All Of The Stars escrita por MaryDiAngelo


Capítulo 10
Faxina da madrugada


Notas iniciais do capítulo

Olar amorinhas ♥

Um passarinho me avisou que TALVEZ o próximo capítulo seja o último...é isso mesmo produção? * some discretamente *

Good Reading ^-^



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Os dias passaram como um piscar de olhos para os dois professores que tanto haviam se evitado no decorrer da semana. Até mesmo Jason havia se perguntado o que havia acontecido entre os dois, já que as provocações haviam cessado, as visitas do Di Ângelo não ocorriam mais, as maratonas de desenho foram esquecidas e ele apenas ignorava as ligações.

Thalia, por sua vez, limitava-se a ir trabalhar e voltar para seu quarto. Vezes ou outras descendo para comer alguma coisa no meio da madrugada, sabendo que estariam todos em suas camas e não precisaria dar explicações do porquê estar evitando conversar.

— Te peguei mocinha!

Aquela simples frase fez a morena se abaixar atrás do balcão e sair engatinhando para o lado contrário da voz, torcendo para que Jason deixasse ela passar pela porta discretamente, fingindo não a ver.

— Está dando uma de Amélia, agora? – Questionou o irmão, se debruçando em cima do balcão e vendo-a olhar para cima e rolar os olhos logo em seguida.

— Jason! O que faz acordado as duas da manhã? – A Grace indagou, se levantando e limpando as mãos na calça.

— Eu que te pergunto, Thalia! – Retrucou, cruzando os braços sob o peitoral.

— Eu não consegui dormir e vim atrás de um copo de leite quente, tem algum problema? – Rebateu, pensando rapidamente em uma mentira concreta, mesmo que odiasse mentir para seu irmão.

— Tem sim, venha comigo. – Ele agarrou a mão dela, sem dar explicações e começou a puxar para trás da casa, fazendo-a resmungar palavrões baixinho enquanto era arrastada.

O loiro parou em frente o lugar onde eles guardavam os instrumentos de limpeza, pegando uma vassoura e se virando para a menina, que, por um momento, temeu que fosse ficar com um galo na cabeça, mas ele apenas esticou para que ela pegasse.

— O que você quer que eu faça com uma vassoura a essa hora da madrugada de um sábado? – Thalia resmungou com uma careta.

— Não é óbvio? Você vai aproveitar que está trocando o dia pela noite e vai limpar a casa! – Exclamou com um sorriso radiante.

— Eu não estou trocando o dia pela noite. De onde você tirou essa ideia maluca, Jason? O que você anda comendo, hum? — A Grace recuou um passo, não gostando de onde aquela conversa estranha estava indo parar.

— Você pensa que eu não notei suas vindas de madrugada aqui? Seu sono continuo de manhã quando vai trabalhar? Seu cansaço em dobro quando chega da faculdade e quase cai dentro da piscina quando vai atravessar as pedras? – Ele começou a acusa-la, cerrando os punhos. – Você pensa que eu não vi o dia que se sentou na escada do lado de fora e ficou na chuva por um bom tempo? Eu nem vou dizer que achei que havia desmaiado, pois se isso for realidade, as coisas vão ficar sérias aqui.

— Me poupe, Jason! Eu não estou fazendo nada disso, continuo com minha rotina normal, só tem algumas coisas que estão me incomodando mais do que outras, e o instituto passou algumas coisas a mais para nós, pois vai ter uma amostra e os professores tem que cuidar de tudo. Apenas isso. – Ela retorquiu a altura, encarando os olhos azuis-céu dele, tão diferentes do seu tom que até chegava a invejar.

Jason respirou fundo e deu um passo em direção a ela, tomando seu rosto em uma das mãos e acariciando sua bochecha com calma, notando a ardência da pele da garota.

— Você sabe que eu me preocupo com você, Thalia! E se isso tem a ver com a distância do Nico daqui, eu quero saber o que houve.

A morena deu uma risada sarcástica, colocando sua mão contra a dele em seu rosto e tirando-a dali cautelosamente.

— Jay, isso não tem nada a ver com ele!

— Não mesmo? – Ele questionou, olhando por cima do ombro dela.

Não era preciso olhar para adivinhar que Nico estava ali. Seus sentidos diziam isso e ela teve que se controlar para continuar inexpressiva ao se virar para encara-lo.

— Tudo bom? – Thalia questionou com ironia, vendo Piper sorrir de canto ao lado do Di Ângelo.

— Piper, porque diabos você invadiu minha casa as duas da manhã? – Ele ignorou a morena, se virando para a amiga, que deu de ombros.

— Não está na cara? – Retrucou, pegando um balde de limpeza e jogando contra o peitoral dele, que fora obrigado a segurar. Ás vezes Piper era bem forte.

— Vocês vão limpar a casa e me chamaram para observar? – Tentou, comprimindo os lábios e semicerrando os olhos.

— Claro que não! – A McLean sorriu com desdém, arrancando um suspiro baixo do italiano. – Você e Thalia vão limpar essa casa! Quero ver tudo brilhando.

— Vocês só podem estar brincando! – A professora protestou. – Piper, Jason, vão dormir e não me incomodem mais.

Dito isso, ela se virou para sair dali, mas o irmão foi mais rápido e se colocou em seu caminho, usando a vassoura para derrubar a garota no chão, que soltou um grito fino e assustado, não esperando essa reação.

— Você vai limpar a casa, maninha. – Jason bateu com a língua contra os dentes, abrindo um sorriso divertido. – E vai ser por bem, ou por mal.

— Tá, eu limpo! – Deu-se por vencida, levantando as mãos em sinal de rendição. - Mas para de apontar essa vassoura para mim! 

O loiro esticou a mão e ajudou ela a levantar, entregando-lhe a vassoura.

— Eu admiro sua maturidade. – Murmurou a morena, alternando o olhar entre Piper e Jason, tentando ignorar a presença do Di Ângelo ali.

— Eu sei. – Retrucou, começando a empurra-la para dentro de casa. – Vocês vão começar pela sala, ok? Tomem cuidado para não molhar os aparelhos!

Minutos depois, Thalia varria em silêncio e em estado constante de tédio, enquanto Nico tirava o pó de cima da mesinha de centro também estando em silêncio, preferindo estar em sua cama encarando o teto.

— O que vocês estão fazendo? – Uma voz feminina soou do alto da escada, chamando atenção dos dois adultos ali.

— Amélia! O que está fazendo acordada agora gatinha? – A tia se preocupou ao ver a pequenina coçar os olhos e começar a descer lentamente.

— Eu vi o papai levantando e vim atrás, mas quando eles voltaram eu já estava acordada porque peguei o celular para brincar, e isso me tira o sono. – Contou, chegando ao último degrau. – Então eu vim ajudar vocês a brincar.

— Sua mãe deixou você vir para a sala a essa hora? Algo me diz que o mundo está perto de acabar. – Nico murmurou baixinho, se virando para a garota e jogando o pano em seu ombro.

— Não importa! – Amélia saltou alegre, indo até sua tia e arrancando a vassoura de sua mão. – Eu fico com isso.

Thalia arregalou os olhos e recuou a tempo de evitar que levasse um cabo no meio da cara, já que a pequena não tinha controle do objeto por ser pequena demais.

— Ah, gatinha, eu acho melhor você ficar com ele. – Ela sugeriu, vendo a tentativa falha da garotinha de varrer o chão, varrendo seus próprios pés e soltando um muxoxo.

— Mas eu quero te ajudar, tia Thalia! – Choramingou, se virando de supetão e acertando um quadro na parede com o cabo, fazendo a morena arregalar os olhos e segurar a respiração enquanto a moldura deslizava de um lado para o outro.

— Vem me ajudar, Amélia. – Nico pediu, segurando a vassoura com calma e tirando das mãos da garota, entregando para a professora sem olha-la.

A pequena McLean rolou os olhos, mas pegou um dos panos e começou a limpar a base da televisão. Mas soltou uma gargalhada alta ao ser jogada para cima.

— O que acha de limpar o lustre? – O italiano questionou rindo, virando o corpo dela para si.

Amélia não respondeu, apenas continuou a rir ao ser jogada de novo para cima.

— Você vai machucar ela assim! Ou vai acordar os vizinhos! – Thalia alertou, passando ao lado do garoto com a vassoura e esbarrando de propósito em seus pés.

— Não enche, Grace. – Retorquiu, colocando a pequenina no chão e indo atrás de um rodo. – Venha, Mel. Vamos passar um pano nesse chão!

A morena deu um pequeno sorriso do jeito que ele falou. Porém se lembrou da situação que ambos se encontravam e desfez na mesma hora, voltando a carranca irritada que havia mantido.

Assim que ela amontoou o montinho de poeira no canto da sala, se virou e suspirou ao ver duas pessoas correndo pelos corredores com um rodo na mão, imitando um carro de fórmula 1.

— Tio Nico, você é o melhor! – Amélia gargalhou ao ser virada bruscamente, já que comandava o rodo junto de Nico, estando em sua frente e segurando a parte debaixo do cabo, enquanto ele estava com a parte de cima.

Thalia rolou os olhos, caminhando até a parte de trás da casa e colocando a sacola com a sujeira no lixo, guardando a vassoura e voltando para dentro de casa. Porém, não fazia parte dos seus planos ela acabar sentada no chão molhado da cozinha.

— Di Ângelo! – Proferiu em um tom elevado, se apoiando no balcão para se levantar, mas não obteve sucesso, já que escorregou novamente e voltou para o chão.

— Parece que alguém esqueceu que eu estava lavando a cozinha. – Nico proferiu, se debruçando em cima do balcão e observando-a no chão.

Agora ela tinha seu short cinza de moletom molhado, mas sua regata preta havia se livrado por enquanto da água.

— Você não estava! – Retrucou irritada, olhando em volta e notando que havia muito sabão e muita água. Aquilo provavelmente demoraria séculos para secar.

O moreno rolou os olhos, contornando o móvel e esticando a mão para ela, com intenção de ajuda-la.

Thalia segurou a mão dele, porém assim que foi levantar, pegou um punhado de sabão com sua mão livre e esfregou na cara dele quando perto o suficiente, já que ele a puxou para si.

— Você não fez isso! – Murmurou com os olhos fechados, largando a mão dela e a segurando pela cintura, o que a fez ficar tensa, porém se esforçou para não demonstrar.

— Ah eu fiz! – Ela sorriu vitoriosa quando ele abriu os olhos negros e a encarou.

Ele levou a cabeça até o pescoço da garota, deixando um beijo leve no local após esfregar todo o sabão ali, sentindo-a se arrepiar e seu corpo se tornar rígido.

— Nico! – Repreendeu, vendo-o rir.

O italiano a soltou e se abaixou, pegando outro punhado de sabão e assistiu ela arregalar os olhos e sair dali escorregando.

— Você não vai fugir! – Ele segurou o braço dela antes que pudesse sair do recinto, puxando-a para trás, causando a queda dos dois.

— Obrigada por me molhar seu cretino! – Thalia xingou, batendo no braço do moreno com força, já que estava embaixo dele.

— Pelo menos eu sai na vantagem, você se tornou um bote. – Ele sorriu, visto que estava apoiado apenas com as mãos no chão, tendo uma de cada lado do corpo dela.

— Eu te odeio. – A Grace mostrou a língua, empurrando-o para o lado.

— É, eu sei. – Ele retrucou com um sorriso de canto, tendo as costas no sabão. – Eu também te odeio.


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Notas finais do capítulo

YAY! Chegamos ao fim de mais um capítulo! :3
O que vocês acharam? O que vocês querem que aconteça? O que acharam da volta dos dois?

Até o próximo o/
Beijos de Escuridão ♥
~Mary.