Paizão Adolescente escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 6
Em Família... Um Pai/ Marido Protetor


Notas iniciais do capítulo

Aqui o Mike vai ver a dificuldade na sua relação com sua filha, Jessica. Além disso, ele descobre que a sua esposa está cada vez mais longe dele... O que ele fará para resolver tudo isso?



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Jack olhou para mim do mesmo jeito que o Gato de Botas do Shrek olhou para os guardas no segundo filme. Aquela carinha pidona só prestava no rosto do felino do longa metragem, mas num barbado ridículo ficou horroroso. Mesmo assim eu decidi ajudá-lo quanto ao encontro dele com a diretora Chris, e assim ele poderia me deixar em paz.

Voltei para o meu quarto a fim de fazer a minha higiene matinal. Ao entrar no quarto vi Desirée de toalha com a roupa sobre a minha cama. Eu fiquei corado na hora, pude perceber seu corpo escultural, mas logo mantive a razão e a repreendi. Desirée sorriu para mim, chegou perto e ficou se insinuando. Eu sou um coroa no corpo de um novinho, minha mente estava confusa... Afastei-a imediatamente. Pedi para ela se trocar rapidamente enquanto eu tomava banho. Fiz toda a minha higiene, tomei banho, vesti minha roupa e fui embora. Jack estava jogando Clash Royale como se fosse um adolescente. Eu me despedi e levei o carrão... Fui com Desirée.

Chegamos à escola, estacionei o carro, minha irmã de mentira foi logo entrando e se enturmando. Nossa primeira aula era educação física, enquanto as meninas treinavam ginástica, os rapazes foram para o treino de basquete. Eu fui convidado pelo velho treinador para fazer parte do time, despertando a raiva do Paul.

— Sou o melhor jogador do time — disse Paul se gabando.

— É o que veremos.

Peguei na bola rapidamente, fiz alguns passes incríveis e completei com uma cesta de 3 pontos. Causei inveja naquele moleque ridículo, mostrei que sou superior a ele. Fiz vários passes e vários pontos, meus colegas simplesmente ficaram boquiabertos comigo.

— Incrível, Winscott. Você é um rapaz sensacional. Ainda bem que eu te convidei para o time. Vai ser o meu titular.

— Peraí. Esse cara? Treinador, ele é u completo idiota.

— Segura a bola, Heidern. Quem dita as regras sou eu, e na maioria das vezes estou certo. Mark vai ser titular sim e será de grande ajuda com o próximo jogo que teremos.

— Aguenta as pontas aí, Heidern — provoquei. — Treinador, posso indicar outra pessoa boa que nem eu para o time?

— Claro. Quanto mais caras bons, melhor. Quem é?

— Mike Torrance Junior.

— Ele é bom mesmo?

— Sim. Eu o testemunhei fazer 3 pontos várias vezes e com certa facilidade. Pode ser?

— Tudo bem. Depois quero conversar com ele.

— Certo.

Continuamos com o treino por algum tempo. Paul já não mais se interessou, foi embora. Fiquei por último ajudando o velhote quando Desirée apareceu diante de mim. Avisou-me para ir de volta á classe pois uma aula seria dada.

— De quê?

— Sexualidade.

Aula de sexualidade. Não podia por nada nesse mundo perdê-la. Descobriria mais coisas acerca da minha adorável filha. Ao chegar lá, a vi sentada sobre as pernas do camarada. Fiquei feito um carrapato atrás do filho da mãe do Paul enquanto ele tentava se esfregar na minha filha.

A professora de sexualidade era uma japa parecida com a Lucy Liu do seriado Elementary. Chegou com uma caixa cheia de... camisinhas! O que raios uma professora entra com um monte de camisinhas? Sei que a cara de ninfomaníaco do Paul ficou mais evidente e eu tive que me preparar para qualquer merda que ele poderá fazer.

— Os jovens hoje estão cada vez mais se descobrindo sexualmente. A cada época, pessoas se descobrem sexualmente mais cedo. O que a OMS recomenda é que os adolescentes façam sexo seguro para evitarem doenças...

— É, mas provavelmente os jovens que costumam praticar sexo na adolescência são pouco instruídos pelos pais. Acredito que o índice de relação sexual entre jovens aumentou porque os pais também não souberam instruir os filhos. De fato, parte da culpa das doenças sexualmente transmissíveis é dos pais.

— Certo, senhor Winscott, mas querer impedir um adolescente de fazer sexo é o mesmo que querer que um gato não coma peixe.

— Não precisamos impedir, mas pelo menos que as pessoas se respeitem e encontrem parceiros de boa índole. O que você acha disso, Jessica?

— Eu? Não me coloque nessa conversa.

A japa foi logo para a parte que eu mais temia. Pegou a caixa e entregou a Jessica para que ela pudesse retirar uma camisinha, os outros alunos retiraram cada um apenas um. Desirée retirou dois.

— Que foi? Eu curto sexo a três — as patricinhas ficaram rindo. Eu revirei os olhos para aquele grotesco comentário.

Paul encheu a mão de camisinhas. O canalha tinha pelo menos umas seis sobre a carteira. Ficou beijando Jessica.

— Paul, dê uma para o Mark.

— Ele não precisa hehehe.

— Tudo bem, professora. Paul está corretíssimo, eu não preciso. E sabem por que eu não preciso? Porque não estou amando alguém no momento, não há uma pessoa especial pra mim nesta sala. Fazer sexo com qualquer um? Fazer sexo apenas para ficar popular na escola? Eu me valorizo! E vocês deveriam também se valorizar e pensar nos valores morais e nos seus pais. Seus pais estão preocupados com vocês, e com razão. Eles passam anos da vida dedicando tudo por vocês... desde quando eram apenas bebezinhos e quando seguram nos braços aqueles seres delicados. Nenhum pai e mãe fica no pé sem motivo. Portanto, valorizem o corpo de vocês, valorizem a vida de vocês. O sexo é apenas um adendo na vida de todos nós.

Os alunos começaram a devolver as camisinhas. Até mesmo Desirée ficou surpresa e devolveu. A professora ficou meio desconsertada com a situação. Minha alegria foi que Jessica também devolveu... exceto o Paul.

— Eu discordo completamente do que esse fracassado falou. Vou querer mais porque meu fogo nunca apaga — ele jogou todas as camisinhas sobre a carteira dele. — vou precisar de muitas. Vai logo preparando uma cadeira de rodas, Jessica!

Foi a gota d'água para eu pular em cima dele com a minha mão no seu pescoço. Nós rolamos sobre a sala e eu fiquei um tempo sobre ele...

Os jovens são muito dinâmicos, muito rápidos. Logo filmaram a nossa briga na sala e postaram nas redes sociais. Os alunos viam a surra que eu levei do Paul. Fiquei por dez segundos sobre ele, mas logo ele subiu em mim e me deu dois socos. Fomos separados por outros alunos.

Fui levado para a sala da diretora. Jack apareceu vestido com uma roupa ridícula de Elvis Presley. Ele se sentou ao meu lado e ficamos esperando por nossa vez.

— E aí estou diferente do habitual?

— Você estar diferente é o seu habitual, Jack. O estranho era você ficar habitual com os demais.

— Vi seu vídeo com o moleque lá.

— Eu dei uma surra nele.

— Hum... pareceu-me que quem levou a surra foi você.

— É que eu dei umas cabeçadas no punho dele.

— Sei...

Fomos chamados diante da diretora Chris. O Jack só me matava de vergonha. Ele chegou cantando Suspicious Mind e colocando o pé sobre a cadeira. Deu um buquê de flores para a diretora que ficou envergonhada com aquilo.

— Eu já falei, senhor Winscott, que não me relaciono com pais de alunos porque sempre vai dar algo errado.

— Chris, meu amor, somos dois solteirões com quase na fixa dos 40. Não somos meros adolescentes onde precisamos da permissão dos nossos pais para namorarmos. Estou aqui com a roupa de um ídolo para começarmos uma relação séria.

— Relação séria? O senhor nem mesmo consegue ser sério. Olha a sua roupa.

— Em primeiro lugar o senhor está no troninho dele lá no céu, pode me chamar de você ou de Jack. Segundo que eu sou assim, sabe? Sou diferentão mesmo, tenho 39 anos e faço 40 esse ano, não tenho patrão pois eu sou o meu patrão, jogo online todos os dias, leio mangás sobretudo One Piece, curto rock mas também música eletrônica, coleciono HQs e vou para a Comic Con todo o ano. Tenho uma estátua do Darth Vader na minha sala, uma cama em forma de carro do Speed Racer e um quadro do Gandalf Cinza do Senhor dos Anéis As Duas Torres.

— Como você é bobo mesmo.

— Eu sei.

— Porque o Gandalf só era cinza no primeiro filme. Ele ficou branco no Duas Torres.

Eu queria morrer depois da conversa desses dois.

Depois daquele papo mole de Senhor dos Anéis entre Jack e a diretora, voltei para a sala de aula. Na realidade eu tomei uma advertência a pedido do meu amigo. Parece que o Paul foi suspenso por um dia, seus pais sequer apareceram.

Junior se encontrou comigo e me agradeceu por incluí-lo no time de basquete. Para me recompensar, ele me convidou para ir em casa. Concordei já esperando que Desirée ficasse no meu pé, porém ela disse que teria um programa próprio com as amigas. Coloque aqui patricinhas no lugar de amigas.

— Tchau. Vou beber um pouco. Parece que vai haver uma festa de uns membros da escola e eu vou. O tal Paul vai também. Qualquer coisa me liga — ela saiu no carro rosa de alguma Penélope Charmosa da vida.

Aproveitei aquela "folga" longe da feiticeira e do louco do Jack para ir em casa ver como as coisas estavam.

Ao chegar lá vi que o quintal estava completamente diferente, com várias lonas, como se estivesse passando por algum tipo de reforma. É o que Annelise estava planejando fazer. Minha casa mudou muito desde que eu saí de lá.

Junior e eu ficamos jogando basquete enquanto esperávamos Ann chegar. Assim que ela veio, logo foi dar um abraço no filho, pois foi notificada pelo colégio que ele estava no time de basquete.

— Querido, meus parabéns por ter conseguido o que tanto sonhou.

— Mãe, foi graças ao meu amigo.

— Obrigada, Mark. Você está se mostrando um grande amigão para o Junior.

— De nada, Ann...

— Oi? Como foi que me chamou?

— Como assim?

— O único que me chama de Ann é o meu marido, que por acaso está viajando.

— Desculpa. Seu nome é Annelise e eu supus que poderia ser chamada de Ann, desculpa. Eu fiz algo errado?

— Não. Apenas achei estranho.

— E o seu marido? Ele não pode participar desse momento?

— Mas é claro que o Mike pode. Ele é o pai do Junior. Só que ele é tão negligente que ano passado ele quis comemorar 22 anos de casamento... sendo que são oficialmente 20. Ontem mesmo ele me mandou uma mensagem de texto no whatsapp dizendo que estava no proctologista porque teve um acidente com um boneco de lego.

Depois que ela falou aquilo, eu tive a certeza plena que Desirée fez aquilo.

— Vem cá Junior, meu menino. Deixa eu dar um abraço.

— Eu também quero dar um abraço — eu abracei os dois. Abracei a Ann por trás.

— Ah... Mark, querido, pode me dar um espaço vital?

— Desculpa.

Depois de comemorarmos quase em família, Anne foi se arrumar para ir em algum lugar. Fiquei com o Junior por todo esse tempo até ver a minha esposa irresistível, usando o vestido preto básico, mas que a deixava mais jovem.

— O que achou, Mark?

— Nossa, como você está linda.

— Eu sei. Vou para um encontro.

— Encontro?

— Um amigo da Dora. Na verdade eu já o conheço por ser amigo dela e foi ela quem me indicou. Como estou me divorciando, não posso ficar encalhada mesmo nos 41. Preciso me divertir, ser feliz, não acha?

— Claro que sim, mas tem certeza que quer sair com outro homem? Não seria melhor se reconciliar com o seu marido.

— Não! Dá agonia só de pensar onde ele enfiou aquele lego... Mas vou levar um legado do Mike comigo, os meus filhos.

— Eu sei que deve ser feliz, mas não acho que o amigo da sua amiga seja a pessoa ideal. Tipo, ele sabe ao menos dançar?

— Dançar? Nós vamos num restaurante. E também eu sou uma péssima dançarina...

— Você é uma ótima dançarina — ela é. Ann me olhou espantada — Na verdade eu deduzi que seja. Tipo, a senhora tem um corpo ótimo para alguém da sua idade.

— Obrigada.

— Permita-me eu dançar um pouquinho com você? Eu também sei dançar.

Coloquei o CD com a música que foi tocada no nosso casamento. Ela ficou desconfiada por um breve momento, porém eu a peguei e começamos a dar os passos. Annelise queria ensinar o passo que eu sei exatamente como era e que a havia ensinado quando éramos jovens. Paramos com os nossos rostos um perto do outro, Junior chegou perto.

— Mãe?

— Sim, eu sou sua mãe. Mark, eu sou a mãe do Junior e você o amiguinho dele.

— O Trevor está esperando pela senhora.

— Sim, já vou.

— Ei, cara. Costuma dançar com as mães dos seus amigos?

— De vez em quando.

Olhei para o Trevor, 35 a 40 anos, certeza mais novo que ela. Cara de bundão, usava óculos, tem cara de gerente de banco, usava uma camisa social com suspensório. Eca! Como a minha esposa foi se envolver com uma pessoa assim?

— Cravos, que lindo?

— Cravos? Que coisa mais brega. Ela gosta de outro tipo de flores.

— Mark!

— Tudo bem. Filhos são sempre super protetores.

— Ele não é o meu filho... Vamos logo. Mark, não fique até tarde com o Junior. O Jack pode ficar preocupado.

Ela saiu com o bundão do Trevor. Foram para o restaurante. Fiquei observando o carro dele sair quando Jessica saiu correndo quase me atropelando.

— Aonde vai?

— Não te interessa.

Logo percebi que do outro lado da rua estava estacionado o carro de alguém. Fiquei observando ela entrar e logo notei que era o canalha do Paul. Daí eu me lembrei do que a Desirée falou: "Tchau. Vou beber um pouco. Parece que vai haver uma festa de uns membros da escola e eu vou. O tal Paul vai também. Qualquer coisa me liga". Foi a primeira vez que ela foi útil pra mim.

— Junior, vamos sair!

Continua...

 

 

 

PERSONAGENS PRINCIPAIS

 

MICHAEL "MIKE" TORRANCE

ANNELISE TORRANCE

JACK WINSCOTT

DIRETORA CHRISTINNA

MIKE TORRANCE JUNIOR

JESSICA TORRANCE

PAUL HEIDERN

DESIRÉE

Os demais personagens são recorrentes ou aparecem apenas uma vez.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem, por favor. Seu comentário será muito bem-vindo.

Capa: Jack Winscott



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