Paizão Adolescente escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 5
Mike se irrita... A Humilhação de um energúmeno


Notas iniciais do capítulo

Mike terá que enfrentar mais um desafio: sua negligência. Por ter sido negligente com os filhos, ele pagou o preço em vê-los sofrendo na escola. Junior sofrendo bullying, Jessica namorando um vadio. Como ele sairá dessa?



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A professora de inglês retornou para mais uma aula. Fiquei empolgado, gosto de Letras. Ela ficou analisando alguns papéis quando pediu silêncio da sala. Algo importante estava para começar. Ela olhou para mim sorrindo. Tava flertando comigo também, coroa?

— Mark, você não me disse que tinha uma irmã.

— Oi? Irmã? — para o mundo que eu vou descer.

— Gente, eu quero apresentar a nova aluna. Vem cá querida.

Uma garota de cabelos loiros, cacheados, usava uma roupa chique, óculos iguais ao meu. Ela se aproximou de mim e deu um pequeno aceno.

— Pessoal, essa aqui é Desirée Winscott, a irmã gêmea de Mark.

Olhei para ela, era mesmo a Desirée. Agora estava loira. E que conversa é essa de irmã e de quebra gêmea?! Meu queixo estava lá no chão e meus olhos saltaram para fora das órbitas... metaforicamente. Mas eu estava mais por fora que mendigo. Agora a porra ficou séria!

Desirée não ficou com vergonha de ter contado aquela mentira descarada? E como ela se infiltrou como aluna? Simplesmente ela acenou para mim, chegou perto e me abraçou. Eu fiquei com muita vergonha, os rapazes ficaram de cara feia pra mim. Jessica foi uma que fez uma cara feia ao ver a garota me abraçando. Talvez seja instinto de filha com ciúme do próprio pai. Enfim, ela se sentou atrás de mim, cinco minutos depois já estava conversando e fazendo amizades.

— Não sabia que teríamos irmãos gêmeos novatos estudando nesta classe. Realmente foi uma grande surpresa — disse a professora.

— Pois é, professora. Mark e eu somos unidos em qualquer circunstância, não é, Mark?

Assenti amargamente, não queria sair do personagem. A minha vontade era de pegá-la à força e obrigá-la a devolver minha vida. Esperei a aula terminar, Desirée ficou conversando com as meninas, inclusive Jessica.

— Até os 11 anos ele fazia xixi na cama, era um desastre. Depois de fazer terapia intensiva, ele parou com isso. Sempre foi o bebezinho que era bajulado.

O que essa louca está falando? Segurei-a no braço e a levei para o corredor a fim de conversar mais calmamente com ela.

— Que foi, irmão?

— Que palhaçada é essa de irmão? Eu quero voltar ao normal.

— Infelizmente não será possível, garotão. Uma vez feito o feitiço, só poderá ser revogado quando você cumprir o acordo pre-estabelecido.

— Aí é que está, eu não fiz acordo nenhum. Eu estava quietinho na minha, trabalhando, com a minha vida normalmente quando você apareceu para mudar tudo. Acredito que seja vingança por eu ter te demitido, mas eu te contrato mais uma vez. Faz eu voltar, por favor?

— Impossível, garotão. Sua vida normal? Você não passa de um safado ambicioso que esqueceu o que é amor, esqueceu o que é família. Seus filhos e sua mulher já sofreram demais com o seu comportamento egocêntrico. Agora aguente as consequências — ela piscou para mim e saiu imediatamente. Terei que me contentar com essa nova vida.

Eu estava indo para o refeitório quando vi Junior no armário dele. Percebi que uns caras estavam o importunando. Fui até ele para ver o que acontecia. Os caras saíram.

— Oi Junior, como vai?

— Vou muito bem.

— Cara, o que foi isso? Esses caras ficam mexendo contigo direto?

— Deixa pra lá, são um bando de idiotas que passam a vida fazendo bullying com os outros. Eu ainda tenho sorte de eles não cobrarem dinheiro. Têm alunos que sofrem muito com isso.

— Rapaz, isso é errado. Ei, vamos para o refeitório? Sou novato e não tenho nenhum amigo para conversar. Por favor?

— Tudo bem.

Fomos ao refeitório. Pegamos nossas bandejas e esperamos numa fila. O lanche era bem simples, mas nutritivo. Ganhamos uma caixinha de suco, torradas com geleia, dois pacotes de salgado que parecia ser pão de queixo e uma maçã. Escolhemos um lugar à mesa perto da mesa que Jessica estava sentada. Não conversei muito, apenas aproveitei para comer e ainda falei para o Junior comer calado. Ele ficou observando uma garota atentamente.

— Quem é ela?

— A Maggie, a garota que eu gosto muito. Tira o olho.

— Por que você não conversa com ela?

— Tenho vergonha. Ela nem sabe que eu existo e... Ah não. Lá vem ele.

— Quem?

— Paul. Cara, eu odeio ele.

Vi o tal Paul. É o mesmo cara que eu vi na sala de aula e que estava muito próximo de Jessica. Ele andava com sua turminha, os mesmos que importunaram meu filho minutos atrás. Eles eram nojentos, não podiam chegar perto de um nerd que logo mexiam com o pobre coitado.

— Parece que esses caras são mesmo um bando de idiotas.

O Paul chegou perto da Jessica e a abraçou por trás. Como assim? Fiquei com a cara mais WTF de todas. Junior olhou pra mim e para a sua irmã que se esfregava com o tal Paul.

— Que foi? Ah sim, a minha irmã namora com o Paul.

— Sua irmã está namorando, hein? — fiquei com tanto ódio. A Jessica namorando um canalha daquele.

— Ultimamente o meu pai não aparece lá em casa e minha mãe se mantem ocupada, aí o Paul chega lá e fica com Jessica. Ontem mesmo ele me trancou no banheiro pelado.

— O que esse crápula estava fazendo na sua casa? — eu estava estupefato. Meu Deus do céu.

Olhei fixamente para o tal Paul. Junior ficou desesperado quando eu fiz isso pois, segundo ele, o canalha ficaria bravo e descontaria em mim. Não quis saber, eu fiquei fitando o energúmeno por mais algum tempo até ele perceber e vir na nossa direção.

— Nossa, o que o viadinho quer fazendo aqui? — ele jogou a bola de basquete na cabeça do meu filho.

— Seu canalha, por que fez isso com ele? Será que tua vida só se resume a perturbar os outros?

Ele sorriu pra mim.

— Olha quem está falando... O que vai fazer a respeito?

— O que vou fazer? Haha, posso ligar para sua mamãe para ela vir aqui te dar uma palmada nessa bunda loira ou para o seu pai para ele cortar sua mesada, criança?

Ele continuou rindo, mas dessa vez as pessoas ao redor também riram. Ele ficou parado um tempo e jogou a bola pra cima de mim num "pensa rápido". Óbvio que eu já esperava por isso e segurei imediatamente o objeto. Logo uma bola de basquete onde eu tenho pleno domínio.

— Devolve a bola.

— Ah não. Vamos conversar um pouquinho a respeito de você. Vamos falar desse campeão que adora humilhar as pessoas e é um completo narcisista.

— Como vai falar de mim? Você não me conhece.

— Ah conheço sim. Você, Paul, é o cara valentão da escola que adora humilhar os outros e querer se sair por cima — fiquei quicando a bola. — Mas, pessoal, esse tipo de pessoa merece mesmo a nossa pena. Sabe por que, Paul?

Jessica e Junior ficaram observando. Eu girei a bola nos meus dedos.

— Os especialistas na área do comportamento humano já comprovaram que pessoas como o Paul, com o seu comportamento, possuem três possíveis fatores que fazem com que ele faça esse tipo de coisa. O primeiro fator é que o Paul faz isso como forma de sair de uma certa frustração da vida, e essa frustração é que ele é uma bibinha enrustida — todos começara a rir da cara dele. — O segundo fator é que ele ele faz essas coisas porque em casa não passa de um bebezinho da mamãe, aí encontra a escola como o seu reinado. O terceiro e último fator, talvez seja o seu caso, é que você tem um pinto pequeno. Tão pequeno que é do tamanho do meu dedo mindinho.

— Maldito.

— O que vai fazer, Paul? Vai me bater e assim corroborar o que eu disse? — eu quiquei a bola várias vezes e fiz um movimento fingindo que ia jogá-la no rosto dele. Ele se assustou — Cuidado, garanhão. Melhor guardar seu segredo, não é?

Os alunos começaram a me aplaudir e Paul saiu puto da vida. Mexeu com meus filhos mexeu comigo. Esse Paul quando envelhecer uns dez anos vai se tornar um tremendo vagabundo, isso sim.

O velho treinador que estava no refeitório chegou perto de mim e me convidou a entrar no time de basquete. Eu fiquei sem palavras, não tinha pensado nisso antes. Claro que aceitei.

Na quadra eu vesti o uniforme do time e comecei logo a jogar com os titulares. paul estava lá. Hoje meu dia se resumiu a esse cara? O melhor de tudo era que eu jogava melhor que todos esses adolescentes e fiz questão de fazer inveja ao Paul.

A aula terminou e fiz amizade com o meu próprio filho. Ele me convidou para ir jogar um pouco de basquete na minha própria casa. Jessica foi no carro de Paul e Junior de ônibus. A minha vontade era de dar carona ao meu filho, mas uma intrometida sentou no banco do carona do carro.

— O que está fazendo aqui?

— Ué, sou sua irmã. Aonde você for, eu vou.

Dirigi até em casa e Junior estava jogando bola. Queria passar a tarde com ele sem ser incomodado, porém uma pessoa foi comigo... Desirée. Ela estava levando muito a sério isso e já estava me deixando amedrontado.

— Então essa é a sua casa. Que aconchegante.

— Vê se não apronta

Junior estava jogando basquete perto da garagem. Eu fiquei vendo ele jogar e fiquei impressionado com a cesta de três pontos que ele facilmente fazia. Meu filho realmente leva jeito nisso, herdou do próprio pai. Falei a ele que o colocaria no time de qualquer jeito. Meu filho não poderia desperdiçar o seu talento.

— Vou falar com o treinador para ele te dar uma chance.

— Sério?

— Claro que falo sério.

O carro estacionou na garagem de casa e dele saiu minha esposa, Ann e sua amiga escrota. Não gostava daquela mulher, para mim ela é alcoviteira.

— Filho, nem me disse que teria visitas.

— Mãe, esse aqui é o Mark, filho do tio Jack. Essa daqui também, irmã dele, Desirée.

— Olá, senhora Torrance. Um prazer conhecê-la — disse ela cumprimentando minha esposa. — Sei que está sendo um momento difícil para a senhora, mas saiba que eu estarei do seu lado. Homens são traidores em potencial, não duvido nada que seu ex esteja enchendo a cara agora...

Fechei a boca daquela louca e fui até a Anne. Dora fez cara feia pra mim, parece até que me conhece pelo cheiro igual os animais... Ann olhou para mim e chegou perto.

— Engraçado... Você é a cara do meu ex-marido quando era jovem — ela ficou mexendo no meu rosto como se fosse feito de massa de pão.

— Amiga, não faça isso, por favor. Sei que está desiludida com o crápula do Mike, mas imaginá-lo no rosto de um adolescente já beira o ridículo. vamos entrar.

— Mas você tem que concordar comigo que o rapazinho ali é a cara do Mike quando tinha 17 anos. Quer saber, vou cheirá-lo. Só eu sei o cheiro do meu marido...

— Não vai, não. Sei que está frustrada com o Mike, mas você não tem que se rebaixar ao ponto de querer dar em cima de adolescentes. Vem.

Dora levou Anne para dentro. Foi por muito pouco. A esposa cheirar o marido é a mesma coisa que gato cheirar peixe.

— Já vão?

— Sim, vamos.

— Queria ficar mais um pouco, irmão.

— Não, vamos.

Arrastei Desirée para dentro do carro e me despedi de Junior. Fomos para a casa de Jack, afinal ela queria ser a minha irmã gêmea. Ela que se vire com o dono da casa.

— Como é que é? Você que fez toda essa bagunça na vida do meu melhor amigo, fez eu gastar dinheiro fingindo que ele era o meu filho, e ainda assim quer que eu te abrigue aqui para fingir que é minha filha? Nem a pau! Minha palavra não tem volta, pode sair da minha casa agora.

— Posso te ajudar com a diretora Christinna.

— Vou preparar agora mesmo o seu quarto — ele saiu em disparada.

Desirée sentou no sofá e ficou mexendo no smarthphone. Perguntei a ela o que fazia tanto com o celular e ela disse que estava no instagram de Sabrina a feiticeira. Retirei-me, foi loucura demais para uma pessoa só.

...

Acordei no dia seguinte pensando que tudo o que havia ocorrido ontem não passasse de um pesadelo, mas era real. Estava exausto, abatido, com cara de cansaço mesmo. Essa coisa de vida de adolescente não era mais pra mim. Há 25 anos eu era um e vivi como um... Desirée poderia ter me rejuvenescido pelo menos uns 10 anos, estaria satisfeito.

Fui até a cozinha pegar uma latinha de cerveja e qualquer bobagem que eu achasse naquela geladeira do Jack. O cara simplesmente guarda bebida alcoólica junto com achocolatado.

— Opa, beber apenas depois de adulto. Você sequer pode saber o gosto disso.

— Estou exausto, cara. Percebi ontem que eu fui um péssimo pai. Meu filho sofrendo bullying daqueles vagabundos, e a minha filha namorando o chefe dos vagabundos. Estou muito decepcionado comigo mesmo — fiquei comendo chocolate, doce e o caramba a quatro.

— Percebeu agora o que eu tanto falava?

— Ele percebeu, papaizinho — Desirée apareceu vestindo uma camisola rosa. — Aos poucos ele vai caindo em si. Só que ainda não é o bastante para ter a sua vida de volta. Você precisa fazer muito, muito mais mesmo. Agora vou tomar meu banho de sais.

— E sobre aquele assunto da diretora gostosona.

— Ah... Que tal o Mark aprontar na escola e assim a diretora chamar o seu pai?

— Gostei da ideia. Mike, por favor, pode causar lá na escola? Não precisa ser algo grave, apenas que faça com que me chame. Por favor?

— Vou ver o que faço.

Com esses dois, aquela casa virou um circo dos horrores.

CONTINUA


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Notas finais do capítulo

Capa: A feiticeira Desirée (como ela seria)

Tchau e até a próxima.



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