Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 14
Festas de casamento são sinônimos de confusão.


Notas iniciais do capítulo

Heeeey pessoinhas!!
Não disse que voltava?
Então, só digo que esse capítulo está bem legal, tem um monte de acontecimentos e um final muito louco por que paz e sorte é a ultima coisa que a Elisa vai ter kkkkk ♥
Espero que gostem e BOA LEITURA!!! ;3



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A cerimônia foi linda e eu acabei por me juntar a Marta e tia Cassy na choradeira, meus hormônios de grávida não me deixaram não passar por esse constrangimento. Mas eu admito não ter imaginado que Anthony pudesse ficar ainda mais bonito do que já era (não que algum dia eu fosse admitir isso pra ele), mas ele conseguiu, quer dizer eu até achei que ele levaria o convite a sério, só que foi a sério mesmo, ele estava lindo quando eu o encontrei, com um terno preto assim como sua gravata, até minha amiga pareceu surpresa em ver o bonitão de terno e pareceu mais surpresa ainda quando eu disse quem ele era.

  - Anthony? O seu Anthony? Por que ainda não casou como ele? – ela perguntou através da brecinha do vidro que tinha aberto enquanto ele vinha em nossa direção.

  - Ele não é “meu”, só aceitou me acompanhar, e pelo amor de Deus não começa com delírios, pra isso já basta tia Cassy – que graças a deus não está por perto, eu quis acrescentar.

  - Oi, Anthony, você está bem... Bem... – eu parei no meio da frase corando, por que era isso o máximo que eu ia conseguir dizer sem passar mais vergonha, ouvi Lena que estava dentro do carro rir e quis matá-la.

  - Você está ótima – ele disse dando um meio sorriso e eu não soube dizer se ela estava sendo sincero ou tirando uma com a minha cara. – Vamos entrar?

  - Eu não, não posso... – me atrapalhei com as palavras ainda o encarando, até no casamento da minha melhor amiga ele conseguia me tirar do sério. – Tenho que ficar com Lena, mas pode entrar, te encontro assim que der.

  - Tudo bem – ele disse ainda com seu meio sorriso e entrou.

  E é claro que depois disso Lena me provocou o quanto pôde antes de entrar na igreja, mas assim que pisou no tapete tão vermelho quanto à decoração que a cercava sua expressão de divertimento sumiu e ela deu lugar ao mais puro amor enquanto encarava o cabeludo idiota no fim do corredor. O casamento foi tão lindo quanto o amor desses dois, eles com certeza mereciam tudo isso e muito mais.

  Quando chegamos ao salão de festas eu fiquei encantada, ele estava lindo, todas aquelas horas que Lena passou ao telefone valeram a pena, as várias mesas dispostas pelo salão estavam delicadamente decoradas com tolhas brancas assim como as cadeiras, essas ultimas ainda tinham laços vermelhos que combinavam perfeitamente, os arranjos de mesas enormes e delicados  davam o toque final, havia ainda uma pista de dança incrível a esquerda, com direito a DJ e tudo, isso foi uma exigência de Lena, nós dançaríamos até amanhecer.

  Eu e Anthony estávamos sentados em uma das mesas que estávamos dividindo com um casal de primos de Lena, que no momento tinham ido para Deus sabe onde quando minha amiga e seu marido (ai meus Deus isso era muito estranho, eles estavam mesmo casados!) começaram a seguir em nossa direção, aposto que para finalmente conhecer o “bonitão de terno”, não os havíamos cumprimentado por que toda a família estava fazendo isso e sinceramente não estava com paciência para esperar em uma fila para falar com meu irmão e sua mulher que por acaso eram meus vizinhos com quem eu jantava quase todo dia. Acho que tia Cassy só não tinha aparecido ainda por que ela e Marta estavam ocupadas de mais dando instruções para os garçons, por que caso contrário, já teria aparecido para perguntar a Anthony quando seria o nosso casamento.

  - Miguel, Lena, meus parabéns! – disse os abraçando assim que nos alcançaram. – Vocês se casaram mesmo!

  - Você tinha alguma duvida disso? – Miguel quis saber assim que nos separamos e eu dei de ombros.

  - Vai que a Lena se tocava da loucura que estava fazendo e desistia, nunca se sabe – provoquei e meu irmão me olhou feio.

  - Sua pirralha – disse estreitando os olhos pra mim e eu ri, Miguel era só um ano mais velho que eu e Lena, mas às vezes ele ainda me chamava assim só pra me provocar.

  - Então esse é o famoso Anthony? – Lena perguntou ignorando totalmente a minha ceninha com Miguel e olhando para trás de mim, eu me virei também e vi o bonitão de terno nos olhando com curiosidade.

  - Esse mesmo – respondi divertida. – Miguel, Lena, esse é meu... Chefe acho eu, Anthony. Anthony, esses são meu irmão postiço Miguel e sua recentemente aceita, esposa, que também é minha melhor amiga, Helena.

  - É um prazer – Lena sorriu e apertou a mão que Anthony tinha lhe oferecido. – Espero que a Lisa não tenha causado tantos problemas pra você.

  - Lena! – a repreendi e ela riu.

  - Não se preocupe – Anthony deu um meio sorriso – Acho que consigo aguentar.

  - Whitmore? – perguntou Miguel do nada e todos olhamos pra ele que se virou para meu pseudo chefe e o olhou de cima a baixo – Seu nome é Anthony Whitmore?

  - Isso mesmo – ele assentiu sério. – Mas como sabe isso?

  - Por que a minha irmã está grávida do meu chefe – ele respondeu calmamente e eu e Lena o encaramos chocadas, até Anthony pareceu surpreso.

  - Como assim “seu chefe”? – perguntei.

  - Eu sabia que já o tinha visto em algum lugar, foi na empresa, e na verdade nem é mesmo “meu chefe” – ele fez aspas no ar – Anthony é o chefe do chefe do meu chefe.

  - Uou que mundo pequeno – Helena disse divertida.

  - Eu que o diga – Anthony disse encarando Miguel. – Desculpe-me, mas eu não consigo lembrar de que setor você é.

  - Claro que não – meu irmão respondeu com ironia. – Eu sou um dos muitos advogados do décimo terceiro andar.

  - Desculpe, não foi o que eu quis dizer – Anthony comentou e Miguel revirou os olhos.

  - Tanto faz, mas agora temos que ir não é Lena? Ainda não falamos com todo mundo.

  - É verdade – minha amiga concordou suspirando – Vemos vocês daqui a pouco e boa sorte.

  - Sorte? Com o que? – perguntei confusa, mas ao invés de responder Lena apenas sorriu e apontou para trás de mim. Me virei para ver o que era e congelei no lugar, tia Cassy estava vindo toda animada cumprimentar meu “namorado”.

  - Raio de sol você está linda! Nós nem tivemos tempo de nos falarmos direito no casamento. – ela me abraçou e depois se virou para Anthony. – Esse é o meu futuro genro?

  - Tia Cassy! – a repreendi em pânico. Ai. Meu. Deus. O que eu faço?

  - Sou Anthony Whitmore – ele se apresentou quando eu não fiz menção nenhuma em o faze-lo, e se ele ouviu o comentário de tia Cassy, preferiu ignora-lo. Ótima escolha.

  - Sou Cassandra White – ela sorriu e apertou a mão do moreno. – Mas pode me chamar de Cassy, ou tia Cassy, como preferir.

  - Tia Cassy, por favor... – implorei.

  - O que foi raio de sol? Não posso cumprimentar seu namorado? – ela perguntou arqueando uma sobrancelha pra mim e eu suspirei ao passo que Anthony me olhou interrogativamente. Por favor, pedi a ele sem emitir som algum e me virei para tia Cassy.

  - Claro, fique a vontade – respondi e ela sorriu como se tivesse ganhado na loteria.

  - Então Anthony, o que você faz? – ela perguntou e eu me encolhi, não acredito que ela está mesmo fazendo isso.

  - Trabalho em escritório, um trabalho chato e burocrático – respondeu com um meio sorriso todo educado e vi os olhos de tia Cassy brilharem.

  - E quantos anos você tem?

  - Tia Cassy! Já chega, você não tem que ir tirar fotos com Miguel e Helena, em?

  - Não tem problema, Elisa – ele respondeu claramente tirando uma com a minha cara e sorriu para tia Cassy - Eu tenho vinte e oito Sra. White, digo, Cassandra.

  Acho que se tivesse ganhado na loteria ela não teria ficado tão feliz.

  - Agora que sei que está muito bem acompanhada eu vou raio de sol, não se preocupe, não quero atrapalhar – ela sorriu e resisti ao impulso de grunhir, sinceramente, não me custava nada. Mas assim que tia Cassy me olhou outra vez sua expressão mudou drasticamente, ela parecia prestes a matar alguém, foram as poucas vezes que a vi assim e isso com certeza não era bom. – Não acredito que o Miguel convidou aquele traste – ela praticamente rosnou olhando para a entrada do salão de festas. Segui seu olhar e entendi o motivo da mudança repentina de humor, o pai de Miguel estava aqui.

  - Se me dêem licença crianças, tenho que falar com meu filho ingrato, fiquem a vontade – ela deu um ultimo sorriso para Anthony e saiu em direção a Miguel e eu sabia que isso não ia prestar.

  - Você disse a sua tia que eu era seu namorado? – Anthony perguntou me trazendo de volta a constrangedora realidade e eu me sentei outra vez na mesa o moreno me acompanhou.

  - Eu não disse, Ok? – comentei fazendo careta – Foi ela quem deduziu tudo sozinha e simplesmente não me ouviu quando eu disse que era mentira. Helena falou de você durante um almoço e tia Cassy ficou encantada com a possibilidade de conhecer “meu namorado”. Foi assim que terminamos aqui.

  - E você me trouxe aqui por que mesmo? – ele quis saber e eu dei de ombros.

  - Pra não sentar com as tias estranhas de Lena. Prefiro você a elas – disse sem pensar e corei na mesma hora em que Anthony me olhou sugestivo. – Digo, por que você pelo menos você não fica me perguntando dos meus namoradinhos.

  Anthony riu e aquilo me surpreendeu de verdade.

  - Você com certeza não existe Srta. Banks – ele comentou com um meio sorriso e eu corei de novo, mas dessa vez não tinha ideia do por que. – Posso perguntar por que sua tia saiu daquele jeito?

  - Por que o pai do Miguel está aqui – dei de ombros. – Eles são divorciados e tia Cassy o odeia por que ele casou de novo e tem outro filho, tudo bem, não é bem por isso que ela o odeia, é mais por que ele saiu de casa por causa da atual mulher. Ela odeia os dois.

  - Isso é ruim, por que ele o chamou se a situação é essa?

  - Provavelmente não o chamou, Miguel também não é o maior fã do pai, quando ele foi embora de casa Miguel tinha cinco anos, eu nem cheguei a conhecê-lo. Então provavelmente alguém da família, que não é tão pequena assim – comentei divertida vendo a enorme quantidade de gente no salão. – Deve ter falado com ele sobre o casamento.

  - Um pai vir de penetra no casamento do filho é algo inusitado – ele comentou olhando a cena mais a diante onde Miguel cumprimentava o pai, a madrasta e o meio irmão adolescente. Sinceramente não queria estar na pele dele.

  - Nisso eu sou obrigada a concordar com você – disse e ele me olhou dando um meio sorriso. Um garçom parou em nossa mesa e nos ofereceu champanhe e eu estava prestes a aceitar um quando Anthony me parou.

  - Você não devia estar bebendo, devia?

  - Merda – praguejei – Às vezes eu esqueço, mas não se preocupe, não é como se eu bebesse sempre – acrescentei assim que ele me olhou curioso, acabei por ficar de pé – Vou atrás de um suco e comida, por que, graças a certas pessoas, estou comendo por três – sussurrei essa ultima parte e o moreno revirou os olhos divertido.

  - Tente não se perder – ele disse quando comecei a andar e foi a minha vez de revirar os olhos.

  - Não garanto nada – respondi sem me virar e indo atrás de comida, por que eu definitivamente estava com fome.

  No caminho para o buffet eu passei pela tia Cassy, Miguel e seu pai, os três pareciam completamente desconfortáveis com a conversa que estavam tendo. Até onde eu sei, o pai de Miguel, Robert Anderson, viajava muito por causa do trabalho, ele é jornalista, escreve várias colunas incríveis sobre as mais diversas cidades e suas curiosidades, e eu sei que tia Cassy amava isso, logo ela que sempre foi meio hippie, era super a favor, mas ai as coisas começaram a ficar estranhas e ele voltava menos pra casa, ficava cada vez menos tempo com ela e com Miguel e não demorou muito para tia Cassy ligar os pontos, ele tinha conhecido outra e se encantou, e desse ponto para ele ir embora de vez não demorou muito, desde então tia Cassy usa o nome de solteira, na verdade acho que eu não me lembro dela ser “Anderson” nenhuma vez desde que a conheci, até Miguel parou de usar o sobrenome do pai, ele ainda o tem, claro, mas de modo geral tanto ele quanto tia Cassy, são “White”.

  Quando finalmente cheguei à mesa linda e enorme do buffet peguei tanta comida quanto consegui e um copo de suco, eu estava com fome suficiente para comer um boi inteiro, e foi por isso mesmo que resolvi ir mais devagar, para eu passar mal e vomitar até as tripas não ia custar nada. Com minha comida em mãos voltei para a mesa, só para me deparar com umas das primas piriguetes de Miguel toda sorrisos pra cima de Anthony, ela usava um vestido dourado que parecia ter sido embalado a vácuo e tinha uns peitos que só podiam ser silicone. Quem foi mesmo que a convidou para a conversa?

  - Acho que consegui não me perder – comentei me sentando e a morena dos peitos enormes que estava claramente dando encima do MEU acompanhante me olhou de cima a abaixo parecendo surpresa em me ver ali. O foi que querida? Achou que esse cara lindo estava sozinho? Tudo bem que não estamos exatamente juntos, mas acho que deu pra entender.

  - Fico aliviado de não precisar te resgatar dessa vez – Anthony respondeu e eu me surpreendi, era impressão minha ou ele estava mesmo fazendo uma piada?

  - Quem é sua amiga? – perguntei como quem não quer nada. O que? Eu tinha o direito de saber.

  - Essa é a Karen, Karen essa é a Elisa a irmã do noivo – ele nos apresentou e eu senti uma pontinha de ressentimento, ou talvez fosse raiva mesmo, ele mal conhece a piriguete oferecida e já é “Karen”? Então por que eu ele não consegue me chamar pelo nome?

  - Claro, você é a vizinha que a tia Cassy “adotou”, não é? – ela perguntou de forma debochada e eu senti vontade de jogar meu suco em seu cabelo perfeitamente escovado.

  - Eu mesma - respondi entre dentes sentindo o estomago revirar, ultimamente eu não podia me irritar sem não ficar com o estomago embrulhado, aprecia automático.

  - Você está bem? – ela perguntou alterando seu tom de voz drasticamente, e se aproximando de mim.

  - Estou – murmurei e ela se aproximou mais, eu não sabia exatamente o que era, mas um cheiro doce de pêssego invadiu meu nariz e eu senti meu almoço voltar, fiquei de pé e sai correndo. Claramente eu não estava bem.

  Felizmente pra mim e para todos convidados eu alcancei o vaso sanitário bem na hora, me debrucei sobre ele e só parei de vomitar quando não sobrou nada em meu estômago, e como não dava pra ficar pior do que estava, resolvi ficar bem ali, sentada no chão até recuperar um pouco das forças.

  Mas eu devia saber que iria piorar, afinal era de mim que estávamos falando.

  E foi então que aconteceu, eu fui me levantar e devo ter ido rápido de mais e simplesmente esqueci o conselho disfarçado de piada de Lena e fiz um movimento brusco de mais, quando terminei de ficar de pé só senti o zíper do meu vestido abrir.

  - Não, não e não – murmurei em pânico. – Isso simplesmente não pode estar acontecendo.

  Mas estava, eu definitivamente estava presa dentro do banheiro na festa de casamento dos meus melhores amigos com um vestido cujo zíper não servia mais para nada.

  Valeu mesmo universo.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam? Eu sou muito má?
Quero opiniões u.u
Beijocas e até!!
PS: Vou tentar não demorar tanto pra postar o próximo capítulo!! :)