Até As Últimas Consequências - Rota Reversa escrita por Juliana Rizzutinho


Capítulo 12
O Casal Mágico de Ibrazel


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo, hein, galera? Enjoy!



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Sugestão de trilha sonora: Pandora Hearts OST - Crush

― Conseguimos!!! Graças a você, Morrian!!!! – exclamou Freya.

― Oras, Freya! Menos! Foi um trabalho em conjunto!

A Rainha das Asas Negras olhou para Edgar que estava ainda assustado.

― Está tudo bem com você? – ela indagou.

― Acho que sim...

Mesmo estando confuso, uma pergunta que não queria calar: “Como farei em relação a Chronos?” No fim, parecia que ele quebrou a promessa, mesmo que os últimos acontecimentos não foram de sua responsabilidade.

Como estivesse lendo seus pensamentos, Morrighan acalmou o jovem conde.

― Edgar, deixe que eu cuido do Chronos, sim?

Ele sustentou seu olhar para a Rainha das Asas Negras por um momento, para depois ouvir seu nome:

― EDY!

Edgar voltou-se para trás e viu Lydia sã e salva. Ela se abriu em um sorriso e um correu para o outro.

O jovem conde a apanhou, a ergueu no alto e rodopiou enquanto a fairy doctor ria contente. Ele a abaixou e se abraçaram fortemente.

― Ah, Ly! Que alívio vê-la!

― Eu que diga! Também estou tão feliz que você está bem!

Ela foi arrebatada com um beijo. E se beijaram tantas e tantas vezes que se esqueceram de quem estava ao redor. Abraçaram-se mais uma vez, e ela disse bem baixinho:

― Muito obrigada por tudo!

― Faria tudo de novo, Ly! – ele revelou.

Lydia olhou por cima do ombro do jovem conde e viu tanto Freya e Morrighan juntas, olhando para os dois com um sorriso nos lábios. Ela recuou com delicadeza de Edgar, o olhou e informou:

― Preciso agradecê-las também.

Ele se virou e sorriu. Lydia se soltou e caminhou em direção a elas, acompanhada de mãos dadas com Edgar. Quando se viu frente as duas, fez uma reverência.

― Ora, Lydia! Não precisa de tanta cerimônia! Trabalhamos em equipe. E posso confessar, foi bem divertido.

― Fazia tempo que não me divertia tanto assim! – confessou Morrighan.

A Rainha das Asas Negras foi surpreendida com um abraço da fairy doctor.

― Muito obrigada! – agradeceu Lydia.

― Eu que agradeço por ficar firme durante todo esse tempo.

A jovem condessa também abraçou Freya, que disse:

― Lydia, nós que agradecemos a oportunidade de trabalhar com vocês.

― Mas sem a ajuda de vocês não conseguiríamos muita coisa. – confessou Edgar.

― Edgar, você e Lydia têm feito um trabalho maravilhoso. Tempo e paciência e a Corte de Unseelie entrarão em harmonia com a Seelie. Vocês verão. – revelou a Rainha das Asas Negras.

Freya então se dirigiu às Valkyrias que estavam na equipe de Lugh, algumas estavam feridas, infelizmente, assim como determinados cavalos. Mas no geral, todos estavam bem.

― Que batalha, hein? Bom, pelo menos não estou tão enferrujado.  – observou Lugh.

A declaração do Senhor dos Leprechauns só reforçou o clima de descontração. Sereia, Raven e Lota também se aproximaram do grupo. Começaram a conversar animadamente, felizes que a missão chegou ao seu contento.

― Pois bem, vamos voltar, Freya!

― Vamos, Morrian. Venha, vamos com a minha carruagem. – convidou a Rainha Falcão.

― Tem certeza? – indagou a Senhora das Asas Negras.

― Ah, vá! Você também não a respeita ?

― Só estava te testando! – respondeu de modo brincalhão.

― Bem, vamos indo! – informou Morrighan ao grupo. ― Cuidem-se vocês dois!

― Mais uma vez, muito obrigada por tudo! – agradeceu Lydia abraçada a Edgar.

― Nós que agradecemos, não é, Freya? Aliás, como ela mesma disse, foi divertido!

As duas se posicionaram, ergueram suas espadas se unindo em ponto, e abriram uma abertura, acompanhadas pelas Valkyrias que deram um grito de guerra.

Depois da partida das duas, Lydia perguntou:

― Vamos para casa?

― Vamos! – respondeu Edgar.

*****

― Sério que ele zombou que no relógio mandei gravar “Com amor, Lydia”? – indagou.

Edgar e Lydia conversavam animadamente dentro da carruagem. Ele estava literalmente inclinado a apoiando, enquanto que ela segurava os seus pulsos.

― Pior que sim! E ainda por cima disse...

Ela se aproximou e o calou com um beijo.

― Que saudades disso!

― Disso o quê? – ela perguntou quase num sussurro.

― Das nossas conversas. Quando a vi ali...

Shiuuu... não fale mais nada...

Mais alguns beijos, e Lydia se endireitou, encostou-se no canto da carruagem, abriu os braços e o chamou:

― Vem!

― Aqui? Na carruagem?

Hum?

― Ly, sei que você tem ficado mais atrevida, e adoro isso. Mas... Logo atrás está vindo todo o pessoal...

― O que você está querendo dizer?

― Nós... na carruagem...

Ela fez uma careta divertida e revelou:

― Pensa que sou você, Edy? Venha, eu sei que passou as últimas horas acordado e deve estar extremamente exausto.

Edgar só sorriu, se aproximou e ela o acolheu. Ficaram assim, até que ele adormecesse. Lydia olhava a janela, alisava os cabelos dele, enquanto o marido ressonava baixinho. A volta para casa ocorreu tranquila, e a tarde aos pouquinhos se despedia. Assim que chegaram à mansão, Sereia abriu a porta da carruagem e o viu adormecido.

― Foram 72 horas de nervosismo. Não é estranho estar assim adormecido.

― É verdade! E Raven, Sereia? Ele está bem?

― Também adormeceu, Lydia.

― Bom mais do que certo é deixarmos que eles descansem.

― Sem dúvida, por isso é melhor...

 ―  Sereia, passe a noite aqui. Digo, você, Lugh e Tytânia. Afinal, amanhã...

― É aniversário dele. – completou a Senhora dos Sereianos.

A fairy doctor assentiu com a cabeça.

― Sim, senhora. E acredito que não há um presente melhor que ele quisesse ganhar tendo você ao lado dele.

*****

Sugestão de trilha sonora: Code Geass R.2 OST – Last Evening

Edgar abriu os olhos, sonolento. Espreguiçou-se, e tentou desviar dos raios de Sol que invadiam o quarto e refletiam em seus olhos. Virou-se à procura de Lydia, mas a cama já estava feita do seu lado. Ele sentou-se e reparou em uma bandeja de prata fechada e uma carta em pé apoiada a ela dispostas na mesinha à frente da sua cama. Estranhou, mas levantou para ver o que era.

A apanhou e viu que tinha seu nome escrito no envelope. A letra era de Lydia, certamente. Ficou curioso e foi logo abrindo o envelope.

“Bom-dia, meu amor!

Espero que tenha dormido bem. Sinto lhe informar, mas você não poderá sair do quarto hoje”.

― Não?

E a carta o respondeu:

“Não! Por enquanto, você está confinado ao quarto. Na bandeja, preparamos um lanche reforçado para você não fique com fome”.

Ele a abriu interessado e lá estavam um bule com seu chá preferido, earl grey, torradas, geleias, manteiga e scones com creme de baunilha.

Continuou a ler a carta.

“Espero que esteja a contento”.

― Hum... Nada mal! Mas ficar preso? Depois de tudo que fiz? – questionou como se respondesse à carta.

“Não se queixe! Aposto e ganho que já está reclamando! Não está?”

― Como adivinhou?

“Pois bem, vá até o banheiro”.

Ele obedeceu à ordem, contrariado. Abriu a porta e havia todos os aparatos para se banhar, como toalhas, sabonetes, sais, entre outros utensílios.

“Aproveite o tempo que quiser. Desta vez, não vou importuná-lo”.

― Hum... Até que gostaria que isso acontecesse... – disse com malícia.

“Na sua cadeira, estão as suas roupas de gala e não se preocupe, mais tarde, Raven irá amarrar sua gravata”.

Diga-se de passagem, uma das coisas que mais Edgar apanhava era amarrar a gravata. Sempre ela ficava torta.

Foi até a porta verificar se estava trancada. Estava. Olhou para janela. Foi até ela e... Trancada.

“Não tente fazer nenhuma maluquice! Quero-o inteiro à noite!”.

― Ela pensou em tudo! O que ele está planejando? – perguntou como se fosse para si mesmo.

Porém, a carta não o respondeu e só o avisou:

“Há também alguns livros para você se distrair. E às 19 horas venho buscá-lo.

Beijos. Com amor, Lydia”.

Edgar suspirou entediado. A ideia de ficar confinado o irritava, mesmo que fosse a melhor das intenções de sua amada. Abaixou a carta, entortou a boca e foi começar o dia com que podia contar.

No andar debaixo, cozinha...

Sugestão de trilha sonora: Music for the Music Salon n. 3 for trumpet and orchestra – Ouran High School Host Club OST

Lydia experimentava o molho para os galetos assados. Também verificou se o preparo do filé Welligton estava a contento.

― O bolo está quase pronto, milady! – avisou a criada.

― Perfeito! Não se esqueça de que no recheio vão morangos também. Ele adora morangos. E deixe que decoro.

― Eu nunca sei harmonizar vinhos! – reclamou Lota, entrando na copa. ― Você entende mais, Ly, não?

― Acho que quem é mais expert é ...

A frase de Lydia foi completada por Kelly:

― Raven! Raven pode ajudá-la. – avisou a criada pessoal da jovem condessa.

Hmmm.... Você foi tão pontual que fiquei surpresa! – brincou a neta do Duque de Cremona.

A garota corou violentamente e fez que não era com ela.  

Os preparativos continuaram, inclusive a decoração, a disposição dos talheres, pratos e outros detalhes. Enquanto isso, Aurthur tentava controlar o presente para o pai.

― Calma! Logo mais te solto! – disse o garoto ao filhote de corgi que o olhava interessado. Ele ficaria no jardim de inverno até ser dado para Edgar.

― E como estamos indo? – perguntou a mãe fechando a porta para que o cachorrinho não escapasse.

― Bem, mãe, ele quer explorar a casa.

― Mas, se ele latir, logo o seu pai vai descobrir.

― Eu sei... – respondeu pensativo.

― E, pense, aqui ele tem lugar para brincar. Deu comida para ele?

― Sim! Paul me ajudou.

― Então, tudo bem. Meu queridinho, agora a mamãe irá se arrumar, e você também.

― É verdade! – concordou todo contente, nisso o cachorrinho o rodeava querendo brincar.

Hum... Acho que no fim, esse cachorro será seu. – observou Lydia.

― Não, não! Ele é do papai. – informou com um sorriso que revelava uma janelinha. O dente de leite da frente havia caído.

Lydia se abaixou e o abraçou.

― Te adoro, meu queridinho.

― Eu também, mamãe. E você já está bonita, não precisa se arrumar.

19 horas, as luzes da casa foram acessas, e todo o grupo a postos para fazer a surpresa para Edgar. Lydia subiu as escadas, acompanhada por Raven. O mordomo se mostrava mais solto, e bem disposto. A fairy doctor não o importunou durante o dia, porque queria que ele descansasse assim como Edgar. Apenas, no momento em que precisou de sua ajuda para a escolha dos vinhos para harmonização.

Nas mãos da jovem condessa estava um lenço, que ela usaria para vendar os olhos do marido, até que o trouxesse para o lugar indicado e assim todo mundo o surpreenderia.

Agora estavam na porta do quarto, Lydia tirou a chave do bolso, sorriu para o garoto-fada e o informou quase num sussurro:

― Não se esqueça de amarrar a gravata dele, Raven.

Ele riu divertido, sabia que o quanto Edgar ficava atrapalhado para deixar a gravata drapeada do jeito que mais gostava. A jovem condessa destrancou a antessala, e não o encontrou ali. Andou até o quarto, e lá estava ele, trajado finamente, sentado em sua cadeira com um livro na mão e a outra posta sobre o rosto. Ele levantou os olhos, injuriado e quando ia abrir a boca:

― Vamos! Vamos! Já terminou o confinamento.

― Por que, milady, fez isso? Posso saber? – questionou com a cabeça inclinada, e nem reparou que Raven estava do seu lado com a gravata na mão.

― Vamos, se levante! – ordenou Lydia, tentando ser séria. ― Raven, vai amarrar a sua gravata e...

― Agora, não vou nenhum lugar! – debochou como estivesse superbravo.

― Edgar! – o chamou a atenção.

Ele se levantou, e ao mesmo tempo em que o mordomo fazia o nó da gravata, Lydia ficou na ponta dos pés e o vendou.

― Ly? O que você está aprontando?

Ele sentiu que a esposa o puxou pela mão.

― Vou te guiar e nada de reclamar, hein? – informou ela.

Raven os acompanhou, e por ora às vezes auxiliava Lydia no caminho. Desceram as escadas com cuidado. E assim que chegaram ao salão de festas, Lydia desmanchou o laço da venda e...

Sugestão de trilha sonora: Waltz with Adonis for orchestra

― SURPRESA!

Os convidados o surpreenderam com uma algazarra, ele riu se divertindo e abraçou Lydia.

― Ah, agora entendi!

― E você se esqueceu do seu próprio aniversário? – retrucou.

E assim iniciou a noite, havia uma pequena orquestra que animava a festividade. Vieram os cumprimentos, os presentes para o aniversariante, as bebidas, e logo mais, o jantar.

Em um dado momento, Aurthur apanhou a mão do pai e disse:

― Vem comigo que tenho uma coisa para você!

Ele se levantou e, enquanto caminhavam, Edgar perguntou:

― Caiu o seu dente?

― Caiu!

― Vai vir um mais bonito! Você verá!

Eles estavam na frente da entrada do jardim de inverno. Por um momento, Edgar engoliu a seco. Recordou-se que toda a rota iniciou dali. No entanto, foi a fala de seu filho que desvencilhou seus pensamentos.

― Abre as portas, papai.

Assim que Edgar o fez, o filhote de corgi se virou, levantou as orelhas e olhou curioso para os dois. Veio correndo ao seu encontro. Ele pulou em Edgar, e o lambeu com vivacidade. Foi algo tão espontâneo que o jovem conde caiu na risada e tentou pará-lo. O cachorrinho se aconchegou em seu colo, como o reconhecesse como dono.

― Gostou? Qual nome você vai dar para ele? – indagou o filho.

― Duque! – falou com propriedade. ― Que tal?

O garotinho sorriu como concordasse e aprovasse a escolha.

O jantar foi servido, e os pratos saboreados com gosto. Vieram as entradas, pratos, pratos principais, e a sobremesa. E aí, abriram o champanhe e o bolo foi cortado por Edgar. Sua decoração estava tão esmerada que Lugh até comentou que teria dó de saboreá-lo. Tytânia brincalhona colocou a mão na testa do Senhor dos Leprechauns para ver se estava com febre, o que causou uma onda de risos.

Aos poucos, a festa ia terminando. Alguns convidados se recolhiam a seus aposentos, e os criados retiravam as louças usadas. Na varanda, Edgar e Lydia estavam sentados em uma namoradeira de balanço. Ela estava com as pernas esticadas e apoiada a ele. Havia também um champanhe aberto e duas taças. Os dois ainda saboreavam mais um pedaço de bolo. Riam, brincavam. Em um dado momento, Aurthur apareceu, sonolento.

Deitou-se no chão e fechou os olhos. Os dois se entreolharam e fixaram-se no filho. Edgar chegou perto e reparou que o garoto havia dormido.

― Ly, olhe isso!

― Também, ele não parou até agora!

A fairy doctor se aproximou, e o apanhou no colo.

― Vou levá-lo para cama. – informou ela.

― Quer que leve? Ele está pesado, Ly!

― Não, senhor! Fique aí que já volto! – disse determinada.

Ela saiu acompanhada do cachorrinho que a circulava.

― Cuidado, Duque! Senão eu caio! – o repreendeu.

Edgar os acompanhou com o olhar. Seu coração estava tão leve, feliz. Voltou-se para a paisagem, percebeu que na escuridão havia uma onda colorida dançando. “Elas estão comemorando também”, refletiu. As fadas faziam vários círculos coloridos e deixavam as árvores, flores e plantas como estivessem enfeitadas com luzes.

Sugestão de trilha sonora: Theme for the cute one for orchestra

Garfava mais um pedaço de bolo maravilhado, sentindo-se agradecido por viver aquele momento. Tomou mais um gole do champanhe e ficou devaneando. Em determinado momento, escutou alguém pigarreando. Ele se voltou e encontrou Lydia em pé o olhando.

― Bom, seu filho já está na cama, dormindo abraçado ao cachorro.

― Eles dormiram juntos? – perguntou rindo.

― Pelo jeito, acho que o cachorro...

― Será mais dele do que meu. – finalizou a frase com um sorriso.

Os dois riram e se fitaram.

― Vem cá! – ele a chamou. ― Sente-se aqui.

E assim, ela fez.

― Prove.

Edgar esticou o garfo com um pedaço de bolo e se aproximou da boca de Lydia e ela aceitou. Ela abocanhou-o com os olhos fixos nele. Se encararam com doçura e sensualidade.

― Ly, estava tudo maravilhoso. Esse bolo...

Ela o puxou pela gravata e o beijou. Passou a língua no canto de sua boca com uma malícia quase inocente e o soltou. Edgar a olhou surpreso e levantou as sobrancelhas como quem dissesse “gostei disso”.

― Tinha glacê no canto de...

Mais um beijo, e mais intenso do que anterior. Edgar deixou o prato na mesinha ao lado e a agarrou para beijá-la mais uma vez. Encostaram as testas uma a outra, e, então, a fairy doctor sugeriu:

― Que tal continuarmos a festa lá em cima?

O jovem conde sorriu assentindo com a cabeça. A fairy doctor apanhou a sua gravata novamente, forçando-o a levantar. O jovem conde a obedeceu com um suspiro inebriado. Antes de sair da varanda, Edgar voltou até onde estavam o champanhe e as taças e os apanhou.

― Você vai...

― Claro que vou levá-los. Uma comemoração precisa de champanhe. – informou brincalhão.

Aproximou-se da esposa, olhou para gravata, e como Lydia entendeu a informação, a apanhou de novo e disse:

― Onde estávamos?

― Que iríamos terminar a festa lá em cima. – levantou as sobrancelhas divertindo-se.

Ela o encaminhou com doçura e firmeza até a escada. Ele puxou a gravata, apanhou a sua mão e falou em tom de uma ameaça sedutora.

― Você não me escapa!

Ela riu, tirou a mão e saiu correndo pelas escadas, acompanhada logo atrás por ele. Assim que chegaram ao andar superior, Edgar agarrou Lydia, e entre risos, se beijaram. A fairy doctor se desvencilhou e foi em direção ao quarto.

― Agora, você não me escapa mesmo!

A porta foi fechada, e um pouquinho de depois, Edgar voltou descabelado, sem a casaca, o colete e a camisa entreaberta só para amarrar um laço vermelho na maçaneta, sinal esse para ninguém os perturbasse. E o jovem conde foi puxado pela mão da esposa para dentro do quarto, em meio a risos, e assim, a porta cerrou-se.

Desse modo, a vida voltou com alegria à mansão dos Ashenbert, residência oficial do casal mágico de Ibrazel.

*****

Março, Museu National Gallery, Inglaterra, 2015

Sugestão de trilha sonora: Hakushaku to Yousei OST – Youseikoku no Theme

― E aqui temos a família do Conde Cavaleiro Azul, retratada por Paul O’Neill. Parece que o pintor era uma pessoa bem próxima ao casal e casado com a amiga pessoal de Lydia Ashenbert, Lota. – informou a guia do museu.

Ela continuou:

― Do nosso lado direito, sentada no sofá com o filho mais novo do casal, Edward, a fairy doctor e Condessa Cavaleiro Azul, Lydia Ashenbert. À esquerda...

― O Conde Cavaleiro Azul é aquele moço louro? – indagou assombrada uma moça japonesa, Haruhi.

― O próprio. – respondeu a guia, para depois ficar boquiaberta quando viu chegar um moço louro idêntico ao conde.

O grupo se virou e o encarou abismado. Ele se posicionou ao lado de Haruhi sem entender muito bem o que acontecia. A esposa o olhou e depois se voltou para fitar o quadro.

Era impressionante a semelhança dos dois. Louros, altos, olhos violetas. Apesar de que os de Edgar Ashenbert eram malva-acinzentados. Contudo, parecia que o conde tinha saído do quadro, vestido roupas atuais e estava lá entre eles.

― O que foi, amorzinho que todo mundo está me olhando? – indagou Tamaki Suoh.

O grupo de excursão mais uma vez seguiram os olhos do quadro para o rapaz. E então, ele se deteve à obra. Chegou mais perto, e arregalou os olhos.

A guia tentou apartar a situação que estava começando a ficar constrangedora.

― Vamos continuar? Logo ali à frente...

E o grupo se afastou, deixando Haruhi e Tamaki para trás.

― Isso... Isso é assustador!

― Bem, já tinha visto uma foto dele, mas este o quadro... Meu Deus, Tamaki, parece que vocês são irmãos gêmeos!

― Mas, ele era inglês! Não tem...

― Tamaki, a mãe dele era francesa. É o pouco que sei! – informou Haruhi.

― Sério isso? – perguntou perplexo.

Então, ele indagou:

― Querida, você se importaria de pedir para montar a minha árvore genealógica?

― Não! Até porque...

― Vocês vão continuar nos acompanhando? – a guia interrompeu a conversa do casal.

― Sim! – ambos responderam.

Antes de seguir com a esposa, Tamaki se virou para o quadro e fitou perplexo mais uma vez a figura do conde. O pianista não sabia se era uma ilusão, ou obra da imaginação, mas por um momento viu Edgar piscando para ele.

― Tamaki, vamos! – chamou Haruhi.

― Vamos!

Mais uma vez, olhou para o quadro e a seguiu. No entanto, ele tinha uma certeza, iria descobrir se os dois tinham alguma ligação de parentesco. E estava quase convicto que sim.

Fim!


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Notas finais do capítulo

Enfim, chegamos sãos e salvos ao nosso destino! Antes de tudo quero agradecer a SouEu e principalmente nossa leitora fiel e que nos deu uma indicação lindíssima: TSLopes! Garota, este capítulo é dedicado a você! Muito obrigada por cada review lindo!
Obrigada a você que chegou agora. Portanto, não se acanhe! Deixe seu review! Esta história é de uma intensidade que adoro, e queria trabalhar justamente com Edgar como personagem principal. E não é que ele saiu maravilhosamente bem? A Lydia, uma das minhas personagens preferidas, não ficou atrás na outra história. São duas visões bem distintas de buscas de saídas em direção a um objetivo: trazer à vida o seu grande amor ♥
Bom, como fã incondicional dessa dupla, estou escrevendo outra história! Aeeeeeeeeeeee, mas desta vez teremos outros fandons ;) Será que você descobre? Em breve você mata a charada! Por enquanto, fico por aqui! Muito obrigada por sua atenção e até a próxima história! Beijos!



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