Acordei com o barulho do despertador, desliguei e me levantei, finalmente havia chegado o final de semana, não queria ficar em casa sem fazer nada. Desci e comecei a fazer o café da manhã, Aniki ainda estava dormindo, não queria incomoda-lo; comecei a fazer uma maça de panqueca e um suco de laranja, uma das coisas que Aniki mais gosta. Terminei em cerca de trinta minutos e fui para o quarto do Aniki acorda-lo. Bati na porta, mas ele não respondeu então eu fui entrando, ele estava caído no chão com um pouco de cobertor sobre sua barriga, estava com uma cara muito engraçada, me agachei perto dele e comecei a sacudi-lo, ele ficava resmungando.

—Aniki, acorde, eu fiz panquecas... – Falei sussurrando.

—Panquecas?! – Com sua frase repentina e alta, caí para traz e Aniki caiu na risada com o meu susto.

—Isso é maldade! – Ele continuava rindo de mim sem parar.

— (risadas) sinto muito, eu não pude segurar, a cara que você fez foi hilária. – Estava quase caindo para traz.

—Já que é assim, sem panqueca para você. – Me levantei e comecei a andar em direção à porta.

—Espera Yayoi! Eu sinto muito! – Ele se levantou e começou a caminhar atrás de mim.

Descemos as escadas e chegamos a sala de jantar que é ao lado da cozinha, Aniki se sentou e começou a comer.

—Isso está uma delícia Yayoi! Realmente a mamãe te ensinou a cozinhar melhor que eu! – Dei um sorriso, fiquei feliz com o que ele falou.

Nossa mãe nos ensinou a cozinhar quando eramos crianças e ela não havia se juntado ao papai aos negócios da família.

—Que bom que gostou Aniki, fico feliz. – Comemos juntos o café da manhã, estava delicioso e eu não sou convencida.

Acabamos de comer e Aniki Lavou a louça e eu me sentei no sofá, fiquei assistindo televisão, estava entediada, não havia nada que eu pudesse fazer. Nada que passava era do meu interesse, me lembrei que meu livro estava no meu quarto, subi as escadas e peguei-o para ler mais um pouco. Aniki já havia acabado de lavar então estava sentado na poltrona e já havia mudado de canal, eu me sentei no sofá e comecei a ler, o tempo se passava bem rápido lendo, estava muito entretida. Sem perceber já eram meio onze horas da tarde e o meu celular começou a tocar, era a Anju, atendi:

—Oi Anju.

—“Oi Yayoi. Você está livre agora? ”

—Sim, por que?

—“Assim, uma amiga minha me chamou para um goukon (encontro com o garotos e garotas em mesma quantidade para arranjar namorados ou namoradas) e está faltando meninas, já chamei a Sakura e ela já está vindo e depois liguei para você, então topa vir aqui?

—Você só me mete em furada, mas sim eu já estou indo aí com vocês.

—“Obrigada Yayoi! Ainda bem que você vai vir porque eles estão chamando mais garotos. “

—Você vai continuar conversando comigo ou vai me deixar desligar e me arrumar para ir aí?

—“Desculpa! A gente está no café em frente à estação Yadoya! Tchau! ”

—Tchau.

Desliguei o celular e me levantei.

—Aonde você vai? – Aniki me olhou com uma cara de desconfiado.

—Eu vou a um goukon, algum problema A-N-I-K-I? – Aniki podia saber me dar medo, mas se eu quisesse eu amedrontava uma nação.

—Nenhum problema apenas tome cuidado. – Sabia que Aniki não concordava em eu ir para esse tipo de “evento”, mas ele não podia me impedir.

Saí da sala e foi para meu quarto, guardei o livro em minha bolsa para que pudesse lê-lo em quanto caminho ou no goukon porque eu não iria querer ter nenhum tipo de relacionamento a não ser com Yoshiro. Terminei de me aprontar e saí de casa, falei “Itekimasu” e fui caminhando em direção à estação, fui caminhando e olhando para o céu, as pétalas de cerejeira estão quase acabando de cair, faltava apenas algumas, o chão que antes estava totalmente rosa, agora está mais acinzentado.

Cheguei na estação e entrei em um trem, me sentei e comecei a ler, passou rápido e logo eu já estava na estação Yadoya, me levantei e fui em direção ao café que Anju havia me falado, havia muitas pessoas da minha idade, acumuladas na frente do café, me senti intimidada por ter tantas pessoas por perto, mas não me deixei abalar. Fui em direção a Anju e Sakura que estavam perto uma da outra com mais outros garotos, Anju estava muito bem vestida com seu amado vestido cor de rosa e botas pretas e Sakura estava vestida mais casualmente com uma saia vermelha com uma camisa branca e um casaco por cima, as outras garotas também estavam bem vestidas, eu me sentia oprimida, estava apenas com um short, uma camiseta com listras, meias três quartos, um casaquinho simples e meus tênis.

Anju me viu e chamou a minha atenção junto com Sakura, Anju estava com um sorriso deslumbrante.

—Venha Yayoi a gente estava te esperando. – Vou em direção a eles.

—Sinto muito por demorar.

—Não se preocupe, vamos entrar.

Todos entraram, garotas sentadas de um lado e garotos do outro, cada um conversava com alguém, principalmente Anju que parecia estar se dando muito bem com o garoto que estava ao seu lado já que a mesa era circular. Eu não estava falando com ninguém, afinal esse foi o meu primeiro goukon. Sakura percebeu que eu estava meio nervosa e falou baixinho em meu ouvido “Se acalma, ninguém vai te morder” olhei para ela e ela me deu um sorriso, me acalmei naquele instante, respirei fundo e endireitei minhas costas.

—Esse é o seu primeiro goukon? – O garoto que estava à minha frente começou a falar comigo

—É sim, estou um pouco nervosa, não sei o que fazer.

—Não precisa ficar nervosa, é só para conversar que estamos aqui nos encontrando.

—A gente está conversando e nem mesmo sei o seu nome. – Estava um pouco curiosa para saber quem é o cara legal que veio conversar comigo.

—Verdade, a gente nem se apresentou, meu nome é Machida Kou pode me chamar de Kou, e você qual é seu nome princesa do moletom.

—Princesa do moletom é um apelido inusitado, mas meu nome é Kazuhiko Yayoi e se quiser pode me chamar de Yayoi.

—Estuda em que escola Yayoi? – Ele havia se inclunado para frente em minha direção.

—Eu estudo na escola Raiden junto com a Sakura e a Anju. – Apontei para elas com o meu olhar.

—É uma das melhores escolas, eu estudo na escola Madoka junto com aqueles caras – Ele apontou para um garoto que estava um pouco encolhido em um canto – O nome dele é Yoroshikawa Jirou, mesmo sendo introvertido ele é um cara super legal, o outro garoto é aquele – Ele apontou para outro garoto que estava falando com a Anju. – O nome dele é Watabe Kaoru ele é o príncipe da minha escola, mas se você conhece-lo melhor vai ver que ele é um cara muito irritante.

—Parece que você tem bons amigos. – Dei umas risadinhas antes de falar.

—Sim, eu tenho... – Kou estava com um sorriso meigo em seu rosto que logo virou uma cara animada. – Parece que sua amiga, Anju está se dando bem com Kaoru. – Ele aponta para os dois dando risada.

—É verdade. – Comecei a rir com o que ele falou.

Eu e Kou ficamos conversando o goukon inteiro, trocamos nossos números de celulares e agora falamos que iriamos manter contato, Sakura ficou conversando com sua amiga que havia convidado ela e Anju ficou conversando com Watabe o resto do goukon. O goukon acabou e nos despedimos e fomos cada um para a sua casa. Eu fui para a estação de metrô pegar um trem para casa. Fiquei sentada escutando música, cheguei na minha estação e fui para casa.

Cheguei em casa, Aniki estava olhando por traz do sofá para mim só com os olhos à mostra, parecia curioso querendo saber se eu arranjei um namorado.

—Eu não arranjei um namorado Aniki. – Logo que eu falei isso o Aniki deu um enorme suspiro e se virou para se sentar na direção certa do sofá.

—Ainda bem que você não arranjou nenhum namorado, porque se achasse o pai me mataria. – Eu dei umas risadas com o que ele tinha falado.

—Aniki, eu não poderia ter arranjado um namorado, nem nesse e nem em qualquer outro goukon que eu fosse. – Eu falei me sentando a seu lado e abraçando minhas pernas.

—Está apaixonada? – Mesmo sabendo que Aniki falaria isso eu me surpreendi com aquela pergunta.

—Sim..., mas ele não sente o mesmo por mim, então não precisa se preocupar. – Mesmo eu sabendo que ele não presta atenção em mim, falar isso em voz alta me faz ficar triste.

—Quem é? – Aniki se virou para mim e estava com um rosto sério.

—Eu não vou te contar. – Falo apertando suas bochechas e fazendo sua cara séria virar uma careta.

—Tá...  — Nos dois começamos a assistir à TV juntos e depois eu fui tomar banho.

Fui para o meu quarto e me deitei na cama e voltei a ler o livro e adormeci de novo lendo o livro.