - Ham... Certo, vem Elisa, vamos ver esses bebês – Marina chamou ficando de pé tentando acabar com o clima estranho e eu a segui de bom grado.

  Me troquei como sempre e me deitei na maca, Anthony ficou de pé ao meu lado e a doutora começou a passar o gel incrivelmente gelado pela minha barriga.

  - E então? – Anthony perguntou depois de uns minutos em que Marina não disse nada. – Algum problema?

  - Deixe de ser paranóico, Anthony. Eles estão bem. É só que eu tenho uma informação que eu não sei se querem saber.

  - Que seria?

  - O sexo dos bebês – a doutora sorriu. E eu fiquei super empolgada com a notícia.

  - E qual é? – perguntei sem conseguir me conter. Os dois morenos olharam pra mim e eu corei.

  - Pode dizer – Anthony pediu e eu não consegui conter o sorriso.

  A doutora passou o parelho do ultrassom pela minha barriga e depois fez uma careta.

  - Eu tenho duas notícias, uma boa e uma ruim, qual querem primeiro?

  - Marina – Anthony disse parecendo irritado e ela riu.

  - Tudo bem, vai ser a boa primeiro. E ela é que vocês vão ter uma linda garotinha.

  - Isso é ótimo, são meninas! Mas então qual é a notícia ruim? – perguntei sem entender enquanto Anthony ainda encarava a tela do parelho de ultrassom.

  - Não Elisa, você não entendeu. É uma menina apenas. Essa é a notícia ruim. Anthony queria um garoto e eu não consigo ver o sexo do outro bebê, ele está de pernas cruzadas.

  - Mas ainda existe a possibilidade de ser um menino, não é? – Anthony perguntou depois de se recuperar e Marina assentiu.

  - Claro, casais de gêmeos não são incomuns, só que a probabilidade de ser outra garotinha é maior. Mas é isso, Elisa e os bebês estão bem e talvez mês que vem dê pra ter certeza sobre o outro. Pode ir se trocar – ela sorriu pra mim e eu assenti ficando de pé depois dela limpar o gel da minha barriga.

  Marina me deu mais algumas instruções e fez mais uma ou duas perguntas antes de nos liberar. Anthony e eu descemos juntos no elevador sem nem ao menos olharmos na cara um do outro. Mas o que estava me incomodando agora não era nem todo o drama do beijo, era a carranca do moreno ao meu lado. Ele estava parecendo uma criança que não tinha ganhado o brinquedo que queria da mãe. E isso tudo era por causa das bebês? Se fosse eu teria mesmo que quebrar a cara dele.

  Quando chegamos ao hall de entrada da clinica eu fiz uma careta, a chuva parecia ainda mais forte e eu não sabia nem mesmo se tinha dinheiro para um táxi. Quando Anthony se aproximou da parta de entrada e eu parei no meio do caminho, ele se virou para me encarar.

  - Você não vem?

  - Daqui a pouco. Vou deixar a chuva diminuir – comentei como se isso tivesse mesmo perto de acontecer, o moreno olhou para o céu e deve ter chegado à mesma conclusão que eu.

  - Se você quiser posso te deixar em casa – ofereceu e eu olhei surpresa, não estávamos brigados ou algo assim?

  - Não tudo bem, eu vou esperar.

  - Apenas vamos. Você vai congelar aqui.

  - Eu bem, sério.

  - Só venha comigo – ele suspirou abrindo o guarda-chuva e me olhando impaciente. Dessa vez eu cedi por que ele tinha razão, se eu continuasse aqui, congelaria ou mofaria nessa recepção, o que viesse primeiro.

  Seguimos para fora do prédio debaixo do mesmo guarda-chuva e era estranho estar assim tão perto dele, principalmente depois de tudo o que gritamos um com o outro (ou tudo o que eu gritei com ele), mas ainda assim era estranho, fora que eu estava morrendo de frio. Felizmente chegamos ao carro bem rápido, o moreno abriu a porta e eu fui a primeira a entrar.

  - Olá, Srta. Banks – Marco sorriu do banco do motorista. – Como está?

  - Oi Marco! Eu estou ótima, e você?

  - Melhor agora que está aqui – ele disse e eu ri.

  - Se continuar assim, vou acabar me apaixonando por você.

  - Eu não teria tanta sorte – ele disse divertido enquanto ligava o carro.

  Eu sorri olhando pela janela e mesmo sem querer notei o meio sorriso do moreno ao meu lado. Então tentei me convencer de que era só eu continuar olhando pela janela até chegar em casa, que estaria tudo bem.

  Mas é claro que eu não teria tanta sorte assim.

  - Por que não me contou da consulta na semana passada? – Anthony perguntou depois de um tempo em silêncio.

  - Por que não era nada de mais, não foi nada de mais. Eu só vim tirar sangue.

  - Mas é dos meus bebês que estamos falando. É grande coisa pra mim.

  - Eu sei que os bebês são seus, e não estou dizendo que eles não são grande coisa. Estou dizendo que tirar a droga do meu sangue para uns exames não é grande coisa. Mas pode deixar que da próxima vez em que eu passar perto da clinica, eu te mando uma mensagem – respondi irônica sentindo o sangue ferver. Como é que uma pessoa tem o poder de te tirar do serio assim?

  - Vou ficar esperando então, Srta. Banks — ele devolveu no mesmo tom de ironia e eu resisti ao impulso de socar mesmo a cara dele. Marco tinha parado o carro em um sinal e eu não tinha planejado nada disso, mas simplesmente abri a porta do lado da calçada e sai debaixo da chuva, não conseguiria ficar nem mais um minuto no mesmo lugar que aquele idiota.

  - Você ficou louca!? – Anthony veio atrás de mim e eu comecei a andar. – Hei! O que está fazendo?

  - Indo pra casa! – disse e senti seu aperto em meu braço me fazendo virar.

  - Precisa dessa cena toda!? Mas que merda! Qual o problema?

  - O problema? O problema é que eu não consigo olhar na sua cara e não pensar no quanto eu te odeio nesse momento.

  - Ótimo. Então me odeie dentro do carro.

  - Não!

  - Entre na droga do carro, Elisa!

  - Então agora eu sou Elisa? Que apropriado, não é?

  - Pare de gracinhas e entre no carro.

  - Eu não vou entrar na droga do carro! – berrei a centímetros dele e mesmo com a chuva forte eu conseguia sentir sua respiração quente e ofegante perto de mim.

  - Que seja! – Anthony gritou de volta e simplesmente me pegou no colo e começou a andar comigo de volta para onde Marco estava, ele tinha ido para o acostamento. A essa altura já estávamos encharcados e o moreno me carregava como se não fosse nada, enquanto eu tentava descer do seu colo.

  Ele me colocou no banco do carro e entrou também. Nós nos encaramos pelo que me pareceu uma eternidade, mas devem ter sido só alguns segundos onde eu estava decidindo se socaria a cara dele ou não.

  - Vocês estão bem? – Marco perguntou depois de ligar o carro, parecendo realmente preocupado.

  - Sim – dissemos os dois ao mesmo tempo e eu finalmente me virei para frente e cruzei os braços quando comecei a tremer. Eu ainda estava morrendo de ódio do Anthony, mas vendo agora, sair do carro foi uma péssima ideia.

  Eu estava tão concentrada em xingá-lo mentalmente que quando senti seu paletó sobre meus ombros, me assustei.

  - O que está fazendo? – quis saber e ele revirou os olhos tirando a gravata.

  - Evitando que você pegue uma pneumonia. Por fora ele está molhado, mas por dentro ainda está seco. – explicou e eu puxei o paletó para mais perto de mim constatando que ele realmente tinha razão, ele estava quente e impregnado com o seu cheiro. Tentei não pensar muito nisso.

  - Obrigada – sussurrei sem olhá-lo, desejando que essa noite simplesmente tivesse fim logo.

  Quando chegamos ao meu prédio ainda chovia e Anthony e eu ainda estávamos em silêncio. Mas não me importei. Simplesmente, pela segunda vez na noite, sai debaixo da chuva, Marco até tentou me oferecer o grada-chuva de Anthony, só que eu recusei, só queria entrar em casa, tomar um banho e fingir que essas últimas horas se quer existiram. Acabei rindo sozinha enquanto subia as escadas, esse foi o mesmo pensamento que tive no dia em que conhecia o moreno de quem eu tinha ficado com o paletó, de novo.

  Quando cheguei em casa segui direto para o banheiro e tomei um banho quente, coloquei o pijama que tinha ganhado de Lena junto com o vestido e segui para a sala enrolada em uma coberta. Já eram dez da noite, mas eu simplesmente tinha coisas de mais na cabeça para se quer pensar em dormir.

  - O pai de vocês vai conseguir me deixar mais louca do que eu já sou – comentei olhando para minha barriga e depois para o paletó pendurado no encosto de uma das cadeiras da mesa e suspirei. Eu realmente perderia completamente o juízo até os bebês nascerem. Até elas nascerem. Será que Anthony tinha ficado mesmo tão chateado assim com o fato de não serem meninos? Isso era ridículo.

  O som da campainha tocando me tirou dos meus pensamentos. Quem podia ser numa hora dessas? A ideia de que talvez fosse Anthony, me deixou em pânico. Fui até a porta e abri só uma frestinha dela levando um susto por ver um outro moreno parado ali. Edu me encarava com um sorriso divertido.

  - Surpresa! – disse animado meio molhado de chuva e eu pisquei surpresa.

  - O que você está fazendo aqui? – perguntei sem me conter e seu sorriso morreu. - Digo... Quer dizer... É que eu não estava esperando.

  - Hora ruim?

  - Não é só que... – suspirei ainda o encarando pela brechinha da porta e depois olhando para minha barriga total e completamente visível no pijama de grávida que eu usava. – Tudo bem – decidi. – É que eu tenho que te contar uma coisa, por que o fato de você não saber já está estranho.

  - Agora você está me assustando, Lisa. O que você quer me contar?

  - Como não tem jeito fácil de dizer isso, lá vai: Eu estou grávida.

  Superando tudo o que eu imaginei, Edu riu.

  - Claro, algum dia quem sabe você fique.

  - Não, é serio. – disse abrindo a porta e ficando de pé em sua frente. – Eu mesmo grávida.

  O moreno a minha frente piscou encarando a minha barriga e depois voltou a rir e eu fiquei sem entender.

  - Isso explica muita coisa – Edu disse por fim. – Eu até cogitei a ideia de que fosse coisa da minha cabeça.

  - Você já tinha pensado na ideia de eu estar grávida? – perguntei surpresa e ele deu de ombros.

  - Eu sabia que tinha alguma coisa acontecendo, mas eu não podia simplesmente perguntar para a garota com quem eu estava saindo se ela estava gorda, né? – ele riu e eu revirei os olhos.

  - Isso não te incomoda? – fiz a única pergunta que eu realmente queria saber a resposta.

  - Isso depende. Qual sua relação com o pai do bebê?

  Foi a minha vez de rir.

  - No momento? Acho que ódio mútuo.

  - Isso me tranquiliza. Mas você vai me contar a versão completa de como acabou assim? – ele perguntou apontando para a minha barriga e eu dei de ombros.

  - Você não vai querer saber. Mas de uma coisa você pode ter certeza, eu e o idiota que me deixou assim, não temos nada.

  - Se vocês realmente não têm nada, por que não pode me contar? Quero ser seu amigo acima de tudo, Lisa.

  - É só que... É complicado de mais – suspirei me sentindo a pior pessoa do mundo. Eu não merecia um cara legal como o Edu. – Se importa de não falarmos disso agora? Minha noite foi uma droga. Se você quiser ter uma DR eu vou te mandar embora, mas se você quiser ver um filme comigo eu te deixo ficar.

  - Nós já temos relação pra discutir? – ele riu enquanto entrava em meu apartamento e eu lhe dei língua.

  - Seu bobo.

  - Já disse que é um dos meus charmes – ele disse todo galante e eu revirei os olhos indo me juntar a ele no sofá.

  Eu sabia que em algum momento teria que contar ao Edu sobre todo o lance com o Anthony, mas agora, depois de tudo que tinha acontecido, a única coisa que eu queria era paz, nem que fosse apenas por algumas horas.


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Notas finais do capítulo

Então...? Comentários? Quero, please *-*
Vou ficar esperando a opinião de vocês...
Bijocas e até!! :3