Lettre d'amour escrita por Kori Hime


Capítulo 2
Chapitre deux


Notas iniciais do capítulo

Capítulo final, bem amorzinho e fofinho.



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O pôr do sol era deslumbrante naquela parte da vila. As luzes quentes tocavam o riacho carinhosamente, selando uma perfeita...

LeFou bufou diante da beleza que desenrolava diante de seus olhos.

A magnitude natural não iria melhorar seu humor naquele momento. Não depois de ser rejeitado em seu primeiro encontro. Ele arremessou algumas pedras na água, ouvindo o ranger do antigo moinho girar, numa melodia deprimente que lhe atestava solidão e fracasso. Enquanto se punha no horizonte, o sol parecia zombar daquela derrota vergonhosa ao qual o abatia como um punho fechado no queixo.

Seus sonhos e esperança já havia seguido a corrente do riacho, quando LeFou foi surpreendido com a presença de outra pessoa.

Nervoso, recuperando o sorriso perdido, ele deu alguns passos para frente.

— Louis, você veio. — LeFou sentiu um nó se formar em sua garganta, de repente ficou difícil falar um simples oi, ou algo mais elaborado como, obrigado por não me fazer passar essa vergonha sozinho.

Oui.

A falta de palavras havia pego os dois de surpresa, num silêncio constrangedor e profundo. Diante do anoitecer, LeFou estava em frente a Louis, que carregava a carta que Bela ajudou a escrever. Mesmo com a azia se formando em seu estômago, ele reuniu forças para falar o que não colocara na carta.

— Eu espero que não tenha sido petulante da minha parte em marcar um encontro aqui, enfim, foi o melhor lugar que pensei. — Ele então desatou a falar, como fazia quando se sentia nervoso. — Tenho muitas lembranças nesse moinho, mas nenhuma delas agora parecem assim tão boas para falar em voz alta. — LeFou pigarreou, e então apontou para a carta. — Vejo que o menino magricela lhe entregou minha carta.

Oui. Ele ainda me cobrou dois copos de leite. — Louis comentou, as mãos ainda segurando a carta, com força.

— As crianças de hoje, hein? — LeFou deu uma risadinha nervosa. — Então, você veio, antes tarde do que nunca.

— Eu... — Louis caminhou pelas pedras a beira do riacho, abrindo o envelope. — Tive alguns contratempos. — Ele parou mais perto de LeFou. — Precisei de ajuda para ler sua carta.

— Entendo, confesso que não parei para pensar neste detalhe importante. — Ele respondeu envergonhado.

— Pedi ajuda para Marinete. — Louis revelou.

— Marinete? Oh! Sim, a mais nova de Monsieur Dousseau. — LeFou balançou o corpo para frente e para trás. — Bela ensinou-a direitinho, não é?

— Sim, pois é...

O sol já se escondia por trás das colinas, não zombava mais da solidão de LeFou, enquanto as estrelas abrilhantavam o céu noturno, trazendo um pouquinho de esperança para o seu coração.

O único barulho que se ouvia era o do moinho. LeFou podia garantir que também ouvia seu coração bater rápido no peito. Ele não sabia se Louis sentia o mesmo, mas não queria arriscar e sair queimado, mais do que já se sentia.

Quando o silêncio se estendeu por um tempo mais do que constrangedor, ambos tentaram encontrar algo para falar, porém, ao mesmo tempo.

— Eu fiquei surpreso, mas feliz, que você veio. — LeFou disse. As mãos procurando algo para fazer, ou ele iria parecer um lunático. — Eu devia ter tido mais tempo para treinar o que falar agora.

— Também fiquei pensando no que dizer enquanto vinha aqui, mas acho que minha maior preocupação era ter certeza de que é isso mesmo que você quer.

— Não entendi.

— Faz apenas seis semanas desde toda aquela confusão.

— Sim, e depois houve uma oferta de paz, nós dançamos pelo salão em comemoração. Não é possível que tenha se esquecido. Ou... — A voz de LeFou embargou. — Não sentiu nenhuma emoção naquele momento. Sinto muito, eu não devia estar aqui.

Ele desistiu, antes mesmo de querer ouvir a resposta de Louis. Enquanto LeFou caminhava pela grama, Louis correu em sua direção, chamando seu nome.

— Foi a noite mais emocionante da minha vida. — Louis gritou. Os pássaros noturnos se eriçaram com aquela barulheira, piando alto. Mas nenhum dos dois se incomodava com a melodia das aves. — Depois você sumiu, agiu como se nada tivesse acontecido e eu pensei que foi tudo uma grande brincadeira.

— Não, eu jamais brincaria com tão precioso sentimento. — LeFou levou a mão ao peito. — Apenas não tive coragem, tive medo, anseios. Mas tudo isso parece tão pequeno agora. Uma pessoa me disse que eu mereço ser amado, assim como qualquer outra pessoa merece o amor. Olho para trás e vejo que dediquei meu amor à pessoa errada por muito tempo. Está na hora de fazer o que é certo, de pensar em mim, de pensar no amor como algo correspondido entre duas pessoas que querem a mesma coisa. Sem cobranças, sem mentiras, sem falsidade ou manipulação.

Louis caminhou até LeFou e segurou suas mãos, beijando os dedos de forma gentil.

— Você merece o amor do mundo, LeFou. — O sorriso de Louis abrilhantou ainda mais aquela noite.

— Sinto vontade de cantar bem alto para todos ouvirem. — LeFou empolgou-se.

— Pois cante, cante para todos ouvirem. — Louis acariciou seu queixo, mantendo o contato visual, enquanto seus narizes encostavam-se.

Estavam perto o suficiente para sentirem o corpo estremecer, talvez pelo vento que se erguia pelo pasto, ou então pela emoção causada pelo instante. Uma chama de amor que se erguia como uma fogueira de amor. Sendo alimentada por duas pessoas que desejavam amar igualmente um ao outro.

Era como dizia a canção. Sentimento assim, sempre é uma surpresa. Quando ele vem, nada o detém, é uma chama acesa.


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Notas finais do capítulo

Fim...
Espero que não seja um fim para eles HUSAUHSHUAS quem sabe um dia eu escreva mais sobre o casal.
Beijos, obrigada por ler. Sinta-se a vontade em comentar.