Sugestão de trilha Sonora: Code Geass R. 2 OST – Check Mate

Edgar se viu no último degrau da escada, logo na entrada do local da reunião que aconteceria com a Rainha. Notou os dois criados recepcionando os convidados, enquanto duques, condes, viscondes e barões entregavam suas cartolas e bengalas.  “Voltei!!”, foi tudo que pensou. Imediatamente virou-se para trás e deu de cara com Raven.

Os dois não precisaram trocar uma palavra, e logo entenderam que deveriam voltar o mais rápido para a carruagem e impedir o assassinato de Lydia. Desceram a escadaria rapidamente, ao mesmo tempo em que tentavam não esbarrar em outros senhores e seus servos. Em certo momento, cruzaram com o Conde Ciel Phantomhive e seu mordomo Sebastian Michaelis. Após dois degraus de diferença, Edgar então se voltou e chamou o mordomo:

― Sebastian!

O homem de olhos cor de magenta se dirigiu ao jovem conde assim que ouviu seu nome.

― Já sei o que vou fazer! Muito obrigado!

O mordomo o encarou, assentiu com a cabeça estampando um meio sorriso. Logo depois, Edgar voltou a descer as escadas.

― O que ele queria com você? – perguntou Ciel.

Sebastian o fitou, levantou os ombros de modo indiferente e respondeu:

― Nem sei o que ele quis dizer.

E continuaram a subir as escadas rumo à reunião.

Enquanto isso, Edgar e Raven já tinham chegado à carruagem, foi quando o jovem conde ordenou William, o cocheiro:

― William, vamos para casa, agora!

Assim que entrou na carruagem...

― Bem-vindo de volta, Edgar! Bem-vindo de volta, Raven. – cumprimentou Sereia.

― Hum... Pensava que essa carruagem fosse mais espaçosa. Apertada, não? – comentou Lugh como se medisse mentalmente a largura do veículo.

*****

Lydia acordou sobressaltada, no chão do escritório de Edgar e completamente zonza. Estava com as mesmas roupas de quando aconteceu seu assassinato, vestido azul-marinho com detalhes em cor-de-rosa, os cabelos presos no alto, em forma de coque, adornados por uma trança.  Encontrava-se bem no centro do círculo do carpete do lugar. Olhou ao redor ainda atordoada, tentando entender o que estava acontecendo e onde estava. Lembrou-se da sua casa se desmoronando, fugindo com Edgar de Ulysses, e quando entraram no local, onde ela se encontrava agora.  “Ok, estou de volta para casa!”, refletiu.

― Lydia? Você está bem?

No alto de uma das janelas do local estava Nico a encarando com curiosidade.

― Nico? Estou viva?

― É óbvio! – ele respondeu. ― Ei! A Lydia está de volta! – berrou em direção à porta.

Dentro em breve, a porta do escritório se abriu, e Lota e Kelly arregalaram os olhos quando a viram, berrando:

― LYDIA!!

― Você está bem? – emendou a melhor amiga da condessa.

Elas correram em direção à fairy doctor e a abraçaram de tal maneira que quase a levou ao chão.

Então, a Rainha das Fadas, Tytânia apareceu na porta e cumprimentou a jovem condessa:

― Bem-vinda de volta, Lydia!

Ela deu um sorriso radiante, enquanto era mais uma vez afogada de beijos e abraços pelas amigas exaltadas.

*****

Sugestão de trilha Sonora: Konran Culture – Mirai Nikki OST

― Então sugerimos que primeiro cercamos a Corte Unseelie para chamar a atenção dele e...

Edgar não deixou que Lugh terminasse o pensamento:

― Mas, espere aí! Se interceptarmos a Corte Unseelie, ele pode muito bem nos encurralar! Não esqueçam que Ulysses conseguiu reunir o maior número de membros da Corte, como contei agora a pouco!

― Sabemos disso, mas aí vem a melhor parte... Não seremos apenas nós, os elementais, que iremos enfrentá-los... – Sereia fez questão de criar um suspense em sua fala.

― Não?

Lugh e Sereia se olharam simultaneamente com um sorriso nos lábios.

― Por favor, conte-me logo! – implorou ansioso.

― Pois então, lord Edgar, é bom conferir quem está conosco nesta empreitada. Afaste um pouco a sua cortina e veja com seus próprios olhos quem nos acompanha.

E assim, o fez e o que ele viu foi uma trupe de amazonas que os escoltava.

― As Valkyrias?

― Exatamente! – confirmou Lugh. ― E que beldades, hein, rapaz?

O Senhor dos Leprechauns levou uma cotovelada de Sereia.

― É apenas um comentário...

― Estou vendo... – repreendeu Sereia.

― Isto significa que Freya irá nos ajudar? – indagou Edgar surpreso.

― Sim! A essa hora, ela deve estar chegando em sua casa, escoltada com outra equipe de Valkyrias. Ela acompanhará Lydia ...

Foi só ouvir o nome da fairy doctor que Edgar perguntou:

― E Lydia? Como ela está?

― Está bem, Edgar! E se a conheço bem...

― Ela vai querer ajudar! – completou o jovem conde cruzando os braços. ― Eu realmente casei com uma mulher teimosa!

Lugh disse bem baixinho, quase em sussurro:

― Oh, quem fala!

Foi a deixa para que Sereia e Raven caíssem na risada, enquanto Edgar entortava a boca.

― Bom, voltando! –Lugh chamou a atenção para si. ― Você disse então que vai entregar Ulysses ao Chronos.

― Exatamente! Até porque foi a condição para que retornássemos no tempo.

― E como pretende fazê-lo? – indagou Sereia.

― Sereia, você gosta de disfarces? – Edgar devolveu a pergunta.

Curiosa indagou:

― O que tem em mente?

Edgar mostrou um sorriso como estivesse se divertindo com a situação.

*****

Assim que as garotas se acalmaram, Paul apareceu com Aurthur que a fitou como a não visse há muito tempo. Correu para junto dela e a abraçou:

― Que saudades!!

― Oh, só me ausentei um pouquinho e já está assim? – disse Lydia.

Foi Tytânia fez com que fairy doctor retornasse à realidade.

― Lydia, você sabe sobre os últimos acontecimentos?

― Fui assassinada? – a pergunta ocorreu tão à queima-roupa que fez com as pessoas surpreendessem.

― Exatamente! Estamos aqui para evitar este evento.

― Foi Ulysses?

E tudo que Tytânia pôde dizer foi:

― Sim!

― A história se repete... – disse Lydia como divagasse.

― Ele reuniu o maior número de membros da Corte Unseelie, negociou com eles a ponto de que fizesse tudo, exatamente tudo que queria!

― A Corte Unseelie? – indagou assombrada.

― E não é só isso, Lydia! Ele a conhece muito bem, e sabe que você tem grande apreço e uma boa relação com a Corte Seelie. – explicou a Senhora das Fadas e continuou: ― O que ele quer...

― Não vá me dizer que ele quer provocar uma guerra entre eles!? – a jovem condessa se exaltou.

― Infelizmente? Sim! E você sabe o que ele almeja, não é?

― Ser o Conde Cavaleiro Azul.

Sugestão de trilha Sonora: Code Geass Lelouch of the Rebellion R2 OST – Super Natural

Quando Lydia disse isso, Aurthur arregalou os olhos.

― Mas, quem é o papai! – protestou.

― Eu sei, meu queridinho. – disse a mãe e o beijou.

― Pois bem, estamos aqui para impedir que isso aconteça e fazer com que Edgar...

― Edgar? E ele está bem?

― Acredito que o mais empenhado e feliz neste momento seja ele, Lydia. – respondeu a Senhora das Fadas.

Quando ouviu isso, se enterneceu. Colocou Aurthur no chão, mesmo diante de protestos. E Lota bagunçou a sua cabeleira para falar:

― Queridinho, agora não! O assunto no momento não é para crianças...

― Mas, se vou ser o futuro Conde Cavaleiro Azul, preciso participar, né? – explicou-se com as mãos na cintura.

Todo mundo se entreolhou boquiaberto e ouviram-se alguns risos ali e acolá. Isso também fez com Lydia sorrisse.

― Pois bem, lord pequeno Cavaleiro Azul, você irá participar também da festa! – informou Tytânia para o garoto.

― Posso? Então, como posso ajudar?

Quando Aurthur acabou de fazer sua pergunta, Tompkins surgiu na sala para avisar que havia chegado a outra convidada.

― Venha, Lydia! Quero que você conheça alguém... – a Senhora das Fadas lhe ofereceu a mão que a jovem condessa aceitou.

Ela a levou até a entrada da mansão, onde estavam Freya em sua carruagem com a equipe de Valkyrias. Assim que viu a cena, Lydia ficou encantada.

― Lady Lydia, sou Freya. – disse o Falcão Branco. Ela desceu da carruagem e foi em direção à jovem condessa. ― Prazer em conhecê-la. Vim para dar cabo ao plano de capturar Ulysses e salvar a sua vida.

― Seja bem-vinda! – disse Lydia. A jovem se aproximou e a abraçou. ― Muito obrigada! – falou com uma voz embargada.

Mesmo que estivesse confiante com tanta ajuda, ainda assim, sentia que o pesadelo não havia terminado.

*****

Edgar se olhou no espelho e gostou do que viu.

― Você fica bem de óculos escuros. Deveria usar mais vezes. – elogiou Sereia, que ostentava óculos escuros também, uma peruca de cabelos grisalhos e um xale. O disfarce, assim como os maneirismos e um pouco de magia a tornavam uma senhorinha cega.

Raven também tinha se disfarçado como um burguês normal. Com as roupas mais simples, não lembrava o ar de garoto-fada tão típico. Sereia também utilizou um pouco de magia para parecê-lo mais velho. Por sua vez, o jovem conde ostentava uma capa preta, assim como uma cartola preta, que escondia seus cabelos, e óculos escuros. O conjunto como um todo o deixa soturno.

― Repassando o plano... – lembrou Sereia. ― Eu e o Raven esperamos por seu sinal, enquanto você verifica a aproximação da carruagem de Ulysses. Assim que ele chegar perto, nós aparecemos, fingindo atravessar a rua. E assim...

― Eu entro soterreiramente e o rendo com a arma. Vai ser divertido! – finalizou Edgar.

― Devemos nos apressar, não? – avisou Raven.

― Não tenha dúvida! Até porque falta pouco para que Lugh e nosso exército com o reforço das Valkyrias entrarem em ação. – completou Sereia.

― Então, vamos! – exclamou Edgar.

*****

Sugestão de trilha sonora: Inception OST – Mombasa Suite

Assim que Lydia foi posta a par dos últimos acontecimentos, a busca de Edgar pela sua alma no submundo e o plano para capturar Ulysses, sendo que ela faria o papel da isca, sua resposta foi:

― Sim!

― Tem certeza absoluta disso? – Freya voltou a indagar.

― Não tenham dúvida! Se Ulysses escapar, com certeza haverá uma guerra sem precedentes entre as duas cortes, perecemos, sem contar o nascimento de um novo Príncipe. E a última coisa que poderia acontecer agora!

― Não esperava menos de você. – revelou Tytânia.

― Então, vamos colocar agora mesmo o plano em ação! Lydia, Lota irá na frente com você. – explicou Freya.

― Podemos usar armas, não? – sugeriu a neta do Duque de Cremona.

― Não tenha dúvida! – respondeu Freya.

― Lydia, posso escolher uma das armas do Edgar? Ele as tem, não?

― Mas, você vai usar um revólver? – indagou a jovem condessa.

― Lydia! – Lota colocou as mãos na cintura e continuou: ― Esqueceu de que fui uma pirata?

*****

Do outro lado de Londres...

A Nuvem Negra, que se apresentava como uma grande ave de rapina, abria o caminho para Ulysses com uma rapidez violenta.

― Jimmy, essa foi uma das notícias que eu mais esperava... – revelou o filho bastardo de Julius Ashenbert.

Jimmy, o servo fiel, que aparentava ser apenas um mero garoto de 10 anos e possuía o poder de se transformar em cão espectral, assim como liderar uma matilha desses, sorria feliz com a notícia dada ao seu mestre.

O fairy doctor brincou com seus cabelos dourados de modo despreocupado. Depois, virou-se de modo lânguido e satisfeito para janela.

― Então, toda essa cidade será minha! Assim, como a aquela velha decrépita que está no poder e a chamam de Rainha será mais uma carta fora do baralho! Inebriante!

Os dizeres de Ulysses eram como uma celebração. Como tudo aquilo almejasse fosse um mero objeto que ele poderia adquirir na esquina.

― Mestre, ainda assim não matamos a fairy doctor...

― Aquela tonta cheia de laçarotes? Ah! Aposto e ganho que ela sempre foi e é uma mera figura decorativa naquele Condado. E também uma boneca nas mãos dos senhores elementais que a manipulam a bel-prazer. Que conforme avançarmos o plano, serão apenas meras peças em nosso tabuleiro, meu jovem. Contudo, temos Edgar... – quando mencionou o nome do jovem conde sentiu um asco que o provocou os cantos mais obscuros de sua alma.

― Mestre, pode deixar comigo...

― Eu sei disso, garoto! Faça-o sofrer! Utilize todos os seus companheiros infiltrarem na alma desse infeliz! Permita que ele se desespere e apenas o suicídio seja a única saída.

― Como ele sentisse responsabilidade na morte de sua esposa?

― Justamente! Provoque um sofrimento atroz a ponto que se sinta culpado até de respirar! – finalizou com um sorriso sombrio.

― Farei com maior prazer! – afirmou Jimmy.

― Ótimo!

Foi aí que Ulysses estranhou a perda da força da Nuvem Negra. Aos poucos ela apresentava rasuras, fissuras e enormes espaços como um xale puído. Sua irritação foi tão grande que questionou em uma voz estridente:

― O QUE SIGNIFICA ISSO?

― Mestre! Alguém está a atacando!

― Não pode ser!

Ulysses não pensou duas vezes, e voltou-se para seu servo.

― Jimmy! Vá até lá e veja o que está acontecendo! E volte o mais rápido que puder!

― Sim, senhor!

Mesmo com a carruagem em alta velocidade, o garoto abriu a porta e pulou. E para o desespero do fairy doctor, parte da Nuvem Negra veio ao chão. Ele não podia acreditar em seus próprios olhos. Perguntava-se o que estava acontecendo. Até que... A carruagem deu um tranco. Colocou a cabeça para fora e questionou o cocheiro:

― O que está acontecendo?

Muito rapidamente, ele viu uma senhorinha cega sendo auxiliada por um homem para atravessar a rua e que justamente foi parar na frente da carruagem.

“Mas, que diabos??”.

― Faça-os irem mais rápido, seu energúmeno!! Tenho pressa!!! – gritou para o cocheiro.

Com a face pegando fogo, e a raiva em grau máximo, ele nem ouviu as dobradiças da porta ao seu lado rangerem. E em lapso de segundo, sentiu o frio aço de um cano de um revólver apontado para sua cabeça.

Ele nem se mexeu, olhou de soslaio e percebeu um homem alto, com cartola e capa pretas, espetacularmente bem-vestido, portando óculos escuros. Um sorriso cínico estampava o seu rosto, enquanto apenas inclinava as hastes dos óculos para revelar os seus olhos malva-acinzentados tão conhecidos pelo fairy doctor.

“É ELE!!! MALDITO!!!”, pensou.

― Olá, Ulysses! Com saudades? – indagou Edgar.

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