Drunk enough to say that I love you escrita por chaemalie


Capítulo 1
Drunk enough to say that I love you


Notas iniciais do capítulo

aaaaaaaaaa postei
Agradecimentos:



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Ele não consegue distinguir a direita da esquerda, nem à frente da trás. Não sabe se usa uma bermuda ou uma calça. E muito menos consegue contar quantos dedos têm ali.

— Prongs? Sua miopia piorou? Por que você 'tá usando dois óculos? — o moreno encara o amigo completamente confuso, mas logo começa a rir descontroladamente — VOCÊ É UM VIADO! UM VIADO DE... um, dois, três.... SETE OLHOS!

James somente rola os olhos, murmura um "pelas barbas de Merlin, Sirius" e continua observando a ruiva do outro lado do salão.

— Ei! Posso ficar com isso aqui? — Sirius aponta para o copo em frente ao outro amigo, Remus

— Acho melhor não...

— Para de ser chato Moony! — ele pega o copo, vira o líquido sem se preocupar com o que era e sai meio cambaleante pela festa.

Ele anda, tentando frustradamente ir em linha reta até a saída do local. Depois de alguns esbarrões, se apoia no batente da porta para focalizar a visão e respirar um pouco. E foi ali que ele a viu.

A loira na calçada tinha uma nuvem cinza saindo de sua boca tingida de vermelho (ou nem tanto mais) e para ele era uma das mais belas visões que já tido em toda sua vida.

Pensar que alguns anos atrás era ela o observando em seu lugar. Mas agora isso seria a última coisa que ela faria: perder tempo com alguém que não ligasse.

Marlene McKinnon não era mais a garota fútil e idiota de antes. Agora ela é uma mulher livre. Livre e independente de tudo e todos. E nisso, Sirius está incluído. Isso doía nele por algum motivo. Doí saber que ele não era mais importante para ela.

Talvez ele tenha bebido demais. Mas dançar com todas aquelas outras garotas é o mesmo que nada. Era como se ele estivesse dançando sozinho. Sua cabeça estava em outro lugar.

Enquanto as garotas se esfregavam nele, seu único pensamento era: "acho que estou me apaixonando. Não posso fazer isso. Não por ela."

Sirius está cansado. E precisa acabar com isso.

Antes que ele tomasse coragem e fosse até ela, Marlene sente sua presença e se vira lentamente com um pequeno sorriso malicioso no rosto que logo murcha ao ver quem é. Ela não o odeia ou algo do tipo. Simplesmente tinha feito um trato com ela mesma de que nunca se envolveria com o Black.

E lá estava ela com as pernas meio moles pelo simples fato de que ele estava ali indo falar com ela. A McKinnon se sentia tão idiota. Se sentia como a antiga Lene de dois anos atrás. Uma das muitas loucas que corriam atrás e beijavam os pés de Sirius Black.

Mas ela não podia se deixar levar pelo cheiro extremamente embriagador do perfume amadeirado misturado com o aroma forte de álcool que vinha dele. Não de novo.

— O que faz aqui meu querido Black? — a loira diz com certo sarcasmo.

— Eu... Eu quero uma chance. — Marlene o olha confusa pela resposta inesperada e Sirius vai andando lentamente até ela — Só uma.

— Olha aqui Black. Você não consegue entender que eu não quero nada com você? — ele já está a poucos centímetros dela.

Marlene tem uma expressão de desprezo, mas seu pulmão insistia em não funcionar. Se ela está nervosa? Um pouco. Ou talvez muito.

Ela sabia que com um beijo, ela cairia nos encantos de Sirius Black novamente. E por isso ela o empurrou desesperadamente quando ele já estava com as mãos em seu rosto e com seus lábios roçando levemente.

— QUAL É O SEU PROBLEMA? — ela grita e sai pisando firme até a entrada da festa.

Sirius não podia deixá-la ir. Ele tinha visto certo brilho nos olhos dela quando se aproximou. O sentimento era recíproco. Tinha esperanças que era.

E então, antes de ela chegar a porta, ele a prensa na parede e olha profundamente em seus olhos raivosos querendo mostrar o quanto desesperado estava por ela.

— Black... Não era para ser só um caso?

Fora exatamente isso o que ele tinha dito quando ela havia o procurado novamente um dia depois de uma sessão de amassos no armário de vassouras da escola. Naquele dia, Sirius a humilhou por ter se iludido pensando que ele realmente a amava. Marlene faltou por duas semanas. Mas quando voltou, voltou desse jeito que ela é hoje em dia.

Era engraçado que por mais que ele se arrependesse de ter feito aquilo, gostava de ela se lembrar dele mesmo depois de dois anos de pura ignorância e desprezo.

— Lene...

— Eu não quero mais, Sirius!

O nome dele, por mais estranho que fosse, saía tão bonito da boca dela. E esse foi seu limite.

— Cale a boca, por favor. — e a beijou.

E por mais incrível que fosse, ela correspondeu.

Álcool, cigarro e menta. Era exatamente o gosto que se misturava entre as bocas deles. Sirius se sente nas nuvens. Nuvens repletas de momentos deles juntos. Cada nuvem era um insulto gritado ou uma olhada distraída na sala de aula. Momentos simples ignorados que, na verdade, eram extremamente importantes para ele.

Marlene se sente idiota. Idiota por quebrar seu trato. Mas ela sabia que o quebraria de qualquer jeito. Nesse momento, o trato parecia tão idiota. Idiota demais. Como ela podia tê-lo ignorado todo esse tempo? Sirius era tão... Sirius.

— Eu te amo. — ele murmura entre o beijo.

Uma simples frase faz Marlene voltar para a realidade assustada e quebrar o beijo. Ela tenta se afastar sem sucesso por causa da parede logo atrás. Olha para os lados procurando alguém para dar alguma desculpa e sair dali. Mas não havia ninguém além deles. Estavam sozinhos. Sua única opção foi colocar as mão no bolso da calça rasgada e olhar para baixo como se não tivesse nada na sua frente. Como se Sirius não fosse importante o bastante para ela perder seu tempo.

Sirius pega seu rosto com as duas mãos e o levanta. Ele fica a encarando por um tempo até que fala:

— Diz que me quer também. Você me quer Marlene?

Naquele momento ele parecia tão esperançoso, tão preocupado, tão... apaixonado? E bem, na opinião de Marlene ele ficava mais lindo do já era desse jeito. Mas ela não podia se iludir de novo.

— Sirius, você está bêbado. — ela ri — Amanhã nossos amigos estarão conversando e vão comentar as bostas que você fez e vai fazer hoje. Nessas bostas, vão estar o "eu te amo". Você vai dizer que estava bêbado demais para pensar no que falava. E ainda vai caçoar de mim por te escutar.

E foi exatamente isso que aconteceu. Ou quase.

No outro dia, Sirius chegou na escola com o seu costumeiro mau humor matinal mais uma grande ressaca. Seus amigos não souberam do "eu te amo", mas ele se lembrava.

— McKinnon? Posso falar com você? — ele diz sem nenhuma expressão.

Marlene rola os olhos já esperando o que estava por vir. Mas quando se vira para encará-lo, leva um susto.

Sirius não usava sua costumeira jaqueta de couro. Ele vestia um grosso moletom e estava encapuzado. Seu cabelo caia no rosto aparentando que tentava esconder seu rosto. O garoto não estava somente mal-humorado, parecia cansado.

Mal sabia ela que esse cansaço, era de pensar tanto nela, de dormir sonhando com a própria e acordar sozinho na cama. Saber que as chances dela ceder para ele eram poucas.

— Se for dizer que estava bêbado demais. Okay. Já entendi. Não sou mais a Lenezinha que vai chorar pelo Siricutico que a largou injustamente.

— Vem logo.

Ele pega em sua mão sentindo um leve formigamento e a leva até o meio do corredor. Onde tinha um armário. O armário.

— Sirius?...

— É importante. — ele abre a porta e dá passagem para ela.

— Okay... O que é tão importante?

— Lene. — ela franze o cenho pelo apelido — Já te chamei assim muitas vezes, você que não notou. — ele dá de ombros — você disse que hoje eu viria aqui dar a desculpa totalmente idiota de que eu estava bêbado. E eu vou te dizer uma coisa. Eu realmente estava bêbado. Tão bêbado ao ponto de dizer que te amo. Mas Marlene...

— Entendi já Black. — ela olha para o chão e começa a mexer na saia do uniforme — Posso ir?

— Não. Você não pode ir. — ele coloca as mãos uma de cada lado do rosto dela e sorri — Marlene McKinnon você não vai me deixar aqui bêbado. Totalmente bêbado, drogado, chapado por você. Tão chapado ao ponto de dizer que te amo. Você não entende a gravidade disso? Para eu dizer que te amo eu devo estar completamente louco. E se precisar eu saio daqui gritando para todo mundo isso até você sair comigo.

Eles riem e quando Sirius acha que vai finalmente poder beijá-la decentemente, ela o abraça. Não que ele estivesse reclamando. O cheiro dela era bem melhor de perto.

— Okay. Eu saio com você.

O Black sorri e aperta mais o abraço. O sinal toca e eles continuam ali por um tempo. Abraçados pensando no que vinha depois.

Sirius tinha certeza que daria tudo certo. Se sentia igual ao "babacão do James" que já sonhava no casamento com Lily. Tirando os filhos. Nos filhos ele podia pensar depois. Bem depois.

Marlene ainda tinha certa insegurança. Ali, abraçado à ela, dizendo que a amava, estava Sirius Black. O galinha e popular jogador do time de futebol de Hogwarts. Não era clichê. Clichê era James e Lily. Nos filmes, eles talvez seriam... Não tem o tipo deles nos filmes. O jogador e a líder de torcida sempre eram separados por alguma nerd que aparecia e conquistava o garoto. Mas Lily e Alice eram suas amigas, elas não iriam fazer isso.

O que elas seriam capazes de fazer é matar ela por estar ali com Sirius perdendo a aula de Matemática.

— Six... Precisamos ir... Agora eu tenho Matemática. E o meu boletim não está lá o mais verde.

— Uhum... Depois eu te ajudo... — ele resmunga no pescoço dela — Eu tenho História agora. Não vai fazer diferença. Que tal se depois do treino, a gente fosse na minha casa estudar um pouco? Você é boa em História, né?

— Nem um pouco. — eles riem — Mas vai ser ótimo estudar com você, meu pequeno nerd.

— Ah mas vai ser ótimo. Ótimo demais.

E bem, eles foram estudar na casa de Sirius. Mais especificamente na casa dos Potter. Mas não é como se eles realmente tivessem estudado.


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Notas finais do capítulo

Inspirada na música "Drunk Enough To Say That I Love You" de PLVTINUM (https://youtu.be/3L01nwZl48Q)