Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 18
Não me olhe assim, a culpa é dos seus filhos.


Notas iniciais do capítulo

Heeey, peoples!!
Como vão? Eu tô ótima e sinceramente me perguntando o por que de toda essa inspiração, mas como resultado, os capítulos agora estão assim, um atrás do outro kkkkkk espero que não se importem com a minha ansiedade e gostem do capítulo!!
Esse está uma graça e o próximo vai ser tão fofo quanto u.u
Já disse pra vocês que o Anthony e a Elisa são meus xodós? Kkkkkkk ok, parei de viajar... Mas falando sério, obrigada amores, pelo carinho, pelos comentários, por estarem acompanhando e gostando, eu sei que falo muito isso nos comentários, mas só de vocês tirarem cinco minutos para comentarem, me deixa muito, muito feliz!! Eu já guardo todos vocês no meu coração, obrigada!! ♥
Certo, agora vou parar de blá, blá, blá e deixar vocês lerem, BOA LEITURA!! :D



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Eu devo ter dormido escorada no ombro de Anthony, por que acordei com ele me chamando.

  - Srta. Banks, vamos.

  - O que? - murmurei piscando e me surpreendi em ver que definitivamente não estávamos em frente ao meu prédio. Acho que a casa na frente da qual havíamos parado devia ser maior que o meu prédio todo, ela era branca e tinha mais janelas do que eu conseguia contar e devia ter três andares, era linda nisso eu não podia discutir. Sai do táxi ainda sem entender e Anthony falou com o motorista e pediu que ele esperasse.

  - Vamos? – chamou seguindo para o enorme portão de ferro escuro.

  - Onde exatamente estamos? – perguntei o seguindo.

  - Na minha casa. Eu tive um imprevisto, tenho que levar um contrato importante lá na empresa até o meio-dia de hoje.

  - Então não teria sido mais fácil você me deixar em casa primeiro, não? – quis saber bocejando e juntando o cabelo em um rabo de cavalo, isso melhor do que a provável juba de leão que eu tinha adquirido.

  - Na verdade não, você mora do outro lado da cidade, até que fossemos lá e voltássemos aqui, eu já estaria perto do tempo limite.

  - Entendo. Mas que horas são afinal?

  Anthony pegou o celular do bolso enquanto subíamos os degraus da entrada.

  - Dez horas – respondeu para logo em seguida abrir a porta.

  Sua casa por dentro era tão linda quanto por fora. A decoração era um pouco mais alegre do que eu realmente achei que fosse. O tapete vermelho no chão da sala parecia extremamente macio e o enorme sofá branco era lindo, mesmo que desse dó de chegar muito perto e sujá-lo.

  - Eu vou tomar um banho rápido e em seguida nós já vamos. Desculpe tê-la envolvida nisso, Srta. Banks – Anthony disse parando antes de subir as escadas e acabei sorrindo do seu jeito todo formal. Minha aparência devia estar horrível e eu muito provavelmente tinha dormido de um jeito não muito elegante em seu ombro, então não via exatamente motivos para tanta formalidade. Não me importava em esperar um pouco mais.

  - Tem problema não – disse finalmente. – Pode ir lá, vou ficar esperando aqui.

  - Certo, fique a vontade – disse e subiu as escadas enormes que davam para o segundo andar.

  Como eu provavelmente não teria outra oportunidade como essa, resolvi xeretar. Mas para conseguir olhar metade dessa casa eu precisaria de bem mais que alguns minutos, afinal, só o hall de entrada era maior que o meu quarto. Fui olhar as fotos na parede. Me surpreendi com o sorriso do garotinho moreno e banguela em uma delas, eu nem sabia que Anthony podia mostrar esse tipo de expressão. Mas a que mais me chamou atenção foi a da mulher morena de sorriso encantador em uma delas, a mulher estava rindo enquanto o garotinho mais ao longe acenava divertido, eu apostaria qualquer coisa como foi o pai de Anthony quem tirou a foto.

  - Essa é a minha mãe – uma voz disse atrás de mim e eu dei um pulo de susto.

  - Pelo amor de Deus! Você quer me matar do... – deixei a sentença no ar assim que me virei e vi como Anthony estava. Ele usava só sua calça social de sempre, estava de chinelos e com uma regata branca um pouco justa de mais, afinal eu conseguia ver o desenho do seu abdômen definido, e seus braços fortes ao vivo e em cores. Merda! Eu sabia que ele devia ter um corpão, mas isso já era de mais.

  - Srta. Banks? – ele chamou e eu pisquei como uma retardada.

  - O que?

  - Isso é ridículo, mas Jane não está aqui em casa hoje e eu preciso de ajuda para não molhar a droga do gesso, pode me ajudar?

  - Quem? – foi tudo o que consegui perguntar.

  - Minha governanta, ela está de folga hoje. Pode me ajudar ou não?

  - Certo, o gesso – disse finalmente saindo do transe e me dirigi a cozinha dos sonhos de qualquer pessoa que gostasse de cozinhar. Ser rico devia ser de mais, né? Felizmente pra mim não foi muito difícil deduzir onde eu acharia o que precisava. Quando eu o encontrei me virei e fui até Anthony outra vez.

  - Plástico filme? – ele perguntou surpreso e eu sorri começando a embalar seu gesso.

  - Quando Miguel quebrou o braço na oitava serie, a gente gastou uns cinco desse, embalando e desembalando ele até que estivesse bom. Pode parecer meio ridículo, mas é útil. Ai, prontinho. – disse apreciando minha obra de arte. Anthony olhou para o próprio braço, depois pra mim e abriu um sorriso, nós estávamos tão perto que me surpreendi ao conseguir sentir seu cheiro, uma mistura de loção pós-barba e um perfume amadeirado que parecia com, bem, Anthony. Me afastei assim que vi até onde meus pensamentos estavam me levando.

  - Se você não for logo vai se atrasar – murmurei e o moreno piscou parecendo surpreso por ainda estar ali.

  - Certo, obrigado – disse e saiu apressado.

  Sentei no sofá tentando normalizar a respiração. Eu estava assim por causa dos hormônios de grávida, não tem nada a ver com Anthony, nadinha. É claro que não tinha, eu e ele nem íamos muito com a cara um do outro, e não seriam seus sorrisos ou seu tanquinho que mudaria isso. Não mesmo. Fiquei de pé e fui xeretar sua cozinha para ver se me livrava desses pensamentos estranhos, abri as portas do armário, da geladeira, do forno e fiquei encantada. Seria meu sonho cozinhar em uma cozinha como essa, toda trabalhada no mármore e no cromado.

  Olhei para o relógio preso a parede que marcava dez e meia e meu estomago roncou. Estava comendo por três e minha última refeição tinha sido há quase quatro horas. Suspirei e fui procurar alguma coisa para comer, eu sabia que era errado ficar mexendo assim nas coisas dos outros, mas a comida era para os filhos de Anthony, então não era tão errado assim, né? Abri as portas do armário atrás de um pacote de biscoito que fosse, apenas para eu enganar o estomago até chegar em casa, mas não foi bem assim, por que no momento em eu vi um vidro de mel já o imaginei encima de umas panquecas. Esse tipo de coisa tinha que acontecer aqui e agora?

  Tentei em vão controlar o súbito desejo de comer panquecas, era mesmo só o que faltava depois da noite de ontem. Mas depois de dez minutos, desisti. Que se danasse! Eu iria comer panquecas, nem que precisasse reembolsar Anthony depois. Juntei os ingredientes e comecei a misturar, resolvi fazer um suco também, afinal, se já estava na chuva era melhor terminar de me molhar. E como eu imaginei, cozinhar em uma cozinha tão linda era incrível. Eu até tinha encontrado um avental vermelho simples pendurado em um gancho na parede, do moreno eu tinha certeza de que não era.

  Difícil não foi fazer as panquecas, o complicado mesmo estava sendo achar a frigideira para cozinhá-las, procurei em tudo até finalmente encontrá-la no armário encima do balcão. Fiquei na ponta dos pés para pegá-la e quando puxei eu devo ter feito com força de mais, por veio tudo, a frigideira e as duas penas que estavam junto com ela, com a barulheira que fez, parecia que eu estava destruindo a casa.

  - Merda! – praguejei me abaixando para pegar as panelas do chão no mesmo instante em que Anthony apareceu na porta da cozinha, com o cabelo molhado a camisa com os primeiros botões ainda abertos e a gravata na mão, parecia que ele tinha acabado de sair de um furacão, na verdade, de um tsunami.

  - Aconteceu alguma coisa? Que barulheira foi essa? – perguntou afobado e a única coisa na qual reparei é que ele de algum jeito tinha se livrado do plástico filme e tinha também cortado à manga da camisa para poder usá-la com o gesso. – Srta. Banks, você está bem?

  - sim, é que as panelas caíram no chão, mas não me machuquei.

  - Isso é ótimo. Mas o que exatamente você está fazendo? – ele perguntou olhando em volta e vendo a bagunça que eu tinha feito na sua cozinha.

  - Panquecas.

  - Panquecas? – ele repetiu fechando os botões da camisa habilidosamente com uma mão só.

  - Não me olhe assim, a culpa é dos seus filhos. E não se preocupe, eu vou limpar tudo, é que você estava demorando e eu estava com fome e bem, eles decidiram que queriam panquecas.

  - Eles, é?

  - Exatamente – comentei lhe dando as costas e voltando minha atenção as panquecas. Coloquei a massa para cozinhar e vi de canto de olho Anthony guardar as panelas que eu tinha derrubado só esticando o braço. Fiquei um pouco indignada, eu ter dez centímetros a mais não faria mal a ninguém.

  - Você costuma cozinhar assim na casa dos outros? – ele perguntou meio debochado e eu nem me virei para encará-lo, as panquecas exigiam toda a minha atenção.

  - Na verdade sim, sempre lá na casa da Lena e do Miguel cozinhando. Mas hoje não devia ser assim, estou te atrasando, né? – perguntei finalmente me virando, Anthony tentava dar o nó em sua grava sem sucesso, nisso ele ia precisar das duas mãos e a esquerda estava temporariamente inutilizável.

  - Tudo bem – suspirou desistindo da grava e a deixando pendurada em seus ombros que agora eu sabia serem largos e fortes. Certo, isso não é importante. – Nós podemos sair daqui até as onze e meia. Vai demorar muito?

  - Não – disse sorrindo e me virando para pescar a panqueca antes dela virar carvão.

  Era estranho estar cozinhando na casa do Anthony com ele me encarando, mas sinceramente já não estava me importando com nada, noite passada eu tinha passado medo de mais por causa dele para ligar para qualquer coisa que fosse agora.

  - Pronto, aqui está – terminei de servir duas pilhas enormes de panquecas e encher a minha de mel, coloquei os copos de suco ao lado dos pratos e me juntei a Anthony no balcão, não havia necessidade de sujar sua enorme mesa de jantar só com isso. Ele encarou o prato parecendo surpreso.  – O que foi? Vai me dizer que não gosta de panquecas?

  - Não, não é isso, é só que... Deixa pra lá. Obrigado – ele deu um meio sorriso e eu me concentrei em meu prato antes de começar a viajar por causa dessa resposta sem nexo ou do seu sorriso.

  Mesmo que Anthony tivesse hesitado um pouco antes de começar a comer, ele limpou o prato e eu já podia imaginar o motivo, afinal, comida de hospital era horrível pra dizer o mínimo. Depois que terminamos limpei a cozinha e sorri satisfeita. A comida estava ótima, no fim tinha valido a pena me meter em mais essa confusão.

  Nós tivemos que pedir outro táxi, por que depois que Anthony percebeu que demoraríamos mais do que o esperado para sair, ele dispensou o que estava nos esperando. Assim que o táxi chegou, nós entramos, já eram onze e quarenta, ele tinha vinte minutos para levar o documento à empresa.

  - Você não vai arrumar isso, não? – perguntei assim que o táxi deu partida apontando para a gravata que ainda estava pendurada em seu pescoço. Ele olhou pra baixo e suspirou.

  - Não consigo, não com essa mão – ele balançou levemente a mãe esquerda. Eu hesitei por uns segundos e por fim suspirei também.

  - Certo, vem aqui – chamei me aproximando dele. Eu não devia estar fazendo isso, não era da minha conta e sinceramente eu estava começando a achar que não fazia bem eu ficar tão perto dele assim, mas mesmo assim me aproximei.

  - O que vai fazer? – Anthony perguntou surpreso e eu peguei as duas pontas de sua gravata verde escura.

  - Arrumar pra você – respondi e habilidosamente passei uma parte por baixo e depois por cima da outra e minutos depois estava ajeitando o nó no pescoço do moreno. Eu só sabia dar no em grava por que meu pai era motorista e sempre estava arrumando as suas e com o tempo acabei aprendendo com ele, no início era eu quem dava nó nas gravatas de Miguel, com uma mãe totalmente avessa a esse tipo de roupa e sem o pai, acabou que fui eu quem lhe ensinou a dar nó em gravata quando conseguiu o emprego na empresa no moreno parado a minha frente. Divagar sobre meu irmão foi a melhor desculpa para não me importar com o calor que emanava do corpo de Anthony, se ele continuasse tão perto de mim eu acabaria louca – Pronto.

  Ele abriu a boca para dizer alguma coisa, mas o motorista foi mais rápido.

  - Chegamos.

  - Certo, obrigado – ele disse ao motorista e saiu apressado do táxi. – Leve a senhorita que está ai no banco de trás para casa dela e está dispensado.

  - Não senhor – disse e ambos se viraram pra mim, mas eu encarei Anthony. – Eu vou ficar. Quero ter certeza de que não vai trabalhar de mais. Você está de repouso, lembra?

  - Como?

  - Isso mesmo que ouviu, eu vou esperar aqui, então não demore, sabe, eu estou grávida e cansada – tudo bem, eu sabia que era chantagem emocional, mas não me importei. Tinha dado a minha palavra ao Dr. Williams que não deixaria o empresário viciado em trabalho parado a minha frente, trabalhar de mais.

  - Srta. Banks, isso não é necessário – ele suspirou passando a mão pelos cabelos.

  - Estou esperando – sorri o ignorando. – Não demore.

  - Melhor ouvir sua esposa senhor – o motorista disse divertido e eu sorri também, mas espera ai, esposa? Eu não parecia esposa dele, não mesmo. Eu e Anthony nem gostávamos um do outro. – Não acho que ela vá sair daqui sem você.

  - Ela não é minha... – ele começou, mas parou no meio do caminho e suspirou outra vez passando a mão pelos cabelos. – Tudo bem. Não vou demorar.

  - Ok, vai lá amor — cantarolei só para irritá-lo e desistindo de me importar com as suposições do taxista, quando ele estava prestes a entrar no enorme prédio com paredes de vidro espelhado, Anthony deu uma ultima olhada em minha direção só para revirar os olhos me fazendo gargalhar.

  Era incrível o jeito como alguém podia melhor o seu dia só com algumas poucas expressões e comentários irônicos, isso também era assustador, quando foi que Anthony deixou de ser um ser inalcançável e passou a ser uma pessoa normal pra mim? Essa súbita constatação me fez arrepiar, o que exatamente estava acontecendo aqui? Ele não podia e não devia me fazer rir assim, eu não devia cozinhar em sua cozinha, isso estava errado e perigoso. Principalmente com minhas emoções tão loucas como estavam agora.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Em?
Quero saber!!
Beijocas de pudim e até!! :3