Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 16
Encontros e um telefonema pior que o outro.


Notas iniciais do capítulo

Gente linda do meu coração, cá estou eu outra vez!!! Aeeeee
Dessa vez não demorei u.u
De qualquer forma o capítulo está aqui e com surpresas no final por que eu adoro acabar assim kkkkkk ♥
Espero que gostem!!
BOA LEITURA :3



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Eu passei esse último mês tentando entender o que tinha acontecido no casamento do Miguel e da Lena, afinal, todo aquele clima com o Anthony foi no mínimo estranho. Por que primeiro, ele parecia estar se divertindo, aí do nada disse que ia embora, depois voltou e virou amiguinho do Miguel e eu podia jurar que a primeira impressão deles tinha sido bem ruim, mas quem sou eu pra julgar não é mesmo?

  De qualquer forma, eu me diverti no casamento, apesar do enjôo e do meu vestido ter aberto eu adorei, e parte do meu cérebro ainda fica dizendo que eu gostei ainda mais da companhia, mas mesmo que isso fosse verdade, e eu não disse que era, muito provavelmente eu não admitiria pra ninguém, principalmente para Anthony, sua companhia devia ser só pra passar longe das tias de Lena, mas a verdade era que eu tinha gostado, seus sorrisos tão raros apareceram mais vezes do que eu imaginei ser possível e nossa dança tão estranha (eu estava realmente brincando quando o convidei para dançar, não achei realmente que ele fosse aceitar) eu adorei, parece meio ridículo, principalmente por que o último cara com quem estive abraçada meu colocou um belo par de chifres, mas dançar com Anthony foi sem dúvidas a melhor parte da noite, não que eu fosse comentar isso em voz alta, Lena já estava me enchendo o suficiente sem saber que eu tinha gostado da companhia dele.

  Minha amiga tinha adorado me provocar e agora só se refere a Anthony como meu “namorado”, mesmo que eu repita ao menos umas cinco vezes ao dia que ele não é. Ela e Miguel tinham saído em lua de mel há uma semana, eles passariam duas em um hotel fazenda incrivelmente lindo, e eu tenho que admitir que talvez estivesse com um pouquinho de inveja, afinal férias é a última coisa que eu vou ter por agora.

  Quem os via calmos assim nem imaginam como ficaram surpresos quando eu contei sobre os bebês durante um jantar depois do casamento.

  - Eu falei pra vocês? - perguntei depois que terminamos uma discussão sobre se as batas estavam ou não salgadas de mais. - São dois bebês - disse simplesmente e eles me olharam surpresos dei de ombros e sorri. - Alguém pode me passar o sal? Essas batas estão mesmo sem.

  Tudo bem, talvez eu não seja a melhor pessoa para dar notícias importantes, mas eu expliquei tudo no fim das contas, a consulta, a surpresa e Lena surtando no telefone depois. Só que com o maior envolvido, no caso Anthony, eu ainda não tinha falado. Simplesmente por que no dia do casamento aconteceram tantas coisas que não tivemos tempo e por que agora, ele está simplesmente me evitando, eu até achei que podíamos nos tornar amigos ou algo assim, mas não, ele aparentemente não quer falar comigo, até seus telefonemas diários para se certificar que eu estou viva diminuíram e eu ainda não entendia o porquê.

  - Você não vai mesmo me apresentar seu namorado, Elisa? - Chloe perguntou interessada e eu revirei os olhos. Estávamos na doceria, eu arrumando as prateleiras, a garota nova, uma morena dos olhos escuros que não devia ter mais que dezenove anos, Caitlin, limpando o balcão e a ruiva que estava super interessada na minha vida, fazendo a contagem do caixa. Mike tinha saído para falar com alguns fornecedores e nós ficamos aqui.

  - Eu já disse que não tenho namorado nenhum - suspirei depois de conseguir deixar o cupcake que eu arrumava no lugar certo.

  - É, mas e o pai dos seus bebês? Você pode até fingir que não tem nada com ele, mas eu não sei se acredito. - ela sorriu pra mim e eu gemi de frustração fazendo Chloe gargalhar e Caitlin dar um meio sorriso. Essa era a primeira semana dela e ela falava pouco, mas eu tinha certeza que ouvia tudo, principalmente os bate papos sobre a minha vida. E sim, no fim eu contei a ruiva sobre o fato de serem dois bebês e não um, e talvez a conversa com ela tenha sido menos estranha que a com Miguel e Lena.

  - O pai dos meus filhos é um caso a parte e se você quiser mesmo me arrumar um namorado, eu estou aceitando - comentei dando de ombros.

  Chloe parou o que estava fazendo e me encarou.

  - Ainda acho que tem alguma coisa errada nessa história com esse seu namorado, quando é que você vai me contar a verdade? - ela perguntou me surpreendendo e eu fiquei sem saber o que dizer, a ruiva deve ter percebido minha reação, por que sorriu e negou com a cabeça. - Tudo bem, não importa, quando você quiser falar, vou adorar ouvir.

  - Já disse que você é a melhor, Chloe? - perguntei sorrindo e ela me soprou um beijo.

  - Hoje ainda não.

  Acabei gargalhando e vi Caitlin abrir um sorriso.

  Eu estava amando trabalhar na doceria, acho que nem em meus melhores sonhos eu imaginei um trabalho assim. O clima era leve e Chloe e Mike os melhores chefes que alguém podia ter. Minha vida só estaria melhor se eu não tivesse me metido nessa confusão com Anthony, por que vendo agora, o que eu fiz foi claramente uma loucura, quem é que aceita uma proposta dessas de um estranho? Eu, claramente eu.

  A campainha da porta soou me tirando dos meus pensamentos e eu fiquei de pé e sorri para o casal de idosos que entrou na loja.

  - Bem-vindos, em que posso ajudá-los?

  Minha tarde passou voando, e quando eu vi já era hora de ir. Chloe e Mike como sempre me ofereceram carona, mas dessa vez não aceitei, precisava passar no supermercado para comprar molho de tomate, estava sonhando com uma macarronada e precisava dele pra isso. Fui caminhando pelas ruas e observando o pessoal que andava também, havia uma família com dois filhos de aproximadamente cinco anos discutindo na frente de uma loja de brinquedos, uma senhora do outro lado da rua no parque jogando sementes para os pombos, havia ainda um casal se beijando ao lado de uma moto. Era apenas mais uma noite tranquila, mas o que eu não sabia era que tranquila era a última coisa que essa noite ia ser.

  Estava tão distraída encarando um casal de gêmeos que passou por mim que não olhei muito bem por onde ia e como resultado bati de frente com alguém.

  - Ai – reclamei e a pessoa me segurou para que eu não caísse.

  - Desculpe – uma voz grave disse e eu levantei os olhos só pra encontrar um moreno de olhos azuis sorridente, arregalei os olhos e dei um pulo pra trás.

  - Ai meu Deus! Sou eu quem tem que pedir desculpas – disse afobada e ele sorriu um pouco mais, acabei corando, ele era lindo sim, mas por que eu só encontro caras bonitos assim, nesse tipo de situação?

  - Tudo bem – ele deu de ombros e me olhou de cima a baixo sem muita discrição.

  - Você sabe que é falta de educação medir as pessoas assim, né?

  - Culpado – ele levantou as mãos como quem se rende. – Mas é que não é todo dia que eu sou atropelado por uma garota bonita, então desculpe a minha indelicadeza.

  - Tudo bem, eu devia mesmo olhar por onde ando – comentei, mas espera! Ele disse que sou bonita? Levantei os olhos, só para encontrar os seus me encarando. Era impressão minha ou ele estava flertando comigo? Ai meu Deus! Um estranho incrivelmente gato estava mesmo flertando comigo.

  - A propósito, eu sou Eduardo Bitencourt – ele abriu outro incrível sorriso pra mim e estendeu a mão.

  - Elisa Banks – me apresentei e aceitei seu cumprimento.

  - Eu sei que isso é meio repentino, mas você aceitaria tomar um café comigo?

  Aquilo me pegou de surpresa, e não foi o seu convite, foi o fato dele me chamar para um café, era a segunda vez que um estranho me convidava para tomar um pouco do líquido escuro e fumegante.

  - Que tal um sorvete? – ofereci, por algum motivo a ideia de ir tomar café com Eduardo me parecia errada.

  Ele sorriu.

  - Eu vou adorar.

  Sinceramente eu não tinha ideia de como a minha ida ao supermercado tinha se tornado um encontro, mas cá estava eu, tomando sorvete na praça perto da doceria com um moreno lindo e muito simpático. Eduardo era fotógrafo e estava me contando um historia hilária sobre um casamento onde a mãe da noiva simplesmente se materializava do nada para aparecer e todas as fotos.

  - Sério – dizia ele – A mulher surgia do nada, num minuto era só um casal, no outro ela estava do lado deles. Acho que nunca passei tanto medo na vida. Vai que ela surgia no meu quarto depois?

  Eu acabei rindo, rindo pra valer, fazia tempo que eu não me divertia assim. Ok, talvez não tivesse tanto tempo assim, mas com Anthony a diversão sempre me parecia meio contida, quase como se fosse errado eu estar rindo com ele.

  - Ai, chega – pedi depois de me controlar um pouco. – Você vai acabar me matando.

  - Eu duvido muito – ele sorriu, será que não dava para o sorriso dele ser um pouco menos incrível? – Por que você fica ainda mais bonita quando ri.

  - Se você continuar me elogiando assim eu vou acabar acreditando.

  - Pois pode acreditar. Elisa, eu... – ele começou, mas o toque do meu celular o interrompeu. Mas que merda! Quem pode ser numa hora dessas?

  Olhei o identificador de chamas e suspirei. Era Anthony.

  - Você pode me dar licença um minuto? – pedi e ele assentiu, me afastei um pouco e atendi. – Alô?

  - Olá, Srta. Banks, liguei pra saber como está.

  - Eu ótima! Não dava pra você ter esperado, sei lá, uns vinte minutos pra ligar, não?

  - Como é? — ele perguntou parecendo surpreso, eu suspirei olhando para Eduardo que sorria pra mim enquanto tomava seu sorvete de morango com chocolate.

  - Eu estou meio ocupada agora. A gente não pode ter essa conversa depois?

  - Eu tenho uma reunião importante mais tarde, tem que ser agora.

  - Agora eu não posso. – disse começando a ficar irritada. Anthony tinha esse efeito sobre mim, conseguia piorar meu humor em segundos. – E não é como se fosse ser uma conversa muito longa, não é?

  - O que quer dizer com isso, Srta. Banks?

  - Que você está estranho desde o casamento, me tratando como se eu fosse, sei lá, um fornecedor com que é obrigado há falar toda semana. E se for só isso, fico feliz em te dizer que eu estou incrivelmente bem, não dava para eu estar melhor, agora eu preciso mesmo ir, tchau.

  - Se é assim, até mais — ele teve a cara de pau de dizer e desligou.

  - Seu cretino filho da mãe! – xinguei olhando para o telefone desligado, eu não estava acreditando que ele tinha feito isso comigo. Voltei para onde Eduardo estava espumando de raiva.

  - Está tudo bem? – ele quis saber. – Você parece muito irritada – ele disse divertido e eu acabei abrindo um sorriso.

  - Era só um idiota com quem eu sou obrigada a conviver – dei de ombros. – Está tudo bem. Onde paramos? – perguntei sugestiva, eu tinha a impressão de que ele estava prestes a dizer alguma coisa quando Anthony nos interrompeu.

  - Paramos na parte em que eu ia pedir o seu número – ele sorriu. – Acha que eu mereço?

  Seu comentário me fez sorrir ainda mais e me esquecer da raiva de minutos atrás. Talvez não ter aceitado a carona de Chloe e Mike essa noite, tenha sido a melhor decisão que eu tomei em muito tempo. Os olhos azuis de Eduardo brilhavam em expectativa.

  - Acho que merece sim, Sr. Eduardo Bitencourt.

  - Me chame só de Edu. Srta. Banks – ele disse divertido e eu fiz uma careta.

  - Pelo amor de Deus, me chame de Lisa – eu disse e ele riu beijando o dorso da minha mão direita.

  - Como quiser, Lisa – Edu disse e eu corei. É, definitivamente não ter aceitado a carona foi a melhor coisa que eu fiz. – E o seu numero, senhorita?

  - Há, claro é... – mais uma vez na noite o som do toque do me celular nos interrompeu, fiquei tentada a fingir que não estava ouvindo, que sei lá, era engano. Mas alguma coisa me dizia que eu devia atender. – Eu só... – suspirei. – Me desculpe.

  - Tudo bem, vai lá. Eu espero – o moreno disse compreensivo e eu me senti mal por me afastar outra vez. Olhei para o celular e me surpreendi com o nome piscando na tela. O que Anthony podia querer comigo depois daquela conversa?

  - É bom que você tenha ligado pra se desculpar comigo, seu idiota! Que ideia foi essa de desligar na minha cara? – perguntei irritada.

  - Desculpe interrompê-la, mas você é Elisa Banks? — uma voz desconhecida perguntou e aquilo me assustou. Por experiência própria eu sabia que tinha alguma coisa errada. – Srta. Banks? — a forma de me chamar era a mesma, mas eu sabia que não era ele.

  - Sou eu – consegui dizer com o coração batendo a mil, que aquele idiota insensível esteja bem, pedi silenciosamente. Por favor.

  - Meu nome é Sam, e eu sou paramédico — ele se identificou e eu entrei em pânico. – O Sr. Anthony Whitmore sofreu um acidente de carro há alguns minutos e nós o trouxemos para o hospital, seu numero estava na discagem rápida do celular dele. Você por acaso é alguma familiar?

  - Ele está bem? – perguntei sem acreditar. Anthony não estava me irritando há poucos minutos atrás? Como agora ele tinha sofrido um acidente? Isso não fazia sentido. Eu não queria receber outra ligação dessas, não queria. Eu simplesmente não ia conseguir ouvir outra vez que alguém que eu conhecia tinha “sofrido um acidente fatal”. Aquele idiota não podia fazer isso comigo.

  - O Sr. Whitmore teve alguns ferimentos leves e outros mais graves, ele não corre risco de vida, só que ainda não acordou. Mas você ainda não me respondeu, o que você é dele? Eu preciso que alguém venha aqui para assinar os papeis. Srta. Banks?

  - Eu estou indo – disse. Eu não sabia por que meu número estava na discagem rápida do celular dele. Ou por que não tinham ligado para os seus pais ou coisa assim. Mas isso não importava. Ele só não podia morrer, essa era a única coisa que eu não conseguia aceitar. Não num acidente de carro.

  - Mas Srta. Banks...

  - Onde ele está? – perguntei o interrompendo.

  - No Hospital Santa Casa — o paramédico disse por fim.

  - Certo, já chego ai – disse e desliguei. Assim que eu o fiz me virei para a entrada do parque e dei de cara com Edu. Por um minuto eu havia me esquecido completamente dele. Fui até lá e me odiei por isso, mas eu tinha que me despedir. – Eu preciso ir – murmurei. – Aconteceram umas coisas, desculpe. Me liga depois! – pedi enquanto corria para a entrada do parque.

  - Elisa! Espera! Hei, eu não... – mas eu não ouvi o resto do que ele disse, por que já tinha entrado em um táxi. E foi só quando o táxi começou a andar que eu percebi a falha no plano, eu não havia dado meu numero a ele.

  Mas esses pensamentos me abandonaram no mesmo instante em que eu parei em frente ao hospital. Sinceramente eu não sabia se tinha coragem para entrar ali outra vez.


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Notas finais do capítulo

Eai? Será que a Elisa vai ver o Edu de novo? E o bonitão será que está bem?
Quero opiniões, please... ♥
Beijocas de paçoca e até!! :*



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