Contrato de Amor escrita por Lelly Everllark


Capítulo 13
Não aceito um não como resposta.


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeente!
Me desculpa, me desculpa mesmo por ter sumido assim do nada, mas foi uma confusão atrás da outra e quando eu vi já tinha um mês e nada de capítulo novo. Em minha defesa, semana passada foi minha semana de provas, então cada brechinha de tempo que eu tinha eu usava pra estudar (o que aparentemente não adiantou muito agora que eu vi minhas notas ;-;), de qualquer forma, eu queria me desculpar mesmo com vocês e dizer que amanhã vai ter mais um capítulo, sei que ainda é pouco, mas já é um começo, não é?
Enfim, me desculpa outra vez pelo sumiço e espero que gostem do capítulo e comentem!
BOA LEITURA!! :D



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Helena surtou comigo no dia, digo, nas horas seguintes depois de ouvir as mensagens paz e amor que eu tinha​ deixado. Ela e Miguel invadiram meu apartamento lá pelas sete da manhã só pra me encontrar encarando a xícara de café que eu tinha feito, eu estava louca para bebê-la, mas eu sabia que​ cafeína não fazia bem aos bebês. A verdade é que eu não tinha conseguido dormir mais depois que cheguei em casa, ou seja, estava acordada desde às três e meia da manhã e ainda tive que ir trabalhar.

  E foi só depois de conferir que cada pedacinho meu estava no lugar que Lena parou para respirar, ela me bombardeou com perguntas e acho que Miguel só não fez o mesmo por que a noiva não lhe deu brecha nenhuma. Eles acabaram por beber meu café por mim enquanto eu lhes contava da minha aventura na noite anterior. E claro que assim que eu o fiz, eles me deram a maior bronca cheia de vários, “Elisa, você ficou louca de sair assim?”, ou “Que ideia foi essa de sair no meio da noite sozinha?”, mas de modo geral a noite tinha terminado bem, e eu acabei por descobrir que sim, Helena não me atendeu por que estava fazendo exatamente o que eu imaginei que estivesse com Miguel, e esse último simplesmente esqueceu de carregar o celular. Eu sei, meu irmão é um idiota.

  Mas o meu drama real nem foi esse, foi o fato inegável de que faltavam dois dias para o casamento e eu ainda não tinha um par. Já estava prestes a apelar para sei lá, um site de namoro online quando meu celular tocou e como eu não tinha dormido direito pensei estar imaginando coisas, só podia ser isso, afinal o que Anthony poderia querer comigo a essa altura do campeonato?

  - Alô - atendi ainda desconfiada. - Aconteceu alguma, Anthony?

  - Não, e como sabe que sou eu? — ele quis saber e eu ri, Chloe me olhou desconfiada. 

  - Já ouviu falar em identificador de chamadas?

  - Certo, não importa. Só queria te avisar que sua carteira ficou no meu carro.

  - Minha carteira!? - perguntei surpresa começando revirar a minha bolsa, eu devia estar atendendo o balcão da doceria, mas a verdade é que não tinha nada pra fazer, o que era um alívio por que eu estava trabalhando com as baterias reservas depois de ter acordado às três e meia da manhã.

  - Você ao menos deu falta dela? — ele perguntou parecendo incrédulo. Eu corei e Chloe riu.

  - Falando com o namorado? - quis saber divertida.

  - Não mesmo! - exclamei e ela gargalhou.

  - Imaginei — Anthony suspirou do outro lado da linha enquanto Chloe ainda ria, eu cabei por revirei os olhos.

  - Se você diz... - ela provocou e eu a olhei feio, e foi só por que uma senhora entrou na loja que ela me deixou em paz, por que, caso contrário, era bem capaz dela continuar ali.

  - Srta. Banks — Anthony chamou e eu suspirei.

  - Sim?

  - E quanto a sua carteira, você a quer de volta ou não?

  - Isso depende, eu vou ter que me mexer para tê-la de volta?

  - Possivelmente.

  - Então pode ficar, não tem nada aí mesmo.

  - Srta. Banks — Anthony suspirou. - Eu estou falando sério.

  - Eu também. Estou morta e continuo trabalhando, então me recuso a me mexer por nada menos que uma liquidação de sapatos ou talvez pizza grátis.

  Ouvi o moreno xingar do outro lado da linha e podia jurar que ele estava passando a mão pelos cabelos e pensando o quão louca eu era, por algum motivo isso me fez sorrir.

  - Tudo bem então — ele disse por fim. - Eu a levo pra você no fim do dia. Vai estar em casa?

  - Com toda certeza - sorri. - Até, Anthony.

  - Ate, srta. Banks.

  - É Elisa! - disse só para não perder o costume e ele desligou, mas eu podia jurar que o ouvi rindo antes de o fazê-lo.

  - O papo com o namorado estava bom, em? - Chloe perguntou toda inocente e eu gemi.

  - Até você?

  Ela riu e nós voltamos ao trabalho. Mas a verdade era essa, desde aquele fatídico almoço na casa da Lena, tia Cassy não tinha me deixado em paz com essa história sobre o Anthony. A cada uma hora ela me ligava pra saber se ele ia mesmo ao casamento, ou por que eu não tinha dito a ela que tinha um namorado, ou ainda se ele gostava ou não de peixe. Eu não sabia se ela estava brincando comigo ou se o cérebro dela filtrava minhas palavras pra ouvir o que bem entendia, mas o fato era que ela simplesmente decidiu que o bonitão de terno é meu namorado e não tem nada que a faça mudar de ideia. Então agora eu tinha duas alternativas, aparecer sozinha no casamento e ver se assim eu conseguia finalmente fazer tia Cassy entender a verdade ou convencer​ Anthony a ir comigo, e talvez, só talvez eu tivesse uma ideia de como fazer a segunda alternativa acontecer, afinal irritar Anthony não é tão difícil assim.

  Então quando ele veio lá pelas oito da noite eu até lhe ofereci café, era uma tentativa de suborno que foi muito bem aceita, acabei por descobrir que Anthony é um grande adepto de café (eu diria viciado, mas se eu chamar Lena assim, ela apela). Eu estava morta, mas precisava disso, e foi só quando ele estava no fim da segunda xícara de café que eu tomei coragem.

  - Anthony, você não pode mesmo me fazer o imenso favor de me ajudar com o lance do casamento? - quis saber sorrindo e ele me olhou arqueando uma sobrancelha. Com certeza a ideia de que tinha um executivo de terno super rico (e muito bonito, mas isso não vem ao caso) sentado em meu sofá era meio absurda. 

  - Se com “lance” você se refere a ser seu acompanhante, então não. Não me leve a mal Srta. Banks, mas sua vida pessoal não é de meu interesse. 

  Olhei pra ele irritada, eu não sabia por que, mas às vezes Anthony me irritava só em respirar e agora, o jeito como ele falou, todo formal me fez querer socá-lo, ele é o que, um robô?

  - Eu não estou pedindo para se casar comigo, só quero que me acompanhe a um casamento. E não me diga que você tem coisa mais interessante pra fazer, por que eu divido muito disso.

  - Srta. Banks estou vendo que essa conversa não vai nos levar a lugar nenhum, então se me der licença, eu vou embora. - ele deu um sorriso educado (eu diria falso, mas tudo bem) e foi em direção à porta. - Obrigado pelo café.

  - Argh! – grunhi assim que ele fechou a porta atrás de si. Estava prestes a admitir a derrota quando me lembrei das tias solteironas de Lena quando há visitei dois anos antes no natal, elas passaram a noite me perguntando sobre meus “namoradinhos”, e faltou bem pouco para eu perguntar onde estavam os delas, naquela época eu ainda não estava com o babaca do Caio então foi uma tortura. E eu me recusava a passar por isso outra vez, não ia desistir, e se Anthony era minha única alternativa, ele que me aguardasse.

  Dormi o quanto pude para tentar me recuperar do desastre da uva com calda de caramelo, como Lena havia apelidado, e já acordei no dia seguinte pensando em como persuadi-lo a me acompanhar, nem que fosse apenas por algumas horas, daí eu inventava uma desculpa, ele ia embora e eu ficava linda e maravilhosa bem longe das megeras dos “namoradinhos”.

  Como o casamento era no dia seguinte (Lena estava surtando de novo com isso), eu não tinha tempo de pensar em estratégias de guerra (sim, pra mim isso era questão de vida ou morte) boas o bastante, então iria apenas insistir até que ele cedesse, e não deu outra, depois do que me pareceu o vigésimo telefonema ele finalmente disse sim.

  - Tudo bem Srta. Banks, já entendi que você não me deixará em paz enquanto não ouvir a resposta que deseja não é mesmo? — ele disse por fim e eu quase sai dançando pela doceria. – Então se isso a fará parar de me telefonar enquanto trabalho eu a acompanho amanhã. Que horas?

  - As oito – informei tentando esconder o alívio e a empolgação e falhando miseravelmente. – Mas pode seguir direto para a igreja por que eu vou acompanhar Lena.

  - Quem?

  Eu acabei rindo.

  - Minha amiga Helena, ela vai se casar com meu irmão. De qualquer forma, muito, muito obrigada mesmo por fazer isso por mim. Te mando o endereço por mensagem.

  - Tudo bem. Até amanhã então.

  - Até. E Anthony...

  - O que?

  - Nada – desisti de falar sobre a suposição maluca de tia Cassy, não queria que ele simplesmente desistisse. Me doía admitir, mas eu precisava dele. – Até amanhã – encerrei o assunto e ele desligou.

  - Quando vai apresentá-lo pra gente?

  - Não acho que ele vá aparecer por aqui – respondi inconscientemente e acabei corando.

  - Então era mesmo seu namorado – a ruiva sorriu e eu a olhei feio.

  - Chloe! Ele não é meu namorado!

  - Mas é com um cara que você estava falando – apontou ela e eu me amaldiçoei por ter me entregado.

  - Não foi o que eu quis dizer.

  - Sei... – ela murmurou divertida e eu gemi apoiando a cabeça no balcão enquanto ela gargalhava.

  Depois da ligação de Anthony o dia passou como um flash, e a parte boa de toda essa correria era que eu não tinha tempo de me lembrar dos meus enjôos e nem senti-los, só que eu tinha que admitir que viver a base de biscoito de sal e picolé estava difícil, como é que eu ia sobreviver até o fim da gravidez assim? Lena e a Dra. Stuart tinham me garantido que era só uma fase, mas eu já não tinha tanta certeza assim se acreditava nelas.

  E falando na Lena, ela estava pra dar um ataque do coração, por que a cada minuto tinha alguém ou alguma companhia ligando pra ela, e Helena já estava tão acostumada com ligações deles que eu fui falar com ela e ela me atendeu dizendo “Sim é Helena Clark, a noiva” e que fiquei tipo “Hei Lena! Sou eu Elisa, sua melhor amiga, vizinha e madrinha de casamento” e foi o que bastou para cairmos na risada. No fim eu fui até o apartamento dela para ajudá-la, na verdade nos passamos à noite vendo comédias românticas e comendo pipoca, nem Lena e nem Miguel quiseram uma despedida de solteiro (ia custar um dinheiro que eles não tinham) então sua forma de se “despedir” do mundo das solteiras foi comigo, sua amiga encalhada.

  - Você não é encalhada, Lisa – dissera ela – Só não encontrou o cara certo ainda.

  Não sabia mais nem se acreditava mais nesses papinhos de alto ajuda, e sinceramente também nem sei se quero outro relacionamento agora, Caio tinha sido um cretino e eu meio que não estava acreditando em ninguém no momento, principalmente homens.

  - Helena, pelo amor de Deus, me ajuda! – berrei em pânico e Lena apareceu no corredor só de lingerie e com apenas um olho maquiado.

  - Se você não percebeu, eu tenho meus próprios problemas – ela apontou para o próprio rosto.

  - Se você fechar meu vestido e te ajudo com a maquiagem – ofereci e ela acabou sorrindo. Eu estava simplesmente entalada dentro do meu vestido e não conseguia fechá-lo. Eu não podia estar tão gorda ainda, qual é, eu tinha provado esse vestido a menos de uma semana e ele tinha servido como uma luva, e agora parecia que eu estava tentando fechar um botijão de gás em um vestido PP, e no caso o botijão era eu.

  - Vem cá - ela me chamou eu me virei para que ela pudesse me ajudar.

  Eu e Helena estávamos em meu apartamento nos arrumando, e sim minha amiga tinha dispensado o “dia de noiva” para que pudesse ter a “lua de mel dos sonhos”, ela tinha feito apenas a unha e o cabelo no salão, a maquiagem que estava custando uma pequena fortuna ela dispensou, e eu que simplesmente não tive coragem de usar o dinheiro que Anthony tinha me dado e estava vivendo apenas do meu salário na doceria, tembém tinha optado por fazer apenas a unha no salão, fiz meu próprio cabelo com a ajuda de Lena e a nossa maquiagem seria o que conseguíssemos fazer, mas não estávamos realmente ligando pra isso, estávamos nos divertindo e era isso que importava.

  - Vamos logo com isso – pedi enquanto ela fechava meu vestido – Eu ainda preciso me maquiar também.

  - Vem fazer então – ela reclamou. – Eu te falei pra maneirar na pipoca ontem.

  - Como se isso tivesse alguma ligação com a pipoca – suspirei e ouvi Lena fazer o mesmo, era obvio que não era culpa da pipoca.

  - Consegui! – exclamou e eu tentei respirar fundo. Era impossível. – Não faça nenhum movimento brusco – aconselhou ela. – Sério.

  - Vou tentar – garanti, cogitando a ideia de ir ao casamento de Lena de moletom.

  Quando finalmente terminamos faltavam meia hora para as oito e já tinha quase uma que Joe estava sentado em meu sofá nos esperando, Miguel que estava se arrumando no apartamento dele bateu a nossa porta uma meia hora depois que o pai de Lena havia chegado avisando que já estava indo. É, só faltava a gente mesmo.

  - Vamos? – chamou a morena impaciente eu sorri. Ela estava linda, e a cerimônia nem tinha começado ainda, mas por algum motivo só de vê-la ali eu já estava prestes a chorar. Ela e Miguel com certeza mereciam toda a felicidade do mundo.


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Notas finais do capítulo

Eai? O que acharam?
Quero opiniões, críticas, elogios, o que for, ficarei esperando ♥
Até amanhã e beijocas!! :3



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