12/03/2014 Arkansas , Blytheville

Eu estava em uma volta com meu namorando um cara chamado Jack, ele sempre foi meigo, atencioso e se preocupava comigo até demais, apesar de que ele não media mais que 1,65 m, olhos azuis e cabelos ruivos que vinham até o ombro e tinha sardas pelas bochechas. Estávamos   andando pelo shopping quando eu vejo uma fumaça preta que entra no Jack e ele desmaia, quando ele acorda eu percebo algo de estranho nele, ele falava coisas sem sentido e até em outras línguas, e se tornou muito agressivo, mas mesmo assim o levei para casa, nós morávamos juntos em um apartamento em Blytheville. Um dia eu acordo e ele está de pé com uma faca vindo em minha direção, eu grito e saio correndo gritando seu nome, mas nada o fazia parar, ele estava com os olhos pretos e tinha uma voz muito mais grossa que o comum, eu não sabia o que fazer, a força dele era extraordinária, ele me pega pelo pescoço e eu suplico que não fizesse aquilo, mas seus olhos estavam vazios, sabe quando você olha nos olhos de uma pessoa, dizem que você pode ver a alma dela? Foi quando eu percebi que nesse dia, Jack não parecia ter uma. Eu estava pronta para o que ia vir, sabia que eu ia morrer, mas algo aconteceu, escuto barulho de porta sendo derrubada e tiros: Jack estava no chão, morto.

Quando vejo tem dois caras em meu quarto, um alto de cabelos lisos até o ombro, e o outro mais baixo com seus cabelos curtos, não sabia dizer mais detalhes pelo meu pânico e por estar muito escuro no local, mas eles carregavam armas o que eu não sabia dizer se era algo bom ou ruim para a minha pessoa naquele momento.

—Você está bem? – Pergunta o cara de cabelos compridos.

—Acho que sim – Respondo

—Ótimo – Diz ele dando um sorriso acolhedor.

—O que aconteceu aqui? – Pergunto

—Seu amado ali foi possuído por um demônio e bom... – O outro irmão o encara e ele cala a boca.

—Olha, é tudo muito complicado, seria melhor você esquecer e viver sua vida, não conte o que aconteceu aqui para ninguém, só saia o mais rápido que puder da cidade e comece uma vida nova.

—Posso pelo menos saber o nome de vocês?

—Eu me chamo Sam winchester e esse é meu irmão Dean winchester – Ele dá um sorriso e me ajuda a levantar.

—Eu não tenho para onde ir – Eu digo

—Bom, você tem duas escolhas, nós te damos carona até a cidade próxima cidade ou você fica e enfrenta a mídia, familia entre outras pessoas te perguntando porque seu namorado, ou melhor, ex – namorado, está morto – Diz Dean.

Eu o encaro, se eu ficasse eu não saberia como explicar, mas eu não tinha dinheiro e nem sabia o que fazer em outro lugar.

—Eu vou ficar, eu não tenho como ir para outro lugar no momento – Eu digo de cabeça baixa

—Tome – Sam me dá um cartão – Qualquer coisa nos ligue, caso algo assim aconteça de novo – Assenti com a cabeça e eles foram embora me deixando com o corpo de meu namorado em meu quarto, eu sento do lado e começo a chorar e ligo para a polícia.

A minha história foi simples, eu estava dormindo quando , meu namorado levanta e vai lá fora checar um barulho , eu escuto tiros e ele vem sangrando para dentro de casa e morre no quarto , por eu estrar chorando muito a polícia engole a minha história , e eu tenho que lidar com tudo só para mim , mas algumas coisas me incomodavam , eu queria saber mais sobre isso , eu não tinha o que perder , não tinha parentes nenhum vivo , meus pais morreram em um acidente de moto enquanto iam em uma viajem , e eu nunca fui apresentada para parente nenhum meu , meus pais diziam que todos estavam mortos e eu não perguntava mais nada. Então eu tentei pesquisar as coisas e descobrir sozinha sobre essas coisas.

Passo os próximos dois dias sem dormir pesquisando e colocando tudo em um caderno, tinham muitas coisas que eu não acreditava ainda, mas eu ia descobrir se era verdade ou não logo, após coletar informações o suficiente eu ligo para o Sam:

—Oi, aqui é a menina de dois dias atrás, Alex, teria como aquela oferta de me deixar em outra cidade estar de pé?

—Então, estamos bem longe dai

—Na verdade eu queria conversar com vocês um pouco sobre algumas coisas

—No momento não posso falar onde estou.

Te encontro em um restaurante que tem aí perto de Gosnell amanhã as 20 ta?

Como você sabe?...

—Explicarei depois, preciso de informações antes

—Ok – E desliga o celular.

O que eles não sabiam é que meu hobbie do tempo livre era hacker algumas coisas que me interessavam e rastrear celular é uma das coisas mais fáceis de se fazer.

Eu consigo pegar um pouco de dinheiro de um cartão de algum riquinho por aí, o suficiente para eu pegar um ônibus até a cidade e comer algo, eu estava faminta, com a investigação eu não parei para comer nem dormir. Então eu organizo uma mochila com o básico, que era tudo que eu tinha: um notebook, um modem móvel , o dinheiro que eu saquei, umas roupas , meu celular e um Ipod com minhas músicas que eu não vivo sem.

Vou até a rodoviária e pego o ônibus até lá, vou lendo tudo que eu sabia e tento pesquisar um pouco mais antes de chegar e organizar minhas perguntas, eu sei que eles tentariam driblar cada uma mas eu não deixaria , eu estava determinada e fazer algo da minha vida já que em nada eu dei certo vai que pelo menos nisso eu consigo me dar bem . Eu chego no local e pela minha surpresa eles estavam lá sentados me esperando, eu chego e me sento, os dois me encaram e quando o Sam abre a boca eu já falo:

—Olha, eu sei que vocês falaram para eu manter a distância, mas eu não consegui, eu queria entender mais disso e queria ajudar, e eu achei tudo muito interessante. – Quando eu termino eles me encaram e falam em uníssono:

—Não.

—Mas porquê?

—Olha, isso não é brincadeira, sua vida corre risco , as pessoas que você gosta correm risco , podem se machucar – Diz Dean

—É por isso que sou perfeita, eu não tenho ninguém que me importa, quem eu tinha está a 7 palmos de baixo da terra, então eu não tenho nada a perder – Eles me encaram e parecem estar pensativos.

—Podemos pensar, mas você vai sair correndo na primeira caçada – Debocha Dean e eu ignoro anotando no meu caderno: ”caçada “

— O que você está escrevendo? – Pergunta Sam

—Eu acho importante anotar tudo.

—Tá , então vamos por o pé na estrada – Diz Dean

—Então , podemos comer algo antes? Eu estou faminta

—Até que não é uma má ideia.

Nós pedimos e vamos para o carro deles que é um lindo Impala 67 o que me deixa de boca aberta

—Gosta de carros? – Pergunta Dean ao ver minha cara

—Sim , carro e motos , quando meu pai era vivo me ensinou bastante , eu gostava de montar e desmontar os motores e poderia falar disso o dia todo

—Gostei dela – Diz Dean.

Assim que sentamos no carro e eles começam a dirigir eu não consigo mais segurar e acabo adormecendo.