― Acorde Sakura.

Ouvi alguém me chamando.

― Acorde!

Porém, a voz parecia tão distante.

― Sua mãe está vindo lhe chamar.

Ainda que sonolenta, eu abri meus olhos, entretanto, voltei a fecha-los novamente, e estiquei meus braços acima da minha cabeça, me espreguiçando.

Então eu arregalei meus olhos ao me dar conta de onde estava. Observei o quarto em que me encontrava, o mesmo estava mal iluminado, pois poucas velas estavam inteiras, o que me fez pensar se aqui não tem energia elétrica.

Coloquei meus pés no chão ao sentar na cama, e me surpreendi ao sentir a grama fria. Quando eu tirei os meus sapatos? Não. Deve ter sido minha mãe, ela disse que viria me ver assim que terminasse a conversa com meus avós sobre... sei lá o que. Sorri ao pensar neles, como eu estava feliz em saber que eles não me odiavam.

Assustei-me ao ver a porta sendo aberta.

― Que bom que já está acordada, minha princesa.

― MÃE! Já conversamos sobre bater na porta antes de entrar, esqueceu?

― Está bem, me desculpe, eu me lembrarei da próxima vez. Agora tome um banho rápido e nos encontre lá em baixo em quinze minutos, estaremos te esperando. ― Me deu um beijo na testa, e eu a acompanhei até a porta.

Fiquei observando a porta, depois que minha mãe saiu por uns três segundos, até me lembrar que minha avó falou algo sobre visitarmos o castelo Uchiha. Levantei da cama e fui até a janela, ao abri-la fiz uma cara de pobre coitada.

― Mas o Sol ainda nem nasceu. ― Suspirei triste.

― Não comece uma viagem com o pé esquerdo, quanto mais cedo partir, mais cedo chegará ao seu destino ― Ouvi uma voz feminina falar.

Virei as costas para a janela.

― Quem está aí? ― Perguntei assustada.

― Eu! ― Respondeu a voz, mas como eu continuei procurando de onde a mesma vinha, ela continuou ― Aqui... dentro da árvore. ― Olhei para a cerejeira na qual o tronco tinha um relógio.

― Você é um relógio! ― Afirmei ao me lembrar da animação “A Bela e a Fera”.

― Que ridículo! Eu não sou um relógio eu sou uma Pixie. ― Disse a voz, que era bem fina, e engraçada.

― Uma Pixie?

― Sim, uma Pixie, mas eu tenho um nome tá. Me chamo Moegi.

― Que tal sair daí de dentro?

― Não quero!

Bufei com a resposta da Moegi.

― Então fique aí dentro... deve ser bem agradável as teias de aranha... ― Tentei manipulá-la.

― Não vai funcionar, aqui não tem teias de aranha. ― Respondeu a Pixie.

― Escuta aqui s...

― Mebuki disse que você tem quinze minutos para se arrumar lembra? ― Interrompeu-me Moegi.

― Droga! ― Falei enquanto corria em direção ao banheiro, que por sinal tinha as paredes do mesmo tom de rosa do quarto, bem no final do banheiro tinha uma enorme concha branca, notei que também tinha outra concha branca saindo da parede, porém ela não era tão grande quanto a primeira concha, no chão também tinha grama, e havia um caminho de pedras que terminava na grande concha.

Olhei confusa para aquele cenário diante de mim.

― É uma banheira. ― Sussurrou em meu ouvido.

― Aaaahhh!! ― Gritei ao ouvir uma voz que veio do pé da minha orelha.

― Mas que droga... ― Olhei para uma pequena fada ruiva com maria chiquinha no alto da cabeça.

― Ichiro é conhecido pelos outros reinos por sua impaciência Sakura.

― VOCÊ É A PIXIE?!

― Sim, qual é a dessa cara de espanto moça? ― Ela abriu os seus pequenos braços para apertar minhas bochechas.

― Oras, não é todos os dias que eu vejo um... serumaninho do seu tamanho. ― Respondi ainda chocada.

― Aff, vai logo tomar um banho moça, vocês devem partir cedo lembra? ― Moegi falou ao cruzar os braços, ela parecia bem irritada.

Corri para o banheiro o mais rápido possível. Não quero aborrecer meu avô.

― Ela deve está descendo papai. ― Disse Mebuki.

Kisashi gargalhou ao ouvir sua mulher.

― Kisashi!! ― Repreendeu-lhe a mulher.

― Ela sempre demora tanto? ― Perguntou Ichiro.

― Sempre.

Ao notar que Aika estava muito quieta Kisashi à olha seriamente, fazendo com que todos voltassem sua atenção para a mesma.

― Acredito que ela fará o que é certo querida ― Disse Ichiro já sabendo no que a esposa pensava.

― Eu não acho que um fardo tão grande deveria ficar nas costas de uma criança. ― Manifestou-se Aika.

― Concordo plenamente, ela deveria ter o direito de voto, sem contar que é apenas uma adolescente... ― Mebuki foi interrompida quando seu pai Ichiro bateu as mãos fortemente na mesa ao se levantar.

― Ela não é uma adolescente, muito menos uma garota ― Disse Ichiro olhando para sua filha e esposa ― Ela já é uma mulher, e vai fazer o que mandarem.

Ichiro entendia muito bem o que sua esposa queria dizer, mas ele também sabia o quanto aquilo era necessário, com uma guerra se aproximando e tudo o que eles conheciam estava morrendo, não deveriam pensar nos sentimentos envolvidos, não se tratava apenas dessa união, se tratava se todo um acordo, um acordo que ajudaria a salvar vidas.