Até As Últimas Consequências - Rota Reversa escrita por Juliana Rizzutinho


Capítulo 1
Réquiem para Lydia Carlton


Notas iniciais do capítulo

Ladies and gentlemen, sejam bem-vindos(as) a mais nova fanfic de Hakushaku to Yousei, Até As Últimas Consequências – Rota Reversa. Como disse na própria sinopse, toda história tem dois lados. E aqui não é diferente. Para quem leu Até As Últimas Consequências, Edgar foi morto e Lydia vai buscá-lo no submundo. Agora, os papéis se invertem, sendo que Edgar é o protagonista desta história. Portanto, segure-se na cadeira, que a história vai começar.
Esta história pode ser acompanhada perfeitamente mesmo que você não tenha lido Até As Últimas Consequências. Se quiser ler na ordem reversa, fique à vontade. Os personagens de Hakushaku to Yousei não pertencem e sim à maravilhosa Mizue Tani. Assim como Sebastian Michaelis não me pertence (que droga!) e sim à Yana Troboso.
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/729147/chapter/1

Sugestão de trilha: Pandora Hearts OST - Foretaste

Naquela tarde de verão, o céu pronunciava uma chuva. O salão estava cheio e a trilha sonora era a conversa entre os convidados da Rainha. Mesmo sendo considerado um homem que se dava muito bem nas ocasiões sociais, exatamente, naquele momento, Edgar não se sentia disposto a aquele tipo de situação.

Não sabia muito bem, mas lhe faltava ar e o som das vozes o deixava entre irritado e confuso. Algo no seu coração dizia: “Vá embora!”. Mesmo assim, não poderia, por duas razões.  Uma delas era porque a Rainha Vitória tinha convocado os duques, condes e viscondes mais importantes da Inglaterra. E outra, o fato de que seu posto importante, o de Conde Cavaleiro Azul, impediria que deixasse o local de forma tão despretensiosa.

Pegou o copo com champanhe e se afastou da multidão, indo para sacada. Sorveu a bebida, olhando para o horizonte e a sensação de incômodo o dominava. “Vá embora, Edgar! Vá agora!”. Não sabia dizer se era a voz vinha da sua mente ou do coração.

My lord? – a voz de Raven, seu fiel mordomo, o fez voltar à realidade.

Virou-se e encontrou o rapaz-fada o olhando.

― Prefere que vá buscar algo para comer? – interrogou.

― Sinceramente, Raven? O que gostaria é ir embora. – respondeu com um sorriso triste.

Um dos criados da Rainha anunciou a retomada da reunião. Edgar respirou fundo, entregou o copo vazio para o garçom e dirigiu-se para o salão onde acontecia a audiência. Sentou-se em uma das cadeiras e se sentiu vigiado. Começou a procurar quem o espreitava. Enquanto isso, o seu interno era desordem, um medo que ele não sabia identificar e o deixava exasperado.

Ele reconheceu quem o vigiava de longe. Os olhos magenta do mordomo dos Phantomhive o fitavam como quem quisesse dizer algo. Aí está um dos maiores desafetos de Edgar... Sebastian Michaelis. Nunca foi próximo de travar uma conversa mais elaborada com o mordomo que servia o conde Ciel, mas aquele ar desinteressado e quase gélido o incomodava profundamente.

Os olhares se encontraram e Sebastian virou-se mostrando desinteresse. Edgar ficou mais intrigado, apertando de modo involuntário o braço da cadeira.

― Bom, vamos fazer um intervalo, meus caros! – pediu a Rainha.

Assim que a majestade da Inglaterra se retirou, a movimentação começou a surgir. Alguns membros saíram para fumar, outros para beber ou beliscar algumas guloseimas.

― Vejo que não está com a cara boa, lord Edgar. – era o Visconde Truffat, um senhor em seus sessenta anos com ar francês. – Sente-se bem? Não quer que chame um médico?

― Não, obrigado. – desculpou-se o jovem conde, assim que se levantava da cadeira.

O visconde ainda tentou puxar conversa com o rapaz, mas ele saiu com:

― Preciso tomar um pouco de ar.

― Tem feito muito calor. – comentou o senhor.

― Exatamente. Não estou acostumado.

Edgar foi de novo em direção às sacadas e, no meio do caminho, esbarrou no mordomo dos Phantomhive, que se aproximou o suficiente para falar no seu ouvido:

― Vá para casa, agora!

O jovem conde o encarou com ar de interrogação e surpresa. Sebastian se afastou e repetiu quase num murmúrio:

― Agora!

Ele não sabia explicar, mas a agitação aumentou em tal grau que chamou pelo seu mordomo:

― Raven.

O rapaz prontamente veio ao seu lado. Ele se virou e disse:

― Vamos embora!

O rapaz-fada fora buscar a cartola e a bengala do conde que estavam acomodadas com os criados e voltou o mais rápido que pôde.

― Vamos! – disse Edgar.

Assim que chegou perto da porta, informou que precisava ir porque surgiu um assunto familiar de extrema importância. Desceram as escadas o mais rápido que puderam. Edgar pediu a carruagem, e assim que ela chegou:

― William, rápido! Para casa!

O jovem conde e o mordomo entraram no carro e o cocheiro direcionou os cavalos para partir.

As primeiras trovoadas aconteceram, o céu se tornava cada vez mais escuro e nebuloso. Os dois homens permaneceram em silêncio até que este foi quebrado por Edgar.

― Raven, você sentiu algo estranho no ar?

O mordomo o fitou e mexeu a cabeça negativamente.

― Não sei... – disse o jovem conde olhando para janela. – O mordomo dos Phantomhive me encarou por alguns minutos e não entendi o porquê. Depois... – ele se dirigiu ao mordomo dizendo: - Ele falou que deveríamos ir rápido para casa. Por quê?

― Também não entendi. – respondeu o garoto-fada.

A carruagem já adentrava a mansão dos Ashenbert.

****

Assim que viu a carruagem chegando, Lydia correu para recepcionar o marido. Queria contar as boas-novas! Era exatamente o que pensava que podia acontecer. Apanhou o guarda-chuva e desceu as escadas, feliz.

― Thompkins, pode deixar que o busco. – disse com um sorriso estampado no rosto.

O mordomo só acenou com a cabeça enquanto abria a porta.

― Vá devagar, Lydia. – recomendou Lota, a amiga da condessa.

****

Edgar viu a esposa saindo para recepcioná-lo como não o visse por uma semana ou mais. A carruagem parou e o conde saltou.

― Lydia!

Sugestão de trilha sonora: O Verão – Presto – As Quatro Estações – Antonio Vivaldi

E aí... um som surdo e cruel se abateu sobre aquele final de tarde e a alma de Edgar. Lydia o encarou com desespero e dor, o seu ventre estava manchado de sangue. Compreendeu que um tiro a tinha acertado em cheio. Correu ao seu encontro, a amparou com os braços antes que ela fosse ao chão. Sem pensar ou raciocinar a apanhou pelo colo e berrou para os criados:

― Chamem um médico agora!

Correu para dentro da mansão com a esposa em seus braços. Subiu as escadas, o mais rápido que pôde. A fairy doctor chorava baixinho e gemia em dor.

― Segure-se em mim e tudo vai acabar bem. – tentou acalmá-la.

― Edy, eu...

Shiuuuu... Vai terminar tudo bem. – falou baixinho em seu ouvido.  

Ele chutou com violência a porta do quarto e a deixou na cama. Nesse minuto chegaram Lota, Kelly, a criada pessoal de Lydia, e Raven. Lota em desespero perguntou:

― O que aconteceu?

Kelly aterrorizada ficou sem saber o que fazer. Raven informou:

Lord, Thompkins foi...

― O médico? Conseguiram chamar?

A resposta foi uma trovoada fortíssima em meio a uma chuva torrencial.

― O que vamos fazer? – questionou Lota.

― Edy... Eu...

― Não fale, Ly! Calma que vai acabar tudo bem! – dizia o jovem conde, mesmo sabendo que não poderia ter um bom final. Num lapso, Edgar lembrou que a Espada Merrow poderia salvá-la. A espada sagrada poderia fazer o seu papel agora? O de proteger a família do Conde Cavaleiro Azul?

Nesse momento, sentiu a mão da esposa lhe apertando o braço em um choro contínuo enquanto o sangue lhe deixava quase sem forças.

― Raven! Vá buscar a Espada Merrow! – ordenou Edgar. E continuou:

― Kelly! Traga panos e água quente!

A criada só afirmou com a cabeça e saiu em disparada.

― O que você vai fazer? – questionou Lota.

― Vou tirar a bala com a espada. – respondeu Edgar enquanto tirava a casaca, o colete e desamarrava a gravata.

― O QUÊ? ISSO É INSANO!!! – retrucou Lota.

― Não, Edgar! Não!

― Lydia, nem questione! A última coisa que quero é perdê-la! Lota, me ajude a retirar a roupa dela!

Lota só mexeu a cabeça em negativa, inconformada com a alternativa, enquanto desabotoava a roupa da jovem condessa.

― Edy, isso loucura!

― Ly, confia em mim! Ela já me salvou muitas vezes. Assim como foi com você.

― Mas, Edgar...

― Nem questione, Ly! Confie em mim!

― Raven! – gritou Edgar. – Rápido! Onde está a espada?

Nisso, Kelly adentrou ao quarto com água e panos limpos. Lydia tremia de frio e medo. A criada se aproximou da condessa e começou a limpar a ferida que teimava a ficar maior.

― Tudo bem, agora deixa comigo! – disse para criada. E nisso ela se afastou.

― Segure-se em mim, tudo bem? – Edgar disse para Lydia.

Ela só concordou com a cabeça. Ele estendeu o braço para esposa para que segurasse. Nisso, Raven entregou a espada.

― Edgar... – murmurou Lydia. Ele pode sentir sua mão espreitar seu braço com mais força para então soltá-lo. E assim, o corpo da sua esposa pendeu para trás.

Os olhos do jovem conde se arregalaram aflitos. Ele veio ao encontro de Lydia e a chacoalhou dizendo:

― Vamos! Fale comigo, Ly! Ly? Fale comigo! Vamos!!!

Lota entendeu o que tinha acontecido, assim como Kelly, que levou as mãos à boca em um choro aflito, e Raven ficou completamente perplexo.

E assim ecoou por toda a mansão o grito desesperado de Edgar:

― LYDIA!!!!!

Lydia estava morta.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aqui teremos novos personagens e com roteiro bem diferente da história anterior. Quanto ao Sebastian, bem... Primeiro que o adoro. Segundo, tanto Hakushaku to Yousei como Kuroshitsuji passam na mesma época: a Era Vitoriana. Muita gente acha que ambas histórias têm muita coisa em comum. Eu também acho, mas vale lembrar que Hakushaku to Yousei veio primeiro. O primeiro volume do light novel é de março de 2004, sendo que Kuroshitsuji foi lançado em 2008. Tire aí suas conclusões.
Ah, vale lembrar que Kelly e Lota são personagens do light novel. Lota é uma garota que foi criada por piratas, conheceu Edgar naquela época punk em que ele fugia do Príncipe, que era o rei dos ratos de esgotos da América. Na verdade, ela é uma nobre e neta do Duque de Cremona, aparece no livro 6. A Kelly é a empregada pessoal da Lydia depois que ela se casou com Edgar e aparece no livro 19.
Aproveito para avisar que estou traduzindo o light novel desde o primeiro volume e publicado no meu blog. É só acessar www.historiagata.blogspot.com.br
O próximo capítulo será postado daqui uma semana. Espero você! Até mais!
E ah, faça uma autora feliz, deixe seu review!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Até As Últimas Consequências - Rota Reversa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.